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OPINIÃO


Erik Gongrich (convidado do Oda Projesi), “Picnic”, 2001, por ocasião do projecto “A Day in the Room” (2000-02), Bairro Galata, Istambul.


Erik Gongrich (convidado do Oda Projesi), “Picnic”, 2001, por ocasião do projecto “A Day in the Room” (2000-02), Bairro Galata, Istambul.


Oda Projesi, “Riem Project”, 2003, por ocasião do projecto Kunstprojekte_Riem, na área residencial de Messestadt Riem, Munique.


Oda Projesi, “Riem Project”, 2003, por ocasião do projecto Kunstprojekte_Riem, na área residencial de Messestadt Riem, Munique.


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DA CONSTRUÇÃO DO LUGAR PELA ARTE CONTEMPORÂNEA III_A ARTE COMO UM ESTADO DE ENCONTRO



MARTA TRAQUINO

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A ARTE COMO UM ESTADO DE ENCONTRO: O TRABALHO DO GRUPO ODA PROJESI *

O Oda Projesi é um projecto de três artistas: Özge Açikkol, Günes Savas e Seçil Yersel. Começaram a trabalhar juntas em 1997 partindo das possibilidades de relação entre espaços públicos da cidade turca onde nasceram e vivem, Istambul, e os workshops que realizavam com grupos de crianças (actividades que na altura não tinham lugar em nenhuma instituição cultural da cidade). Em 2000 adoptaram o nome Oda Projesi e iniciaram as suas actividades num apartamento de três quartos, alugado num prédio de um antigo bairro de Istambul, Galata, o mesmo local onde começaram por desenvolver os workshops em 1997.

Galata está localizado no centro de Istambul, próximo de uma zona de entretenimento, ao pé da famosa rua pedonal Istiklal. Possui um modo de vida cosmopolita e desde há séculos que acolhe minorias sociais. A arquitectura de Galata caracteriza-se por um estilo clássico urbano de século XIX, destinado, na altura da sua construção, a moradores ricos. Em consequência de mudanças políticas, os prédios viriam a ser abandonados. Desde os anos setenta os seus quarteirões são maioritariamente habitados por imigrantes de várias zonas rurais, mais tradicionais, da Turquia.

O apartamento do Oda Projesi, em Galata, funcionou como um lugar de encontro entre vizinhos e plataforma para projectos, dentro e fora das suas paredes, gerados em cooperação com as pessoas da zona e outras, e com artistas convidados. Diversos, os projectos podiam ser: exposições, conversas e debates, picnics, concertos, actividades com crianças, etc. Os moradores do bairro envolviam-se na sua maior parte, não apenas enquanto audiência mas também como participantes.

Segundo as artistas, o principal objectivo do Oda Projesi é multiplicar as possibilidades de fazer prestando atenção a modos de vida comuns. Ou seja, recuperar a vida quotidiana como um modo de fazer arte, entendida como uma escultura social formada pelas relações entre pessoas e espaços. Uma espécie de performance colectiva em processo contínuo. Para o Oda Projesi, as actividades que ocorrem num espaço específico determinam a sua existência e forma. Procura-se investigar como as pessoas se relacionam com os espaços e os utilizam, através de uma relação flexível entre acção e espaço. Daí, explorar a (re)criação de diferentes lugares passando pelas maneiras de usar situações espaciais e cultivar interacções, lugares esses que promovem relações alternativas entre o espaço privado e o espaço público. Quando as artistas perguntaram a uma rapariga de dezasseis anos, moradora do bairro, se o espaço do Oda Projesi era um espaço de exposição, ela respondeu que às vezes era e outras vezes não, dependendo daquilo que lá se colocava. Oda significa quarto/espaço e Projesi significa projecto.

A posição das artistas do Oda Projesi nada tem a ver com a de artistas convidados para trabalhar com uma comunidade. Trata-se de uma escolha voluntária, o que faz grande diferença, e as próprias artistas pertencem à comunidade, com o seu lugar no bairro. A relação entre o Oda Projesi e o bairro Galata desenvolve-se ao longo do tempo, sem limites pré-estabelecidos e sem pressa. O projecto não depende de apoios institucionais, por conseguinte, não se subordina a atingir expectativas definidas por outros distantes da comunidade. Só deste modo se cumpre o desejo das artistas de criar um monumento composto de gestos da vida quotidiana e de camadas de memórias da comunidade. Primeiro, avizinharam-se das pessoas pela informalidade do dia-a-dia e, depois, os projectos começaram naturalmente a desenvolver-se encadeados. Sem separação entre o “mundo da arte” e o “mundo real”. Há ainda um grande cuidado por parte das artistas em evitar em transformá-los em objectos vendáveis, como obras para serem expostas. Os projectos têm é uma documentação, como espécie de diário com interpretações personalizadas, registadas após a realização das actividades. Deles resulta também (e este é o aspecto mais importante) a memória das experiências nos seus participantes.

O Oda Projesi tem um método de trabalho que estabelece uma relação estreita com características específicas da própria cidade, adoptando o seu estilo de vida e modos de funcionamento. Mesmo antes de o começarem, as artistas já percorriam a cidade pelas suas diversas zonas, fotografando e filmando, reflectindo sobre como a arte nela se pode produzir e apresentar. Na sua opinião, Istambul é uma cidade de formações orgânicas criadas pelos seus habitantes independentemente do poder e das regras determinadas pelo governo local, o que a torna dinâmica continuamente. Utilizando uma metáfora curiosa, comparam Istambul com as cidades ocidentais: estas são como os museus tradicionais, enquanto que a primeira se aproxima mais de um museu de arte contemporânea relacional, flexível, orgânico, orientado pelo “processo”. A instabilidade económica e política de Istambul dá origem a espaços adaptáveis a diversas situações (por exemplo, uma casa para quatro pessoas que acolhe dez), não confinados à especialização e funcionalidade única dos espaços de países economicamente mais estáveis (onde uma escola é construída para apenas assim ser). Este aspecto é interpretado pelo seu lado positivo no trabalho do Oda Projesi, na medida em que se relaciona com a ideia de flexibilidade do espaço e permite a consciência, por parte das pessoas, do seu poder transformador do ambiente em que vivem, privado ou público.

Entre 2000 e 2002, o Oda Projesi convidou vários artistas a passar um dia num dos quartos do apartamento desenvolvendo uma actividade com moradores do bairro. Das várias realizadas no âmbito de “A Day in the Room” (Um Dia no Quarto) destacamos três. “Slide Show”, realizado no dia 30 de Agosto de 2000 pela artista Aydan Murtezaoglu, consistiu numa mostra de slides às crianças do bairro. O conjunto de slides era constituído por dois tipos de imagens: algumas do álbum de família da artista e outras tiradas por si e transformadas em obras de arte através de intervenções subtis. As imagens funcionavam como um ponto de partida para uma conversa com as crianças sobre o que leva um trabalho a ser considerado “arte”, uma vez que a fronteira entre os trabalhos da artista e a sua vida diária era quase imperceptível, sugerindo às crianças estabelecerem relações também com as suas próprias vidas.

No dia 9 de Setembro de 2000, a artista Özge Açikkol (do Oda Projesi) realizou “Bring Something From Your House” (Traz Algo da Tua Casa). Pedia-se às crianças do bairro que trouxessem algo das suas casas para o quarto central, vazio, do apartamento do Oda Projesi. Ao longo do dia as crianças foram colocando diversos objectos no quarto através da janela (que dá para o pátio do prédio), como se fosse uma espécie de armazém. Com os vários objectos organizaram um quarto, cheio de carpetes, almofadas, pequenas mesas com flores de plástico e brinquedos. Depois, ali passaram o resto do dia, a comer e a brincar. No final, cada um levou as suas coisas de novo para casa.

“Picnic” foi a actividade realizada pelo artista Erik Gongrich no dia 10 de Junho de 2001. Desta vez, o projecto acontecia no pátio do prédio, inspirado pela cidade de Istambul que é, aos olhos do artista, uma “cidade-picnic”. Gongrich constatou que bastava estender uma carpete no chão da rua para que o espaço público se tornasse privado. O chão do pátio foi coberto por diversas carpetes de plástico, como as usadas no espaço urbano de Istambul para diversos efeitos, e convidaram-se os habitantes do bairro. Todos levaram alguma comida. Também pelas suas características arquitectónicas, de repente o pátio transformava-se em espaço interior com o ambiente criado. As crianças tiravam os sapatos para brincar em cima das carpetes. Pessoas de fora também participaram. Na sua maior parte, as mães estavam no pátio, os pais participavam pelas janelas das casas.
“Picnic” durou até à noite. Quando escureceu, Gongrich fez uma sessão de slides com imagens de Istambul. Todas as pessoas tinha histórias pessoais ou de familiares a contar em relação com o que identificavam nas imagens. Decorreu um longo serão, animado pela partilha de experiências.

Em síntese, mais do que formulados isoladamente, a arte relacional do Oda Projesi implica uma rede de projectos num processo de continuidade inter-relacional. O seu método de trabalho assenta neste encadeamento de projectos anteriores que inspiram os seguintes, e derivando das relações diárias com os seus vizinhos, comungarem e viverem as diferenças entre as pessoas. As experiências em Galata são utilizadas como matriz para outros projectos noutros lugares, mas cuja base é sempre uma micro-situação, com situações muito pessoais. E desde que o grupo começou a receber convites para outros contextos, países, comunidades, promove uma cuidadosa reflexão de modo a preservar a coerência com os princípios do projecto, habitualmente sem dependência de instituições, organizações ou galerias. Por vezes, as próprias dificuldades económicas originam modos específicos de construir e gerir os projectos.

Em 2003, convidado pelo Kunstprojekte_Riem e pelo Kunstverein Munich, o grupo trabalhou durante um mês na Messestadt Riem, nova área residencial a Este de Munique, Alemanha, na qual vivem famílias de sessenta nacionalidades diferentes e diversas condições socio-económicas. O Kunstprojekte_Riem foi um projecto ambicioso, comissariado por Claudia Butter, de iniciativa da cidade de Munique para integrar trabalhos artísticos nessa área em desenvolvimento no terreno do velho aeroporto. Cederam ao Oda Projesi um espaço na zona residencial para funcionar como ponto de encontro, espaço para workshops e outros eventos de um dia, à semelhança de iniciativas anteriores. Este espaço ficava ao lado do local oficial de encontro entre os moradores, quase sempre deserto. Naturalmente, devido à afinidade da língua, a primeira aproximação deu-se com as famílias turcas e os contactos alargaram-se depois às restantes pessoas. Contaram com a ajuda de um casal turco, dono de uma pequena mercearia na zona, na qual se realizaram também vários encontros entre residentes, com mostras de vídeos realizados na área residencial.

A equipa do Oda Projesi manteve o seu espaço em Riem aberto vinte e quatro horas. Especialmente as mulheres da zona utilizaram-no para desenvolver actividades diárias. Aí podiam realizar-se cortes de cabelo, jantares ou apresentações de cultura turca aos outros moradores (e vice-versa). Enquanto “casa de arte” o espaço induzia à penetração da prática artística no quotidiano. Um dos principais locais que determinam as características desta zona residencial é o edifício de habitação social designado Galeriahaus, no qual habitam seiscentas famílias. Tem no interior um enorme pátio fechado, coberto por vidro, à semelhança de um hospital ou de uma prisão. Aqui o Oda Projesi organizou lanches, com música e dança. Rolos de papel de quarenta metros de comprimento foram colocados à volta do edifício para que todos deixassem um registo pessoal, criando uma espécie de suporte de memória comum. Os resultados davam origem a novas conversas.

Sobre este projecto, que se designou Riem Project (Projecto Riem) a crítica de arte Nina Montmann disse que o Oda Projesi criou “um ‘estar juntos’ temporário e um ponto de identificação. As relações e actividades resultantes poderiam continuar e permitir que fosse estabelecida a urgente necessidade de estruturas. Os encontros, conversas e acções colectivas em Riem correspondem ao que é descrito por Homi Bhabha num contexto pós-colonial: ‘Estes espaços-entre possibilitam o terreno para elaborar estratégias de ser – singular ou comunal – que iniciam novos sinais de identidade, inovando sítios de colaboração e contestação, no acto de definir a própria sociedade’ (Bhabha, 1994: 1-2). Os ‘espaços-entre’ sociais, produzidos pelo Oda Projesi vêem da ideia de possibilitar novos modelos para a identificação e para a colaboração, sem o conteúdo económico, que tornem próximo o contacto com o estrangeiro.” (1).

As práticas do Oda Projesi potenciam-se em estreita relação com o espaço público, sem dúvida o terreno mais fértil para a arte trabalhar com o Lugar. Despertariam, aliás, para uma longa análise em torno do que, ao longo das últimas décadas, tem vindo a caber dentro da definição de “arte pública”. Mas neste momento interessa atender ao que julgamos ser o essencial desse universo da “arte pública”: os modos de aproximação do artista em relação ao Outro, a recepção participante, nos quais se viabiliza o ponto de partida para desenvolver no espaço público contemporâneo a abordagem ao Lugar. A própria noção de Experiência incorporada na arte contemporânea estrutura-se nesse envolvimento do Outro na obra como seu factor constitutivo.

Numa sociedade de acentuada privatização (e veja-se, literalmente, o aumento do “fenómeno” dos condomínios fechados) e descontextualização com vidas e imaginários mais “descolados” dos lugares, a arte no espaço público pode desempenhar um papel relevante na mediação da relação entre as pessoas e os seus contextos. Será também um espaço ideal e pragmaticamente dialógico e cívico quanto mais se cultivarem aproximações, ultrapassando barreiras físicas, sociais, ideológicas e políticas.

Nas propostas do Oda Projesi a arte configura um espaço autónomo de comunicação em que se convidam as pessoas a questionarem-se sobre a representação das coisas, em alternativa à exposição mais passiva incutida pelos mass-media. As práticas destas artistas não apresentam imagens; antes enquadramentos para a viabilização de experiências, nomeadamente a do encontro face-a-face, o confronto directo com a diferença, a pluralidade de faces num mesmo bairro. Não se trata de meramente observar e interpretar. Interessa a possibilidade de ocorrência de diálogo, de modo a que se possa abraçar a pluralidade da sociedade contemporânea.

No contexto do espaço público, em sentido de espaço partilhado por esta vertente artística que previligia, assim, as capacidades de audição e interacção, há também consciência de que o Lugar já não se confina a uma área, a fronteiras limitadas de apenas uma história interna. Intersecta uma ampla constelação de relações sociais e simbólicas. Como define a geógrafa Doreen Massey (2), os lugares concretizam momentos articulados de redes de relações específicas e mais extensas. As suas ligações implicam a imbrincação local/global, e os artistas quando ajem no sentido de (re)construir lugares — ou heterotopias específicas, segundo um termo de Foucault — acabam sempre por se inscrever num duplo processo de translocalização e relocalização. Aí, e como proclama o crítico e comissário independente Hou Hanru, a sua missão associa-se mais à crença e defesa de que “o valor real ou o significado real da arte na sociedade não está no permitir alguns objectos ou experiências estéticas agradáveis, mas no criar espiritualmente, intelectualmente ou culturalmente determinados valores; permitir referências para a sociedade avaliar a sua própria existência. Para isto, o compromisso artístico é muito mais significativo do que simples experiências artísticas.” (3). Por isso, não são artistas no interior do paradigma da economia de mercado — do mercado da arte com a circulação física e financeira de obras. Essa missão é, em síntese, a de promover e requalificar a cidadania. Querem trabalhar para que haja menos…

“Homens que são como lugares mal situados
Homens que são como casas saqueadas
Que são como sítios fora dos mapas (…)
Homens agitados sem bússola onde repousem (…)
Que são como caminhos barricados (…)
(…) que são como danos irreparáveis (…)
Homens que são como sítios desviados
Do lugar” (4)


Marta Traquino
Artista Plástica e Investigadora em arte contemporânea.



NOTAS
* O presente texto é um fragmento da dissertação A Construção do Lugar pela Arte Contemporânea (Marta Traquino, ISCTE 2006).
(1) Möntmann, Nina, Mixing with the locals, in www.tenstakonsthall.se/?subDir=doc&id=252, Abril 2006.
(2) Massey, Doreen, Space, Place and Gender, Cambridge, Polity Press, 1994.
(3) Hanru, Hou in Pietromarchi, Bartolomeo, (ed.), The [un]common place: art, public space and aesthetics in Europe, Barcelona, Fondazione Adriano Olivetti and Actar, 2005, p.22.
(4) Excerto de um poema de Daniel Faria (1998) in Poesia, Famalicão, Quasi Edições, 2003, pp.144-145.