Links


ARTES PERFORMATIVAS


GABRIEL FERRANDINI

CARLA CARBONE

2020-08-07



 

 

Fotografia: António Júlio Duarte

 

 

Gabriel Ferrandini em entrevista com Carla Carbone

 

Recordemos Russolo. Em um dado momento, no seu manifesto futurista “A Arte dos Ruídos” 1913, deslumbrava-nos com a descoberta da simultaneidade dos sons, com a manifestação diversa sonora, que, progressivamente, ia enriquecendo os grupos com “sons complexos”. Revelava-nos a vertigem dos conjuntos, o “desejo e a busca da união” de “sons diferentes”, a longa travessia que a música tinha percorrido, do “acorde perfeito assonante”, para o súbito afloramento de “acordes enriquecidos por algumas dissonâncias de passagem”, até às “dissonâncias persistentes e complicadas da música contemporânea”.

Recordemos ainda, o concerto “Volúpias”, de Gabriel Ferrandini, em janeiro de 2020. As intenções desta simultaneidade foram, não só evocadas, como até celebradas, energicamente, e com júbilo. Como compositor, e exímio na sua “improvisação coletiva”, Ferrandini, assegurava, no seu conjunto, uma inquebrantável “verticalidade” das suas partes. Num perpétuo, e constante, exercício inventivo. O espaço era sulcado com elementos geométricos, de sinal vigoroso. Ora ouvíamos o pontilhado (tonal) assimétrico desferido por Ferrandini, ora nos detínhamos na aguada benévola de Hernâni Faustino, que, a pouco e pouco, ia inebriando o palco, como fumo, e que se estendia até à exultação. Inundando, em plenitude, os sentidos.

A percussão, de Gabriel Ferrandini, pontuava os longos gestos de Hernâni Faustino, no seu contrabaixo. Fornecia-lhe um cartograma. Pedro Sousa, pela firmeza da sua execução, conferia chão ao conjunto; e Schlippenbach, envolvia-nos nos seus apontamentos de cristal, e lembrava-nos as delicadezas sonoras do conjunto. A um dado momento da sua chegada, Peter Evans revelava-nos a emoção, a ironia e o humor. Lamentos que rasgavam a escuridão da sala, sem pudor. Alguns instrumentos saíam da sua limitação convencional, para passarem a ter um outro timbre, a ser uma outra coisa. A assumirem uma nova identidade. Seria a própria vida a irromper?

Russolo deveria ter acordado do seu eterno sono e presenciado isto. Em a “Arte dos Ruídos”, 1913, Russolo, sobre os instrumentos, dizia o seguinte: “É preciso romper a qualquer preço esse círculo restrito de sons puros e conquistar a variedade infinita dos sons ruídos”. Romper a monotonia de timbres, em busca do colorido orquestral, da polifonia variada.

A riqueza dos contrastes sucede-se, para nosso deleite. O enforme e o líquido complementam-se. A surpresa dada pela estranheza nas variedades tímbricas, que nos assombram inicialmente, e que aprendemos a compreender, conduzem-nos depois à “recompensa”: Também Nietzsche nos dizia, sobre as coisas que aparentemente pareciam estranhas inicialmente: “precisamente assim aprendemos nós a amar todas as coisas que amamos agora”.

 

Carla Carbone

 

 

>>>

 

 

Fotografia: António Júlio Duarte

 

 

A 2 de Agosto, no Festival Jazz 2020 / Gulbenkian, Ferrandini presenteia-nos novamente com a sua preciosa energia, ao lado de excelentes músicos como Miguel Mira, Ricardo Toscano, e Rodrigo Pinheiro.
Por aqui deixamos uma entrevista feita a Gabriel Ferrandini, em Janeiro deste ano, antes de, e longe de alguma vez, prevermos que iriamos viver tempos conturbados por causa de uma pandemia.

 

CC - O nome Volúpias parece ter surgido da residência na ZDB. Porque o Gabriel decidiu manter o mesmo nome?

GF - O nome, na verdade, não é o mesmo. Na residência era "Volúpia das cinzas". Tinha a ver com a minha fase naquela altura, uma pós-morte, passar da livre improvisação para a composição. Era uma fase de revolta. Agora com o disco, as cinzas ficaram para trás, e ficou só como adubo para Volúpias. O nome ficou mais ou menos igual porque o disco é um "best of" de um ano de residência. Foram 6 datas em um ano, dois sets por noite. No total são 12 sets. Muita música. Escolhi o melhor, como celebração para o disco.

 

CC - Em entrevistas costuma mencionar o Jazz, o mesmo parece surgir em conversa muitas vezes. Considera o Jazz um ponto de partida, um legado do qual não se consegue livrar? Ou antes uma ferramenta a que se recorre sempre que necessita?

GF - Considero isso tudo o que diz. Um ponto de partida, uma linguagem, uma ferramenta, uma escola. Não me consigo livrar, mas não o quero. Quero só me encontrar dentro dessa linguagem em vez de perpetuar o que já foi feito ao longo da história. Não ser só o meu gosto dentro de uma linguagem. Mas ter mesmo liberdade dentro desse universo. 
O jazz foi a minha escola. E é a música mais próxima da minha alma. Foi essa a música que me ensinou a tocar o instrumento. Mas há muita coisa que quero fazer, algumas afastam-se do jazz, mas talvez isso seja à superfície. No fundo, está lá sempre tudo. Quero ser fiel ao meu passado. 

 

CC - O Gabriel considera-se um livre improvisador, ou um compositor com pendor experimentalista? Onde se inscreve, afinal, ou onde se sente mais à vontade?

GF -  Sinto-me na raiz de um improvisador. Mas cada vez mais um compositor. Nunca me sinto à vontade. Isto é um processo continuo de ouvir, tocar, estudar.

 

CC - Existe, por um lado, um sabor subtil a experimentação no sentido acusmático, por outro lado o seu trabalho, em Volúpias, parece pautar-se por uma depuração, cuidado extremo, e sentido analítico face aos sons escolhidos/aplicados, e aos sons por retirar. O que me tem a dizer relativamente a isso?

GF - O disco já é uma “pós análise” da residência da ZDB. Quero dizer que foi um ano a compor, e depois disso, ouvir tudo, escolher o melhor, voltar a analisar, rescrever e rearranjar para tocar agora com novos ouvidos. A residência aconteceu no bairro alto, mas a gravação foi no Alentejo, num sitio no meio do nada muito especial. Deu-nos uma calma que na urbe não iriamos ter. E por cima disso tudo, queria fazer um disco de baladas, e fugir à nossa natureza dos concertos que é mais energético. Isto fez com que a atenção fosse máxima, muita sensibilidade a atacar cada nota, cada som. Esta era a aura que queria captar.

 

CC - Como ouvinte é impossível não relacionar os ruídos com algo que não tenha a ver com as coisas concretas. Pergunto se houve, intencionalmente, uma preocupação representacional, da emoção, no concerto da Culturgest, em Volupias?

GF - Nunca teatralizamos em palco. É tudo real e muito emocional. Não estamos em controle sobre as emoções, só sobre a técnica e a estrutura.

 

CC - Alexander von Schlippenbach foi um convidado especial do seu concerto, dando um contributo inegável quanto ao modo como aplicava a moderação, e amenizava os ímpetos criativos provindos dos sons dos outros instrumentos, criando equilíbrio, e dando um sabor cristalino e brilho (luminoso e espacial) ao evento sonoro. Ingressou, a um dado momento, Peter Evans, que retirou, do seu instrumento, sem medo, sons que pareciam lamentos, quase choros ou lamúrias, remetendo para o tema das emoções. O que pensa o Gabriel disto tudo e qual foi a sua motivação nestas escolhas?

GF - Era uma noite especial. O Alexander é um herói meu. Um mestre desta música, tudo o que ele faz está lá, a 100%. o Peter Evans é um grande amigo e um dos melhores trompetistas do mundo. Chamei-o, não só por o admirar, mas para traze-lo a esta celebração. Ter aquelas cinco pessoas em palco é mesmo raro e especial, estávamos felizes juntos. Confio nas opções estéticas deles e acho que o ambiente estava ótimo. Próximo do disco, mas com mais energia no live.

 

CC - O nome "Volúpias" advém dessa "carga" emocional experienciada no concerto?

GF -  Volúpias vem da vida de Lisboa, da residência, das ruas que vivo todos os dias, acabando na prática musical. Tentar traduzir as coisas da vida na música: a celebração, mas também a dor.

 

CC - Outros intérpretes usaram os instrumentos, retirando o maior número de sons possíveis, a ponto de hibridizar os mesmos instrumentos, até à exaustão. Terá sido para promover a reflexão sobre o condicionalismo dos instrumentos tradicionais? E até que ponto, na nossa cultura, os mesmos limitam a possibilidade de expandir a capacidade cultural, ocidental, de aceitar novos sons?

GF - O jazz, e ainda mais, o free jazz, teve sempre esse ímpeto de procurar os limites dos instrumentos, do corpo, da técnica. As nossas emoções e sonhos são vastos e os instrumentos sofreram muitas limitações, ao longos dos anos. No passado, há 500 anos atrás era tudo muito mais regrado. Eu amo instrumentos e a sua natureza, mas acho que é nosso dever tentar levá-los para mais espaços, libertá-los da sua própria história.

 

CC - Narrativas, texturas e espaços intuem-se ao longo da peça sonora "Volúpias", como encara o Gabriel a experiência do espaço (enquanto realidade sonora) no seu trabalho?

GF - O espaço: como ambiente e tema.  Tentei criar uma vibe, de melancolia das ruas de Lisboa, mas que celebrava uma luz, uma fé.

 

CC - O evento sonoro "Volúpias" é moldado pela participação circulatória, ou confluência de excelentes músicos, (em que é nítida a existência de diferentes linguagens) conferindo uma frescura e abertura ao longo do concerto) Tal facto deve-se à experiência coletiva de Ferrandini com a Trem Azul?

GF - O Trem azul foi a minha principal escola. Tenho muito a dever às pessoas que me educaram lá e me ajudaram. Cada vez que toco, essa história está comigo.  Muito aprendemos, e nos conhecemos ali.

 

 

Fotografia: António Júlio Duarte


 




Outros artigos:

2024-03-24


PARADIGMAS DA CONTÍNUA METAMORFOSE NA CONSTRUÇÃO DO TEMPO EM MOVIMENTO // A CONQUISTA DE UMA PAISAGEM AUTORAL HÍBRIDA EM CONTÍNUA CAMINHADA
 

2024-02-26


A RESISTÊNCIA TEMPORAL, A PRODUÇÃO CORPORAL E AS DINÂMICAS DE LUTA NA ARTE CONTEMPORÂNEA
 

2023-12-15


CAFE ZERO BY SOREN AAGAARD, PERFORMA - BIENAL DE ARTES PERFORMATIVAS
 

2023-11-13


SOBRE O PROTEGER E O SUPLICAR – “OS PROTEGIDOS” DE ELFRIEDE JELINEK
 

2023-10-31


O REGRESSO DE CLÁUDIA DIAS. UM CICLO DE CRIAÇÃO DE 10 ANOS A EMERGIR DA COLEÇÃO DE LIVROS DO SEU PAI
 

2023-09-12


FESTIVAL MATERIAIS DIVERSOS - ENTREVISTA A ELISABETE PAIVA
 

2023-08-10


CINEMA INSUFLÁVEL: ENTREVISTA A SÉRGIO MARQUES
 

2023-07-10


DEPOIS DE METADE DOS MINUTOS - ENTREVISTA A ÂNGELA ROCHA
 

2023-05-20


FEIOS, PORCOS E MAUS: UMA CONVERSA SOBRE A FAMÍLIA
 

2023-05-03


UMA TERRA QUE TREME E UM MAR QUE GEME
 

2023-03-23


SOBRE A PARTILHA DO PROCESSO CRIATIVO
 

2023-02-22


ALVALADE CINECLUBE: A PROGRAMAÇÃO QUE FALTAVA À CIDADE
 

2023-01-11


'CONTRA O MEDO' EM 2023 - ENTREVISTA COM TEATROMOSCA
 

2022-12-06


SAIR DE CENA – UMA REFLEXÃO SOBRE VINTE ANOS DE TRABALHO
 

2022-11-06


SAMOTRACIAS: ENTREVISTA A CAROLINA SANTOS, LETÍCIA BLANC E ULIMA ORTIZ
 

2022-10-07


ENTREVISTA A EUNICE GONÇALVES DUARTE
 

2022-09-07


PORÉM AINDA. — SOBRE QUASE UM PRAZER DE GONÇALO DUARTE
 

2022-08-01


O FUTURO EM MODO SILENCIOSO. SOBRE HUMANIDADE E TECNOLOGIA EM SILENT RUNNING (1972)
 

2022-06-29


A IMPORTÂNCIA DE SER VELVET GOLDMINE
 

2022-05-31


OS ESQUILOS PARA AS NOZES
 

2022-04-28


À VOLTA DA 'META-PERSONAGEM' DE ORGIA DE PASOLINI. ENTREVISTA A IVANA SEHIC
 

2022-03-31


PAISAGENS TRANSDISCIPLINARES: ENTREVISTA A GRAÇA P. CORRÊA
 

2022-02-27


POÉTICA E POLÍTICA (VÍDEOS DE FRANCIS ALŸS)
 

2022-01-27


ESTAR QUIETA - A PEQUENA DANÇA DE STEVE PAXTON
 

2021-12-28


KILIG: UMA NARRATIVA INSPIRADA PELO LOST IN TRANSLATION DE ANDRÉ CARVALHO
 

2021-11-25


FESTIVAL EUFÉMIA: MULHERES, TEATRO E IDENTIDADES
 

2021-10-25


ENTREVISTA A GUILHERME GOMES, CO-CRIADOR DO ESPECTÁCULO SILÊNCIO
 

2021-09-19


ALBUQUERQUE MENDES: CORPO DE PERFORMANCE
 

2021-08-08


ONLINE DISTORTION / BORDER LINE(S)
 

2021-07-06


AURORA NEGRA
 

2021-05-26


A CONFUSÃO DE SE SER NÓMADA EM NOMADLAND
 

2021-04-30


LODO
 

2021-03-24


A INSUSTENTÁVEL ORIGINALIDADE DOS GROWLERS
 

2021-02-22


O ESTRANHO CASO DE DEVLIN
 

2021-01-20


O MONSTRO DOS PUSCIFER
 

2020-12-20


LOURENÇO CRESPO
 

2020-11-18


O RETORNO DE UM DYLAN À PARTE
 

2020-10-15


EMA THOMAS
 

2020-09-14


DREAMIN’ WILD
 

2020-08-07


GABRIEL FERRANDINI
 

2020-07-15


UMA LIVRE ASSOCIAÇÃO DO HERE COME THE WARM JETS
 

2020-06-17


O CLASSICISMO DE NORMAN FUCKING ROCKWELL!
 

2019-07-31


R.I.P HAYMAN: DREAMS OF INDIA AND CHINA
 

2019-06-12


O PUNK QUER-SE FEIO - G.G. ALLIN: UMA ABJECÇÃO ANÁRQUICA
 

2019-02-19


COSEY FANNI TUTTI – “TUTTI”
 

2019-01-17


LIGHTS ON MOSCOW – Aorta Songs Part I
 

2018-11-30


LLAMA VIRGEM – “desconseguiste?”
 

2018-10-29


SRSQ – “UNREALITY”
 

2018-09-25


LIARS – “1/1”
 

2018-07-25


LEBANON HANOVER - “LET THEM BE ALIEN”
 

2018-06-24


LOMA – “LOMA”
 

2018-05-23


SUUNS – “FELT”
 

2018-04-22


LOLINA – THE SMOKE
 

2018-03-17


ANNA VON HAUSSWOLFF - DEAD MAGIC
 

2018-01-28


COUCOU CHLOÉ
 

2017-12-22


JOHN MAUS – “SCREEN MEMORIES”
 

2017-11-12


HAARVÖL | ENTREVISTA
 

2017-10-07


GHOSTPOET – “DARK DAYS + CANAPÉS”
 

2017-09-02


TATRAN – “EYES, “NO SIDES” E O RESTO
 

2017-07-20


SUGESTÕES ADICIONAIS A MEIO DE 2017
 

2017-06-20


TIMBER TIMBRE – A HIBRIDIZAÇÃO MUSICAL
 

2017-05-17


KARRIEM RIGGINS: EXPERIÊNCIAS E IDEIAS SOBRE RITMO E HARMONIAS
 

2017-04-17


PONTIAK – UM PASSO EM FRENTE
 

2017-03-13


TRISTESSE CONTEMPORAINE – SEM ILUSÕES NEM DESILUSÕES
 

2017-02-10


A PROJECTION – OBJECTOS DE HOJE, SÍMBOLOS DE ONTEM
 

2017-01-13


AGORA QUE 2016 TERMINOU
 

2016-12-13


THE PARKINSONS – QUINZE ANOS PUNK
 

2016-11-02


patten – A EXPERIÊNCIA DOS SENTIDOS, A ALTERAÇÃO DA PERCEPÇÃO
 

2016-10-03


GONJASUFI – DESCIDA À CAVE REAL E PSICOLÓGICA
 

2016-08-29


AGORA QUE 2016 VAI A MEIO
 

2016-07-27


ODONIS ODONIS – A QUESTÃO TECNOLÓGICA
 

2016-06-27


GAIKA – ENTRE POLÍTICA E MÚSICA
 

2016-05-25


PUBLIC MEMORY – A TRANSFORMAÇÃO PASSO A PASSO
 

2016-04-23


JOHN CALE – O REECONTRO COM O PASSADO EM MAIS UMA FACE DO POLIMORFISMO
 

2016-03-22


SAUL WILLIAMS – A FORÇA E A ARTE DA PALAVRA ALIADA À MÚSICA
 

2016-02-11


BIANCA CASADY & THE C.I.A – SINGULARES EXPERIMENTALISMO E IMAGINÁRIO
 

2015-12-29


AGORA QUE 2015 TERMINOU
 

2015-12-15


LANTERNS ON THE LAKE – SOBRE FORÇA E FRAGILIDADE
 

2015-11-11


BLUE DAISY – UM VÓRTEX DE OBSCURA REALIDADE E HONESTA REVOLTA
 

2015-10-06


MORLY – EM REDOR DE REVOLUÇÕES, REFORMULAÇÕES E REINVENÇÕES
 

2015-09-04


ABRA – PONTO DE EXCLAMAÇÃO, PONTO DE EXCLAMAÇÃO!! PONTO DE INTERROGAÇÃO?...
 

2015-08-05


BILAL – A BANDEIRA EMPUNHADA POR QUEM SABE QUEM É
 

2015-07-05


ANNABEL (LEE) – NA PRESENÇA SUPERIOR DA PROFUNDIDADE E DA EXCELÊNCIA
 

2015-06-03


ZIMOWA – A SURPREENDENTE ORIGEM DO FUTURO
 

2015-05-04


FRANCESCA BELMONTE – A EMERGÊNCIA DE UMA ALMA VELHA JOVEM
 

2015-04-06


CHOCOLAT – A RELEVANTE EXTRAVAGÂNCIA DO VERDADEIRO ROCK
 

2015-03-03


DELHIA DE FRANCE, PENTATONES E O LIRISMO NA ERA ELECTRÓNICA
 

2015-02-02


TĀLĀ – VOLTA AO MUNDO EM DOIS EP’S
 

2014-12-30


SILK RHODES - Viagem no Tempo
 

2014-12-02


ARCA – O SURREALISMO FUTURISTA
 

2014-10-30


MONEY – É TEMPO DE PARAR
 

2014-09-30


MOTHXR – O PRAZER DA SIMPLICIDADE
 

2014-08-21


CARLA BOZULICH E NÓS, SOZINHOS NUMA SALA SOTURNA
 

2014-07-14


SHAMIR: MULTI-CAMADA AOS 19
 

2014-06-18


COURTNEY BARNETT
 

2014-05-19


KENDRA MORRIS
 

2014-04-15


!VON CALHAU!
 

2014-03-18


VANCE JOY
 

2014-02-17


FKA Twigs
 

2014-01-15


SKY FERREIRA – MORE THAN MY IMAGE
 

2013-09-24


ENTRE O MAL E A INOCÊNCIA: RUTH WHITE E AS SUAS FLOWERS OF EVIL
 

2013-07-05


GENESIS P-ORRIDGE: ALMA PANDRÓGINA (PARTE 2)
 

2013-06-03


GENESIS P-ORRIDGE: ALMA PANDRÓGINA (PARTE 1)
 

2013-04-03


BERNARDO DEVLIN: SEGREDO EXÓTICO
 

2013-02-05


TOD DOCKSTADER: O HOMEM QUE VIA O SOM
 

2012-11-27


TROPA MACACA: O SOM DO MISTÉRIO
 

2012-10-19


RECOLLECTION GRM: DAS MÁQUINAS E DOS HOMENS
 

2012-09-10


BRANCHES: DOS AFECTOS E DAS MEMÓRIAS
 

2012-07-19


DEVON FOLKLORE TAPES (II): SEGUNDA PARTE DA ENTREVISTA COM DAVID CHATTON BARKER
 

2012-06-11


DEVON FOLKLORE TAPES - PESQUISAS DE CAMPO, FANTASMAS FOLCLÓRICOS E LANÇAMENTOS EM CASSETE
 

2012-04-11


FC JUDD: AMADOR DA ELETRÓNICA
 

2012-02-06


SPETTRO FAMILY: OCULTISMO PSICADÉLICO ITALIANO
 

2011-11-25


ONEOHTRIX POINT NEVER: DA IMPLOSÃO DOS FANTASMAS
 

2011-10-06


O SOM E O SENTIDO – PÁGINAS DA MEMÓRIA DO RADIOPHONIC WORKSHOP
 

2011-09-01


ZOMBY. PARA LÁ DO DUBSTEP
 

2011-07-08


ASTROBOY: SONHOS ANALÓGICOS MADE IN PORTUGAL
 

2011-06-02


DELIA DERBYSHIRE: O SOM E A MATEMÁTICA
 

2011-05-06


DAPHNE ORAM: PIONEIRA ELECTRÓNICA E INVENTORA DO FUTURO
 

2011-03-29


TERREIRO DAS BRUXAS: ELECTRÓNICA FANTASMAGÓRICA, WITCH HOUSE E MATER SUSPIRIA VISION
 

2010-09-04


ARTE E INOVAÇÃO: A ELECTRODIVA PAMELA Z
 

2010-06-28


YOKO PLASTIC ONO BAND – BETWEEN MY HEAD AND THE SKY: MÚLTIPLA FANTASIA EM MÚLTIPLOS ESTILOS