Links

ENTREVISTA


Mónica Álvarez Careaga. Fotografia: Jesús Varillas.


Drawing Room Lisboa 2018. Fotografia: Pauliana Pimentel.


PEDRO TUDELA, s_GS_02, 2018. Grafite, tinta, verniz, objetos vários em madeira, vidro, ferro, borracha, barro, Dimensões variáveis. Cortesia: Kubikgallery


REIKO TSUNASHIMA, A Gain of Light, 2015. Tinta Sumi em papel, madeira pintada, 35x 35 cm. Cortesia: Gallery Kitai


IRENE GONZÁLEZ, Sin título, 2019. Conté sobre papel, 130×160 cm. Cortesia: Galería Silvestre


JOÃO TÁVORA, A Burning Thing, 2019. Pastel seco s/papel, 100×140 cm. Cortesia: Galeria Monumental

Outras entrevistas:

ANA PI



ROMY CASTRO



AIDA CASTRO E MARIA MIRE



TITA MARAVILHA



FERNANDO SANTOS



FABÍOLA PASSOS



INÊS TELES



LUÍS ALVES DE MATOS E PEDRO SOUSA



PAULO LISBOA



CATARINA LEITÃO



JOSÉ BRAGANÇA DE MIRANDA



FÁTIMA RODRIGO



JENS RISCH



ISABEL CORDOVIL



FRANCISCA ALMEIDA E VERA MENEZES



RÄ DI MARTINO



NATXO CHECA



TERESA AREGA



UMBRAL — ooOoOoooOoOooOo



ANA RITO



TALES FREY



FÁTIMA MOTA



INÊS MENDES LEAL



LUÍS CASTRO



LUÍSA FERREIRA



JOÃO PIMENTA GOMES



PEDRO SENNA NUNES



SUZY BILA



INEZ TEIXEIRA



ABDIAS NASCIMENTO E O MUSEU DE ARTE NEGRA



CRISTIANO MANGOVO



HELENA FALCÃO CARNEIRO



DIOGO LANÇA BRANCO



FERNANDO AGUIAR



JOANA RIBEIRO



O STAND



CRISTINA ATAÍDE



DANIEL V. MELIM _ Parte II



DANIEL V. MELIM _ Parte I



RITA FERREIRA



CLÁUDIA MADEIRA



PEDRO BARREIRO



DORI NIGRO



ANTÓNIO OLAIO



MANOEL BARBOSA



MARIANA BRANDÃO



ANTÓNIO PINTO RIBEIRO E SANDRA VIEIRA JÜRGENS



INÊS BRITES



JOÃO LEONARDO



LUÍS CASTANHEIRA LOUREIRO



MAFALDA MIRANDA JACINTO



PROJECTO PARALAXE: LUÍSA ABREU, CAROLINA GRILO SANTOS, DIANA GEIROTO GONÇALVES



PATRÍCIA LINO



JOANA APARÍCIO TEJO



RAÚL MIRANDA



RACHEL KORMAN



FERNANDA BRENNER



JOÃO GABRIEL



RUI HORTA PEREIRA



JOHN AKOMFRAH



NUNO CERA



NUNO CENTENO



MEIKE HARTELUST



LUÍSA JACINTO



VERA CORTÊS



ANTÓNIO BARROS



MIGUEL GARCIA



VASCO ARAÚJO



CARLOS ANTUNES



XANA



PEDRO NEVES MARQUES



MAX HOOPER SCHNEIDER



BEATRIZ ALBUQUERQUE



VIRGINIA TORRENTE, JACOBO CASTELLANO E NOÉ SENDAS



PENELOPE CURTIS



EUGÉNIA MUSSA E CRISTIANA TEJO



RUI CHAFES



PAULO RIBEIRO



KERRY JAMES MARSHALL



CÍNTIA GIL



NOÉ SENDAS



FELIX MULA



ALEX KATZ



PEDRO TUDELA



SANDRO RESENDE



ANA JOTTA



ROSELEE GOLDBERG



MARTA MESTRE



NICOLAS BOURRIAUD



SOLANGE FARKAS



JOÃO FERREIRA



POGO TEATRO



JOSÉ BARRIAS



JORGE MOLDER



RUI POÇAS



JACK HALBERSTAM



JORGE GASPAR e ANA MARIN



GIULIANA BRUNO



IRINA POPOVA



CAMILLE MORINEAU



MIGUEL WANDSCHNEIDER



ÂNGELA M. FERREIRA



BRIAN GRIFFIN



DELFIM SARDO



ÂNGELA FERREIRA



PEDRO CABRAL SANTO



CARLA OLIVEIRA



NUNO FARIA



EUGENIO LOPEZ



JOÃO PEDRO RODRIGUES E JOÃO RUI GUERRA DA MATA



ISABEL CARLOS



TEIXEIRA COELHO



PEDRO COSTA



AUGUSTO CANEDO - BIENAL DE CERVEIRA



LUCAS CIMINO, GALERISTA



NEVILLE D’ALMEIDA



MICHAEL PETRY - Diretor do MOCA London



PAULO HERKENHOFF



CHUS MARTÍNEZ



MASSIMILIANO GIONI



MÁRIO TEIXEIRA DA SILVA ::: MÓDULO - CENTRO DIFUSOR DE ARTE



ANTON VIDOKLE



TOBI MAIER



ELIZABETH DE PORTZAMPARC



DOCLISBOA’ 12



PEDRO LAPA



CUAUHTÉMOC MEDINA



ANNA RAMOS (RÀDIO WEB MACBA)



CATARINA MARTINS



NICOLAS GALLEY



GABRIELA VAZ-PINHEIRO



BARTOMEU MARÍ



MARTINE ROBIN - Château de Servières



BABETTE MANGOLTE
Entrevista de Luciana Fina



RUI PRATA - Encontros da Imagem



BETTINA FUNCKE, editora de 100 NOTES – 100 THOUGHTS / dOCUMENTA (13)



JOSÉ ROCA - 8ª Bienal do Mercosul



LUÍS SILVA - Kunsthalle Lissabon



GERARDO MOSQUERA - PHotoEspaña



GIULIETTA SPERANZA



RUTH ADDISON



BÁRBARA COUTINHO



CARLOS URROZ



SUSANA GOMES DA SILVA



CAROLYN CHRISTOV-BAKARGIEV



HELENA BARRANHA



MARTA GILI



MOACIR DOS ANJOS



HELENA DE FREITAS



JOSÉ MAIA



CHRISTINE BUCI-GLUCKSMANN



ALOÑA INTXAURRANDIETA



TIAGO HESPANHA



TINY DOMINGOS



DAVID SANTOS



EDUARDO GARCÍA NIETO



VALERIE KABOV



ANTÓNIO PINTO RIBEIRO



PAULO REIS



GERARDO MOSQUERA



EUGENE TAN



PAULO CUNHA E SILVA



NICOLAS BOURRIAUD



JOSÉ ANTÓNIO FERNANDES DIAS



PEDRO GADANHO



GABRIEL ABRANTES



HU FANG



IVO MESQUITA



ANTHONY HUBERMAN



MAGDA DANYSZ



SÉRGIO MAH



ANDREW HOWARD



ALEXANDRE POMAR



CATHERINE MILLET



JOÃO PINHARANDA



LISETTE LAGNADO



NATASA PETRESIN



PABLO LEÓN DE LA BARRA



ESRA SARIGEDIK



FERNANDO ALVIM



ANNETTE MESSAGER



RAQUEL HENRIQUES DA SILVA



JEAN-FRANÇOIS CHOUGNET



MARC-OLIVIER WAHLER



JORGE DIAS



GEORG SCHÖLLHAMMER



JOÃO RIBAS



LUÍS SERPA



JOSÉ AMARAL LOPES



LUÍS SÁRAGGA LEAL



ANTOINE DE GALBERT



JORGE MOLDER



MANUEL J. BORJA-VILLEL



MIGUEL VON HAFE PÉREZ



JOÃO RENDEIRO



MARGARIDA VEIGA




MÓNICA ÁLVAREZ CAREAGA


2019-10-06 

 

 

 

É incomum que uma feira de arte se importe em estruturar e divulgar uma relação dos artistas apresentados na sua próxima edição para além da habitual lista de galerias participantes da feira. É por isso que chama a atenção o material de divulgação da Drawing Room, cujo processo de inscrição e seleção das galerias é baseado principalmente na proposta de artistas e trabalhos que serão mostrados. Neste caso, a exigência é primordial: de que outra maneira a Drawing Room poderia sustentar a concepção de ser uma feira dedicada exclusivamente ao desenho? Entre os dias 9 e 13 de outubro, a feira de arte nascida em Madrid aterra pela segunda vez em solo lisboeta, na Sociedade Nacional de Belas Artes, para apresentar 25 galerias e um total de 72 artistas que exploram o desenho nos seus mais diversos formatos e suportes.

 

“Não é uma exposição - o objetivo final ainda é a venda, claro – mas a sensação é de curadoria”, conta a diretora da feira, Mónica Álvarez Careaga. Ao lado de outros três profissionais e amantes do desenho, Elsy Lahner, Immaculada Corcho e Manuel Navacerrada, a espanhola preza pelo reduzido tamanho da feira, o que vai contra a quantidade desesperadora de obras e informação visual presente nas mais importantes feiras de arte do mundo. Curadora responsável pela organização de secções especiais dedicadas ao desenho em feiras como Swab Barcelona, Art Beijing e Set Up Bologna, e consultora artística da Arte Lisboa entre 2007 e 2011, inaugurou a Drawing Room Madrid há quatro anos como uma alternativa à Arco: “Muitos artistas espanhóis me diziam querer participar de uma feira mais cómoda e eu não achava que outra feira generalista seria uma saída. Decidi criar uma feira voltada para o desenho, uma prática que eu já vinha trabalhando e que, para mim, requer mais tempo e mais atenção do espectador”, explica.

Outro motivo que justifica a criação de uma feira dedicada exclusivamente ao desenho é a cotação mais baixa no mercado de arte do trabalho sobre papel se comparado a outros suportes: “Nas grandes feiras, como é muito caro para as galerias estarem lá, elas preferem levar trabalhos de valores mais altos, para compensar o investimento. E assim se vê pouquíssimos desenhos e trabalhos sobre papel nesses espaços”, afirma Mónica. Um desenho chega a custar cerca de um terço do que vale uma pintura de semelhantes proporções e do mesmo artista.

A diretora ainda afirma que agora é o “momento do desenho”. Para ela, esta fase começou com a exposição “Drawing Now: Eight Propositions”, em 2002, no MoMA, que foi um gatilho para que instituições do mundo todo começassem a tirar os desenhos das gavetas dos seus acervos e passassem a incluí-los nas suas exposições. A feira parisiense Drawing Now Art Fair tomou de empréstimo o título da exposição na instituição nova-iorquina para criar a primeira feira do segmento. Nos últimos quatro anos, outras iniciativas parecidas nasceram em Bruxelas, Lugano, Basileia, Berlim e Londres, e são responsáveis por criar uma formalização desse tipo de colecionismo e do desenho como objeto de desejo. O nicho também vem mudando a forma de valorizar a prática e o suporte do papel, que antes poderia ser visto como menor, menos “nobre” do que uma pintura ou escultura. “A partir do momento que os museus passaram a valorizar as suas coleções de desenho, outras pessoas o fizeram também. Por exemplo, se pudesse comprar um Leonardo da Vinci, sem pensar em valores, compraria uma pintura ou desenho? Há 50 anos, a resposta seria definitivamente uma pintura. Hoje, poderia facilmente optar por um desenho se ele te agradasse mais!”.

Os artistas sempre produziram desenhos, o que mudou nas últimas duas décadas não diz respeito ao maior ou menor número de trabalhos ou o engajamento com essa produção, mas à maneira como artistas, curadores e galeristas passaram a olhar para o desenho. Se antes um rascunho ou uma preparação para um trabalho eram deixados de lado, hoje eles ganharam nova perspectiva e podem ser encarados como produtos finais, como objetos de arte. E isso também provoca um interesse maior do público que, por meio do desenho, pode criar uma relação mais íntima com o processo de criação de um artista.

As boas críticas recebidas desde o início do projeto em Madrid e a extensão da feira para o país vizinho indicam que esse modelo é bem recebido pelo público. A euforia também se confirmou este ano, quando importantes galerias portuguesas que não participaram da primeira edição da Drawing Room Lisboa, decidiram entrar para a segunda edição - caso da Filomena Soares (entre os seus artistas destaco Helena Almeida e Pedro Barateiro), Uma Lulik (destaco a AnaMary Bilbao), Kubikgallery (destaco o Pedro Vaz e o Pedro Tudela), Sala 117 (destaco Lourdes Castro), entre outras. Também estarão presentes galerias internacionais do Japão, Colombia, Brasil, Moçambique e Argentina – o país último ganha foco especial com curadoria de Deborah Reda e irá apresentar trabalhos de cinco artistas argentinos: Eduardo Stupía, Julia Masvernat, Matías Ercole, Paula Otegui e Hernán Paginini. Na programação paralela à feira há ainda uma série de debates sobre questões relacionadas com o desenho como a Millenium Art Talk e a conversa no MAAT, no dia 10 de outubro, com a presença de profissionais como Kate Mcfarlane, da instituição britânica Drawing Room, uma associação voltada para a documentação e exposição do desenho contemporâneo. O “momento do desenho” já não tem mais volta atrás!

 

 

 

Julia Flamingo

 

 

 

:::


Para ver a programação completa entre no site: www.drawingroom.pt