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THE ARMORY SHOW, NOVA IORQUEANA CARDOSO2007-03-07The Armory Show The International Fair of New Art Pier 94, Nova Iorque 23 a 26 de Fevereiro de 2007 Uma das maiores feiras de arte contemporĂąnea, dedicada apenas a arte nova de artistas vivos, tem lugar todos os anos em Nova Iorque â Ă© o Armory Show. Este ano foram escolhidas 150 galerias de 39 cidades diferentes, e 22 paĂses, por um comitĂ© internacional â 50% das galerias sĂŁo europeias, 30% nova-iorquinas, 11% dos EUA fora de Nova Iorque, 5% asiĂĄticas e 4% de Israel, Ăndia, MĂ©xico e Ăfrica do Sul. A organização do espaço foi melhorada em relação a 2006, tendo passado de uma divisĂŁo por piers, para um espaço Ășnico no mesmo local, junto ao rio Hudson, ao nĂvel da rua 55. No dia 22 de Fevereiro a feira inaugurou com uma festa de beneficiĂȘncia para o MoMA, acessĂvel a VIPâs, artistas, galeristas, comissĂĄrios, crĂticos, imprensa e coleccionadores. O Armory show Ă© a grande atracção do mercado da arte, que reĂșne coleccionadores, galeristas e adeptos num fim-de-semana em Nova Iorque, e que se revela um dos momentos mais intensos do mundo artĂstico nova-iorquino. Mais de 100 galerias programam inauguraçÔes coincidentes com a feira; 20 dos maiores coleccionadores nova-iorquinos recebem convidados VIP e oferecem visitas privadas nas suas casas; hĂĄ festas em consulados e museus, simpĂłsios sobre arte, artistas como Matthew Barney ou Ann Hamilton a assinar livros; organizam-se visitas downtown, aos estĂșdios de artistas conceituados; e, com o principal evento, concorrem inĂșmeras feiras satĂ©lite que pretendem impĂŽr-se, como The Art Show, Pulse New York, Scope New York, LA Art in New York, ou The Digital and Video Art Fair. O Armory Show gera um enorme entusiasmo por festas, arte, artistas e mecenas. Ă verdadeiramente importante para as galerias que conseguem pela primeira vez ter lugar na feira â Ă© o momento do seu reconhecimento, como Ă© o caso da CANADA, galeria do Lower East Side que, apesar de se diferenciar do mainstream de Chelsea, afirma a sua singularidade ao conciliar mercado e periferia cultural. HĂĄ muitos casos interessantes de galerias que, apesar de aparentemente mais pequenas e menos conhecidas, sĂŁo abosultamente validadas pelo mercado da arte global devido ao seu papel independente, original e central. Ă o caso de projectos como a Rivington Arms, tambĂ©m no Lower East Side, ou a Vilma Gold, em Londres. Foi em 1994 que quatro galeristas nova-iorquinos organizaram a primeira feira de arte de Nova Iorque, com o nome The Gramercy International Contemporary Art Fair, e que ficou a dever o actual nome histĂłrico ao Armory Show de 1913, onde o modernismo europeu foi introduzido na AmĂ©rica. A actual directora da feira Ă© a belga, residente em Brooklyn, Katelijne De Backer, que em 1999 passou de directora assistente Ă posição que ocupa actualmente e que transformou o Armory Show â de feira boĂ©mia com 75 stands em mĂĄquina profissional. A sua estratĂ©gia passa pela promoção da elite artĂstica, pela aposta num programa VIP exclusivo, com o apoio institucional dos museus mais importantes da cidade (Guggenheim Museum, MoMA, Whitney Museum, Brooklyn Museum, etc), e pela divulgação de acontecimentos relacionados ou promovidos por sponsors. Todos os anos um artista internacional recebe um convite para comissariar a identidade visual da feira, para efeitos de divulgação e marketing, convite que este ano foi dirigido a Pipilotti Rist. As imagens de Rist sĂŁo stills retirados do vĂdeo âHomo Sapiens Sapiensâ, com que participou na Bienal de Veneza de 2005. Andei pela feira durante toda uma tarde e nĂŁo consegui ver tudo, como era de esperar. Mas vi tudo o que me interessou e o mais interessante foi sem dĂșvida reparar no modo como as galerias se apresentam, na sua identidade e estilo; perceber as diferenças entre as galerias londrinas, nova-iorquinas, parisienses e demais; ter a oportunidade de ver arte de fora de Nova Iorque; ver ao vivo um nĂșmero enorme de objectos de arte muito significativos, no momento presente â maioritariamente vĂȘ-se pintura; ter visto a livraria desenhada pelo Acconci Studio (para D.A.P. e Deitch Projects), uma encomenda especial para o Armory Show de 2007; estar sentada a comer um delicioso muffin de chocolate e a ouvir os djâs da WPS1 â P.S.1 Art Radio, um dos patrocinadores da feira. Destacaram-se, a meu ver, uma pintura de Sergej Jensen na Anton Kern (NY), as pinturas de Tuymans na Zeno X (AntuĂ©rpia), uma escultura de Peter Coffin na Herald St (Londres), o stand da Rivington Arms (NY), o stand da Andrew Kreps (NY), Barbara Weiss (Berlin), as esculturas de Jonah Groeneboer na Bellwether (NY), as pinturas de Nathan Hylden na Art Concept (Paris), uma escultura de Thomas Scheibitz na Tanya Bonakdar (NY), as pinturas de Sophie Von Hellermann na Greene Naftali (NY), Kota Ezawa na Murray Guy (NY), Lawrence Wiener na Yvon Lambert (Paris / NY), uma escultura de Thomas Hirschhorn no meio da feira, os trabalhos de Wade Guyton, Seth Price e Georg Herold na Friedrich Petzel (NY), os stands de Casey Kaplan (NY), Sutton Lane (Londres), DâAmelio Terras (NY), White Box (Londres), Mai 36 (Zurique), Vilma Gold (Londres), Chantal Crousel (Paris), entre outras. A assinalar a Ășnica presença portuguesa, uma tela de JuliĂŁo Sarmento na Lisson Gallery (Londres). Uma feira Ă© uma feira Ă© uma feira. LINK www.thearmoryshow.com |