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ARTES PERFORMATIVAS


FESTIVAL MATERIAIS DIVERSOS - ENTREVISTA A ELISABETE PAIVA

LIZ VAHIA

2023-09-12



 

 © Sílvia Prudêncio 

 

 

  

A 12ª edição do Festival Materiais Diversos decorre entre 5 e 15 de outubro nas vilas de Minde e de Alcanena. O cenário natural das vizinhas Serras de Aire e Candeeiros contribui também para o mote conceptual do festival, que tem investido nos últimos anos “em processos de desaceleração que nos permitam compreender o tempo longo das pedras e acompanhar o movimento das águas, na expectativa de trazer à superfície uma comunidade de afetos que se forma lentamente e sustenta em práticas de companheirismo e colaboração.” (website do festival)

O programa da edição deste ano inclui espetáculos de teatro e dança, cinema, conversas e concertos. “Tornando visível” o trabalho que a associação Materiais Diversos faz regularmente ao longo do ano, o festival apresenta coproduções e projectos apoiados, assim como o resultado das oficinas artísticas desenvolvidas nas escolas de Alcanena.

O Festival Materiais Diversos tem a direcção artística de Elisabete Paiva, e foi com ela que a Artecapital falou a propósito do trabalho da associação e da programação desta 12ª edição.

 

 


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O Festival Materiais Diversos tem um papel importante na divulgação e no acesso à criação contemporânea fora dos grandes centros urbanos, especialmente na zona de Minde e Alcanena. Como é que se dá essa “inscrição local da programação”, de que falas num dos textos da direcção artística? Que tipo de estruturas locais é que estão envolvidas?

Quando o festival foi criado, em 2009, havia um circuito muito reduzido, em Portugal, para as artes performativas. A RTCP - Rede de Teatros e Cineteatros Portugueses era um projeto em suspenso e, na zona onde trabalhamos, em particular, a programação profissional regular estava reduzida ao Teatro Virgínia (em Torres Novas) e ao Cineteatro São Pedro (em Alcanena). Por isso, uma das primeiras preocupações com a criação do festival era trazer a este território propostas com a mesma qualidade, diversidade e contemporaneidade que as que se apresentavam no Porto e em Lisboa. Para isso, a parceria com os teatros municipais que referi e, posteriormente, com o Centro Cultural do Cartaxo, foram essenciais, por nos permitirem acolher espetáculos com condições técnicas equiparadas às daquelas cidades.

Por outro lado, tratando-se de um território parco em infraestruturas culturais, mas muito rico em termos de dinâmicas culturais, as parcerias com os municípios e juntas de freguesia, as coletividades, os museus e os agrupamentos de escolas são incontornáveis. Todos estes parceiros são importantes, não só porque são organizações estruturantes da comunidade, como porque os seus espaços são vividos no dia-a-dia e as suas equipas complementam a nossa equipa. Há uma prática colaborativa, que não é exclusiva do festival, que é essencial à vitalidade do território e que contribui para tornar possível um evento de maiores dimensões, como é este. Há ainda todo o património, humano e não humano, associado ao Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, que é um pano de fundo, material e conceptual, para a programação.

Quando falamos especificamente sobre a “inscrição local da programação”, entramos num terreno ainda mais complexo e desafiante, que é o da participação e de como ela se reflete no desenho do programa. Ao longo dos anos, temos acolhido propostas de grupos e artistas locais, profissionais ou amadores, temos proposto a diferentes grupos colaborarem com encenadores e coreógrafos, temos definido em conjunto quais são as problemáticas a debater no festival, que convites fazer, que formas de trabalhar com os públicos adotar. Esta prática de inscrição, é uma prática de relação, de cuidado e de escuta.


No texto sobre a edição deste ano do festival, dizes que o Festival Materiais Diversos faz “emergir o trabalho muitas vezes invisível de relações, acompanhamento e apoio à criação”. Podes dizer-nos que trabalho é esse que é feito para lá do festival? Além da programação, a associação Materiais Diversos apoia também a criação e a investigação artística, tanto de artistas individuais como de projectos. Esse é um trabalho que faz parte das actividades regulares da estrutura?

Na sua origem, a Materiais Diversos é uma estrutura de apoio à criação e à investigação artística, em particular na área da dança; temos inclusive um eixo estratégico dedicado a esta vertente — os Projetos Associados. Em 2009, surge o festival e a estrutura passa a subdividir a sua atividade entre criação e programação.

Quando decidimos tornar o festival bienal, fizemo-lo essencialmente com vista a incrementar o trabalho de aproximação e de participação dos públicos que, com a velocidade própria de um festival anual, era deficitário. Mas, ao mesmo tempo, procurando maior sustentabilidade, passamos a articular de modo mais consistente as duas vertentes, criação e programação. Foi quando criámos os Novos Materiais, consultoria em produção, e os Fios do Meio (anteriormente Filhos do Meio), bolsa de criação para artistas do/no distrito de Santarém, apoios para artistas mais jovens ou sem estrutura de produção. Foi também quando passámos a desenvolver um programa continuado de residências artísticas, a maioria delas culminando na apresentação das criações apoiadas no festival, e a coproduzir regularmente criações em dança para públicos jovens. Todas estas residências, bolsas, apoios, são processos que envolvem a equipa transversalmente. Reunimos muitas vezes com as pessoas que apoiamos, assistimos a ensaios, damos feedback, discutimos estratégias de mediação, de comunicação e mesmo de circulação.

Dar visibilidade ao trabalho contínuo ao longo do ano significa, como já disse, apresentar as criações e artistas apoiadas no festival. Significa sobretudo fazer reverberar no festival as mesmas práticas de acompanhamento e cuidado nas quais investimos ao longo do ano. E assumir que fazer programação e curadoria é um processo lento, necessariamente dialogado, para que seja próximo e adequado aos processos de criação. O que muitas vezes significa acompanhar determinada pessoa ou criação por 3 ou 4 anos até que se apresente no festival.

 

 

Espetáculo de dança La Burla, de Bruno Brandolino e Bibi Dória. © Tristan Perez-Martin 

 


A partir de 2021, portanto no momento pós-pandemia, dizes que sentiram que deviam assumir “um compromisso com a sustentabilidade” e com isso surgiu a ênfase no “encontro, a proximidade e a reflexão”. Que resultados é que já notaram desta abordagem “desacelerada”?
E na edição deste ano, que propostas é que podemos encontrar dentro desta linha?


O maior impacto desta desaceleração é nos modos de uso do tempo e concretiza-se a um nível organizacional e programático — passamos mais tempo nos lugares onde programamos e dedicamos mais tempo a ações de aproximação entre artistas e públicos, que são indissociáveis da prática de programação.
Há uma dimensão informal do trabalho que ganhou mais corpo, que segue mais os ritmos do lugar e das pessoas, o que nem sempre é simples, pois as conversas são mais longas e exigentes, mas se traduz numa participação cada vez mais efetiva e numa confiança crescente dos públicos e dos parceiros. Também passamos a orçamentar a nossa atividade de forma a valorizar mais as atividades de mediação, reflexão e acompanhamento, e não apenas as atividades com maior visibilidade pública.
No festival, em concreto, tem havido a preocupação de criar circuitos praticáveis a pé e de preservar uma respiração entre propostas, de modo que as pessoas tenham tempo para estar juntas, conhecer outras pessoas, conversar e visitar a região.

Nesta edição, há focos do programa no Polje de Mira-Minde, que é por si mesmo, um contexto de imersão, como Traquinar (para famílias), a besta, as luas (dança) e várias atividades com o Movimento Mira-Minde, que queremos dar a conhecer. O seminário para profissionais, que é um dos epicentros do programa, acontece na nascente do Rio Alviela e é vocacionado para a imersão e a partilha. Há ainda várias propostas que resultam de conversas com 2 a 4 anos, com artistas como a Leticia Scrycky, o UMCOLETIVO, a María Jerez, a Bibi Dória e o Bruno Brandolino, e que sugerem estados mais contemplativos de relação com os objetos artísticos, e ainda as conversas que decorrem do dispositivo “mesa longa”, que já tínhamos testado na edição anterior e que este ano regressam.

 

Trailer a besta, as luas, de Elizabete Francisca.

 


No programa deste ano há também muitas propostas com escolas e para um público mais jovem. Por exemplo, a exposição “Corpo Comum”, que surge a partir de oficinas com as escolas, ou “Coreografia em sala de aula”, do João dos Santos Martins e que terá lugar apenas nas escolas. Como foram surgindo este tipo de práticas colaborativas vocacionadas para este público?

Desde 2015, quando assumi a direção artística da Materiais Diversos, procuramos estreitar a colaboração com a comunidade escolar, particularmente em Alcanena, mas também no Cartaxo e em Torres Novas (naquela altura), através de espetáculos dedicados e oficinas artísticas. A razão desta aproximação é sobretudo uma: nas escolas estão as crianças e jovens de quaisquer famílias; programar para elas, é possibilitar a um leque muito alargado de famílias o contacto com as práticas artísticas.

Em 2017, iniciámos uma colaboração regular com o Agrupamento de Escolas de Alcanena, através de oficinas para crianças do 5º ano de escolaridade, que se foi consolidando até que, atualmente, trabalhamos com todas as turmas de 5º e de 7º ano, cerca de 300 crianças e jovens. Estas oficinas são muito importantes, porque acontecem em horário curricular e envolvem cada vez mais o corpo docente. De resto, estão em linha com os nossos valores, tomando a ideia de diversidade como um direito e um património. A exposição Corpo Comum decorre da consciência da importância deste trabalho que, este ano, foi apresentado como exemplo no CND Pantin, numa jornada de trabalho dedicada aos direitos humanos na mediação cultural e artística.

Por fim, desde 2018 que investimos em novas criações de dança para crianças e jovens, que é um défice na oferta nacional. A ideia de que a dança, em particular a dança contemporânea, é uma prática artística de difícil acesso só pode ser desmontada permitindo aos públicos, desde cedo, experimentar, acompanhar processos de criação e ver muita dança. Essa tem sido uma estratégia particularmente bem sucedida, que no festival ganha maior visibilidade.

 

Espetáculo de dança para crianças KdeiraZ, de Natália Mendonça. © Marie Fages

 

 

No programa do Festival Materiais Diversos encontram-se muitas propostas que se enquadram em áreas artísticas diversas. Sentes, no entanto, que a Dança, como pensamento sobre uma ideia de movimento e sobre o corpo e o espaço, ainda constitui a base definidora e estrutural, não só do festival, mas das outras actividades da Materiais Diversos?

Sem dúvida. Essa é a nossa matriz de trabalho e é também um posicionamento.
O corpo é o primeiro lugar de existência, o lugar a partir do qual nos relacionamos com o mundo, seja o mundo sensível, o universo das ideias ou das relações sociais, a possibilidade de constituição de uma subjetividade. Num momento em que nos deparamos com os desafios da desmaterialização e da inteligência artificial, as ideias de fim e de catástrofe associadas à emergência climática, a par de uma persistência de paradigmas colonialistas e extrativistas, parece-nos tão pertinente quanto urgente convocar e partilhar a herança de conhecimentos e práticas em torno do corpo, inclusive as inúmeras abordagens e contributos que a dança tem trazido.

 


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© Nuno Direitinho


Elisabete Paiva é Diretora Artística da Materiais Diversos desde 2015. É também responsável pelo módulo de Estratégias de Programação no Forum Dança (Lisboa) e colabora regularmente, como formadora, com a Acesso Cultura e o Plano Nacional das Artes. Foi docente de Público das Artes e de Programação Cultural — Cidade e Território na Escola Superior de Teatro e Cinema de Lisboa.
Iniciou o seu percurso profissional na área da produção, em 1999, tendo infletido para a área da educação artística em 2003, na colaboração com o CENTA. Coordenou e programou o Serviço Educativo d’A Oficina (Guimarães, 2006 – 2014), onde criou e editou o jornal LURA, concebeu o Programa Mais Dois e dirigiu o Serviço Educativo de Guimarães 2012 Capital Europeia da Cultura.
É Mestre em Estudos de Teatro pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto e Licenciada em Teatro/ Produção pela ESTC.
Interessa-se por promover espaços comuns de encontro, debate e criação entre pessoas diferentes.

 

 

[Liz Vahia escreve de acordo com a antiga ortografia; Elisabete Paiva segue o novo acordo]

 




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