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ENTREVISTA



FERNANDO MARQUES PENTEADO


Fernando Marques Penteado explica-nos o processo de composição da sua última exposição apresentada na Culturgest entre Julho e Setembro de 2025. Partindo da ideia da figura do "Cafona", Fernando desenvolveu as diferentes potencialidades à volta da ideia de uma figura que habita o mundo no seu quotidiano, atravessando-o com uma determinação que, para Fernando, constitui uma fascinante forma de estar e habitar o mundo remetendo-nos para um espaço-tempo que apesar de familiar, nos parece distante. Ao longo de sete salas, Fernando compõe narrativas tão cândidas quanto atrevidas, cenários liminares que apresentam uma distância para com os dias de hoje sem a falta de um entendimento contemporâneo de olhar para as coisas de uma forma bela através da banalidade.
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O ESTADO DA ARTE



FILIPA BOSSUET


CORPS ET ÂMES: CORPOS, TERRITÓRIOS E ECOS DO TEMPO
A arte traça uma conversa contínua sem início e fim à vista. No ciclo infinito do centro cupular da Bourse de Commerce – Pinault Collection, essa conversa ecoa. Indicia-se já nas placas de entrada, que anunciam a multiplicidade de possibilidades de movimentação do corpo, em visita à reflexão sobre a exposição Corps et âmes. A curadoria é de Emma Lavigne, Diretora e Curadora Geral da Coleção Pinault, que colaborou para a playlist de músicas, curadas por Vincent Bessières, que é possível ouvir perto desses corpos dançantes. Está escurecido que é uma exposição com a presença dos países que investem na arte. Não contempla artistas que não atingiram ainda grandes proporções no mercado artístico, visto tratar-se de uma curadoria comercial como a arte sempre foi – principalmente nestes contextos – mas também sensível como sempre tem de ser, até para sobreviver, apesar dos apesares.
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PERSPETIVA ATUAL

CLÃUDIA HANDEM


É URGENTE O FULGOR. A PARTIR DA BACM25
Fulgor, o tema eleito para a Bienal de Arte Contemporânea da Maia de 2025 (BACM25). Palavra curta, mas com um espectro semântico suficientemente amplo (e desassombradamente simples) para ser alavanca de uma reflexão sobre o nosso tempo, curada por Manuel Santos Maia. O fulgor começa por ser resgatado das ideias contidas na obra de Maria Gabriela Llansol (1931-2008). Definido por um brilho intenso e instantâneo, o fulgor é metáfora de momentos de revelação e percepção ampliadas, de carácter transformador. É evidente que a sua natureza se identifica com a da criação e experiência artísticas (não necessariamente epifânicas. Queremo-lo prolongado).
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OPINIÃO

INÊS FERREIRA-NORMAN


LINDO E O OUTRO: IDENTIDADE CINEMATOGRÃFICA PORTUGUESA
Para pessoas como o Lindo (Manuel da Graça) de São Tomé e Príncipe, o mergulho acabou por se tornar a sua vida. Curioso, Margarida Gramaxo, realizadora portuguesa do filme ‘Lindo’, também praticou mergulho. O Lindo e a Margarida Gramaxo são as forças motrizes do documentário ‘Lindo’, pensado, sentido e filmado entre 2016 e 2022 em São Tomé e Príncipe, e realizado em 2022/23. Vemos a paisagem verdejante, rochosa, vibrante das cores e sons de guarda-rios-do-príncipe, de cães, de macacos, sons de infância e brincadeiras inocentes, e o lema da ilha ‘leve leve’ – que significa calma e tranquilidade – rapidamente se instaura quando começamos a ver a primeira longa metragem desta realizadora. ‘Lindo’ prima pela distinção e amálgama entre paisagens terrestres, subaquáticas e sociais.
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ARQUITETURA E DESIGN

JOÃO ALMEIDA E SILVA


LUÃS CRISTINO DA SILVA, UM PERCURSO ATÉ NOVA OEIRAS
Poucos arquitectos portugueses do século XX traduzem, com tanta clareza, as tensões entre modernidade, tradição e poder como Luís Cristino da Silva (1896-1976). Visionário, controverso e inovador, a sua obra atravessa as diversas fases do regime político de então, a Ditadura/Estado Novo (1926-1974), dialogando com estilos e linguagens arquitectónicas distintas e deixando um legado que permanece relevante para os debates contemporâneos sobre cidade, espaço público e habitação. A actual exposição do Círculo da Arquitectura, em Oeiras, está montada numa antiga sala de espectáculos e expõe as três principais fases da sua carreira.
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ARTES PERFORMATIVAS

VICTOR PINTO DA FONSECA


PARTE IV/5: MAIS UMA VEZ, REPENSAR A ARTE
Pode à primeira vista parecer estranho associar o método científico e as artes, mas, entrever um sistema de pensamento que inclua uma visão fundamental sobre a natureza, para transformar a compreensão e a apreciação da arte, poderá estar em função das regras da lógica matemática — por que outro fio condutor é que devemos então pensar o essencial da criação, a natureza da arte, se não por um fio condutor da matemática? Há algo + nisto: é a gramática de todo o funcionamento da arte que devemos aceitar mudar de questões materiais e formais para ser estudada como um ser-complexo matemático. A arte precisa da matemática lá “onde as perplexidades são maioresâ€, pensei. Assim, qualquer clareado da natureza da arte tem de começar por caminhos nunca antes percorridos, extremamente diferentes.
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PREVIEW

Festival Materiais Diversos | 3 a 12 Out, Minde & Alcanena


Ao longo de dez dias, o festival vai apresentar 30 propostas, entre elas seis estreias nacionais. Um programa repleto de propostas de dança, performance, música, conversas, caminhadas, atividades para famílias e formação.
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EXPOSIÇÕES ATUAIS

RUI CHAFES

ACREDITO EM TUDO


Galeria Filomena Soares, Lisboa

Nestas peças revestidas a negro, Chafes intensifica um processo de crescente desmaterialização volumétrica da escultura, retirando-lhe a carga densa, opaca, severa da gravidade inexorável do ferro, implicando nela uma certa estruturação em desequilíbrio que ressalta condições impressionantes de movimentação e oscilação impressas pela hábil modulação dos elementos tremulantes ancorados ao longo de um eixo vertical. Há de certo modo uma ambivalência entre os registos de densidade e leveza na construção desta série de 23 peças, coexistindo com uma irrefutável presença antropomórfica conferida pelas escalas e respectivos posicionamentos das peças em exposição.
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MIRIAM CAHN

O QUE NOS OLHA


MAAT, Lisboa
De maneira geral, Cahn pinta sobre temas contemporâneos e, ao mesmo tempo, longevos: a violência, a guerra, o estupro, a humilhação, a decadência e o horror. Inscreve, ainda, os estados de espírito que acompanham a tragédia humana: medo, pavor, desespero, pânico, sadismo. Na quase totalidade das obras, o corpo aparece como medium central e privilegiado da sua exposição, seja como recetáculo, como perpetuador ou como enigma sensível dos fenómenos da violência. Os estados de espírito macabros que acompanham os quadros figurativos apresentam-nos desde situações violentas até quadros de retratos - de rostos ou corpos.
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MARIANA CALÓ E FRANCISCO QUEIMADELA, COM MATTIA DENISSE E VON CALHAU!

CARMA INVERTIDO


Convento dos Capuchos, Almada
O Carma é ao mesmo tempo físico e espiritual. Diz respeito àquilo que é feito e às suas consequências. Como um princípio para nós hoje básico da física, qual seja, a ação e reação, o carma precisa, para realizar-se, do trabalho mais fundamental do tempo e nos mostra que dele é impossível fugir. É no Convento dos Capuchos, em Almada, que o Carma Invertido está instalado. Edificado em 1558 e pertencente à Ordem Franciscana, o convento é caracterizado pela elevada simplicidade nos traços e pela inserção orgânica com o território.
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MARYAM TAFAKORY

WHICH PAIN DOES FILM CURE?


Solar - Galeria de Arte Cinemática, Vila do Conde
Tafakory é uma artista visual que faz colagens textuais e cinematográficas reunindo poesia e material de arquivo. Trabalha políticas da memória e de resistência através de filmes-ensaio experimentais onde tece imagens anacronicamente, para falar daquilo que não pode ser mostrado, num Irão profundamente reprimido e censurado pelo estado. Fala daquilo que não se vê, do proibido e do oculto, revelando deliciosamente o seu desejo inerente.
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JEFF WALL

TIME STANDS STILL. FOTOGRAFIAS, 1980–2023


MAAT, Lisboa
Jeff Wall (Vancouver, 1946) é um dos nomes mais importantes da fotografia e das artes visuais contemporâneas. Um dos aspectos mais impressionantes do seu trabalho é a dicotomia que o artista define entre o real e o realisticamente representado. Wall constrói cenas meticulosamente encenadas, recorrendo a actores, cenários e um trabalho exaustivo de preparação “cénicaâ€. Para o espectador é difícil a abstração de uma e outra ‘realidades’, dado que Wall nos dificulta essa percepção pela rigorosa composição que ele gosta de apelidar de cinematografia.
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ALBUQUERQUE MENDES

NÃO CONFUNDIR UM TIJOLO COM UMA OBRA DE ARTE


Galeria Municipal de Matosinhos, Matosinhos
No corpus de obra de Albuquerque Mendes cabem os exercícios mais informais de colagens sequenciais de temas populares ou lascivos, se não mesmo pornográficos, cujas saliências adicionadas num todo, resultam em paradigmas inexactos de tradições especulativas de colocar em evidência a saturação nefasta dos media; os elementos retratísticos mais improváveis, cujo pressentido eco desdobra a sua formação em inquietantes resquícios assimiláveis à tradição histórica das belas-artes ou simplesmente em inverosímeis (porque demasiado fantásticas) planificações anatómicas de rostos invertidos ou de corpos solucionados em composições afastadas de uma realidade final.
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JULIAN OPIE

JULIAN OPIE


Galeria Duarte Sequeira, Braga
O movimento, a figura do corredor de fundo (sprinter), o retrato digital e a componente LED (Díodo Emissor de Luz) são os elementos chave que percorrem a exposição do artista britânico Julian Opie (Londres, 1958) patente na Galeria Duarte Sequeira em Tibães que procura com eficácia recriar o efeito tecno-minimalista de uma nova expressão estética da representação. O movimento funciona neste caso como a síntese do gesto e da presença através de uma animação pop e minimalista que sugere a acção e o tempo de um modo bastante simplificado.
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