Links


ARTES PERFORMATIVAS


ALVALADE CINECLUBE: A PROGRAMAÇÃO QUE FALTAVA À CIDADE

LIZ VAHIA

2023-02-22



 


“Interessa-nos a construção de uma comunidade, de novas comunidades.” Inês Bernardo, membro fundador do Alvalade Cineclube, em Lisboa, dá-nos nesta entrevista uma aproximação ao projecto e propostas do cineclube que pretendia ser de bairro, mas que chegou a um público mais alargado, sedento da experiência cinematográfica. O Alvalade Cineclube quer oferecer a “programação que faltava” à cidade: “As nossas escolhas são muito maturadas e discutidas e há um pensamento por detrás de tudo o que fazemos”.
Depois de nos darem este mês cinco filmes sobre o cinema e a sua relação com o som e a música, teremos a oportunidade de ver/rever Flash Gordon (1980) já no dia 2 de Março, nas novas Sessões Estranho-Amor que recuperam filmes de culto para o grande ecrã.
A aposta numa personalidade reconhecível, em ciclos temáticos e actividades paralelas, coloca o Alvalade Cineclube na mira da programação lisboeta.

 

:::

 

 

Vista das sessões no Alvalade Cineclube. © Alvalade Cineclube

 

 

No vosso website dizem ser "uma comunidade cinéfila, preocupada com a falta de cinemas na cidade e sempre à procura de objectos visuais que estimulem cérebros.” Como surgiu a ideia de formarem um cineclube? Sentem que estão a conseguir cumprir o que pretendiam?

Lisboa já foi uma cidade onde conviviam vinte e duas salas de cinema, e onde a tradição do cinema de proximidade, de termos um cinema no bairro onde moramos, se perdeu. Esses cinemas mantinham uma relação de proximidade com as pessoas e foi em busca dessa relação, dessa memória, que formámos o Alvalade Cineclube. Isso e porque procurávamos também na cidade um tipo de programação que lhe faltava e que nos fazia falta. Penso que, com os anos que temos de actividade praticamente ininterrupta (à excepção do período pandémico em que, obrigatoriamente reduzimos a nossa actividade), construímos já uma comunidade e, acima de tudo, as pessoas sabem que personalidade tem o Alvalade Cineclube.

 

Vista das sessões no Alvalade Cineclube. © Alvalade Cineclube

 

 

O Alvalade Cineclube não faz só projecções. Que outras actividades, mais ou menos regulares, é que podemos encontrar nos vossos programas?

O Alvalade Cineclube tem uma série de outras propostas, além das projecções. Além de, muito frequentemente, convocarmos realizadores, pessoas relevantes para temas e filmes, para conversas com o público, mantemos o podcast Branca de Neve e promovemos o Salão Lisboa, uma mostra itinerante, que devolve o cinema a locais de memórias nos bairros de Lisboa. Na sua primeira edição, envolvemos as colectividades, recuperando as memórias do significado dessas estruturas na dinamização cultural dos bairros e freguesias e na segunda edição, projectámos cinema à porta (e em ocasiões dentro), de cinemas de bairro que estão actualmente desactivados. Não querendo ser demasiado exaustiva, ainda temos publicações e projectos educativos, para mais jovens, que mantemos e vamos iniciar em 2023.

 
O movimento cineclubista tem uma história já antiga, se calhar mais familiar às gerações mais velhas. Têm uma ideia do tipo de público que o Alvalade Cineclube tem? Implementam ciclos já a pensar em captar públicos mais jovens, com outros hábitos e interesses cinematográficos?

O nosso público é bastante diverso. A nossa expectativa inicial seria de que teríamos, como core-audience os habitantes de Alvalade. Rapidamente percebemos que há muita gente, em toda a cidade - e até fora dela! - que procurava um espaço assim, programação deste género. Temos um público muito diverso e claro que temos interesse em captar públicos mais jovens, mas o que nos interessa nesses públicos não é estar no ecrã onde eles estão (vulgo telemóveis) mas trazê-los à sala a ver, no grande ecrã, os filmes e mostrar-lhes como a experiência é radicalmente diferente. Além disso, o nosso projecto educativo tem uma vocação bem mais virada para a comunhão cinematográfica que para o “fazer cinema” de forma umbiguista. Interessa-nos a construção de uma comunidade, de novas comunidades.

  

Moonage Daydream (2022), de Brett Morgen

 


Decorreu este mês o ciclo “BOOMBOX”, composto por quatro documentários sobre música e som. Porque escolheram estes filmes e não outros? Qual a especificidade destas obras, e de que forma vão ao encontro do que queriam propor com este ciclo?

Porquê estes e não outros é a pergunta que nos fazemos cada vez que programamos. Mas este programa BOOMBOX cumpre duas premissas: dar a ver filmes pouco vistos em tela e criar experiências sonoras na sala de cinema. Interessava-nos, neste ciclo, encontrar filmes que criam experiências felizes e trazê-los à sala de cinema. Há muito que queríamos programar cinema na sua relação com o som e a música, cinema que podemos ouvir tanto ou mais do que ver. A oportunidade são estes cinco filmes sonoros, que são absolutamente invulgares numa sala de cinema, pela dimensão que o som tem.


Costumam identificar prioridades quando concebem os vossos ciclos? Por exemplo, a oferta de obras cinematográficas de difícil acesso, a sensibilização dos públicos para determinadas linguagens fílmicas, a reflexão sobre certas temáticas…

A construção da nossa programação é bastante orgânica. É-nos importante visitar novas temáticas, novas ideias de construção de ciclos e sim, gostamos de poder oferecer objectos fílmicos de difícil acesso. E, actualmente, há muitos. O desaparecimento dos cinemas independentes leva a uma massificação da oferta e do gosto, a uma standardização do olhar para o cinema e tentamos contrariar isso. Ao mesmo tempo, não programamos por impulso. As nossas escolhas são muito maturadas e discutidas e há um pensamento por detrás de tudo o que fazemos.

 

Flash Gordon (1980), de Mike Hodges

 

 

Querem fazer uma breve antevisão dos próximos ciclos/programação a apresentar pelo Alvalade Cineclube?

Vamos inaugurar, a 2 de março, uma nova espécie de sessão. As Sessões Estranho-Amor são momentos pop-up, independentes de ciclos de programação e que recuperam filmes-fetiche, de culto, para o grande ecrã. Começamos com Flash Gordon (1980), de Mike Hodges. Uma extravagância camp onde também o som (nomeadamente a banda sonora composta e cantada pelos Queen) tem uma enorme importância. Seguimos depois para o ciclo “Irão, meu amor”. Serão 9 filmes inéditos em Portugal, entre curtas e longas-metragens, de realizadoras iranianas da nova vaga. Uma parceria única com o projecto britânico feminista Another Screen e que quer discutir a visão e condição da mulher no território agora a ferro e fogo. Um happening cinéfilo e assumidamente político. Esta será a nossa primeira programação em parceria e era para nós importante que começasse com esta temática. A Another Screen tem feito um trabalho notável, nomeadamente na divulgação do novo cinema iraniano feminista e toda a receita de bilheteira deste ciclo ser-lhes-á doada.

  

:::

 

Inês Bernardo
Ilhavense de origem, lisboeta de coração e portuense de paixão, nasceu em 1983. Comunicadora por defeito pessoal e profissional, escreve desde muito jovem. Membro fundador do Alvalade Cineclube, onde mantém actividades de provocação cinéfila. Co-criadora e produtora do podcast “Biblioteca de Bolso” e co-produtora e co-dinamizadora do podcast do Alvalade Cineclube, “Branca de Neve”.




Outros artigos:

2024-03-24


PARADIGMAS DA CONTÍNUA METAMORFOSE NA CONSTRUÇÃO DO TEMPO EM MOVIMENTO // A CONQUISTA DE UMA PAISAGEM AUTORAL HÍBRIDA EM CONTÍNUA CAMINHADA
 

2024-02-26


A RESISTÊNCIA TEMPORAL, A PRODUÇÃO CORPORAL E AS DINÂMICAS DE LUTA NA ARTE CONTEMPORÂNEA
 

2023-12-15


CAFE ZERO BY SOREN AAGAARD, PERFORMA - BIENAL DE ARTES PERFORMATIVAS
 

2023-11-13


SOBRE O PROTEGER E O SUPLICAR – “OS PROTEGIDOS” DE ELFRIEDE JELINEK
 

2023-10-31


O REGRESSO DE CLÁUDIA DIAS. UM CICLO DE CRIAÇÃO DE 10 ANOS A EMERGIR DA COLEÇÃO DE LIVROS DO SEU PAI
 

2023-09-12


FESTIVAL MATERIAIS DIVERSOS - ENTREVISTA A ELISABETE PAIVA
 

2023-08-10


CINEMA INSUFLÁVEL: ENTREVISTA A SÉRGIO MARQUES
 

2023-07-10


DEPOIS DE METADE DOS MINUTOS - ENTREVISTA A ÂNGELA ROCHA
 

2023-05-20


FEIOS, PORCOS E MAUS: UMA CONVERSA SOBRE A FAMÍLIA
 

2023-05-03


UMA TERRA QUE TREME E UM MAR QUE GEME
 

2023-03-23


SOBRE A PARTILHA DO PROCESSO CRIATIVO
 

2023-02-22


ALVALADE CINECLUBE: A PROGRAMAÇÃO QUE FALTAVA À CIDADE
 

2023-01-11


'CONTRA O MEDO' EM 2023 - ENTREVISTA COM TEATROMOSCA
 

2022-12-06


SAIR DE CENA – UMA REFLEXÃO SOBRE VINTE ANOS DE TRABALHO
 

2022-11-06


SAMOTRACIAS: ENTREVISTA A CAROLINA SANTOS, LETÍCIA BLANC E ULIMA ORTIZ
 

2022-10-07


ENTREVISTA A EUNICE GONÇALVES DUARTE
 

2022-09-07


PORÉM AINDA. — SOBRE QUASE UM PRAZER DE GONÇALO DUARTE
 

2022-08-01


O FUTURO EM MODO SILENCIOSO. SOBRE HUMANIDADE E TECNOLOGIA EM SILENT RUNNING (1972)
 

2022-06-29


A IMPORTÂNCIA DE SER VELVET GOLDMINE
 

2022-05-31


OS ESQUILOS PARA AS NOZES
 

2022-04-28


À VOLTA DA 'META-PERSONAGEM' DE ORGIA DE PASOLINI. ENTREVISTA A IVANA SEHIC
 

2022-03-31


PAISAGENS TRANSDISCIPLINARES: ENTREVISTA A GRAÇA P. CORRÊA
 

2022-02-27


POÉTICA E POLÍTICA (VÍDEOS DE FRANCIS ALŸS)
 

2022-01-27


ESTAR QUIETA - A PEQUENA DANÇA DE STEVE PAXTON
 

2021-12-28


KILIG: UMA NARRATIVA INSPIRADA PELO LOST IN TRANSLATION DE ANDRÉ CARVALHO
 

2021-11-25


FESTIVAL EUFÉMIA: MULHERES, TEATRO E IDENTIDADES
 

2021-10-25


ENTREVISTA A GUILHERME GOMES, CO-CRIADOR DO ESPECTÁCULO SILÊNCIO
 

2021-09-19


ALBUQUERQUE MENDES: CORPO DE PERFORMANCE
 

2021-08-08


ONLINE DISTORTION / BORDER LINE(S)
 

2021-07-06


AURORA NEGRA
 

2021-05-26


A CONFUSÃO DE SE SER NÓMADA EM NOMADLAND
 

2021-04-30


LODO
 

2021-03-24


A INSUSTENTÁVEL ORIGINALIDADE DOS GROWLERS
 

2021-02-22


O ESTRANHO CASO DE DEVLIN
 

2021-01-20


O MONSTRO DOS PUSCIFER
 

2020-12-20


LOURENÇO CRESPO
 

2020-11-18


O RETORNO DE UM DYLAN À PARTE
 

2020-10-15


EMA THOMAS
 

2020-09-14


DREAMIN’ WILD
 

2020-08-07


GABRIEL FERRANDINI
 

2020-07-15


UMA LIVRE ASSOCIAÇÃO DO HERE COME THE WARM JETS
 

2020-06-17


O CLASSICISMO DE NORMAN FUCKING ROCKWELL!
 

2019-07-31


R.I.P HAYMAN: DREAMS OF INDIA AND CHINA
 

2019-06-12


O PUNK QUER-SE FEIO - G.G. ALLIN: UMA ABJECÇÃO ANÁRQUICA
 

2019-02-19


COSEY FANNI TUTTI – “TUTTI”
 

2019-01-17


LIGHTS ON MOSCOW – Aorta Songs Part I
 

2018-11-30


LLAMA VIRGEM – “desconseguiste?”
 

2018-10-29


SRSQ – “UNREALITY”
 

2018-09-25


LIARS – “1/1”
 

2018-07-25


LEBANON HANOVER - “LET THEM BE ALIEN”
 

2018-06-24


LOMA – “LOMA”
 

2018-05-23


SUUNS – “FELT”
 

2018-04-22


LOLINA – THE SMOKE
 

2018-03-17


ANNA VON HAUSSWOLFF - DEAD MAGIC
 

2018-01-28


COUCOU CHLOÉ
 

2017-12-22


JOHN MAUS – “SCREEN MEMORIES”
 

2017-11-12


HAARVÖL | ENTREVISTA
 

2017-10-07


GHOSTPOET – “DARK DAYS + CANAPÉS”
 

2017-09-02


TATRAN – “EYES, “NO SIDES” E O RESTO
 

2017-07-20


SUGESTÕES ADICIONAIS A MEIO DE 2017
 

2017-06-20


TIMBER TIMBRE – A HIBRIDIZAÇÃO MUSICAL
 

2017-05-17


KARRIEM RIGGINS: EXPERIÊNCIAS E IDEIAS SOBRE RITMO E HARMONIAS
 

2017-04-17


PONTIAK – UM PASSO EM FRENTE
 

2017-03-13


TRISTESSE CONTEMPORAINE – SEM ILUSÕES NEM DESILUSÕES
 

2017-02-10


A PROJECTION – OBJECTOS DE HOJE, SÍMBOLOS DE ONTEM
 

2017-01-13


AGORA QUE 2016 TERMINOU
 

2016-12-13


THE PARKINSONS – QUINZE ANOS PUNK
 

2016-11-02


patten – A EXPERIÊNCIA DOS SENTIDOS, A ALTERAÇÃO DA PERCEPÇÃO
 

2016-10-03


GONJASUFI – DESCIDA À CAVE REAL E PSICOLÓGICA
 

2016-08-29


AGORA QUE 2016 VAI A MEIO
 

2016-07-27


ODONIS ODONIS – A QUESTÃO TECNOLÓGICA
 

2016-06-27


GAIKA – ENTRE POLÍTICA E MÚSICA
 

2016-05-25


PUBLIC MEMORY – A TRANSFORMAÇÃO PASSO A PASSO
 

2016-04-23


JOHN CALE – O REECONTRO COM O PASSADO EM MAIS UMA FACE DO POLIMORFISMO
 

2016-03-22


SAUL WILLIAMS – A FORÇA E A ARTE DA PALAVRA ALIADA À MÚSICA
 

2016-02-11


BIANCA CASADY & THE C.I.A – SINGULARES EXPERIMENTALISMO E IMAGINÁRIO
 

2015-12-29


AGORA QUE 2015 TERMINOU
 

2015-12-15


LANTERNS ON THE LAKE – SOBRE FORÇA E FRAGILIDADE
 

2015-11-11


BLUE DAISY – UM VÓRTEX DE OBSCURA REALIDADE E HONESTA REVOLTA
 

2015-10-06


MORLY – EM REDOR DE REVOLUÇÕES, REFORMULAÇÕES E REINVENÇÕES
 

2015-09-04


ABRA – PONTO DE EXCLAMAÇÃO, PONTO DE EXCLAMAÇÃO!! PONTO DE INTERROGAÇÃO?...
 

2015-08-05


BILAL – A BANDEIRA EMPUNHADA POR QUEM SABE QUEM É
 

2015-07-05


ANNABEL (LEE) – NA PRESENÇA SUPERIOR DA PROFUNDIDADE E DA EXCELÊNCIA
 

2015-06-03


ZIMOWA – A SURPREENDENTE ORIGEM DO FUTURO
 

2015-05-04


FRANCESCA BELMONTE – A EMERGÊNCIA DE UMA ALMA VELHA JOVEM
 

2015-04-06


CHOCOLAT – A RELEVANTE EXTRAVAGÂNCIA DO VERDADEIRO ROCK
 

2015-03-03


DELHIA DE FRANCE, PENTATONES E O LIRISMO NA ERA ELECTRÓNICA
 

2015-02-02


TĀLĀ – VOLTA AO MUNDO EM DOIS EP’S
 

2014-12-30


SILK RHODES - Viagem no Tempo
 

2014-12-02


ARCA – O SURREALISMO FUTURISTA
 

2014-10-30


MONEY – É TEMPO DE PARAR
 

2014-09-30


MOTHXR – O PRAZER DA SIMPLICIDADE
 

2014-08-21


CARLA BOZULICH E NÓS, SOZINHOS NUMA SALA SOTURNA
 

2014-07-14


SHAMIR: MULTI-CAMADA AOS 19
 

2014-06-18


COURTNEY BARNETT
 

2014-05-19


KENDRA MORRIS
 

2014-04-15


!VON CALHAU!
 

2014-03-18


VANCE JOY
 

2014-02-17


FKA Twigs
 

2014-01-15


SKY FERREIRA – MORE THAN MY IMAGE
 

2013-09-24


ENTRE O MAL E A INOCÊNCIA: RUTH WHITE E AS SUAS FLOWERS OF EVIL
 

2013-07-05


GENESIS P-ORRIDGE: ALMA PANDRÓGINA (PARTE 2)
 

2013-06-03


GENESIS P-ORRIDGE: ALMA PANDRÓGINA (PARTE 1)
 

2013-04-03


BERNARDO DEVLIN: SEGREDO EXÓTICO
 

2013-02-05


TOD DOCKSTADER: O HOMEM QUE VIA O SOM
 

2012-11-27


TROPA MACACA: O SOM DO MISTÉRIO
 

2012-10-19


RECOLLECTION GRM: DAS MÁQUINAS E DOS HOMENS
 

2012-09-10


BRANCHES: DOS AFECTOS E DAS MEMÓRIAS
 

2012-07-19


DEVON FOLKLORE TAPES (II): SEGUNDA PARTE DA ENTREVISTA COM DAVID CHATTON BARKER
 

2012-06-11


DEVON FOLKLORE TAPES - PESQUISAS DE CAMPO, FANTASMAS FOLCLÓRICOS E LANÇAMENTOS EM CASSETE
 

2012-04-11


FC JUDD: AMADOR DA ELETRÓNICA
 

2012-02-06


SPETTRO FAMILY: OCULTISMO PSICADÉLICO ITALIANO
 

2011-11-25


ONEOHTRIX POINT NEVER: DA IMPLOSÃO DOS FANTASMAS
 

2011-10-06


O SOM E O SENTIDO – PÁGINAS DA MEMÓRIA DO RADIOPHONIC WORKSHOP
 

2011-09-01


ZOMBY. PARA LÁ DO DUBSTEP
 

2011-07-08


ASTROBOY: SONHOS ANALÓGICOS MADE IN PORTUGAL
 

2011-06-02


DELIA DERBYSHIRE: O SOM E A MATEMÁTICA
 

2011-05-06


DAPHNE ORAM: PIONEIRA ELECTRÓNICA E INVENTORA DO FUTURO
 

2011-03-29


TERREIRO DAS BRUXAS: ELECTRÓNICA FANTASMAGÓRICA, WITCH HOUSE E MATER SUSPIRIA VISION
 

2010-09-04


ARTE E INOVAÇÃO: A ELECTRODIVA PAMELA Z
 

2010-06-28


YOKO PLASTIC ONO BAND – BETWEEN MY HEAD AND THE SKY: MÚLTIPLA FANTASIA EM MÚLTIPLOS ESTILOS