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ARTES PERFORMATIVAS


SILK RHODES - VIAGEM NO TEMPO

Ricardo Escarduça

2014-12-30



 

 

Silk Rhodes não se resume a uma ou a duas faixas. Em Silk Rhodes há um pouco de tudo. A sua sonoridade impregnada de soul leva-nos numa viagem ao passado e às origens dessa atmosfera musical e traz-nos de regresso ao presente para espreitarmos a sua original e musicalmente significativa reinvenção da sonoridade dos anos 60 e início de 70 plena de contemporaneidade. A música de Silk Rhodes ouve-se, simplesmente. Não se atinge nenhum climax, o que, neste caso, representa valor acrescentado. Pelo contrário, degusta-se apenas de um ambiente calmo, macio e informal, com tudo o que há de bom num variado vocabulário musical que aglomera e mescla em canções bem estruturadas, elegantes e algo contidas o classic soul, o funk, o R&B, o disco soul, o electro-funk, entre várias outras sonoridades, que não cai nos erros de perder a coerência e de querer ser mais do que é e que, ao mesmo tempo, derruba sem inibições os conceitos estabelecidos do que a soul music é e poderá ser, abrindo e explorando o seu futuro. Silk Rhodes é, simplesmente, pleno de puro e intenso soul e groove.

O álbum de estreia, que recebeu o mesmo nome da banda, foi lançado no passado dia 2 de Dezembro pela editora Stones Throw Records de Los Angeles, da qual se pode esperar sempre música de qualidade no universo do soul, funk e hip-hop, como atestam as contínuas e sucessivas descoberta e produção de artistas como Mayer Hawthorne, Aloe Blacc, Madlib/Qasimoto e Dam-Funk, entre outros. Silk Rhodes promete seguir-lhes os passos.

O produtor Michael Collins, originário de Boston, e o nova-iorquino vocalista com formação em ópera Sasha Desree conheceram-se quando ambos, em digressão com os seus projectos individuais, se cruzaram ocasionalmente e começaram a desenvolver experiências minimalistas de classic soul reciclado com recurso a gravações de voz e sons captados directamente num gravador instalado no carro posteriormente processadas aos quais adicionavam loop’s e sonoridades low-fi. O crescimento das suas colaborações e da sua amizade levou-os, também ocasionalmente, a mudar-se para uma casa em Baltimore no final das suas digressões onde viveram juntos por algum tempo.

Collins já desde há alguns anos que revisitava os géneros classificativos musicais bem delineados do passado através dos bem-sucedidos projectos Run-DMT e Salvia Plath em processos de exploração, desconstrução e deformação desses limites, compondo e produzindo música que abordava sonoridades murmurantes de new-age ambiente music que mais tarde evoluíram e se aproximaram do universo pop, folk e psicadélico dos anos 60. Desree, pelo seu lado, é um apaixonado confesso do soul e funk clássicos de The Delfonics, Stevie Wonder, Al Green ou Sly & The Family Stone e das fases mais iniciais da carreira do mais recente Prince.

Ao longo da sua estadia de 2 anos em Baltimore, necessário período de incubação do álbum devido ao método casuístico e experimentalista empregue, o duo continua as suas viagens exploratórias e de destino aleatório. Estando um pouco sem saber que rumo tomar, a solução foi libertarem-se dessa pressão e, simplesmente, descontrair e improvisar tendo como ponto de partida a junção das influências e preferências de ambos. O método de experimentação e improvisação foi levado ao extremo: o carro transformado em estúdio de gravação de som continuou a ser usado para captar sons aleatórios na sua vida diária em Baltimore ou em viagens pelo país que eram de imediato espontaneamente reproduzidos em loops enquanto circulavam pelas ruas atraindo a atenção devido à potência de emissão sonora instalada no carro, ao mesmo tempo que comentavam e gravavam em rima ou de qualquer outra forma inusitada o que observavam e convidavam desconhecidos e amigos com a dose de loucura necessária para contribuir com vocais e beats. As reacções favoráveis e entusiasmadas que obtinham rapidamente os fez concluir que esta recolha sonora não planeada seria a matéria-prima a que se juntariam grooves melódicos e orquestrados, as linhas rítmicas de baixos e beats sintetizados produzidos por Collins e o emocional lirismo vocal de Desree, resultando nas 12 faixas que compõem o álbum numa homenagem aos clássicos funk e soul mas que, dotado de um carácter próprio, distinto e individual, não se limita a ser uma mera cópia evocativa deles mesmos e abre caminhos novos para essas sonoridades devido a um processo de composição bizarro e excêntrico que gera surpreendente e inovadora música.

A faixa “Pains”, na segunda posição da tracklist e eleita como single de apresentação do álbum (está disponível um vídeo para o mesmo no YouTube que aconselhamos também a visualizar, mas optamos pela versão no perfil soundcloud uma vez que, por motivos que nos ultrapassam, a versão em vídeo foi cortada na introdução da faixa em aprox. 40 segundos), é um espelho completo do processo criativo de Silk Rhodes. É musicalmente sustentada em toda a sua duração apenas por um lento e lamuriante sample de guitarra composto por 5 acordes em loop. O pano de fundo é preenchido por linhas discretas e embalantes de órgão e cordas e por um beat suave, enquanto algumas frases soltas e trémulas de guitarra fazem a transposição entre estrofes e refrão, resumindo uma estrutura musical simples mas plena de identidade que deixa disponível todo o espaço para que a voz em falsetto de Desree evolua em amplos vórtices decrescentes. Mais do que renovados, trata-se de mestres como Marvin Gaye ou Curtis Mayfield reinventados.

Após uma faixa de introdução, “Pains” antecipa-nos o que vamos encontrar ao longo de todo o álbum e é um exemplo claro de como menos é mais. Cada uma das doze faixas que integram Silk Rhodes resultam de uma composição inteligente e inconvencional que sintetiza produção electrónica e o soul mais melódico em músicas leves, simples e limpas, distintas entre si e com uma identidade própria, que saltam musicalmente de conceito em conceito, num trabalho que vale tanto pela singularidade de cada faixa como pelo conjunto delas. Ao contrário de adensar e compactar várias camadas e ideias em cada composição, Collins e Desree optam por uma produção minimalista, contida e sem grandes adornos, expurgada do supérfluo e desnecessário e onde o soul e o groove são reis, explorando individualmente em cada faixa as diferentes áreas musicais para onde o seu processo criativo autónomo e intuitivo os encaminha que, por esse motivo, não julgamos como meras cópias ou similares aos nomes ancestrais do soul, e em que os vocais de Desree e a produção de Collins se equilibram sem sobreposições e se complementam mutuamente.

 

 

Igualmente ilustrativa da natureza do trabalho de Collins e Desree é a mixtape “Lip Service”, disponibilizada alguns dias após o lançamento do álbum (tal como Source Material Mixxx) com o propósito de partilhar e alguns dos artistas e sonoridades onde fundam a sua inspiração e expressar uma vez mais através da experimentação e da espontaneidade a fusão das duas distintas personalidades musicais.

Igualmente ilustrativa da natureza do trabalho de Collins e Desree é a mixtape “Lip Service”, disponibilizada alguns dias após o lançamento do álbum (tal como Source Material Mixxx) com o propósito de partilhar e alguns dos artistas e sonoridades onde fundam a sua inspiração e expressar uma vez mais através da experimentação e da espontaneidade a fusão das duas distintas personalidades musicais.

 

 

Em “Realtime”, quinta faixa do álbum, encontramos uma vez mais a simplicidade de Silk Rhodes. Collins limita-se a produzir um beat uniforme e contínuo ao longo de toda a faixa, apontamentos esparsos e discretos de baixo e frases de órgão que enquadram e parecem estar em diálogo com a voz de Desree que nunca se eleva e apenas flutua em tons médios de velocidade lenta e recebemos um viciante groove sedutor pleno de soul que não é uma balada tão calma quanto “Pains” e a que poderíamos escutar durante muito mais tempo que os seus 2:30 minutos de duração.

 

 

“Face 2 Face” interrompe a tendência que marca grande parte do trabalho de Silk Rhodes que se dedicam nesta faixa a criar um ambiente mais dancável com uma identidade disco e funk que quase se aproxima do boogie, assentando também numa estrutura musical simples desconstruída.

Os viajantes no tempo Collins e Desree convidam-nos a acompanhá-los no seu percurso musical da curta quase meia-hora de duração das 12 faixas do seu álbum de estreia num variado conjunto que não só homenageia o património musical do passado como o reinterpreta e inova assegurando que a sua música não se esgota numa repetição do que já foi feito anteriormente e que temos diante de nós o futuro da soul music. Aguardamos atentos a disponibilização nos canais generalizados das restantes faixas do álbum que, por enquanto, estão disponíveis apenas no site da editora ou através da aquisição do LP.

 

 

:::

[o autor escreve de acordo com a antiga ortografia]




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