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ENTREVISTA


Ana Rito


ADD AND REMOVE, Laboratório de Investigação Directa, Curso de Doutoramento em Arte Contemporùnea, Colégio das Artes de Coimbra, 2022 © Vitor Garcia


SHE IS A FEMME FATALE — artistas mulheres na Colecção Berardo, 2009. Museu Colecção Berardo. Curadoria de Ana Rito e Hugo Barata © Daniel Miranda


CONSTELAÇÕES I: uma coreografia de gestos mĂ­nimos, 2019. Museu Colecção Berardo. Curadoria de Ana Rito e Hugo Barata © David Rato


CONSTELAÇÕES II: uma coreografia de gestos mĂ­nimos, 2019. Museu Colecção Berardo. Curadoria de Ana Rito e Hugo Barata © David Rato


CONSTELAÇÕES III: uma coreografia de gestos mĂ­nimos, 2019. Museu Colecção Berardo. Curadoria de Ana Rito e Hugo Barata © David Rato


ADD AND REMOVE, Laboratório de Investigação Directa, Curso de Doutoramento em Arte Contemporùnea, Colégio das Artes de Coimbra, 2022 © Vitor Garcia


Geo.lógica, 2022, Marcelo Moscheta. Bienal de Fotografia de Vila Franca de Xira. Exposição DIANTE-DENTRO, Museu Municipal. Curadoria Ana Rito


Speck of dust, 2022, Noé Sendas. Bienal de Fotografia de Vila Franca de Xira. Exposição DIANTE-DENTRO, Museu Municipal. Curadoria Ana Rito


Waterfront, 2022, Batia Suter. Bienal de Fotografia de Vila Franca de Xira. Exposição NÃO OLHAMOS DUAS VEZES A MESMA IMAGEM, Biblioteca Fåbrica das Palavras. Curadoria Ana Rito


Sem título, 2017, Paulo Lisboa. Bienal de Fotografia de Vila Franca de Xira. Exposição DIANTE-DENTRO, Museu Municipal. Curadoria Ana Rito

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ANA RITO


15/01/2023 

 

Ana Rito é uma artista visual, curadora, investigadora e docente, que há duas décadas nos convida a entrar em jogos constelares, sob a forma de performances, laboratórios, exposições, ciclos de filmes, conferências e aulas. Convoca-nos a pensar o “gesto curatorial [e não apenas curadoria] como algo que ocorre num lugar em devir” e que portanto é potenciado pelo encontro. Neste sentido, as suas práticas artística, curatorial, de investigação e docência, são, como nos revela em entrevista, indissociáveis. Encontramo-la no decorrer da Bienal de Fotografia de Vila Franca de Xira de 2022, cuja curadoria lhe fora atribuída, assim como a edição seguinte, em 2024. E, que pode ser visitada até dia 26 de Fevereiro, com lugar no Museu Municipal de Vila Franca de Xira e Biblioteca Fábrica das Palavras, pelo que nos deixa desde já o convite para uma visita por si guiada, no próximo Sábado, 21 de Janeiro, às 15h00. 

 
Por Filipa Almeida e Madalena Folgado, Artecapital

 

 

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AC: O que é uma constelação? Como responderias a uma criança, que visitasse uma das exposições recentes com tua curadoria? 

AR: Em primeiro lugar, penso que seria essa mesma criança a dizer-me o que é uma constelação e de uma forma que, com toda a certeza, ampliaria o meu entendimento sobre o tema. Talvez dissesse que a constelação é um desenho. Daqueles que se estão constantemente a fazer e a apagar. Para fazer de novo. Uma e outra vez. Sem recear o torto, o 'mal-feito' ou o rasgão da folha. Como nos diz Eugen Gomringer em From line to Constellation, de 1954:

 

A constelação é o tipo de configuração mais simples possível na poesia que tem como unidade básica a palavra; envolve um grupo de palavras como se estivesse desenhando estrelas para formar um aglomerado. A constelação é um arranjo e, ao mesmo tempo, uma área de jogo de dimensões fixas. A constelação é ordenada pelo poeta. Ele determina a área de jogo, o campo ou força e sugere as suas possibilidades. O leitor, o novo leitor, capta a ideia do jogo e junta-se a ele. Na constelação algo é trazido ao mundo. É uma realidade em si e não um poema sobre uma coisa ou outra. A constelação é um convite.

 

Ora, a constelação é um convite a desenharmos juntos, um convite ao encontro, ao vínculo, à ligação, à inclusão, à pluralidade, à polifonia. A curadoria que emprega o modelo constelar tem como foco a criação de zonas de contacto, a implementação de estruturas transsemânticas e transdiscursivas de conexão e descolonização, numa dinâmica espaciotemporal que se sabe efémera e que nisso se se determina — no fluxo constante das coisas. Sim, a constelação é um desenho. Um desenho que não tem medo de estar incorrecto ou dobrado nos cantos da página.

 

AC: Walter Benjamin, Aby Warburg, Georges Didi-Huberman, Giorgio Agamben…são alguns dos mais famosos pensadores constelares e/ou que abordam o tema do anacronismo enquanto a própria contemporaneidade…Como é que te ‘aconteceram' no teu percurso enquanto artista, curadora, e/ou investigadora?

AR: Desde os anos 2000 que tenho vindo a realizar projectos que cruzam a prática artística e curatorial, não havendo grande separação entre uma e outra. Pelo menos as suas fronteiras, a haver, são porosas. E estimulantes nessa mesma porosidade. Desde esse início os autores que referes, entre outros, como Claire Bishop, Boris Groys, Beatrice Von Bismarck, Paul O´Neill, Jean-Paul Martinon, ou a Maria Lind, têm ampliado a minha investigação em torno da prática curatorial, a dinâmica constelar e a abordagem anacrónica (nesse contexto). Esse “acontecimento” no meu percurso manifesta-se mais especificamente em três momentos, parece-me. Em 2009 com a exposição SHE IS A FEMME FATALE – artistas mulheres na Coleção Berardo; em 2011 com a exposição OBSERVADORES: Revelações, Trânsitos e Distâncias e com o projecto CONSTELAÇÕES: uma coreografia de gestos mínimos. Na sequência destes projectos, e de vinte e três anos de trabalho em dupla, eu e o Hugo Barata fundámos no ano passado o CURATORIAL STUDIO FOR RESEARCH IN MUSEUMS onde estabelecemos uma plataforma móvel de investigação, uma espécie de Atlas em movimento que exercita todos os conceitos e “lugares” referidos.

 

AC: O Mnemosyne Atlas do historiador de arte e cultura Aby Warburg é, e sem qualquer intenção sua pois não imaginaria que os seus painéis pudessem ser expostos em museus, parafraseando o historiador de arte e curador Werner Hofmann, como que um olhar para a oficina de um fazedor de exposições. Fala-nos um pouco do modo singular como vez a prática curatorial, pelo que percebemos, em aberto, no âmbito do exercício de docência no Mestrado em Estudos Curatorais e Doutoramento em Arte Contemporânea. 

AR: Como já tive oportunidade de dizer e escrever noutras ocasiões, uma prática da curadoria que privilegia o processo constelar, que se desdobra em acções que não enquadram apenas o objecto exposto e que procura formas abertas de produção, aproxima-se da prática da investigação, tornando-se investigação em si mesma. Esta mesma prática possibilita formas particulares de resistência, conectando e produzindo proposições de natureza diversa – do activismo à educação. Logo, o contexto académico, no ensino em Estudos Curatoriais, deverá participar dessa resistência, no questionamento e experimentação que se lhe exige. Entender o gesto curatorial como algo que ocorre num lugar em devir, é situar esta prática entre a contemplação e a acção, a produção de conhecimento e o elogio da emoção. 
 

AC: Tens referido várias vezes publicamente a afortunada relação com os ‘teus’ alunos. Referimo-nos ao privilégio de trabalhar colaborativamente com artistas, como tu própria, como extensão do encontro em contexto académico. Queres-nos falar mais um pouco da afetividade que envolve esses encontros, dir-se-ia, constelares?

AR: Este lugar em devir que refiro acima, indiscernível e incomensurável, apresenta-se-nos como um possível intervalo, um fenómeno paradoxal de convergência que parece eclodir da simultaneidade de uma praxis e de um pensamento crítico e o afecto participa inevitavelmente deste processo. O Laboratório de Curadoria, na sua relação directa com o curso de Mestrado em Estudos Curatoriais e com o curso de Doutoramento em Arte Contemporânea do Colégio das Artes – Universidade de Coimbra, funciona efectivamente como este lugar ensaístico, dentro e fora de portas (vejam-se as recentes parcerias com a plataforma UmbigoLab, a Fundação Millenium bcp e o MNAC – Museu Nacional de Arte Contemporânea ou o Venice Curatorial Course). Constelações em movimento, portanto. O fluxo, de novo. E o afecto como motor.

Acredito que o ensino é uma co-criação, uma co-produção entre professores e alunos, num exercício experimental de construção de algo que nos represente a todos. Sentar à mesma mesa e desfrutar de uma mesma refeição. Sem lugares marcados ou à cabeça. 
 

AC: Parece-nos pertinente, no momento presente, abordarmos o trabalho de curadoria feito para a Bienal de Fotografia de Vila Franca de Xira. Queres falar um pouco destas duas exposições?

AR: Na presente edição da Bienal de Fotografia de Vila Franca de Xira assumo o Programa Curatorial com duas exposições. O programa curatorial apresenta um conjunto de obras de artistas nacionais e internacionais que permite criar zonas de contacto e de diálogo. Considerando as relações entre a fotografia e a literatura, a escultura, o desenho, o cinema ou a vídeo arte, as duas exposições são concebidas como constelações entre universos autorais: do campo expandido da fotografia ao objecto.

Tendo como ponto de partida o enquadramento da paisagem e a dimensão imagética da palavra, NÃO OLHAMOS DUAS VEZES A MESMA IMAGEM, propõe várias intervenções nos espaços da Biblioteca (incluindo as salas de leitura) combinando fotografia e imagem em movimento na constituição de uma poética cruzada entre medium/matéria e lugar. Desde o conceito de “esquisso fotográfico” à foto-instalação, passando por manifestações de carácter híbrido, esta é uma proposta que coloca em cena o espaço agora ocupado, o texto-imagem ou a janela-ecrã que o emoldura. 

Na exposição DIANTE-DENTRO, é a imagem intersticial — resultado do efeito de paralaxe, do reposicionamento dos corpos e da sobreposição de campos perceptivos — que intui o devir, conceptualizando a denominada “imagem com relevo” e a relação entre ar (imagem) e pedra (objecto-escultura). 
 

AC: O que é — ou pode ser — a “performatividade da imagem”?  Pedimos-te, pelo menos, um relâmpago, sobre este tema que te é tão caro, a propósito ou não da mesma Bienal.

AR: No contexto da Bienal, aproximemos a ideia de performatividade à materialidade da imagem. Desta “coisa” potencialmente movente que vem ao encontro do seu espectador e com ele gera uma outra “coisa”. A dobra que se desdobra. Seguindo Lucrécio, para quem as imagens são coisas e as coisas são imagens, a materialidade de uma imagem, e a iminência do toque, manifesta-se na superfície tensional do mundo, transportando-nos, de quando em vez, para locais inacessíveis, implausíveis. Simultaneamente próxima e distante, é este o paradoxo da imagem que procura o seu espectador, que quer vir ao seu encontro, a mesma que com ele exercita um jogo duplo em que a premissa parece ser a aceitação do fenómeno, do fascínio, da reversibilidade, do aurático: o aparecimento único de algo distante. Assim propôs a fotografia estereoscópica na construção de “imagens com relevo”: a mesma “terceira imagem”, resultante de uma experimentação única na história da fotografia. Por essa razão, por exemplo, num primeiro núcleo da exposição DIANTE-DENTRO, e a partir de colecções privadas, é apresentado um conjunto de cartões estereoscópicos, positivos em albumina e visores do séc. XIX, na constituição de uma antecâmara desenvolvida em parceria com a investigadora Ana David Mendes. A exposição inclui, a par deste intróito, projectos de artistas contemporâneos que reflectem as relações históricas entre o fotográfico e o escultórico na intersecção de imagens “esculpidas” e o dispositivo.

 

 

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Ana Rito (Lisboa, 1978) Artista visual, Curadora, Investigadora e Docente. É Doutorada em Belas Artes pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, na especialidade de Instalação. Desenvolve, desde 2000, projectos que cruzam a prática artística e curatorial, sendo o seu domínio de especialização a performatividade da imagem movente e as dinâmicas do espectador, no seio do dispositivo expositivo. Foi Assistente de Curadoria do Dr. Jean-François Chougnet, Director do Museu Colecção Berardo de 2007 a 2011, tendo desenvolvido investigação curatorial, e assistido vários curadores e artistas. Dos seus projectos curatoriais destacam-se a exposição SHE IS A FEMME FATALE: artistas mulheres na Fundação de Arte Moderna e Contemporânea Museu Colecção Berardo, One Woman Show, Organização do Ciclo de Filmes em colaboração com o Festival Temps d`Images (2009); SHE IS A FEMME FATALE#2, Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, Biblioteca do Campus de Caparica, Almada, em 2010 OBSERVADORES Revelações, Trânsitos e Distâncias, Fundação de Arte Moderna e Contemporânea Museu Colecção Berardo (2011); CURATING THE DOMESTIC Images@home, Trienal de Arquitectura de Lisboa (2013); A IMAGEM INCORPORADA/THE EMBODIED VISION: Performance para a câmara, Museu Nacional de Arte Contemporânea Museu do Chiado (2014); Arquivo e Democracia, de José Maçãs de Carvalho, MAAT (2017), CONSTELAÇÕES: uma coreografia de gestos mínimos (2019-2022), UMA VIDA INTEIRA – Nuno Sousa Vieira, BAG – Leiria (2021), ENIGMA – Pierre Coulibeuf (2022). Desde 2002, no desenvolvimento dos seus projetos artísticos e curatoriais, colaborou com as seguintes instituições e agentes, entre outras: MACBA, Warburg Institute, Arquivos Yves Klein, Haus Lange-Haus Esters - Kunstmuseen Krefeld, Museu do Chiado, Museu de Serralves, Fundação Calouste Gulbenkian, Casa das Histórias, Centro Georges Pompidou, Trienal de Arquitetura, Arquivos Walter Benjamin, Festival Temps d¿Images, Eletronic Arts Intermix, Festival Internacional de Vídeo FUSO, CAPC- Círculo de Artes Plásticas de Coimbra, MUCEM, Marselha. É ainda co-fundadora, com a encenadora Maria Gil, do Teatro do Silêncio, tendo colaborado com encenadores como Pedro Gil, e atrizes como Sara de Castro, Rita Lucas Coelho ou Sophie Leso. Autora de livros e catálogos de exposição e de ensaios para catálogos de exposição, membro de júris nacionais e internacionais, é também Curadora Associada da plataforma UmbigoLAB e da ArtCuratorGrid. É curadora das edições de 2022 e 2024 da BF22 — Bienal de Fotografia de Vila Franca de Xira.