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O ESTADO DA ARTE


"Savage Beauty". Fotografia: cnn


"Savage Beauty". Fotografia: Vogue


"Savage Beauty". Fotografia: Forbes


Jean Paul Gaultier, Ensemble (2001). Fotografia: Metropolitan Museum of Art.


In the Mood for Love (2001), still.


Vista da exposição "Matisse Cut Outs", Tate Modern. Fotografia: The Guardian

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AMAH-ROSE ABRAMS

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"Savage Beauty", a exposição do já falecido estilista britânico Lee Alexander McQueen, atingiu um número recorde de visitantes e elogios da crítica em ambos os lados do Atlântico, atraindo 1.154.552 visitantes no MET e V&A, combinados.

Da mesma forma, a exposição "China: Through the Looking Glass" no MET atraiu um número recorde de visitantes e foi prorrogada devido à demanda popular. Mais de 500.000 visitantes acorreram à exposição que inclui o trabalho incrivelmente intrincado e teatral do costureiro contemporâneo chinês, Guo Pei, ao lado do trabalho influenciado pela estética chinesa de Dior, Jean Paul Gaultier, e McQueen.

Outra recente exposição de sucesso memorável é "Matisse Cut-Outs", acolhida em primeiro lugar na Tate Modern, em Londres, em em seguida, no MoMA, em Nova Iorque, em 2014, provando ser a exposição mais popular da Tate, tendo sido amada igualmente pela crítica e pelo público.

No entanto, em termos de números de visitantes e atenção dos media parece que no que se relaciona a exposições blockbuster, a moda parece captar a imaginação do público significativamente mais do que a arte. Mas porquê? Afinal de contas, muitos designers de renome alegam que a moda não é arte.

"Moda para mim é um esforço criativo, mas não é arte", disse Tom Ford uma vez, e Miuccia Prada foi citada na exposição "Miuccia Prada e Elsa Schiaparelli: Impossible Conversations" de 2012 do Metropolitan Museum, como argumentando: "Eu sempre disse que, para mim, a moda não é arte ".

Levando as coisas um passo à frente, Karl Lagerfeld disse ao jornal Telegraph, em 2012: "Eu sou contra museus e exposições no mundo da moda. Uma mulher disse-me ‘No meu mundo, o mundo da arte'- então eu disse: 'Oh, você já não faz vestidos?' Embora o designer multi-tasking já tenha claramente mudado de ideias uma vez que uma exposição dedicada ao seu trabalho abriu em Bona, Alemanha, em março.

O que é que isso diz sobre a nossa relação com a moda, se estamos aparentemente fascinados por vê-la apresentada em museus?
Três das principais curadoras por trás de algumas dessas exposições deram as suas perspectivas.

 

 

Claire Wilcox, curadora sénior de moda no V&A e curadora de "Savage Beauty"

 

 

Claire Wilcox há muito que tem criado ondas nas exposições de moda em contexto museológico. Depois de ingressar no V&A, iniciou o evento Fashion in Motion, que viu desfiles ocorrerem nos espaços deslumbrantes do museu, com uma apresentação inaugural da coleção de Alexander McQueen, em 1999. E em 2001, foi curadora da exposição "Radical Fashion".

Este foi contra o cenário de rápidas mudanças sociais e tecnológicas.
"Tanto o Fashion in Motion e a ‘Radical Fashion ' foram inspirados por essas mudanças, e, no caso de Fashion in Motion, o desejo de se libertar dos métodos tradicionais de exibição de Museu, usando o museu como localização ao invés de vitrine", disse ela numa entrevista ao artnet.

Wilcox acha que a moda tem uma acessibilidade que pode estar a faltar no mundo da arte, mesmo quando se trata de grandes instituições e exposições de grande escala.

"A moda é um espelho do nosso tempo, e por isso é interessante de estudar, coleccionar e exibir", acrescentou. "Roupas da moda, seja histórica ou contemporânea, ligam as esferas da confecção, comércio, consumo e gosto e, portanto, podem servir como uma espécie de barómetro cultural. "

No entanto, "Savage Beauty" era original no facto de que muitas das pessoas que trabalharam em desfiles de McQueen ajudaram a montar a exposição.

"O que fez a exposição tão impactante foi o facto de que trabalhámos tão estreitamente com muitos dos amigos e colaboradores mais próximos de McQueen", enfatizou Wilcox.

 

Flavia Frigeri, curadora de arte internacional na Tate, co-curadora de "Matisse Cut-Outs" na Tate Modern.

 

 

"Matisse Cut-Outs" era a maior exposição em termos de vendas da Tate Modern. Muitos espectadores acharam-na uma experiência transformadora com muitos relatos de pessoas a sentirem-se relaxadas e elevadas pelo trabalho.

Ao trabalhar com uma área seleccionada da obra de um artista que tem um corpo de trabalho tão grande e valioso, um dos principais desafios pode ser conseguir as obras necessárias para a exposição.

 

Dr. Valerie Steele é historiadora de moda, curadora e diretora do museum do Fashion Institute of Technology, em Nova Ioque.

 

 


No fundo, por mais que gostemos de olhar para a arte, toda a gente se veste de manhã.

"Eu acho que a razão básica por que o público realmente ama exposições de moda é que elas são muito mais fáceis do que uma exposição de arte. Todos se sentem capazes de ter uma opinião sobre moda. "

No entanto, o consenso sobre "Savage Beauty" é que embora tenha levado a exposição de moda a um outro nível, os factores que levam ao seu sucesso seriam difíceis de repetir.

"... As exposições do McQueen, tanto em Nova Iorque como em Londres, são um género excepcional, vai muito além de uma exposição de moda normal, ou até mesmo de uma exposição de moda blockbuster. Ele sempre foi tão emocional, tão visceral e captou-se muito desse sentimento na exposição".

Mas, enquanto se poderia fazer a suposição de que, na esteira do sucesso da exposição McQueen, que a mise-en-scène atmosférica da exposição poderia influenciar futuras exposições, Steele duvida que isso venha a vingar no mundo da arte.

"Eu acho que haverá, sem dúvida, tentativas para adicionar drama e teatro às exposições de arte, mas também se irá encontrar muito mais restrições do que em exposições de moda. Historicamente, em exposições de moda, muita liberdade foi dado ao curador, ou ao designer quando ele ou ela ainda vive, para criá-la. Acho que a maioria dos artistas pensaria ‘Porque é que está a tentar fazer algo emocionante em torno do trabalho, porque não concentrar-se no trabalho?’ "

"As pessoas identificam-se realmente com a moda, podem vir com uma série de conhecimentos, como um estudante de moda ou um designer, ou podem entrar sem nenhum conhecimento, e todos eles podem, nalgum nível, identificar-se com a ideia de usar roupas. Podem pensar: ‘Eu adoraria usar isso’, ou ‘Eu nunca usaria aquilo’ ".
Parece que o consenso é de que a moda tem o voto popular. Pelo menos por enquanto.

[versão portuguesa do original inglês publicado na artnet, a 14 de Agosto, 2015]

 

 

Amah-Rose Abrams