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© Samuel Duarte
Bartolomeu Santos
Escultor
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Qual a última boa exposição que viu?
Assim de repente lembrei-me da exposição do Enzo Cucchi na Culturgest. Gostei e achei boa. Mas devo dizer também gosto de ver exposições más. São mais fáceis de ver os “erros”. E acho divertido imaginar como ficariam com alguns ajustes.
© Vera Marmelo
Que livro está a ler?
Infelizmente tenho bastante dificuldade em escolher que livro ler, e por isso leio vários ao mesmo tempo… Hoje passei os olhos pelo Municipal Dreams: The Rise and Fall of Council Housing - John Boughton. É um apanhado de habitação social em Inglaterra, e de como e porque razão acabou por falhar… É um tema que me interessa muito e no Reino Unido houve uma série de políticas inovadoras.
Que música está no topo da sua playlist actual?
Eu oiço bastantes CD’s no atelier. E ultimamente o CD mais ouvido é Vangelis - Portraits (So Long Ago, So Clear). E a música que mais gosto é a nº8, State Of Independence.
Um filme que gostaria de rever…
A Princessa Mononoke e também o Meet Joe Black. São dois filmes estranhos, que gosto de rever de tempos a tempos. Talvez na altura do Natal consiga fazer isso.
O que deve mudar?
Há uma frase do autor do Gattopardo “Algo deve mudar para que tudo continue como está”. E quando penso no que deve mudar, duvido sempre se aquilo que está a mudar, ou aquilo que eu estou a mudar é uma destas coisas, ou é daquelas que mudam realmente alguma coisa.
O que deve ficar na mesma?
Aquilo que é bom pode ficar na mesma. A vontade de ver (e rever) coisas novas pode ficar na mesma.
Qual foi a primeira obra de arte que teve importância real para si?
Gostava de saber responder a esta pergunta com tudo o que está no meu cérebro, mas não dá... Há uma obra que vi há dez anos no Thyssen, em Madrid, que me marcou. Era de um construtivista russo. Fiquei cerca de 30 minutos a olhar para ela... E por acaso fotografei-a. E comentei com o meu pai; quando lhe mostrei, ele ficou a olhar para mim e disse: “Quando eras pequeno, eu tinha uma t-shirt com esse quadro estampado”. Perdi os meus apontamentos da altura e não sei dizer qual era a obra, mas a verdade é que há tanto que nós vemos, sem saber que estamos a ver...
Qual a próxima viagem a fazer?
Apesar de encontrar tanto o que ver e o que fazer por cá, tenho uma grande vontade de ir ao Egipto.
O que imagina que poderia fazer se não fizesse o que faz?
Talvez escrever, fazer crítica. Ou filosofia. Mas não sei se isso se inclui naquilo que faço... Por isso provavelmente faria jardinagem e agricultura.
Se receber um amigo de fora por um dia, que programa faria com ele?
Com certeza que isto depende do amigo, e se estaria com muito trabalho ou não... Imaginando que conseguia escapar por um dia inteiro, queria ir almoçar às Azenhas do Mar, visitar os jardins da Gulbenkian, jantar no Descobre e ir beber um copo à Toca da Raposa. Se não desse, almoçávamos perto do atelier, no Sossêgo, mandava o meu amigo aos Pastéis de Belém e Jerónimos, e depois íamos jantar às Azenhas do Mar com a família.
Imaginando que organiza um jantar para 4 convidados, quem estaria na sua lista para convidar? Pode considerar contemporâneos ou já desaparecidos.
Gostava de estar num jantar apetitoso em que convidava o Robert Irwin, o Winston Churchill, a Sunsan Sontag e o Shigeru Ban. A Sarah Lucas ia chegar atrasada, só para a sobremesa... e a Jamian Juliano Villani para o café...e o Hugo Cantegrel para o digestivo.
Quais os seus projetos para o futuro?
Além da exposição Three Little Pigs, And Everybody Else, que está a ser exibida no Espaço Cultura das Mercês até 15 de Outubro, estou a começar a imaginar o meu trabalho fora de Portugal; com uma exposição num espaço pequeno, algures num contexto não comercial.
© Photodocumenta