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CRISTINA REGADAS
CATARINA REAL
14/04/2020
Cristina Regadas é uma artista nascida a 1977 no Porto, onde vive e trabalha. É licenciada em Escultura pela Faculdade de Belas Artes do Porto, tendo estudado fotografia na Escola Superior “Le 75” em Bruxelas. O seu trabalho, concentrado nos meios que ligam o fotográfico e o escultórico, explora, como escreve Cristina no seu site, “o conceito de tempo a partir da fotografia, matéria, arquivo e memória”.
O inusitado encontra o banal, em “Dailies”, registos dos dias feitos por Cristina ao longo dos anos. Há amigos a montarem exposições, a comer, e maquilharem-se. Há comida na mesa, situações insólitas e objectos retratados como se mimificassem estranhos comportamentos humanos. Há também os gatos da sua vida, que parecem uma presença omnisciente, e que também eles parecem ter entrado neste sonho da realidade fotografada tal como é, mas a parecer mentira. A verdade é que o universo - poético, artístico, geológico - da Cristina vai além do que as suas fotografias, e outras obras, representam ou apresentam. O retrato está lá, tal como a composição, mas a união sensível que os une torna-se a característica mais cativante da sua obra, algo da ordem do indizível. Talvez as palavras que nos restem, como bóias a um logocentrismo que se esgota, sejam, lucidamente, aquelas que José Almeida Pereira, citando a artista, evoca no texto da exposição Frame of Reference (campo contra-campo): “A Cristina insiste, e sublinha, que a realidade nos dá elementos bastantes para reconhecermos que o enigma da nossa passagem é apreendido quando nos desarmamos do seu entendimento.”.
Há em Cristina a presença de uma sensibilidade do olhar, mas também um interesse pela sensibilidade dos olhares, que multiplica as potências e urgências das imagens criadas. Por achar que levantar questões quanto a esta indizibilidade da sua poética seria redutor para a conversa, propus a Cristina que fizéssemos uma divagação por oito palavras, aparte considerações finais sobre o estado actual, do mundo e do tempo. Este exercício de redução a oito (tempos, palavras, acções) tem sido um exercício basilar após o meu contacto com o universo em que o corpo dança ritmadamente. Cristina tem um background de ballet, e a coreografia, do corpo em relação às obras ou das obras em relação a si próprias, é algo que não é desconsiderado nos seus momentos expositivos. Como aconteceu, como exemplo mais relevante, na já referida exposição Frame of Reference (campo contra campo), em 2016. Escreve Lauren Moya Ford, a propósito da mesma exposição, que uma das coisas que causa o abrandamento de quem vê, face à exposição de Cristina, é a necessidade de olhar para baixo (as obras encontravam-se no chão da antiga fábrica), encenando a mesma pose utilizada para procurar o brinco perdido ou a curiosa flor selvagem. Ver, diz Lauren, é supostamente o que fazemos quando fazemos da arte a nossa experiência, mas esta exposição requere-nos algo que diz sobretudo respeito à procura: para ver é preciso aproximar o corpo do chão.
Por Catarina Real
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Achei muito curiosa a aproximação que foi sendo feita nos textos da Lauren à tua relação antiga com a prática da dança, por isso, e pela forma como descrevias, na entrevista de 2017 com Rita Roque, os teus mapas de palavras, achei que poderíamos fazer esta conversa com base em oito palavras que foram recorrentes quando pensava no teu trabalho. Depois talvez possamos completar a nossa conversa com uma reflexão sobre os tempos actuais, de confinamento, quarentena e excepção.
GATO
Gato faz-me pensar em agilidade. Em movimento.
Posso dizer-te que está muito presente na vida e no trabalho. Eu tive gatos desde que entrei na minha vida adulta, mais ou menos quando comecei também a fazer arte, antes sempre tive cães. O gato está muito ligado a esse início de nova vida e eram uma presença constante no atelier. Agora já não tenho gatos, morreram há dois anos. Nessa altura, observava-lhes muito os movimentos e eles eram particularmente carinhosos.
Achas que há uma diferença na passagem da presença dos gatos à presença dos cães [no trabalho, na vida]?
Sim, o cão tira-me do atelier, leva-me para a rua. Não o vejo como algo muito inspirador. A minha prática é muito caseira, sou de estar. Acho que o cão não cumpre o mesmo papel que um gato. O gato gosta de estar no seu sítio e, para trabalhar, é um bom companheiro. E depois há algo de ágil no movimento do gato que é quase elástico e que eu acho super bonito. Fotografei imenso os meus gatos: eram Musas.
PEDRA
Associo a pedra ao tempo. Tempo, acumulação.
Acumulação de matéria e tempo. Mas também a vontade de procurar, de abrir, de as abrir. Como quando cortas uma árvore e lhe vês as linhas do tempo, é possível fazê-lo também com uma pedra. Consegues encontrar alguma coisa sobre o tempo ao abrir e desbravar. Sempre imaginei, embora nunca o tenha feito, abrir uma das minhas esculturas de pedra. Fazer-lhe um corte e descobrir.
MÃO
e aqui não tenho como não citar a bonita frase do texto do José (o mesmo texto referido acima) “E é com a mão que a artista insiste que o tacto é um primordial da existência”, que é muito sucinta e que vi como um resumo de grande parte da tua prática.
A mão é o tacto. É uma coisa importante porque... é o toque. Tu tocares na matéria, na pedra, na árvore, no vidro - que é frio - tudo te cria impressões diferentes. Associo a mão à sensação da matéria. [entra o cão de Cristina, confirmando as palavras ditas] É importante a mão para sentires as superfícies. Tenho aqui nozes... [pega numa noz] e acho que mão é esta vontade, a de lhes sentir a textura, a de tocar.
A mão é um elemento que tem especial importância na tua atenção ao corpo, o corpo que não é carne, mas que é movimento?
Sim. E também no auto retrato a mão tem uma presença.Vem de algum do cinema que vejo, é um elemento expressivo.
ABRANDAMENTO
Abrandamento... Abrandamento. Acho que o pratico sempre: abrandar cada vez mais. No trabalho sempre quis ir mais devagar e nunca fui uma fotógrafa compulsiva. Usar o analógico também me faz abrandar. Faz-me esperar, é um processo longo. Também em relação à escultura preciso de tempo, preciso de ir mais devagar, não consegue ser uma fast art, pelos processos e procedimentos. E também o que vou lendo. No fundo, quanto mais o mundo acelera, mais tenho vontade de desacelerar. É tudo demais, é tudo muito rápido.
O universo artístico tem sofrido com essa ou dessa aceleração?
Completamente, completamente. Tens coisas a serem feitas muito rapidamente e passados dois meses o que é feito já não é interessante, ou já não é sequer relevante, ou tu já nem te lembras... E parece que o próprio processo de alguns artistas - e não penso em ninguém em particular ao dizê-lo, diz apenas respeito ao que vou consumindo quando abro por exemplo sites de galerias - é mesmo muito rápido. Quase que já não há a capacidade de lembrar qual o último trabalho daquele artista devido a essa velocidade. Acho que é demais, é brutal, e torna-se tudo imediato. Deixa de haver o tempo de fruição, ou se calhar existe, e eu não me adaptei a ele.
E acontece pelo excesso [da produção] ou pela velocidade das coisas, em si?
As duas coisas. É tudo rápido, é tudo feito demasiado rápido, pensado demasiado rápido e consumido demasiado rápido. Claro que não é tudo, é uma generalização, e há outras formas, mas parece que em larga medida é para onde a arte caminha neste momento. Por isso é também curioso pensar no que irá acontecer.
Falando desta velocidade, e vendo o teu currículo... Não fizeste nenhuma exposição em 2019. É fruto dessa resistência à velocidade?
Tenho mais pensado do que trabalhado, mas tenho projectos. São projectos que levam o seu tempo e eu passo parte do ano a pensar e depois a trabalhar. Estes são projectos ligados à Land Art e que já vêm desde o ano passado. São esses projectos, que levam mais tempo, que me interessam agora.
E também o trabalho com outras pessoas, por exemplo, agora estou a trabalhar com o Max [Fernandes]. Estamos a fazer um projecto que ainda não sabemos bem o que é. Vamos trocando coisas - uma coisa despoleta a outra - e vamos conversando. Não sei o que vai ser - se é que vai ser alguma coisa! - mas estamos a fazê-lo.
E qual o universo - se é que o podes avançar - das coisas que estão a trocar, em que estão a trabalhar?
Nós tivemos um convite de um amigo para falar sobre a nossa prática artística, em Leiria. Como ambos não gostamos deste formato de “chegar e falar” combinámos ir conversando para chegar a outra forma de falar sobre nós e de mostrar o nosso trabalho. Esta apresentação teria acontecido neste período, ficou adiada, mas não desistimos da conversa.
Eu tenho-me apropriado de algum material disponível no youtube de documentários relacionados com o Universo, com a Natureza, e o Max também está a fazer algumas coisas com plantas e continuado os vídeos com escrita. Sabemos que há uma ligação à natureza. E também - olha, se calhar aqui entra o cão - o cão obriga-nos a sair e a estar mais em contacto com a Natureza. [O Max também tem uma cadela, a Fátima]. Temos de fazer passeios em que passamos um dia ou um fim de semana no monte, para eles ficarem mais calmos, e nós também [riso]. E aí, nesses passeios, vamos assimilando outras coisas e ganhando outro sossego. Estamos em sintonia.
É curioso que talvez o cão te dirija a um outro tipo de trabalho, pensando no que falámos antes, porque isso não conseguirias com um gato.
Não, isso de forma alguma.
E os projectos de que falavas de Land Art, queres partilhar alguma coisa?
Esse é um projecto anónimo. Mas posso desvendar alguma coisa. Será algures no Gerês. A pessoa que organiza este evento pede para serem feitas intervenções na natureza. Este ano seria em Junho, vamos ver se acontece. Ele é um colecionador de pedras, um entusiasta, e aquela zona é particularmente bonita. A minha proposta passa por intervir directamente nas pedras.
TÉNUE
esta palavra relaciono muito com a anterior, apesar de irem em direcções diferentes. No teu trabalho - e não me parece que seja apenas pelos materiais que usas - há qualquer coisa que oscila entre a calma e o calmante.
Sim, acho que é o factor New Age. [risos] Estas coisas semi- pirosas também me interessam! Lembro-me das tinturas - que demoram imenso tempo a fazer e que o melhor é não estar com pressa, se não, não aproveitas o processo - em que tens de falhar muito, e assumir que estás a falhar. Associo a palavra a este processo porque o que fica é mesmo muito ténue. Utilizo imensa matéria - flores ou plantas - e espero uma coisa super forte, mas o que fica é ténue, é muito suave.
De onde vem o interesse pelas tinturas?
Eu comecei a recolher plantas nalguns passeios. Na altura estava a fazer um herbário. Depois comecei a experimentar as tinturas, para perceber o que era possível. São práticas acessíveis, são materiais que não pagas para ter. São naturais e há tanta coisa para explorar... Comecei a tingir com uma série de plantas que recolhi, de uma forma muito ingénua primeiro, e depois comecei a informar-me mais e percebi que tenho um mundo para aprender, no qual ainda avancei muito pouco. É preciso errar mesmo mesmo muito. E apesar de ténue, a cor fica. Associo-o muito à fotografia, ao que consigo fixar e ao que permanece.
ALQUIMIA
Estou à procura de fazer alguma magia.
Mais ou menos há dois anos estava mesmo muito interessada em questões que tocavam o esoterismo, não pela crença, mas pelo processo. Os processos são fascinantes. A procura, o estar de certa forma, e na altura até imaginava exposições com uma música suave onde alguém podia fazer yoga... não sei, imaginava assim um espaço para estar e isso bastava. Bastava-me a criação de um espaço para estar e que pudesse ter um elemento aqui ou ali.
E há também o interesse pelos cristais: onde é tudo complexo, o que cada um significa. Há coisas bizarras, mas a criação desse pensamento interessa-me sobretudo pela forma como chegamos até ele. Porque é que esta pedra significa isto e não aquilo, ou significa determinada coisa na astrologia. Às vezes são coisas contraditórias, mas é possível filtrar o que te interessa.
Falas muito dos processos... e na já referida entrevista com Rita Roque dizias que “Em todas as formas do fazer gosto que as coisas não sejam perfeitas. “. Interessa-te aprendê-los de facto ou apenas existir neles, sendo desta forma os resultados secundários à experiência?
Existir neles, sem dúvida. Por isso é que experimento muitas coisas. O resultado é o que for, não vou dizer que é irrelevante, porque não o é, mas aceito-o como for. O processo é que é relevante.
Existir no processo, é uma delícia.
Achas que pode ser injusto existir no processo, para as pessoas que vêm exposições de quem existe nele?
Talvez, mas é óptimo experimentar.
REVELAÇÃO
Também passa pelo processo.
É percorrer um caminho para saber o que está lá, e como é que ele se faz, esse caminho. Às vezes pela direita, às vezes pela esquerda. E são formas diferentes, mas vai sempre revelar alguma coisa - em todos os sentidos. Essa palavra é muito bonita. Revelação. É o sentido duplo, triplo da palavra. É pelo processo, e o que te vai mostrar, é o que estava escondido, é algo químico, é espiritual, é uma palavra interessante e importante.
Revelação tem esta ligação directa à fotografia, mas a escolha dela é também pela relação que estabeleces com o processo e a ideia de revelação como algo que aparece: o aparecer parece-me presente na tua prática como uma fuga também a um sentido técnico. A lógica do fotográfico - de revelação, processos e tempo - parece transversal às esculturas e aos tingimentos. Se há algo que se encontra entre as coisas que fazes, pode ser essa revelação, o aparecer?
A nível técnico o meu trabalho é muito desinteressante. O erro é que é importante. A descoberta e revelação. A partir de certa altura comecei a permitir-me falhar, quer dizer, não é propriamente erro nem falha. É uma imperfeição: da máquina não funcionar bem ou de demasiado tempo de exposição. Mesmo na escultura. É muito intuitivo, há um ponto em que percebes - “ups!, acumulei demais”. A verdade é que depois, no caso da escultura em que podes fazer os 360 graus, há sempre qualquer coisa, há um ponto qualquer, em que a coisa é. E isso também é uma questão interessante, encontrar o ângulo certo para ver as coisas.
AFECTOS
E aqui poderia dizer AMIZADE.
Eu acho que nunca trabalho sozinha. Tudo vem de uma relação afectiva, nova ou antiga. São sempre os amigos que conseguem fazer acordar alguma coisa. Sempre trabalhei com amigos
(- tenho muita sorte, tem sido incrível.) porque consigo conversar com eles, porque é um prazer. Há sempre alguém que tem uma boa observação a fazer, e há sempre alguma coisa que depois é possível trabalhar em conjunto, não necessariamente em dupla, pode ser em paralelo. Estarmos em sintonia.
Vendo bem, e olhando para tudo o que fiz, tudo tem a mão dos amigos. Acho que não era capaz de trabalhar isolada. Se não é na criação que esse contacto acontece acaba por ser na montagem ou na observação posterior, de alguém que escreve. Tem corrido bem, tem sido sempre bonito.
Na entrevista que já referi, de 2017, conduzida por Rita Roque a propósito da exposição Des-terra, dizias que tinhas passado a fotografar cada vez menos, em parte pelo excesso de imagens que existem, e que nos chegam com maior e maior velocidade. O que acontece à tua prática fotográfica - ou ao teu olhar fotográfico que entra por toda a tua prática - em tempos de confinamento, onde a virtualidade é a maior presença e sabendo-a como a grande responsável pelo excesso de imagens? Há algum papel para os artistas nesta altura de excepção? E haverá algum caminho?
Quando percebi que teríamos de ficar em casa a minha vontade imediata foi a de pegar em máquinas fotográficas de diferentes formatos. Achei que era um momento único para o fazer: pensei “vou fazer um diário fotográfico”, a verdade é que não tenho conseguido propriamente fazê-lo. Primeiro pensei que as coisas seriam mais interessantes e que pudesse haver uma espécie de beleza particular no que me rodeava, mas ainda não a encontrei. Devagarinho talvez esteja a começar a encontrar, olhando para certas partes da casa. A perspectiva está a mudar.
Mas mesmo nos passeios à rua [com o cão]... pensei que seria possível documentá-los, mas parece que também esse desejo não existe. Em parte porque todos os dias vejo fotografias a serem partilhadas, fotografias de um Porto vazio - o que não me parece que corresponda propriamente à realidade, pelo menos aquela que vejo da minha janela. Vejo muita gente, há muita gente a passar de carro. É o outro lado deste confinamento, significa que alguns serviços têm mesmo de funcionar. E não vejo beleza nenhuma nisso.
Como não faço fotografia documental o que teria mesmo interesse seria documentar alguma beleza da vida quotidiana deste novo registo. Talvez isso ainda venha a acontecer, mas por agora não tenho conseguido. Também me custa ler, mas não me custa pensar. Custa-me... acho que me custa estabelecer prioridades [nos pensamentos]. O cérebro fica desorganizado com a falta de rotina.
Achas que há uma tendência à romantização de certas coisas que estão a acontecer, certo tipo de imagens que são ou se tornam romantizações do que está a acontecer?
Acho que só é possível isso acontecer se desligares completamente as notícias e as redes sociais e então aí pode parecer que estás a nascer outra vez, pode tudo parecer uma outra coisa. Mas isso termina quando falas com alguém. O real salta, não é? Não há nada de belo nisto, mesmo nada.
Há algum papel em particular que os artistas possam ou devam assumir nesta altura?
Tenho uma visão um pouco pessimista. Quando tudo isto começou achava determinantemente que não. E continuo a achar que somos, de certa forma, inúteis. Não há um dia em que não pense que gostava de ser cientista ou médica. Porque é quase inconcebível neste momento fazer parte desta sociedade... A verdade é que há sempre alguma coisa que continua a puxar para o trabalho, falas com um amigo artista, e tudo começa a surgir.
Mas menos numa relação directa com as coisas, com o assunto?
Não, não propriamente. Provavelmente alguns artistas terão ferramentas para dizer alguma coisa, eu sinto que não tenho. Mas sei que haverá um outro tempo. O tempo que este período nos está a dar. É mais fácil observar e se calhar é uma aprendizagem, isto, de ficarmos todos um pouco congelados. Qualquer objecto artístico que se faça neste período, será sempre um reflexo do que está a acontecer. É impossível estares alheado. É um ano inesquecível este …
No futuro pós pandemia, os artistas terão lugar activo para pensarem, repensarem o mundo, já que não poderemos voltar ao mesmo sítio?
Talvez veja, a partir daqui, uma maior independência, que é também sinónimo de uma maior fragilidade. Há já instituições a cair e não sei em que se tornará o mercado da arte. Também vejo muitos artistas com dificuldades económicas, e é impressionante do que isso é sintoma porque ainda só passou um mês. Ao pensar nisso vemos que há uma série de coisas que têm de ser repensadas. Talvez trabalhar em espaços comunitários, talvez activando plataformas online, talvez trabalhando com matérias mais “pobres”. O intermediário pode terminar, mas se calhar isso já vinha a acontecer, algumas galerias a caminharem para o abismo. O papel do artista enquanto activista não sei qual será, ainda não o consigo ver.
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Notas
[1] Esta fotografia não foi impressa na publicação, mas convém referir que faz parte do projecto: https://www.instagram.com/p/B3fCi51lJFX/