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ENTREVISTA


Jack Halberstam Ă  conversa com NatĂĄlia Vilarinho. Fotografia: Teresa Tojo.


Jack Halberstam Ă  conversa com NatĂĄlia Vilarinho. Fotografia: Teresa Tojo.


Jack Halberstam Ă  conversa com NatĂĄlia Vilarinho. Fotografia: Teresa Tojo.


Jack Halberstam Ă  conversa com NatĂĄlia Vilarinho. Fotografia: Teresa Tojo.


Jack Halberstam em conferĂȘncia na Culturgest. Fotografia: Teresa Tojo.


Jack Halberstam em conferĂȘncia na Culturgest. Fotografia: Teresa Tojo.

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JOÃO RENDEIRO



MARGARIDA VEIGA




JACK HALBERSTAM


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Jack Halberstam é professor de Inglês e de Estudos de Género na Universidade da Califórnia do Sul, nos Estados Unidos da América. A cultura popular, visual e queer estão entre os assuntos aos quais se dedica, incluindo questões de género e feministas. Esteve em Lisboa para uma conferência intitulada “No Church in the Wild: notes on anarchy”, onde focou aspectos como a anarquia, a cultura popular e a arte queer, passando por conceitos como “failure” e “non-believing”. O primeiro conceito diz respeito ao acto de falhar perante aquilo que a sociedade normativa espera de todos: um sólido casamento heterossexual e uma carreira de sucesso com um bom ordenado. O segundo rejeita as crenças que a mesma sociedade estende aos seus cidadãos e que solidamente sustentam o capitalismo. Autor de livros como “The Drag King Book”, “The Queer Art of Failure” e “Gaga Feminism”, Jack teve uma curta conversa com a Artecapital onde explicou algumas das suas ideias.


Por Natália Vilarinho

 

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AC: Tens referenciado em várias conferências que o “failure” surge como uma crítica ao capitalismo e à heteronormatividade. Acontece quando se rejeita a necessidade de se ter um casamento bem sucedido e uma carreira de sucesso. O que é que este gesto de “failing” traz à política queer? É um ponto de partida?

JH: Penso que é uma nova forma de estruturar o objectivo da política queer, porque em vez de o sucesso em si mesmo ser uma meta, tal como é visto e avaliado na sociedade normativa, é uma forma de podermos argumentar que no nosso “failure” estamos a articular um diferente tipo de política. Conformarmo-nos, no nosso “failure”, aos standards sociais é por si só uma crítica interessante, existe logo aí um conjunto de ideias embebidas que não deveríamos rejeitar quando avançamos para o sucesso.


AC: Afirmaste em algumas conferências que temos de praticar o “non-believing”, procurar conhecimento noutros lugares para além da religião e das escolas, e retirar credibilidade ao sistema. Se pudéssemos traçar um caminho até à anarquia, começaria pela experiência de “failure” ou pela prática do “non-believing”? Elas são de alguma forma relacionadas?

JH: Sim, de algum modo sim. O “non-believing” é uma forma de rejeição e é ideológica. Quando as pessoas dizem “deves casar-te” e tu respondes “não acredito nisso”, estás a propor que a tua fé na alternativa é tão forte como a fé deles no convencional. Simon Critchley escreveu um livro sobre a prática de “non-believing” e uma das coisas que penso que se pode dizer acerca desta categoria, ou da prática de “non-believing”, é que temos de ser tão disciplinados e apaixonados pelo acto de “non-believing” como aqueles que acreditam são pelo acto de acreditar. Se eu sou tão apaixonadamente ateísta como alguém é apaixonadamente crente, então encontramo-nos em pé de igualdade.

Por outro lado, o “non-believing” pode também ter um real impacto no mercado, porque a forma como os mercados sobem e descem está relacionada com aquilo a que se chama a “confiança do consumidor”, certo? Se as pessoas acreditam na economia, a economia prospera, mas no momento em que as pessoas deixam de acreditar na economia, deixam de comprar, põem o dinheiro e a carteira de parte, a economia afunda. “Non-believing” pode ter um verdadeiro impacto material.


AC: Os movimentos de ocupação são para ti uma resposta a uma solidariedade entre identidades. Pensas que existe algum tipo de união entre os movimentos que são marginalizados pela sociedade?

JH: Sim. O “Occupy Movement” foi fantástico porque olhou para essas ligações de forma a criar solidariedades em vez de acumular tudo em grupos identitários. Há uma tendência nas pessoas mais jovens para recriar grupos identitários, mas mesmo que lhes atribuam novos nomes como “gender queer” ou seja já o que for, há um tipo de reinvestimento numa política de identidade, que quero rejeitar porque não acredito que seja produtivo organizarmo-nos apenas como pessoas queer. Penso que as pessoas queer têm que ver que têm coisas em comum com pessoas ligadas, por exemplo, a projectos anti-coloniais. Quando entras numa política de identidade estás no caminho para um tipo de sucesso que é simulado.


AC: Então temos de deixar os pequenos grupos que formamos: “queer”, “lésbicos”…

JH: Sim, temos de os deixar. Nem sempre acreditei nisso e no passado investi realmente muito nas políticas de identidade, mas sinto que neste momento, coisas como o slogan do 1% e dos 99% (“We are the 99%” slogan do Occupy Movement), é o tipo de slogan que diz “há muitos de nós e poucos de vós, algo pode ser feito aqui”. É uma forma de ver se conseguimos encontrar coisas que nos liguem a uma maioria. Mas a política de identidade é também uma estratégia neo-liberal para dividir os interesses e os objectivos das pessoas.


AC: No “The Drag King Book” há uma afirmação que me chamou a atenção: “lê e vê, participa e aprende, deseja e produz. Examina o teu próprio género, não faças assunções, não fixes sexos biológicos”. Esta mensagem pode ser vista como uma mensagem anárquica?

JH: Foi só uma tentativa de ser provocativa e de criar um manifesto com um conjunto de afirmações e… eu estava a tentar fazer algo diferente com aquele livro, ainda não sei se consegui, eu estava a tentar escrever mais do que um livro académico, de um modo que fosse atractivo para os leitores, fossem ou não académicos, mas penso que no meio do processo falhei qualquer coisa, não tenho bem a certeza…


AC: Há um momento em que afirmas que há uma diferença entre imitar e transformar a masculinidade. Podes explicar esta diferença?

JH: Bem, se eu estou a imitar a masculinidade, então acredito que a masculinidade é uma propriedade do homem e estou a imitá-lo, mas se eu acredito que a masculinidade está em mim, então é a minha masculinidade, e não estou a imitar ninguém. Foi esta a ideia do “Gender Trouble” da Judith Butler, que disse: “não há originalidade, o homem está a copiar a masculinidade tanto como tu”, e de facto pelo menos tu sabes que a tua masculinidade, dentro dos standards da cultura em que vives, não é vista como original, mas o homem não. O homem biológico acredita que a sua masculinidade é real e verdadeira, por isso a masculinidade queer é uma masculinidade muito mais estruturada, precisamente por reconhecer que não é autêntica.


AC: Então não podemos dizer que cada um de nós tem em si uma masculinidade.

JH: Não necessariamente, mas vivemos um mundo com géneros binários, somos todos uma combinação estranha das nossas identificações, da nossa socialização e das nossas propriedades físicas, mas eu não faria uma afirmação universal a dizer que somos isto ou somos aquilo.


AC: Qual é o papel da arte em todo este repensar o “failure” e o “non-believing”?

JH: Não sei… eu volto-me sempre para a arte queer porque tenho a noção de que os artistas queer na sua maioria não são pagos para fazer o que fazem, mas que o fazem de qualquer forma, enquanto a maioria de nós é paga pelo seu trabalho. A arte é um tipo de categoria de pessoas que fazem coisas porque sentem que devem e porque querem, por oposição a fazer porque sabem que vão receber algum tipo de recompensa ou adiantamento em dinheiro. Sinto que há algo na arte que é imprevisível e surpreendente. Consegue fazer-te ver as coisas de um modo diferente, e nesse momento algo muda.

 

 

Nota: optou-se por manter, na tradução para português, os termos “failure”, “failing”, “non-believer” e “non-believing”, com a intenção de não retirar força às expressões originais, em inglês.

 

 

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Jack Halberstam is an English and Gender Studies professor at the University of Southern California, in the United States of America. Popular, visual and queer cultures are among the subjects he dedicates to. Jack was in Lisbon for the conference “No Church in the Wild: notes on anarchy”, where he focused on topics like anarchy, popular culture and queer art, making some points on the notions of “failure” and “non-believing”. The first about the act of “failing” in what the normative society expects of us: a solid heterossexual wedding and a successful career with a good income. The second rejecting the beliefs that the society extends to us and that solidly supports capitalism. Author of books as “The Drag King Book”, “The Queer Art of Failure” and “Gaga Feminism”, Jack had a short conversation with Artecapital, where he explained some of his ideas.

 

By Natália Vilarinho

 

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AC: “Failure” comes as a critique to the capitalism and heteronormativity, it happens when you reject the idea of having a successful marriage and career. What does this gesture of “failing” bring to queer politics? Is it a starting point?

JH: I think it’s a new way of framing the goal of queer politics, so instead of the goal being success as it’s measured already in normative society, it’s arguing that in our failures we’re already articulating a different kind of politics altogether. To in our failure to conform to social standards is an interesting critique already embedded in there, there’s a set of ideas embedded in there that we shouldn’t reject as we rush off to success.


AC: You’ve stated that we need to practice the “non-believing”, ask for knowledge in other places rather than religion and school, and withdraw the credibility in the system. If we could trace a path towards anarchy, would it begin by the experience of “failure” or by practicing “non-believing”? Are they related in some way?

JH: Yes, they are in a way, I mean “non-believing” is a sort of way of rejecting and ideological given, do you know, when people say “you have to get married” and you say “I don’t believe that”, you’re proposing that your faith in alternatives is as strong as their faith in the conventional. So, Simon Critchley has actually written a whole book on this practicing “non-believing” and one of the things that I think you could say about this category or the practice of “non-believing” is that we have to be as disciplined and as passionate about “non-believing” as believers are about “believing”. So if I am just as passionate about my atheism as somebody else is about their religion, now we actually meet on equal terms.

But “non-believing” can actually have a real impact on the market, because a lot of the way in which the markets go up and down is because of what they call “consumer confidence”, right? So if people believe in the economy, the economy is often good, the minute the people stop believing in the economy they stop buying, they put their money away, they put the wallet away, the economy dives, so “non-believing” can have a real material impact.


AC: Occupying everything is an answer to a solidarity across identities. Do you think there’s some kind of union between these movements that stand marginalized by the society?

JH: Yes, I think the occupying movement was great because it looked for those connections in order to create solidarities rather than just clumping again into identitarian groups. I do see a tendency in younger people to now recreate this identity groups and even if they give them new names like “gender queer” or whatever, there’s a sort of reinvestment in identity politics that I want to push back against, because I don’t think that’s super generative right now to just be organized as queer people. I think it has to be queer people who see that they have things in common with people who are engaging anti-colonial projects, because if it’s just when you get identity politics you’re in the path to a kind of a simulationist successful ending.


AC: So we have to leave the small boxes we’re in: “queer”, “lesbian”…?

JH: Yeah, we have to leave them. I didn’t always believe that, I mean I’ve really really invested in identity politics in the past, but now I really feel that this moment, that slogan about the 1% and the 99% (“We are the 99%”, the Occupy Movement slogan), that’s the kind of slogan that’s saying “there are a lot of us and a very few of you, surely something can be done there”. And it’s a statement of looking if we could only find the things that bind us as a very large majority, then something can happen here, but identity politics are also a neo-liberal strategy for making sure that people’s interest and goals remain divided.


AC: In “The Drag King Book”, there’s a statement that caught my attention: “read and look, participate and learn, desire and produce. Examine your own gender, make no assumptions, assign no biological sexes”. Can this be a part of the message of anarchy?

JH: Yeah, it’s just a kind of cheeky attempt to be provocative and create a manifesto like a set of statements and… I was trying to do something different in that book, I still don’t know if it worked, I was trying not to just write an academic book, trying to write in a way that people would find engaging, whether or not they were academics, but I think in the process I’ve kind of missed something, I’m not sure…


AC: There’s a point in your book that you say there’s a difference between imitating and transforming masculinity. Can you explain that?

JH: Well, if I’m imitating masculinity, then I believe that masculinity is the property of this guy, of a man, and I’m imitating him, but if I believe that masculinity is already in me, then it’s my masculinity, it’s not like “I like the way he looks, I’m also gonna do that”. That was the whole point of Butler’s “Gender Trouble”, who’s said: “there’s no original, the guy is copying masculinity, as much as you are”, and in fact you at least know that your masculinity within the standards of the culture you’re living is not seen as original, the guy doesn’t. The biological male believes his masculinity is real and true, and so the queer masculinity is actually a more textured masculinity for knowing that is not authentic.


AC: So we don’t have all a masculinity within us…

JH: Not necessarily, but we live in a world with binary genders, so we’re all some weird combination of our identifications and our socialization and physics, but I wouldn’t make an universal statement that everyone is this or everyone is that.


AC: What’s the role of art in all this rethinking of “failure” and “non-believing”?

JH: I don’t know, I always go to queer art because you know, I’m very aware of the fact that queer artists mostly don’t get paid for doing what they do but they do it anyway and most of us do things and get paid for doing it. Art is a sort of category of people who do things because they feel they must and they want to, as opposed to because it’s going to return to them some kind of reward, and some monetary advancement. So I do still feel that there’s something about art that is unpredictable and surprising. It can still make you see things just differently enough, that something shifts.