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ENTREVISTA



RÄ DI MARTINO


Trabalhando figuras e contrafiguras do cinema, Rä de Martino (Roma, 1975) traça laços de singular tensão entre o passado e o presente, entre a memória colectiva e subjectiva, a história e a experiência do cinema. O real e o imaginado fundem-se para dar vida a ambientes cinematográficos desconcertantes, subtilmente em equilíbrio entre o falso e o real, a cópia e o seu referente. Os movimentos entre a sala cinematográfica e a sala de exposição, praticados num já longo e significativo percurso de exposições e festivais internacionais, acompanham a ecléctica prática da artista, cujo fio condutor caminha obstinadamente em torno do cinema e dos media.
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O ESTADO DA ARTE



MARC LENOT


SOBRE A FOTOGRAFIA: POIVERT E SMITH
O livro Contre-culture dans la photographie contemporaine de Michel Poivert é bem vindo porque vem aclarar uma corrente fotográfica que, se já existia anteriormente, só foi trazida à luz há uma dúzia de anos, graças a festivais, feiras, exposições e livros, para citar apenas alguns. O livro de Olga Smith, Contemporary Photography in France. Between Theory and Practice é destinado a um público anglófono para compensar o fraco número de livros em inglês sobre este assunto. Ao contrário de um livro traduzido, este é um ponto de vista original, de uma estrangeira que conhece bem a França e que oferece uma perspectiva um pouco diferente, mais ampla e menos enraizada, algo distanciada em relação ao “génio francês”.
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PERSPETIVA ATUAL

JOÃO BORGES DA CUNHA


GEÓMETRA “PER LAVORO
Em Luigi Ghirri, cada fotografia inaugura o seu próprio género, sem que isto seja necessariamente virtuoso. Poderá daqui alimentar-se a ideia inopinada de uma tanta impaciência do olhar, de uma leveza de critério, ou de um diletantismo, o que é rematadamente enviesado e injusto. Ghirri ficciona. O certo é que o autor, ele mesmo, reconhece em textos ensaísticos que produziu a incapacidade de encontrar um termo, um fim, um limite para o que se lhe era dado fotografar.
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OPINIÃO

CATARINA REAL


ANGUESÂNGUE, DE DANIEL LIMA
Diz-se neurótico do indivíduo perturbado por disfunções afectivas e emocionais, como angústias, fobias e obsessões. Obsessões essas de que está consciente, mas que é incapaz de controlar. Assim começo a pensar o livro Anguesângue, de Daniel Lima, com a consulta da entrada “neurótico” na Infopédia. Vou alternando e comparando com a mesma entrada no Priberam. Sistema nervoso afectado, que padece de neurose. A remissão do neurótico à neurose, num caminho que finda em sinónimos. Nevrose. Aquele que tem o sistema nervoso afectadinho. Estas consultas servem-me para confirmar que a percepção foi certeira: é uma espiral.
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ARQUITETURA E DESIGN

MADALENA FOLGADO


ESCUTAR, UMA VEZ MAIS, GRÂNDOLA — OPERAÇÃO SAAL DE VALE PEREIRO
Ao sair da Estação no sentido da Avenida, limite de um dos núcleos do Bairro SAAL, deparo-me com um enorme estaleiro de obras. Olho para o céu, não tanto por contemplação, como quem procura um auspício, a saber, por observação do movimento dos pássaros, como nos rituais inaugurais da Grécia e Roma antigas; antes, por instinto primário de sobrevivência. Embora num dia de muito calor, o céu está encoberto, particularmente tenso. Uma cegonha atravessa-o naquele instante. De imediato, ainda no Largo da Estação, deparo-me com a Pensão Fim do Mundo. Lembro-me de Mark Fisher e da ‘sua’ questão, a propósito do Realismo Capitalista: É mais fácil imaginar o fim do mundo que o fim do capitalismo? — Diante da impossibilidade de imaginar alto, parece-me auspicioso que o Fim do Mundo esteja em obras. 
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ARTES PERFORMATIVAS

EUNICE TUDELA DE AZEVEDO E PEDRO CARRACA


FEIOS, PORCOS E MAUS: UMA CONVERSA SOBRE A FAMÍLIA
Fomos ao Teatro da Politécnica falar com Pedro Carraca, o encenador de A Omissão da Família Coleman, que nos falou sobre a família, no geral, e sobre os Coleman em particular, mas também sobre a construção do espectáculo no contexto de um seminário e as expectativas da companhia em relação a um teatro que possam reclamar como seu e onde possam trabalhar com a estabilidade que merecem. Falou-se, ainda, sobre os desafios que se avizinham, e para os quais, assegurou-nos, se sentem completamente preparados.
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PREVIEW

35ª edição Festivais Gil Vicente | 1 a 10 Jun, CCVF e CIAJG, Guimarães


Entre o Centro Cultural Vila Flor e o Centro Internacional das Artes José de Guimarães, são várias as estreias absolutas e as coproduções que vamos poder descobrir nesta edição dos Festivais Gil Vicente, que demonstram a vitalidade e a dinâmica da nova criação artística em Portugal.
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EXPOSIÇÕES ATUAIS

ALLORA & CALZADILLA

ENTELECHY


Museu de Serralves - Museu de Arte Contemporânea, Porto

Os artistas vivem em San Juan, Porto Rico, onde colaboram, desde 1995, numa prática experimental e multidisciplinar sustentada no cruzamento entre escultura, som, vídeo, fotografia e performance. É a partir daí que intersetam e abordam criticamente a simbiose entre história, geopolítica, sobretudo relativa ao pós-colonialismo, ecologia e cultura.
LER MAIS CONSTANÇA BABO

XANA

A PASSAGEM


Galeria TREM, Faro
A Passagem é um título ambíguo que nos faz perguntar: passagem para onde? Cada um dos desenhos, agrupados por recorrências formais, ou organizados como núcleos sintáticos, fazem-nos entrever uma passagem para além da planura do papel. Um arco, um portal, um buraco na rede de linhas entrelaçadas, um espaço fora.
LER MAIS MIRIAN TAVARES

JOSÉ PEDRO CROFT

ET SIC IN INFINITUM


Museu Arpad Szenes - Vieira da Silva, Lisboa
Em Et sic in infinitum, de José Pedro Croft, o artista visita a possibilidade de questionar a obra do físico e matemático inglês Robert Fludd, autor do século XVII, através da apropriação da citação inscrita em cada lado do desenho do “quadrado” negro, cuja forma se apresenta ligeiramente distorcida e irregular, revelando-se, desta forma, como um enigma – “Et sic in infinitum (E assim até ao infinito)”. Esta imagem de Fludd simboliza o infinito, sendo vista, por isso, como a matéria-prima, a matéria-negra, o vazio, o início de toda a criação.
LER MAIS JOANA CONSIGLIERI

PEDRO VALDEZ CARDOSO

PAGAN DAYS


NO NO, Lisboa
Em Pagan Days, de Pedro Valdez Cardoso, o espectador mergulha numa encruzilhada do mundo alternativo contemporâneo, o paganismo. Percepcionamos uma outra visão antropológica, em que o artista questiona o ser na contemporaneidade. O ser, o não-ser, o humano e o não-humano, sociedade e natureza, cultura e ecologia, deambulamos pelo passado, mas, interrogamos sobre o presente.
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ERNEST COLE

HOUSE OF BONDAGE


Foam Photography Museum, Amesterdão
Nascido Ernest Levi Tsoloane Kole em 1940 perto de Pretória, conseguiu alterar o seu nome para Ernest Cole, nome com conotações mais inglesas e menos bantus, e fazer-se classificar mestiço (“coloured”) em vez de "Negro". À força de tenacidade, e graças a mentores (três jornalistas estrangeiros brancos), tornou-se fotojornalista independente, e as suas fotografias menos virulentas foram publicadas em alguns jornais sul-africanos progressistas. Em 1967, nos Estados Unidos da América, publicou House of Bondage, uma recolha das suas fotografias sobre o apartheid, recentemente reeditada.
LER MAIS MARC LENOT

JOÃO JACINTO

BAIXO ELÉTRICO


Galeria 111, Lisboa
Os movimentos da mão, realizados pelo artista, sobre a superfície húmida (e branca) do papel, descrevem lastros e pontículos, pulsações que respeitam o tempo na cadência dos intervalos, dos silêncios entre esses mesmos vestígios. Pontuações crepusculares esboroadas convertem-me, e conduzem a uma ideia do desenho, ou de pintura, assente no indizível, no que só pode ser descrito através da matéria, da propriedade perecível e plástica dos materiais.
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TIAGO MADALENO

SALA DE FUMO


Museu Guerra Junqueiro, Porto
Tiago Madaleno formula os seus próprios jogos visuais concertados em palavra-imagem e texto-imagem. Tal porque nem sempre seguem o convencionalismo retilíneo que proporcione ao observador/leitor um exercício de leitura tangível. E, neste seguimento, importa focar a organização da palavra e do texto, na forma como potenciam experiências visuais e espaciais que criam desafios entre forma e conteúdo, grafia e sonoridade.
LER MAIS SANDRA SILVA