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ARTES PERFORMATIVAS


O REGRESSO DE CLÁUDIA DIAS. UM CICLO DE CRIAÇÃO DE 10 ANOS A EMERGIR DA COLEÇÃO DE LIVROS DO SEU PAI

SETE ANOS

2023-10-31



 

© Alípio Padilha

 

Um novo ciclo de criação inicia-se na carreira de Cláudia Dias. Dois anos depois da conclusão do ciclo Sete Anos Sete Peças que, como o próprio nome indica, se desenvolveu ao longo de sete anos com uma peça a cada ano (2014-2021), Cláudia inicia agora um trabalho mais familiar e íntimo, sem deixar de parte as temáticas sociais e políticas que têm sido características no seu trabalho.

A Coleção do Meu Pai é o nome deste ciclo de criação que mergulha na coleção de livros da biblioteca do seu pai, Anselmo Dias, mais propriamente na parte dedicada a autores neorrealistas. Como a Cláudia Dias nos vem habituando, este também é um ciclo de longa duração: dez anos compostos por 5 peças de criação bianual.

 

© Alípio Padilha

 

Para Cláudia Dias, a coleção de livros do seu pai é uma “irmã mais velha”. A partir deste ponto de afeto, a coreógrafa retoma uma questão central no seu trabalho - o cruzamento entre a história individual e a história coletiva. O pai, Anselmo Dias, tem agora 84 anos e uma coleção de mais de 900 livros.

O projeto homenageia a relação afetiva mostrando o legado cultural passado entre gerações e recupera as memórias familiares e o trabalho de escritores que mapearam as questões sociais e políticas que condicionam a vida de todos.

Cláudia Dias acredita que homenagear estes escritores é cada vez mais imperativo, face ao crescente desinteresse pela palavra, principalmente nas camadas mais jovens que se vêem facilmente envolvidas na esfera digital. Como argumenta a coreógrafa, “A rarefação da palavra é também a rarefação do pensamento, sobretudo a do pensamento crítico”.

 

A Coleção do Meu Pai - Uma Tremenda Caminhada

 

“Uma Tremenda Caminhada” é o primeiro capítulo d’A Coleção do Meu Pai e desenvolve-se a partir de um dos livros da coleção de Anselmo Dias: A Selva, de Ferreira de Castro, um precursor do neorrealismo.

A frase “uma tremenda caminhada dos deserdados através dos séculos”, que pode ler-se no prefácio da obra, foi o ponto de partida para a construção deste espetáculo. Que caminhada é esta? A caminhada em busca de trabalho e de uma vida melhor.

É um espetáculo centrado na ideia de labor e no proletariado de quem está num país novo.

 

© Alípio Padilha

 

Com duas intérpretes oriundas do Brasil, vemos reafirmado o cruzamento entre a história individual e a história coletiva: Cláudia Dias traz para palco corpos que carregam o peso de quem já fez a caminhada de emigrar para um novo país (carregam a sua caminhada e de tantos outros iguais que a fazem até hoje), e o peso da sua herança cultural marcada pela emigração, exploração, trabalho escravo e colonialismo.

Estas palavras reverberam na peça enquanto palavras de acesso à desconstrução de uma forma de pensar e de estar, de um pensamento normativo, fossilizado, ainda presente nos tempos atuais e que condiciona.

 

 

 

A estreia de A Coleção do Meu Pai - Uma Tremenda Caminhada está marcada para o dia 4 de novembro, no Auditório Municipal do Fórum Cultural do Seixal. Próximas apresentações terão lugar nos dias 15 e 16 de fevereiro na Fábrica das Ideias, na Gafanha da Nazaré.

 


:::

 

© Alípio Padilha

 

Cláudia Dias (Lisboa, 1972). Coreógrafa, performer e professora. Diretora artística do projeto Sete Anos Sete Peças. Fundadora e dirigente da Sete Anos Associação Cultural. Iniciou a sua formação em dança na Academia Almadense, foi bolseira na Companhia de Dança de Lisboa, concluiu o Curso de Formação de Intérpretes de Dança Contemporânea no Fórum Dança, e frequentou o Mestrado em Artes Cénicas na Universidade Nova de Lisboa.
Iniciou o seu trabalho como intérprete no Grupo de Dança de Almada. Integrou o coletivo
Ninho de Víboras. Colaborou com a Re.Al tendo sido uma intérprete central na estratégia de criação de João Fiadeiro e no desenvolvimento, sistematização e transmissão da Técnica de Composição em Tempo Real.
Criou as peças Feedback, E.U. (entrevistem-me urgentemente), Juntem-se 2 a 2, As águias não geram pombas, Per Ti, Histo, One Woman Show, Visita Guiada, Das coisas nascem coisas, Vontade de ter Vontade, 23 + 1, Nem tudo o que dizemos tem de ser feito nem tudo o que fazemos tem de ser dito e as peças do ciclo Sete Anos Sete Peças.
Foi artista associada da Re.Al e do Espaço do Tempo e artista residente no Alkantara. Publicou textos nas revistas Boa União e Woman On Scene e nos livros Correspondencias.Bad e Escenas do Cambio. Premiada pelo Clube Português de Artes e Ideias no concurso Jovens Criadores, 1998. Nomeada para o Prémio Melhor Coreografia de 2013 e 2017 pela Sociedade Portuguesa de Autores.

 

Sete Anos. Associação de artistas, empresários, jornalistas, produtores, professores e técnicos, dispersos por Almada, Montemor-o-Novo e Porto, formada em Setembro de 2021, após a criação da última peça do ciclo “Sete Anos Sete Peças”, da coreógrafa Cláudia Dias. Atuam na criação artística, na programação cultural e na educação pela arte, tendo como princípio o trabalho em rede e procurando sempre a partilha de recursos e de saberes.

 




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