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ARTES PERFORMATIVAS


O ESTRANHO CASO DE DEVLIN

ANDRÉ FONTES

2021-02-22



 

Bernard Devlin, © Raúl Cruz.

 

 

Quando perguntei a Bernardo Devlin se aceitaria o título de génio à parte, ele riu-se.

O seu último álbum, próxima B, tem-me acompanhado pelos «passeios higiénicos». Trata-se de uma companhia predominantemente acústica, capaz de induzir transes que enlevam o surrealismo de uma Lisboa vazia.

 

 

A: É perfeito para uma caminhada noturna em Lisboa.

BD: Almejei por algo assim.

A: Então a capital é uma influência?

B: Vou concordar que o álbum tem um som lisboeta.

 

Mas não tem. Próxima B fica bem a Lisboa, mas não tem um som lisboeta. É um pouco como os acústicos de Cohen no Chiado de Janeiro, ou como uma balada de Scott Walker na gare do Rossio. Encontra-se esteticamente com a cidade, por acidente, não se identificando com ela.

 

 

Bernado Devlin é uma figura obscura. Um vulto caminhando elegantemente pelo underground em passos de originalidade e mestria. Principiou a carreira no final dos oitenta, com os Osso Exótico, banda de um Portugal virado para fora, ansiosa por integridade artística. Os Osso Exótico almejaram o mais negro avant-garde, e é tentador situá-los em Inglaterra, junto dos Bauhaus, ou considerá-los expatriados espirituais, como os Birthday Party. Seja qual for a nossa atitude, é inquestionável que os Osso Exótico foram audazes e que não quiseram a pop da mesma forma que a pop não os quis.

 

 

Quanto a Devlin, deixou os Osso Exótico por Berlin e voltou com um álbum gravado, World, Freehold. Seguiram-se-lhe quatro décadas, seis álbuns e diversos contributos para bandas sonoras. Apesar disso, o público nacional desconhece-o. Já os críticos aclamam-no, fazendo dele um caso ansioso. Não é adequado para a pop, e mesmo no underground está sozinho. E o indie? Não deveria ser esse o lugar do artista original e incansável?

 

BD: A situação com o indie é uma coisa que eu que pude observar em tempo real. Venho de um período em que havia um certo idealismo em relação ao chamado «mercado independente». Havia uma linha muito clara que separava os mercados. E eventualmente gerou-se uma nova indústria em torno do que se chamava «a música independente»; que, a partir do momento em que começou a dar bons resultados financeiros, atraiu os grupos maiores. Essas editoras foram compradas e com isso nasceu o «mercado indie». Um estilo que, a meu ver, acaba por ser um pouco imposto e contra-natura.

A: Há claramente uma tendência a seguir. Consigo confundir muitas bandas formadas nos últimos três anos.

BD: Percebo isso.

 

A inferência é simples: Devlin rejeitou o indie, tendo preferido a integridade artística. E cedendo aos caprichos de uma musa inquieta, deu-nos uma obra mutável. Uma obra difícil de definir. Entre World, Freehold e próxima B a família de semelhanças não é óbvia. Pelo menos para mim.

Devlin tem outra opinião.

 

BD: Trabalho por processos longos, vou guardando ideias e vou, aos poucos, trabalhando em torno dessa ideia. Os discos podem parecer rupturas de um ponto de vista estético, de um álbum para o outro, mas para mim não são. Por outro lado, em termos da música, não sou fiel a um determinado som. É por isso que eu acho que estou mais confortável na pele de artista a solo, do que membro de uma banda. Porque, se eu quiser mudar radicalmente de um álbum para o outro, posso fazê-lo. Apesar disso, como disse, acho que há uma continuidade no meu trabalho. Como uma sucessão de galerias.

A continuidade da sua obra não lhe escapa. Mas será isso solipsismo de criador? Não é certo. Devlin parece, de facto, fechado num universo muito próprio. Porém, o traço não é incomum entre as suas influências mais primárias. Bowie, Roxy Music, Velvet Underground e Stooges: são esses os nomes que principiaram a sua intimidade com a música. E talvez isso faça de Devlin a consequência de uma Nova Iorque da insónia. É tentador imaginá-lo a fumar sobre o toldo do CBGB, ébrio de um Rimbaud mal lido, à procura de uma beatitude abstracta nos azulejos sujos de uma casa de banho riscada. É fácil vê-lo longe do Bairro Alto e afastá-lo do histerismo dos nossos anos oitenta. É fácil vê-lo em Berlin, a gravar o World, Freehold.

 

A: Em 91 partiste para Berlin, não foi?

BD: Bom, não foi directamente para Berlin, mas acabei por ir lá parar, sim.

A: Não foi um destino planeado, então.

BD: Foi semi-planeado porque eu sabia que seria um destino óbvio. Vivi algum tempo na Alemanha antes de me mudar para Berlin, e durante esse período passei por lá algumas temporadas para visitar amigos. Depois acabei por me mudar. Foi o passo mais lógico.

A: OK, eu ia perguntar-te se tinha sido uma coisa estilo Bowie e Iggy…

BD: Não. O David Bowie tinha estado em Los Angeles numa fase particularmente…

A: Complicada.

BD: …complicada… da sua vida e carreira. E era um grande nome que tinha um enorme reflexo, e um enorme foco também. E eu, bem… tirando a minha relativa curta estadia no Osso Exótico não tinha propriamente um grande passado ao qual me pudesse agarrar. Pelo menos a esse nível. Mas digamos que, em termos de experiência, o Iggy e o Bowie mencionam Berlin como uma espécie de casualidade, uma possibilidade de uma pessoa viver a sua vida sem interferência particular. E essa experiência, sim, consigo confirmar.

A: E o World, Freehold, é um «álbum de Berlin»?

BD: Sim, pode ser um álbum de Berlin. Isto é, um álbum que foi gravado em Berlin e composto em Berlin.

A: Mas, em termos de paisagem, Berlin faz parte?

BD: Eu acho que antes de conhecer Berlin tinha uma espécie de Berlin imaginária que ainda hoje retenho. E digamos que, se calhar, eu encontraria essa Berlin num álbum que editei mais tarde, em 2008, chamado Ágio, do que no World, Freehold.

 

 

Como Bowie, Devlin traz-nos cidades idealizadas. A Berlin de Ágio e a Berlin de Low são inteiramente fictícias, apesar de ambas desenharem a capital alemã recorrendo à electrónica. Mas essa alusão ao industrial, ao verde e à paz silenciosa do anonimato está longe de ser objectiva. É inteiramente a experiência de um homem. Só isso. O mesmo acontece com a tal Lisboa do próxima B. Ela pertence inteiramente ao seu criador, por mais que este tente edifica-la na semiótica do som e da lírica surrealista. A Lisboa de Devlin é semanticamente impenetrável.

 

 

A: O que é o mundo no próxima B?

BD: O mundo é um ponto pequeno. É o nosso sítio. Por vezes, há uma enorme tendência para uma fortificação de situações que são absolutamente monopolizantes e quem têm efeitos para todos nós.

A: A nível pessoal ou cultural?

BD: Como eu digo, nunca tentei abordar, pelo menos em termos de palavra, um discurso politizado. E no próxima B também não tento abordar um discurso politizado. São mais expressões que eu considero plausíveis nos dias de hoje. No que têm de bom e no que têm de mau, porque nem tudo tem de ser mau.

 

 

A política, possível ponte entre Bernardo Devlin e a praça pública, é ambígua e elegantemente dispensada. Diz-nos que nem tudo tem de ser mau, e tem razão, por mais que seja o papel da ideologia convencer-nos do contrário. Mas os tempos pedem precisamente outra coisa. Pedem ao artista que defina a sua época, mesmo que não esteja qualificado a fazê-lo.

 

A: Não achas que há poucos álbuns a celebrar o presente?

BD: A ideia de celebração implica o desejo de celebração.

 

Também aí está certo. A música de protesto é um sintoma. Mas se em próxima B o protesto se faz ouvir, a sua causa está-nos ocultada. Talvez isso seja intencional. Ou talvez não. Certo é que o discurso político é uma fórmula segura, e Bernardo Devlin parece evitar o que é seguro.

 

BD: Deixar que a intuição guie o processo e não aplicar técnicas que já são testadas e mais que testadas. Aceitar uma ideia que pode ser usada ou não, ou até ser mais ou menos absurda, e pensar, «OK, vou tentar isto e ver o que acontece». Não pensando, necessariamente, em termos de uma originalidade.

 

Parece que até evita a originalidade. Talvez porque a considera também uma dessas técnicas «mais que testadas». Contraditório? Nem por isso. Devlin cria por amor à criação, e esse amor satisfaz-se perfeitamente sem a ansiedade de ser original. Próxima B é prova disso. Não se trata de um álbum pretensamente original. O folk-noir, onde a guitarras acústicas cavalgam sob planaltos de violinos, está longe de ser uma invenção de Devlin; encontramo-lo em Leonard Cohen, Scott Walker, John Cale e na Banda do Casaco, e encontramo-lo sempre como uma surpresa, como algo que, de tão belo que é, nos parece causa de si mesmo, sem precedentes. Não o sendo, obviamente. Quando ouvi «Demo», apanhei ecos Dos Benefícios de um Vendido no Reino dos Bonifácios, obra-prima da Banda do Casaco.

 

 

BD: O título conheço. Mas com pena minha, não conheço bem o trabalho deles. Por vezes a natureza das influências não é uma coisa exacta, mas no caso da Banda do Casaco, para além de saber que eles existem, não tenho uma noção exacta do que é a música deles.

 

É verdade, a afinidade musical segue trilhos pouco óbvios. Muitas vezes, acidentais. No caso de Bernardo Devlin, ou mais especificamente de próxima B, a afinidade com Cohen e Walker é tangível e, pelo que parece, intencional.

 

BD: Não poderia escapar, ambos me influenciam.

 

Mas, como foi dito, isso não actua negativamente sobre o álbum. Próxima b é o golpe de um som afiado; resultado natural de um amor à musa; não encerrando, de todo, os talentos de Bernardo Devlin.

 

BD: Não vejo o próxima B de todo como um álbum conclusivo. Não é certamente o meu desejo.

 

Os seus resilientes quarenta de carreira foram recompensados com um selo de qualidade, mas não com o reconhecimento devido. Quando o ouvi, durante os meus passeios, lamentei que assim tenha sido. Mas talvez a fama tivesse definido Bernardo Devlin, retirando-lhe a soltura e a liberdade necessárias à plena descarga do seu poder criativo.

 




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