Links

ENTREVISTA


Fátima Mota


Vista da exposição Images from our bodies like stones from above, Beatriz Brum, 2021-2022. © Sara Pinheiro.


Vista da exposição Images from our bodies like stones from above, Beatriz Brum, 2021-2022. © Sara Pinheiro.


Vista da exposição Inglês técnico para defuntos, José Loureiro, 2022. Cortesia Galeria Fonseca Macedo.


Vista da exposição Inglês técnico para defuntos, José Loureiro, 2022. Cortesia Galeria Fonseca Macedo.


Vista da exposição W T22 5AM, Maria Ana Vasco Costa. © Mariana Lopes


Vista da exposição W T22 5AM, Maria Ana Vasco Costa. © Mariana Lopes


Vista da exposição Esse cinzento é água e ar, Alice Albergaria Borges, 2022. © Mariana Lopes.


Vista da exposição Esse cinzento é água e ar, Alice Albergaria Borges, 2022. © Mariana Lopes.


Vista do stand da Galeria Fonseca Macedo na feira Drawing Room Lisboa, 2022, SNBA. Cortesia Galeria Fonseca Macedo.


Vista do stand da Galeria Fonseca Macedo na feira Drawing Room Lisboa, 2022, SNBA. Cortesia Galeria Fonseca Macedo.


Fátima Mota na Drawing Room 2022. © Arte 351

Outras entrevistas:

ANA PI



ROMY CASTRO



AIDA CASTRO E MARIA MIRE



TITA MARAVILHA



FERNANDO SANTOS



FABÍOLA PASSOS



INÊS TELES



LUÍS ALVES DE MATOS E PEDRO SOUSA



PAULO LISBOA



CATARINA LEITÃO



JOSÉ BRAGANÇA DE MIRANDA



FÁTIMA RODRIGO



JENS RISCH



ISABEL CORDOVIL



FRANCISCA ALMEIDA E VERA MENEZES



RÄ DI MARTINO



NATXO CHECA



TERESA AREGA



UMBRAL — ooOoOoooOoOooOo



ANA RITO



TALES FREY



INÊS MENDES LEAL



LUÍS CASTRO



LUÍSA FERREIRA



JOÃO PIMENTA GOMES



PEDRO SENNA NUNES



SUZY BILA



INEZ TEIXEIRA



ABDIAS NASCIMENTO E O MUSEU DE ARTE NEGRA



CRISTIANO MANGOVO



HELENA FALCÃO CARNEIRO



DIOGO LANÇA BRANCO



FERNANDO AGUIAR



JOANA RIBEIRO



O STAND



CRISTINA ATAÍDE



DANIEL V. MELIM _ Parte II



DANIEL V. MELIM _ Parte I



RITA FERREIRA



CLÁUDIA MADEIRA



PEDRO BARREIRO



DORI NIGRO



ANTÓNIO OLAIO



MANOEL BARBOSA



MARIANA BRANDÃO



ANTÓNIO PINTO RIBEIRO E SANDRA VIEIRA JÜRGENS



INÊS BRITES



JOÃO LEONARDO



LUÍS CASTANHEIRA LOUREIRO



MAFALDA MIRANDA JACINTO



PROJECTO PARALAXE: LUÍSA ABREU, CAROLINA GRILO SANTOS, DIANA GEIROTO GONÇALVES



PATRÍCIA LINO



JOANA APARÍCIO TEJO



RAÚL MIRANDA



RACHEL KORMAN



MÓNICA ÁLVAREZ CAREAGA



FERNANDA BRENNER



JOÃO GABRIEL



RUI HORTA PEREIRA



JOHN AKOMFRAH



NUNO CERA



NUNO CENTENO



MEIKE HARTELUST



LUÍSA JACINTO



VERA CORTÊS



ANTÓNIO BARROS



MIGUEL GARCIA



VASCO ARAÚJO



CARLOS ANTUNES



XANA



PEDRO NEVES MARQUES



MAX HOOPER SCHNEIDER



BEATRIZ ALBUQUERQUE



VIRGINIA TORRENTE, JACOBO CASTELLANO E NOÉ SENDAS



PENELOPE CURTIS



EUGÉNIA MUSSA E CRISTIANA TEJO



RUI CHAFES



PAULO RIBEIRO



KERRY JAMES MARSHALL



CÍNTIA GIL



NOÉ SENDAS



FELIX MULA



ALEX KATZ



PEDRO TUDELA



SANDRO RESENDE



ANA JOTTA



ROSELEE GOLDBERG



MARTA MESTRE



NICOLAS BOURRIAUD



SOLANGE FARKAS



JOÃO FERREIRA



POGO TEATRO



JOSÉ BARRIAS



JORGE MOLDER



RUI POÇAS



JACK HALBERSTAM



JORGE GASPAR e ANA MARIN



GIULIANA BRUNO



IRINA POPOVA



CAMILLE MORINEAU



MIGUEL WANDSCHNEIDER



ÂNGELA M. FERREIRA



BRIAN GRIFFIN



DELFIM SARDO



ÂNGELA FERREIRA



PEDRO CABRAL SANTO



CARLA OLIVEIRA



NUNO FARIA



EUGENIO LOPEZ



JOÃO PEDRO RODRIGUES E JOÃO RUI GUERRA DA MATA



ISABEL CARLOS



TEIXEIRA COELHO



PEDRO COSTA



AUGUSTO CANEDO - BIENAL DE CERVEIRA



LUCAS CIMINO, GALERISTA



NEVILLE D’ALMEIDA



MICHAEL PETRY - Diretor do MOCA London



PAULO HERKENHOFF



CHUS MARTÍNEZ



MASSIMILIANO GIONI



MÁRIO TEIXEIRA DA SILVA ::: MÓDULO - CENTRO DIFUSOR DE ARTE



ANTON VIDOKLE



TOBI MAIER



ELIZABETH DE PORTZAMPARC



DOCLISBOA’ 12



PEDRO LAPA



CUAUHTÉMOC MEDINA



ANNA RAMOS (RÀDIO WEB MACBA)



CATARINA MARTINS



NICOLAS GALLEY



GABRIELA VAZ-PINHEIRO



BARTOMEU MARÍ



MARTINE ROBIN - Château de Servières



BABETTE MANGOLTE
Entrevista de Luciana Fina



RUI PRATA - Encontros da Imagem



BETTINA FUNCKE, editora de 100 NOTES – 100 THOUGHTS / dOCUMENTA (13)



JOSÉ ROCA - 8ª Bienal do Mercosul



LUÍS SILVA - Kunsthalle Lissabon



GERARDO MOSQUERA - PHotoEspaña



GIULIETTA SPERANZA



RUTH ADDISON



BÁRBARA COUTINHO



CARLOS URROZ



SUSANA GOMES DA SILVA



CAROLYN CHRISTOV-BAKARGIEV



HELENA BARRANHA



MARTA GILI



MOACIR DOS ANJOS



HELENA DE FREITAS



JOSÉ MAIA



CHRISTINE BUCI-GLUCKSMANN



ALOÑA INTXAURRANDIETA



TIAGO HESPANHA



TINY DOMINGOS



DAVID SANTOS



EDUARDO GARCÍA NIETO



VALERIE KABOV



ANTÓNIO PINTO RIBEIRO



PAULO REIS



GERARDO MOSQUERA



EUGENE TAN



PAULO CUNHA E SILVA



NICOLAS BOURRIAUD



JOSÉ ANTÓNIO FERNANDES DIAS



PEDRO GADANHO



GABRIEL ABRANTES



HU FANG



IVO MESQUITA



ANTHONY HUBERMAN



MAGDA DANYSZ



SÉRGIO MAH



ANDREW HOWARD



ALEXANDRE POMAR



CATHERINE MILLET



JOÃO PINHARANDA



LISETTE LAGNADO



NATASA PETRESIN



PABLO LEÓN DE LA BARRA



ESRA SARIGEDIK



FERNANDO ALVIM



ANNETTE MESSAGER



RAQUEL HENRIQUES DA SILVA



JEAN-FRANÇOIS CHOUGNET



MARC-OLIVIER WAHLER



JORGE DIAS



GEORG SCHÖLLHAMMER



JOÃO RIBAS



LUÍS SERPA



JOSÉ AMARAL LOPES



LUÍS SÁRAGGA LEAL



ANTOINE DE GALBERT



JORGE MOLDER



MANUEL J. BORJA-VILLEL



MIGUEL VON HAFE PÉREZ



JOÃO RENDEIRO



MARGARIDA VEIGA




FÁTIMA MOTA


13/11/2022

 

 

 

Fátima Mota nasceu em Lagoa, São Miguel, Açores. Desde 2000 é directora da Galeria Fonseca Macedo - Arte Contemporânea, sediada em Ponta Delgada, onde já realizou inúmeras exposições de artistas açorianos ou não, representados pela galeria ou convidados. Em Maio 2021 integra o Conselho Consultivo da Candidatura de Ponta Delgada a Capital Europeia da Cultura 2027.
Na última edição da feira Drawing Room em Lisboa, a Galeria Fonseca Macedo foi distinguida com o Prémio Projecto Curatorial Galeria, que destaca a criatividade na concepção da apresentação das obras.

A Artecapital conversou com Fátima Mota sobre o programa curatorial e as actividades actuais e futuras da Galeria Fonseca Macedo, e ainda sobre o papel que pode ter uma galeria de arte num contexto insular e como esta pode ser uma forma de projecção dos artistas locais, tanto no arquipélago como internacionalmente, num momento de progressiva “quebra” do isolamento cultural dos Açores.



Por Liz Vahia e Victor Pinto da Fonseca

 


:::

 

 


LV: Parece-me quase incontornável que a primeira pergunta nesta entrevista seja sobre como é dirigir e programar uma galeria de arte contemporânea nos Açores. Se há quem lamente o facto de estar fora de Lisboa, estar fora de Portugal Continental deve acarretar ainda mais restrições, a começar pela logística.

FM: A situação geográfica de uma galeria de arte é sempre muito importante. No caso da galeria Fonseca Macedo, estar situada numa ilha é estar circunscrita a uma pequena comunidade, considerando tanto o número de artistas como a dimensão do mercado.
Tendo esta condição como ponto fundamental a considerar na programação da galeria, o agendamento das exposições para cada ano faz-se com muita antecedência, procurando-se incluir artistas dos Açores e de fora da Região de forma a que a logística de deslocação de artistas e de transporte de obras de arte se mantenha exequível em termos orçamentais. É sempre de evitar a concentração de artistas de fora da Região num só ano.


LV: Fale-nos um pouco do percurso da Galeria Fonseca Macedo. Há alguma linha programática específica? Tentam representar artistas açorianos?

FM: A galeria Fonseca Macedo foi fundada no ano 2000, em Ponta Delgada, com o intuito de oferecer aos artistas um local adequado para exposição das suas obras e à comunidade um espaço de reflexão crítica e de fruição estética.
Nesse sentido, a programação da galeria teve em conta, desde o início, a divulgação e a promoção dos artistas residentes nos Açores, como o seu núcleo central de actividade, estabelecendo, ao mesmo tempo, contactos com outros artistas e galerias, permitindo uma visão mais abrangente da produção artística actual.
Tendo em conta a distância física dos grandes centros, a exiguidade do mercado e a diminuta oferta institucional na área das artes plásticas, quando a galeria inicia o seu percurso, as exposições faziam-se acompanhar da publicação de catálogos e havia também lugar a conferências/conversas com os artistas e com os curadores, normalmente os autores dos textos de apresentação.
Considerando a dificuldade em divulgar os artistas dos Açores, percebi imediatamente que a participação em feiras de arte contemporânea seria imprescindível para conseguir ultrapassar esta limitação. É assim que a galeria começa a participar na feira Arte Lisboa, em 2002, e, em 2006, inicia a sua participação na feira internacional ARCOmadrid.
Ingressa, posteriormente, na feira ArcoLisboa e na feira Drawing Room Madrid e Lisboa.


LV: Nesta última edição da feira Drawing Room receberam o Prémio Projecto Curatorial Galeria, que destaca a criatividade na concepção do stand. Como se processou a escolha dos artistas e qual o objectivo que queriam alcançar com essa mostra?
Reconhece as feiras como eventos importantes na divulgação não só dos artistas, mas também dos projectos curatoriais e do trabalho permanente das galerias?

FM: Nesta última edição da feira Drawing Room, fiquei muito feliz pelo facto da Fonseca Macedo ter sido distinguida com o Prémio Projecto Curatorial Galeria, da Fundação Millennium BCP, pois é um reconhecimento público da qualidade do nosso trabalho e também da qualidade dos trabalhos expostos dos nossos artistas representados.
A forma de abordar a questão da curadoria de um stand é sempre a mesma: reunir as obras, neste caso as mais recentes, dos nossos artistas que desenvolvem trabalho na disciplina do Desenho e gerir espacialmente as obras escolhidas tendo em conta as dimensões, as formas, as cores ou os conceitos. Nesta edição, apresentámos 3 artistas com um grande corpo de trabalho na disciplina do Desenho:
- Beatriz Brum (São Miguel 1993)
- José Loureiro (Mangualde 1961)
- Maria Ana Vasco Costa (Lisboa 1980).
No caso específico deste projecto, identificámos um problema com os desenhos muito delicados da série “Corpos de Água”, da artista Beatriz Brum (São Miguel, 1993). Os desenhos foram emoldurados em caixas de acrílico e esta opção teve em conta potenciar a fluidez entre eles. Porém, numa parede branca, seriam quase invisíveis.
Daí que tivéssemos conferenciado com a artista a possibilidade de termos uma parede pintada de cor clara, a fim de destacar os 4 elementos dos “Corpos de Água”.


VPF: Imagino que se encontra feliz por a Fonseca Macedo ter sido distinguida com o ‘Prémio do melhor Stand’ na Feira - Drawing Room Lisboa, que certamente a ajudará/incentivará  a continuar a programar exposições ambiciosas.
— Pode delinear-nos os seus planos de exposições e feiras para 2023?
 

FM: Claro, como já referi, a atribuição deste prémio deixou-me muito feliz, por ser o reconhecimento da qualidade do nosso trabalho, e é também um incentivo para novas e ambiciosas propostas expositivas.
Para o próximo ano, teremos 5 exposições na galeria, sendo a última uma exposição colectiva.Teremos dois artistas dos Açores e dois artistas do Continente.
Iremos apresentar a primeira exposição na galeria de uma artista ainda muito jovem, nascida e a residir nos Açores, com um trabalho muito original, que espero, dentro de pouco tempo, poder mostrar numa feira, em Lisboa.
Estou a planear também uma exposição fora da galeria, numa instituição sediada em Lisboa, que ainda não poderei nomear.
Em relação à participação em feiras, a galeria irá submeter as suas propostas à feira Arco Lisboa e Drawing Room Lisboa.


LV: Neste momento têm patente até 30 de Dezembro na Galeria Fonseca Macedo a exposição “Esse Cinzento é Água e Ar” de Alice Albergaria Borges. Pode falar-nos um pouco do que podemos encontrar ao visitar a exposição.

FM: Antes de falar sobre a exposição, gostaria de apresentar a artista Alice Albergaria Borges.
Alice Albergaria Borges nasceu em Lisboa em 1997. Estudou Produção Artística Têxtil na Escola Artística António Arroio (Lisboa) e licenciou-se em Design Têxtil na Chelsea College of Arts (University of the Arts London). Em 2015, desempenhou o papel principal do filme Colo, de Teresa Villaverde. Atualmente frequenta o Mestrado Design de Produto na ESAD.CR. Trabalha como tecedeira independente, numa prática que se dirige principalmente à exploração, preservação e partilha de técnicas têxteis tradicionais, numa abordagem contemporânea, com especial atenção para a sustentabilidade na produção têxtil.
Ao entrarmos na galeria, somos surpreendidos por uma série de obras, coloridas e suspensas de fios de aço que as mantêm em diversas direções.
Nas próprias palavras da artista “Este projeto é uma homenagem a todas as cores e uma reflexão sobre o descrédito com que são tratadas na sociedade contemporânea. A cor aqui é pensada quase como matéria em vez de luz. Trabalhei sobre 7 famílias de cores - Azul, Roxo, Vermelho, Amarelo, Verde, Cinzento, Castanho - uma seleção pessoal, resultante de pesquisa, reflexão e das próprias matérias utilizadas para tingir. O Branco não tem lugar, porque é a cor de vários materiais no seu estado natural, apesar de implicar processos de lavagem e branqueamento que também têm as suas particularidades. Além disso, está nas paredes da galeria.”
São 7 obras de cores diferentes, como se viu nas palavras da artista. São pinturas em tecelagem.


VPF: A Fonseca Macedo mudou recentemente de localização para passar a ligar a galeria com um alojamento turístico [a Casa da Galeria - Azores Art of Hosting], como partes de um todo e que se constitui um espaço inovador de galeria de arte focada no turismo. (É importante recordar os leitores que a cidade de Ponta Delgada e a Região são candidatos a capital europeia da cultura 2027.)
— Como é que o cenário da instalação da Fonseca Macedo num conjunto íntimo com um alojamento turístico com um conceito de hospitalidade interessado na arte, mudou e poderá continuar a mudar a actividade cultural e comercial da galeria?
 

FM: Em primeiro lugar, gostaria de precisar que a Galeria Fonseca Macedo não mudou a sua localização. Funciona exactamente no mesmo local em que foi fundada, no ano 2000.
O que aconteceu foi que o edifício da Galeria foi renovado e adaptado para alojamento turístico, num projecto familiar, designado Casa da Galeria - Azores Art of Hosting. A galeria permanece, embora renovada, no mesmo espaço, mantendo a mesma linha programática que tem vindo a apresentar. A Fonseca Macedo nunca será uma loja de “souvenirs”. Pelo contrário, é a Galeria que define o alojamento turístico Casa da Galeria como “Turismo Cultural”. A entrada para a galeria faz-se pela recepção do hotel e o lobby é partilhado por turistas e visitantes da galeria, proporcionando uma área de encontros e de exposição de livros e de catálogos.
Esta experiência de convívio com a área do turismo teve início no mês de Março, e não posso ainda tirar conclusões. Prevejo, no entanto, que esta será uma área que poderá ajudar a galeria na sua divulgação e no seu financiamento, já que os turistas são potenciais compradores.


VPF: É notório o compromisso da Fonseca Macedo em incentivar uma compreensão mais profunda da relevância da arte contemporânea, bem como do mercado de arte e do coleccionismo, na comunidade Açoriana. Simultaneamente têm surgido diversos festivais de arte na Região - uma região imbuída de magia estética porque a paisagem é particularmente sublime -, para além de uma maior dinamização do Arquipélago - Centro de Artes Contemporânea, cada vez mais vitais para a cena artística açoreana e uma mistura saudável em termos de um espírito colaborativo de troca e polinização de ideias.
— Como vê o futuro da arte (sinónimo de cultura) neste contexto actual da cidade de Ponta Delgada e da região dos Açores?

FM: Fico contente por referir este nosso compromisso de tudo fazer para que surja uma maior compreensão da relevância da arte contemporânea nos Açores e do coleccionismo. Este é mesmo o nosso desiderato.
Os Açores de 2022 nada têm a ver com os Açores do ano 2000, quando fundámos a nossa galeria.
Vejo com muito carinho e uma grande esperança o surgimento de excelentes festivais como o Walk&Talk e o Tremor, que hoje em dia movimentam os jovens e os apreciadores das artes plásticas e da música. São referências obrigatórias que muito têm contribuído para aproximar gerações e divulgar o que de melhor se faz em vários pontos da Europa e do Mundo.
Estes festivais, num período curto de tempo, têm uma grande capacidade de mostrar o que se produz na ilha e, ao mesmo tempo, projectam estes artistas para outros locais. O Arquipélago - Centro de Artes Contemporâneas é também uma instituição muito dinâmica e cada vez mais integrada no seu território. As suas excelentes instalações estão sempre ocupadas com os mais diversos projectos.
Resumindo, sinto que todas estas instituições têm vindo a quebrar o nosso isolamento.
É neste caldo cultural que surge a candidatura de Ponta Delgada a Capital Europeia da Cultura, muito estimulada por um movimento cívico da população dos Açores. O resultado final será conhecido no próximo ano. Espero que Ponta Delgada seja vencedora numa corrida em que a divisa é “A nossa Natureza é Humana”.