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ITÁLIA: BREVE GUIA DOS MUSEUS DE ARTE CONTEMPORÂNEATERESA CASTRO2007-01-28Itália, pátria incontestável do património mundial (o país possui quarenta locais com a designação oficial da UNESCO), parece resumir-se, no que diz respeito aos circuitos internacionais de arte contemporânea, à famosíssima Bienal de Veneza. Criada em 1895, a mostra – e a fundação homónima - é provavelmente uma das instituições mais afamadas do universo artístico: a única, talvez, com a qual o grande público esteja familiarizado. E, no entanto, o país está neste domínio longe de se resumir ao prestígio secular de Veneza. De Norte a Sul, passando pela Sardenha e pela Sicília, Itália possui mais de vinte instituições museológicas dedicadas (por vezes exclusivamente) à arte contemporânea. Grande parte destes locais foram criados nos anos noventa por comunas locais; outros (poucos) são tutelados pelo governo central; alguns, finalmente, evidenciam claras ambições internacionais. Por onde começar? Talvez por um pouco de história. A primeira galeria de arte moderna italiana foi criada em 1883 com o objectivo de adquirir “trabalhos admiráveis nos domínios da pintura, escultura, desenho e gravura da autoria de artistas vivos”. Trata-se da Galleria Nazionale d’Arte Moderna (GNAM), actualmente uma “Soprintendenza” dependente do Ministério per i Beni e le Attivitá culturali, sediada desde 1915 na Villa Giulia (Roma), um edifício projectado pelo arquitecto Cesare Bazzani para a Exposição Internacional de 1911. Só cem anos depois, em 1984, seria inaugurado o primeiro espaço inteiramente dedicado à arte do pós-guerra, instalado no Castello di Rivoli, em Turim. Um século de hiato, num país em que floresceram continuamente durante o século XX diversos e importantes movimentos artísticos, desde o futurismo à “arte povera” (e isto deixando de fora as prolíficas áreas do design e da arquitectura). O dinamismo e arrojo das inúmeras galerias privadas que sempre existiram em Itália explicam esta situação. Ainda recentemente, a galerista milanesa Claudia Gian Ferrari anunciava a doação ao MAXXI – “Museo delle arti del XXI secolo” de Roma de uma parte importante da sua colecção privada: cerca de duzentas obras, entre as quais peças de Lucio Fontana, Anselm Kiefer, David Salle e dos irmãos Chapman, destinadas a enriquecer o museu estatal votado à produção artística actual. Na ausência de uma verdadeira política nacional dedicada à promoção e valorização das artes contemporâneas, foram pois os privados (e em certa medida algumas galerias municipais, como as de Turim ou Bolonha) que assumiram durante muito tempo a constituição de colecções representativas. Durante os anos noventa, o país assiste ao proliferar de uma série de instituições e actividades, nomeadamente comunais, vocacionadas para o contemporâneo (casos de Bergamo, Trento, Pesaro, etc.). A maioria destes espaços encontram-se profundamente enraizados nos seus territórios. Direccionados para as realidades locais, apostam sobretudo em acções pedagógicas e de “formação” de públicos, contrariando a ideia generalizada de que as artes contemporâneas se encontram limitadas às grandes cidades. Na verdade, um dos traços mais surpreendentes do caso italiano é a ausência de verdadeiras estruturas centralizadoras (e catalizadoras), como o Centre Pompidou em França, a Tate Gallery no Reino Unido ou o Museu Reina Sofia, em Espanha. Naturalmente, tudo isto se deve à peculiar situação italiana, caracterizada desde sempre por um forte municipalismo. Assim, o mais importante museu de arte moderna e contemporânea italiana situa-se em ... Rovereto (no Trentino). E uma metrópole sofisticada como Milão continua a não possuir um museu dedicado à arte contemporânea. No entanto, nem só de modestas instituições municipais vive o caso italiano. Em 2000, o governo central anunciava a criação em Roma do MAXXI, projecto ambicioso que estreava em Itália a voga dos espaços museológicos concebidos por “arquitectos-estrela” (e a moda dos acrónimos). A sede projectada para o MAXXI, de autoria da arquitecta anglo-iraquiana Zaha Hadid, encontra-se ainda em construção, vítima dos inúmeros cortes orçamentais que ameaçam seriamente a sua conclusão. O primeiro “grande” local a ser inaugurado seria assim a sede do MART – “Museo di Arte Moderna e Contemporanea di Trento e Rovereto”, concebida pelo italiano Mario Botta (2002). Já o MADRE – “Museo d’Arte Contemporanea Donnaregina” de Nápoles viu o seu edifício (um palácio setecentista em ruínas) ser recuperado pelo português Siza Vieira (2005); e o MACRO – “Museo d’Arte Contemporanea di Roma”, alojado num magnífico complexo industrial de começos do século XX, encontra-se a ser ampliado pela arquitecta francesa Odile Decq. Anuncia-se também a construção em Cagliari, na Sardenha, do Museo Mediterraneo di Arte Nuragica e Contemporanea (curiosa associação, uma vez que a cultura e a civilização “nurágicas” floresceram na Sardenha entre os séculos VIII e V a.C.). O projecto vencedor é de autoria de Zaha Hadid (no concurso participou também o português Gonçalo Sousa Byrne). Junte-se a tudo isto a multiplicação de manifestações dedicadas à produção artística contemporânea (festivais, bienais, trienais, prémios), e o panorama italiano resulta bastante mais complexo do que se poderia imaginar. Várias questões se impõem, algumas de difícil resposta. Qual a verdadeira sustentabilidade de algumas desta instituições? Que projectos e ambições apresentam a médio prazo? Conseguirá um destes espaços vingar no competitivo circuito internacional? De Norte a Sul do país, passando pelas ilhas, aqui ficam algumas sugestões de visita (longe de serem exaustivas e inevitavelmente parciais), bem como algumas pistas de resposta. Norte: No Norte de Itália, todas as regiões possuem pelo menos uma instituição dedicada à arte contemporânea, excepção feita à pequena e montanhosa região de Vale de Aosta (na fronteira com a Suíça e a França). Contrariamente ao que seria de esperar, não é em Milão, capital da moda e do design italianos, cidade de arquitectos, que se encontram os espaços museológicos mais inovadores e dinâmicos (talvez porque aí se concentrem as principais galerias de arte contemporânea italianas?). Para os encontrar há que ir a Turim no Piemonte; ou ao Trentino - Alto Adige, onde se situa o mais importante museu de arte contemporânea italiano (e onde 35% dos habitantes têm como primeira língua o alemão). Piemonte: Turim Turim, quarta cidade italiana e grande centro industrial (sede da Fiat), é talvez mais conhecida nos circuitos turísticos por albergar ... o Santo Sudário. No entanto, não faltam outros atractivos à cidade, entre os quais uma das colecções mundiais de egiptologia mais reputadas; o único museu nacional dedicado ao cinema em terras italianas; e vários espaços dedicados à arte contemporânea. Entre estes, encontra-se uma galeria fundada no século XIX, um castelo reconvertido em espaço expositivo e duas importantes fundações privadas. Acrescente-se ainda o projecto Arte Moderna e Contemporanea da Fondazione CRT (Cassa di Risparmio di Torino) que tem permitido que uma fundação privada enriqueça duas das colecções de arte contemporânea mais importantes da cidade. Turim possui desde o século XIX uma excelente galeria cívica de arte moderna, o GAM. Dedicada à produção artística do século XIX e do século XX, o GAM representou nos anos sessenta e setenta um papel de relevo na cena museológica italiana. Muitas mostras de artistas internacionais, como Francis Bacon (1962) ou Robert Motherwell (1966), foram aí organizadas, bem como uma primeira grande exposição dedicada às artes conceptuais, “povera” e “land art” (1970). Hoje em dia, o GAM procura recuperar a sua posição de destaque. Com o apoio da Fondazione CRT, a sua política de aquisições tem vindo a concentrar-se, desde os anos noventa, na arte italiana dos anos cinquenta e sessenta; as suas colecções contam hoje com um total de 15 000 obras, entre pinturas, esculturas, instalações e fotografias. A cidade de Turim conta também com o Castello di Rivoli que, repita-se, constituiu em Itália o primeiro espaço exclusivamente dedicado à arte contemporânea (e o primeiro exemplo no domínio museológico italiano duma gestão mista pública e privada). Alojada numa antiga residência da Casa de Sabóia (fundada no século XII, mas bastante modificada no século XVII pelo arquitecto barroco Filippo Juvarra), a colecção permanente do Castello de Rivoli possui mais de 300 obras, entre as quais inúmeras instalações, algumas das quais concebidas especificamente para o local. Com a ajuda da já referida Fondazione CRT (servida por um comité de peritos internacionais, entre os quais Sir Nicholas Serota), a colecção tem sido constantemente enriquecida com obras de artistas italianos dos anos setenta e oitenta. O Castello de Rivoli destaca-se ainda pelas suas inúmeras actividades pedagógicas, nomeadamente extra-muros e em bairros carenciados da cidade. Para além destas duas instituições, Turim possui ainda duas importantes fundações privadas: a Fondazione Sandretto Re Rebaudengo e a Fondazione Mario Merz. A primeira foi fundada pela coleccionadora Patrizia Sandretto em 1995 (e inaugurada em 2002) nas imediações da cidade (em Guarene d’Alba; a inauguração de 2002 diz respeito à sede de Turim). Inspirada pelo exemplo das Kunsthallen alemãs e das FRAC francesas (Fonds Régionaux d’Art Contemporain), a Fondazione Sandretto Re Rebaudengo é dirigida por um dos mais reputados críticos italianos, Francesco Bonami, e concentra-se na fotografia italiana e nas artes inglesa, californiana e italiana contemporâneas. Instituição particularmente dinâmica, a fundação organizou em 2005-2006, juntamente com o GAM e com o Castello de Rivoli, a primeira T1 – Triennale di Torino. Já a Fondazione Mario Merz, inaugurada em 2005 e alojada numa ex-central térmica da Lancia, foi criada para albergar a colecção de obras de Mario Merz (falecido em 2003) e para promover “iniciativas no domínio da arte contemporânea”. No seu comité científico encontram-se Vicente Todolí (director da Tate Modern), Dieter Schwartz (director do Kunstmuseum de Winterthur na Suíça) e Richard Flood (director do Walker Art Center, Minneapolis). O Trentino Alto Adige: Trento e Rovereto É na Região Autónoma do Trentino – Alto Adige (ou Trentino – Südtirol em alemão) que se encontram alguns dos mais ambiciosos projectos museológicos italianos, a começar pelo MART – o “Museo di Arte Moderna e Contemporanea di Trento e Rovereto”. O MART, cuja sede de Rovereto (cidade de 35 000 habitantes a 25 quilómetros de Trento) foi concebida pelo arquitecto Mário Botta, não se concentra exclusivamente, tal como o seu nome indica, na produção artística contemporânea. Na verdade (e este constitui um dos seus focos de interesse principais), uma parte significativa da sua colecção – cerca de 3000 obras – ilustra o Futurismo italiano (o museu aloja ainda um importante centro de estudos internacionais sobre o futurismo, o CISF). De resto, as exposições organizadas pelo MART são muito diversas: ainda recentemente apresentava em simultâneo uma mostra sobre a Viena de finais do século XIX (“Schiele, Klimt, Kokoschka e gli amici viennesi”) e a primeira retrospectiva em Itália do escocês Douglas Gordon (que criou para o espaço do museu uma instalação permanente). O MART não esconde as suas ambições: primeiro, a nível regional e nacional, enquanto produtor de grandes eventos expositivos; em seguida, a nível internacional. A sua situação geográfica (o Trentino-Aldto Ádige, na fronteira com a Áustria, é uma zona bilingue) permite-lhe, de facto, projectar-se facilmente numa esfera cultural além fronteiras. O mesmo se passa em Bolzano, uma cidade com quase 100 000 habitantes, onde o MUSEION – “Museo d'Arte Moderna e Contemporanea” não esconde o seu interesse pela cultura da mitteleuropa. O projecto da nova sede (cuja inauguração está prevista para este ano) é da autoria de um gabinete de arquitectos berlinenses: o Studio Krüger Schubert Vandreike KSV. Contrariamente ao MART, o MUSEION tem vindo a concentrar-se exclusivamente nas manifestações artísticas contemporâneas (isto, apesar de ser também uma galeria de arte moderna), demonstrando com a sua política de aquisições um interesse especial pela arte conceptual e pela arte vídeo. Talvez por se situar numa zona bilingue, as relações entre a arte e a linguagem ocupam um lugar espacial no museu, que possui algumas centenas de exemplos internacionais de poesia concreta e visual. Confirmando esta vontade de internacionalização, sabe-se já que a edição da Manifesta 2008 – bienal itinerante, cuja realização o ano passado em Nicósia foi abruptamente cancelada por decisão do governo cipriota – terá lugar em Bolzano (no MUSEION) e em Trento, na Galeria Civica di Arte Contemporanea. Também ela dedicada às mais recentes evoluções do panorama artístico internacional, a Galeria Civica de Trento organiza desde há dois para cá um original Prémio Internacional de Performance. Finalmente, convém ainda mencionar a associação Kunst Merano Art, em Merano (uma importante estação termal), também ela inteiramente dedicada à arte contemporânea. O resto do Norte Para aqueles que estiverem de passagem pelo Friuli Venezia Giulia, aconselha-se verificar o programa do Centro d’Arte Contemporanea Villa Manin, em Passariano, não muito longe de Udine. A programação anual do centro é constituída por exposições temporárias, seja em colaboração com museus prestigiosos (como o Museum of Contemporary Art de Chicago, o Museu Ludwig de Colónia, etc.), seja numa perspectiva temática, reunindo quase sempre artistas internacionais. Já na Emília-Romanha, não muito longe de Bolonha, a Galeria Civica de Modena apresenta, ocasionalmente, algumas exposições de arte contemporânea bastante interessantes. Entre as outras cidades com instituições dedicadas ao contemporânio, refiram-se Bergamo (na Lombardia), La Spezia (na Ligúria) e, obviamente, Bolonha. Centro de Itália: No centro de Itália, os grandes projectos museológicos dedicados à arte contemporânea encontram-se concentrados em Roma, ainda que tanto Prato (nas imediações de Florença) como Pesaro (na Província de Pesaro e Urbino, na costa adriática), possuam duas instituições bastante activas (respectivamente o Centro per l’Arte Contemporanea Luigi Pecci e o Centro Arti Visive Pescheria). Tratam-se, no entanto, de espaços fundamentalmente vocacionados para a dinamização das realidades locais. Já o Palazzo delle Papesse em Siena merece uma referência especial: primeiro, porque se situa numa (magnífica) cidade frequentemente visitada (contrariamente a Prato e a Pesaro); depois, porque o seu programa de exposições ( dedicado à produção artística a partir dos anos sessenta) e de actividades é, em geral, bastante atraente. A sua última exposição, por exemplo, intitulada “D’ombra” e organizada por Lea Vergine (reputada crítica italiana, pioneira dos estudos sobre a “body art”), reuniu inúmeros artistas italianos e internacionais (Doug Aitken, Laurie Anderson, Christian Boltanski, Fiona Tan, Cláudio Parmiggiani, etc.) em torno do tema da “sombra”. O Palazzo delle Papesse anima ainda um projecto único em Itália: a Radio Papesse, “a primeira e única rádio de arte contemporânea em Itália”, difundida no edifício e na Internet. Roma Todos os caminhos vão pois dar a Roma – ou não? Consciente do seu enorme atraso em termos de arte contemporânea (basta ver o que se passa em Turim ou, no que diz respeito às galerias privadas, em Milão), a cidade tem recentemente tentado colmatar essa falha, através do investimento em grandes projectos museológicos, cujos objectivos são claramente colocar a “cidade eterna” - romana, barroca mas não “contemporânea” - no mapa internacional. Um desses projectos é o MAXXI, o “Museo delle arti del XXI secolo”; outro é o MACRO, o “Museo d’Arte Contemporanea di Roma”. Tanto um como o outro apostaram na criação ou na adaptação de espaços por arquitectos de renome: Zaha Hadid no caso do MAXXI e Odille Decq no caso do MACRO. A francesa Odille Decq é a responsável pela ampliação do MACRO, que verá o seu espaço expositivo triplicado. Na realidade, o MACRO possui actualmente dois núcleos, dirigidos por diferentes responsáveis: um principal, localizado nas imediações da Porta Serviana (e cujo alargamento se encontra quase terminado); e o MACRO “al Mattatoio”, no bairro popular de Testaccio (o “mattatoio” em questão é um antigo matadouro). Inaugurado em 2002, o MACRO dedica-se à arte italiana desde os anos sessenta até hoje. No entanto, não se limita a expôr a produção artística nacional: neste momento apresenta, por exemplo, uma instalação “site specific” de Pedro Cabrita Reis, “Every moment, one moment after the other”. Enquanto o MACRO principal se destina, principalmente, à realização mostras temáticas e colectivas, o MACRO “al Mattatoio” aposta frequentemente na organização de eventos diversos, sejam eles espectáculos musicais ou literários, dança, teatro, etc. Sendo o Testaccio muito frequentado por jovens (trata-se de uma espécie de Bairro Alto romano, entre o popular e o “trendy”), o espaço encontra-se aberto das 16 horas até à meia-noite. A sede do MAXXI encontra-se ainda a ser construída, funcionando por agora o museu em instalações provisórias situadas no bairro de Flaminio (o museu ocupa e ocupará o local de uma antiga caserna militar). A sua missão, ideada em 1998 pelo Ministero per i Beni e le Attività culturali, é a “promoção da arquitectura e das artes contemporâneas, através do estudo, da tutela e da exposição dos fenómenos que documentam o estado actual da produção artística”. O MAXXI constitui assim a continuação lógica do GNAM – a Galleria Nazionale d’Arte Moderna e Contemporanea fundada em 1883 (cuja colecção se termina em 1968). Infelizmente, o MAXXI tem sofrido constantes cortes orçamentais e a sua inauguração continua a ser constantemente adiada. Isto apesar de as suas colecções se enriquecerem ano após ano, tanto por via duma consistente política de aquisições, como pela afluência de doações de coleccionadores privados, visivelmente entusiasmados com o projecto – entusiasmante – do MAXXI. Sul de Itália e Ilhas: É na cidade de Nápoles que se concentram as instituições meridionais dedicadas à arte contemporânea. Na verdade, a cidade possui vários espaços em franca concorrência (alguns duvidam mesmo da sua viabilidade a médio-longo prazo). Entre estes contam-se o Castel Sant’Elmo, o PAN – “Palazzo delle Arti Napoli”, e o MADRE – “Museo d’Arte Contemporanea Donnaregina”. Se o complexo monumental de Castel Sant’Elmo acolhe apenas (e ocasionalmente) exposições de arte contemporânea, tanto o PAN como o MADRE procuram intervir activamente neste domínio. O PAN surgiu em 1998 por decisão municipal, correspondendo à vontade de criar um centro de documentação dedicado às artes contemporâneas. Inaugurado em 2005, o PAN – situado num palácio do século XVII – conta com 6000 metros quadrados de espaço expositivo e um importante centro de documentação (arquivo fotográfico, biblioteca, e mediateca). Para além de exposições temporárias (sempre no domínio do contemporâneo), o PAN organiza ainda encontros e eventos práticos/experimentais (como laboratórios de arte). Já o MADRE, também ele fruto de uma iniciativa municipal e inaugurado também em 2005, possui uma colecção permanente, incluindo as peças concebidas para a Piazza Plebiscito por diversos artistas internacionais (durante a época de Natal, a cidade de Nápoles tem vindo a dedicar um dos seus espaços públicos mais importantes à arte contemporânea, pela mão de artistas como Mimmo Paladino, Mário Merz, Anish Kapoor, Jenny Holzer, etc.), e cerca de cem peças (doadas ou emprestadas por coleccionadores privados) que se estendem de finais dos anos cinquenta a finais dos anos sessenta. Para além da colecção permanente, o MADRE organiza ainda exposições temporárias. A última foi a primeira retrospectiva italiana de Bruce Nauman, organizada em colaboração com a Tate Liverpool. Também a Sicília e a Sardenha possuem os seus espaços dedicados à arte contemporânea. No centro de Siracusa, a Galleria Civica d’Arte Contemporanea Montevergini procura contrariar as dificuldades criadas pela sua situação periférica. Para além de agir como pólo cultural na sua área de influência, procura atrair a si influências exteriores, nomeadamente através de um programa de residência para jovens artistas internacionais. Na Sardenha, é em Nuoro, no interior da ilha, que se encontra desde 1999 o MAN – “Museo d’Arte Província di Nuoro”. Desde então, o museu organizou mais de trinta exposições (!) e constituiu uma importante colecção de arte sarda dos séculos XIX e XX. Cagliari, capital da Sardenha, aguarda entretanto a edificação do Museo Mediterraneo di Arte Nuragica e Contemporanea, projectado por Zaha Hadid. O edifício, a construir junto ao mar, no porto da cidade, promete atrair inúmeros visitantes ... Teresa Castro Historiadora de arte LINKS: Norte GAMeC, Galleria d’Arte Moderna e Contemporanea, Bergamo www.gamec.it Galleria d’Arte Moderna di Bologna, Bolonha www.galleriadartemoderna.bo.it MUSEION, Museo d´Arte Moderna e Contemporanea, Bolzano www.museion.it Merano arte, Merano (Bolzano) www.kunstmeranoarte.com CeSAC – Centro Sperimentale per le Arti Contemporanee, Caraglio (Cuneo - Piemonte) www.cesac-caraglio.com CAMeC - Centro d´Arte Moderna e Contemporanea, La Spezia www.comune.sp.it/citta/camec/camec.html PAC – Padiglione d’Arte Contemporanea, Milão www.pac-milano.org Galleria Civica di Modena, Modena www.comune.modena.it/galleria GC.AC - Galleria Comunale d’Arte Contemporanea di Monfalcone, Monfalcone (Udine) www.comune.monfalcone.go.it Galleria Civica di Arte Contemporanea, Trento www.workartonline.net MART – Museo di Arte Moderna e Contemporanea, Trento e Rovereto www.mart.trento.it Fondazione Sandretto Re Rebaudengo, Turim www.fondsrr.org Fondazione Mario Merz, Turim www.fondazionemerz.org Castello di Rivoli – Museo d’Arte Contemporanea, Turim www.castellodirivoli.it GAM, Galleria Civica d’Arte Moderna e Contemporanea, Turim www.gamtorino.it T1 – Triennale di Torino www.torinotriennale.it/ita/t1.htm Villa Manin, Udine www.villamanincontemporanea.it Centro GNAM, Roma www.gnam.arti.beniculturali.it/gnamco.htm MACRO – Museo d’Arte Contemporanea di Roma, Roma www.macro.roma.museum MAXXI, Roma www.darc.beniculturali.it/index2.html Centro Arti Visive Pescheria, Pesaro www.comune.pesaro.ps.it/asp/schede/dettaglioscheda.asp?id=1342 Centro per l’Arte Contemporanea Luigi Pecci, Prato www.centropecci.it/htm/ho.htm Palazzo delle Papese, Siena www.papesse.org Sul e Ilhas Casoria Contemporary Art Museum, Casoria (Nápoles) www.casoriacontemporaryartmuseum.com/index.htm Castel Sant’Elmo, Nápoles www.santelmo.spmn.remuna.org MADRE – Museo d’Arte Contemporanea Donnaregina, Nápoles www.museomadre.it PAN – Palazzo delle Arti, Nápoles www.palazzoartinapoli.net MAN – Museo d’Arte Província di Nuoro, Nuoro (Sardenha) www.museoman.it Museo Mediterraneo di Arte Nuragica e Contemporanea, Cagliari (Sardenha) www.regione.sardegna.it/bandi_internazionali/betile/project.html Galleria Civica d’Arte Contemporanea Montevergini, Siracusa (Sicília) www.montevergini.com |