Links


ARTES PERFORMATIVAS


TROPA MACACA: O SOM DO MISTÉRIO

RUI MIGUEL ABREU

2012-11-27



André Abel e Joana da Conceição, a Tropa Macaca, editaram recentemente Ectoplasma, nova proposta num universo em permanente expansão que aponta o trabalho deste duo como uma das mais estimulantes propostas mas margens da cena musical de produção nacional.
 

  

 

P: O vosso novo lançamento tem por título Ectoplasma e surge na sempre interessante Mexican Summer. Como é que funciona esse lado da gestão de carreira que vos tem conseguido edições em importantes catálogos internacionais?

R: Somos nós que tratamos da produção da música dos nossos discos e, sempre que terminamos um, pareceu estar sempre à mão a editora que o lançaria. Ora por proximidade e empatia no arranque com o Tiago e a sua Ruby Red, ora depois com a Qbico e a Siltbreeze por entusiasmo e elogios à distância, todas elas operações à imagem de um homem só em gestão e compromisso obstinado da sua visão editorial. Com este disco é que pela primeira vez fizemos aquela coisa de mostrá-lo a alguém que não tinha demonstrado interesse no nosso trabalho mas que nos pareceu que a probabilidade de ele existir era grande.

 

P: A label Software da Mexican Summer é curada pelo Joel Ford e o Daniel Lopatin. O convite para editarem surgiu diretamente deles? Como é que olham para as obras desses dois importantes nomes da eletrónica contemporânea?

R: Como dissemos, mostramos o disco ao Daniel e ele adorou e disse que o queria editar, caso a gente aceitasse as condições do acordo para o efeito oferecidas pela casa mãe. Sobre o Ford, confessamos que não conhecemos a música dele. Achamos que o Oneohtrix Point Never é um ótimo artista sincrético de várias linguagens de composição em música eletrónica, com um ritmo e progressão de carreira notáveis.
 

 

 

P: O site da Mexican Summer descreve a vossa música como “misteriosa”. Acreditam que esse mistério é apenas evidente para o ouvinte ou até mesmo para vocês esta música é misteriosa?

R: Mistério, e misteriosa, são palavras que nos agradam. Einstein dizia que a coisa mais bela que se podia vivenciar é o mistério, pois era a fonte de toda a verdadeira arte e ciência. Estamos com ele aí. E se alguém considera misteriosa a música que fazemos, para nós isso é um elogio grandioso.
Estamos todos demasiado condicionados culturalmente, são muitos e muitos anos de acumulações de simulacros, gestos e rituais que já não dizem nada, não rendem mistério. Perpetuamos vícios que não nos trazem para mais perto do que somos, que se sucedem só porque o tempo não para e há que continuar a viver, sendo que é mais simples repetir do que criar, mais confortável pensarmos todos igual do que divergirmos, seguir do que escolher. Nós olhamos para as mesmas coisas que outros já olharam, mas procuramos outros ângulos. Aí está o mistério. Sentimos que nos deve assombrar o que sai por nós, não porque somos um veículo de qualquer coisa maior, mas porque estamos longe de saber (mas mais perto do que alguma vez estivemos) o que somos.
 

 

 

 

P: Estas obras apoiadas no ruído e em explorações que avançam para lá das margens do que é comummente apontado como música têm pontos em comum com alguns momentos na história mais recente das artes plásticas. Para lá da capa do disco - e podem falar um pouco sobre ela - para que obras poderia este Ectoplasma servir de “banda sonora”?

R: A capa do disco é um desenho da Joana, que o André gostou e decidimos usar para a capa, simultaneamente tão simples e complexo como isso. Nós consideramos que o nosso trabalho se inscreve na tradição musical. Mas numa tradição da música herética, que constantemente desafia as margens do que "é comummente apontado como música", logo sim, contaminada por outras expressões artísticas (que também elas desafiam as margens das disciplinas em que se inserem) mas que ainda, ou sempre é música. White light, white heat. É natural e frequente sentirmos que passamos tangente a outras artes e artistas - e inclusive a Joana é artista plástica - porque as obras são sempre feitas por pessoas que se inspiram nas suas vidas, e acerca da vida e do que significa estar vivo, temos todos muito em comum.
Pensar a que obras o disco podia fazer companhia, é difícil! A Ectoplasma, pela sua qualidade etérea característica de um mantra fantasmático, poderia servir de companheira a qualquer outra expressão artística que, como ela, não encontre um lugar preso à terra, que também vagueie por aí com os fantasmas. Mas não temos nenhuma imagem definitiva para ela.
Já para a Balada dos que já nascem mortos é mais complicado arranjar-lhe companheira. Porque esta peça é mais exigente, tem uma narrativa mais forte, dilacerante; tens de a ouvir do princípio ao fim, partilhar o teu tempo connosco, apreciar a sequência que construímos para ti. Os que já nascem mortos, não nascem, não morrem. Há pessoas, e obras assim, extemporâneas, esta peça é sobre e para elas. Mas apesar deste paralelo, só conseguimos ver a Balada... acompanhada pelas imagens/memórias que te cercam quando a ouves.
 

P: No mundo em que vivemos é muito complexo escapar aos estímulos da música pop, que nos rodeiam por todo o lado. É necessária disciplina para se construir música como a que os Tropa Macaca têm criado ao longo dos seus quatro álbuns?


R: É necessário esclareceres as tuas prioridades e, claro, ter disciplina para agir de acordo. Depois de fazeres isso o tempo suficiente, o processo (composição, discos, concertos, etc.) torna-se natural. E percebes que já o fazes há tempo suficiente quando já só pode ser dessa maneira. Como se fosse um fio invisível que vais traçando mas que só existe depois de o escreveres.
Nós somos da opinião que um mundo mais plural, onde as expressões artísticas se destacam e diferenciam umas das outras, é um mundo melhor. Nós procuramos o nosso caminho, o que não quer dizer que sejamos avessos a influências, até porque só se constrói sobre o construído, mas sabemos que existem inúmeras direções possíveis, sendo algumas delas previsíveis outras nem por isso - as previsíveis são para os preguiçosos :) E para além disso a história (da música) está cheia de objetos estranhos, de outra ordem que não a crono-necro-lógica, que continuam a pedir resposta.
Do que mais nos agrada neste mundo é ver, ouvir obras de outros artistas comprometidos em partilhar o que de mais íntimo pariram. O resultado pode ser mais ou menos universal/popular, mas é sempre estimulante estar cara a cara com obras que acrescentam ao mundo coisas que não estavam lá. Porque te fazem querer trabalhar mais e melhor, porque enfim, te estimulam.
 

 

P: A ideia de psicadelismo, da exploração para lá do mundo meramente consciente, é importante para a vossa música?

R: Sim, cremos que a nossa música expressa uma confiança na riqueza da matéria que provém do inconsciente individual, e por ventura partilhado. Todo o manancial de informidade psicodinâmica que usamos como argamassa para edificar as nossas composições é um sustento incomensurável - como o espaço sideral ou as regiões mais profundas dos oceanos, é escolher a metáfora - que oferece uma recompensa vigorante continuamente.

 

P: Finalmente, uma pergunta sobre o lado mais técnico da música que criam: que ferramentas são centrais no som de Tropa Macaca?

R: Guitarra elétrica para o André e sintetizadores e pedais de efeitos para a Joana.
 

http://tropamacaca.com/




Outros artigos:

2024-10-21


AO SER NINGUÉM, DUVALL TORNOU-SE TODAS. I AM NO ONE, DE NÁDIA DUVALL, NOS GIARDINI, BIENAL DE VENEZA 2024
 

2024-09-18


JOSÈFA NTJAM : SWELL OF SPÆC(I)ES
 

2024-08-13


A PROPÓSITO DE ZÉNITE
 

2024-06-20


ONDE ESTÁ O PESSOA?
 

2024-05-17


ΛƬSUMOЯI, DE CATARINA MIRANDA
 

2024-03-24


PARADIGMAS DA CONTÍNUA METAMORFOSE NA CONSTRUÇÃO DO TEMPO EM MOVIMENTO // A CONQUISTA DE UMA PAISAGEM AUTORAL HÍBRIDA EM CONTÍNUA CAMINHADA
 

2024-02-26


A RESISTÊNCIA TEMPORAL, A PRODUÇÃO CORPORAL E AS DINÂMICAS DE LUTA NA ARTE CONTEMPORÂNEA
 

2023-12-15


CAFE ZERO BY SOREN AAGAARD, PERFORMA - BIENAL DE ARTES PERFORMATIVAS
 

2023-11-13


SOBRE O PROTEGER E O SUPLICAR – “OS PROTEGIDOS” DE ELFRIEDE JELINEK
 

2023-10-31


O REGRESSO DE CLÁUDIA DIAS. UM CICLO DE CRIAÇÃO DE 10 ANOS A EMERGIR DA COLEÇÃO DE LIVROS DO SEU PAI
 

2023-09-12


FESTIVAL MATERIAIS DIVERSOS - ENTREVISTA A ELISABETE PAIVA
 

2023-08-10


CINEMA INSUFLÁVEL: ENTREVISTA A SÉRGIO MARQUES
 

2023-07-10


DEPOIS DE METADE DOS MINUTOS - ENTREVISTA A ÂNGELA ROCHA
 

2023-05-20


FEIOS, PORCOS E MAUS: UMA CONVERSA SOBRE A FAMÍLIA
 

2023-05-03


UMA TERRA QUE TREME E UM MAR QUE GEME
 

2023-03-23


SOBRE A PARTILHA DO PROCESSO CRIATIVO
 

2023-02-22


ALVALADE CINECLUBE: A PROGRAMAÇÃO QUE FALTAVA À CIDADE
 

2023-01-11


'CONTRA O MEDO' EM 2023 - ENTREVISTA COM TEATROMOSCA
 

2022-12-06


SAIR DE CENA – UMA REFLEXÃO SOBRE VINTE ANOS DE TRABALHO
 

2022-11-06


SAMOTRACIAS: ENTREVISTA A CAROLINA SANTOS, LETÍCIA BLANC E ULIMA ORTIZ
 

2022-10-07


ENTREVISTA A EUNICE GONÇALVES DUARTE
 

2022-09-07


PORÉM AINDA. — SOBRE QUASE UM PRAZER DE GONÇALO DUARTE
 

2022-08-01


O FUTURO EM MODO SILENCIOSO. SOBRE HUMANIDADE E TECNOLOGIA EM SILENT RUNNING (1972)
 

2022-06-29


A IMPORTÂNCIA DE SER VELVET GOLDMINE
 

2022-05-31


OS ESQUILOS PARA AS NOZES
 

2022-04-28


À VOLTA DA 'META-PERSONAGEM' DE ORGIA DE PASOLINI. ENTREVISTA A IVANA SEHIC
 

2022-03-31


PAISAGENS TRANSDISCIPLINARES: ENTREVISTA A GRAÇA P. CORRÊA
 

2022-02-27


POÉTICA E POLÍTICA (VÍDEOS DE FRANCIS ALŸS)
 

2022-01-27


ESTAR QUIETA - A PEQUENA DANÇA DE STEVE PAXTON
 

2021-12-28


KILIG: UMA NARRATIVA INSPIRADA PELO LOST IN TRANSLATION DE ANDRÉ CARVALHO
 

2021-11-25


FESTIVAL EUFÉMIA: MULHERES, TEATRO E IDENTIDADES
 

2021-10-25


ENTREVISTA A GUILHERME GOMES, CO-CRIADOR DO ESPECTÁCULO SILÊNCIO
 

2021-09-19


ALBUQUERQUE MENDES: CORPO DE PERFORMANCE
 

2021-08-08


ONLINE DISTORTION / BORDER LINE(S)
 

2021-07-06


AURORA NEGRA
 

2021-05-26


A CONFUSÃO DE SE SER NÓMADA EM NOMADLAND
 

2021-04-30


LODO
 

2021-03-24


A INSUSTENTÁVEL ORIGINALIDADE DOS GROWLERS
 

2021-02-22


O ESTRANHO CASO DE DEVLIN
 

2021-01-20


O MONSTRO DOS PUSCIFER
 

2020-12-20


LOURENÇO CRESPO
 

2020-11-18


O RETORNO DE UM DYLAN À PARTE
 

2020-10-15


EMA THOMAS
 

2020-09-14


DREAMIN’ WILD
 

2020-08-07


GABRIEL FERRANDINI
 

2020-07-15


UMA LIVRE ASSOCIAÇÃO DO HERE COME THE WARM JETS
 

2020-06-17


O CLASSICISMO DE NORMAN FUCKING ROCKWELL!
 

2019-07-31


R.I.P HAYMAN: DREAMS OF INDIA AND CHINA
 

2019-06-12


O PUNK QUER-SE FEIO - G.G. ALLIN: UMA ABJECÇÃO ANÁRQUICA
 

2019-02-19


COSEY FANNI TUTTI – “TUTTI”
 

2019-01-17


LIGHTS ON MOSCOW – Aorta Songs Part I
 

2018-11-30


LLAMA VIRGEM – “desconseguiste?”
 

2018-10-29


SRSQ – “UNREALITY”
 

2018-09-25


LIARS – “1/1”
 

2018-07-25


LEBANON HANOVER - “LET THEM BE ALIEN”
 

2018-06-24


LOMA – “LOMA”
 

2018-05-23


SUUNS – “FELT”
 

2018-04-22


LOLINA – THE SMOKE
 

2018-03-17


ANNA VON HAUSSWOLFF - DEAD MAGIC
 

2018-01-28


COUCOU CHLOÉ
 

2017-12-22


JOHN MAUS – “SCREEN MEMORIES”
 

2017-11-12


HAARVÖL | ENTREVISTA
 

2017-10-07


GHOSTPOET – “DARK DAYS + CANAPÉS”
 

2017-09-02


TATRAN – “EYES, “NO SIDES” E O RESTO
 

2017-07-20


SUGESTÕES ADICIONAIS A MEIO DE 2017
 

2017-06-20


TIMBER TIMBRE – A HIBRIDIZAÇÃO MUSICAL
 

2017-05-17


KARRIEM RIGGINS: EXPERIÊNCIAS E IDEIAS SOBRE RITMO E HARMONIAS
 

2017-04-17


PONTIAK – UM PASSO EM FRENTE
 

2017-03-13


TRISTESSE CONTEMPORAINE – SEM ILUSÕES NEM DESILUSÕES
 

2017-02-10


A PROJECTION – OBJECTOS DE HOJE, SÍMBOLOS DE ONTEM
 

2017-01-13


AGORA QUE 2016 TERMINOU
 

2016-12-13


THE PARKINSONS – QUINZE ANOS PUNK
 

2016-11-02


patten – A EXPERIÊNCIA DOS SENTIDOS, A ALTERAÇÃO DA PERCEPÇÃO
 

2016-10-03


GONJASUFI – DESCIDA À CAVE REAL E PSICOLÓGICA
 

2016-08-29


AGORA QUE 2016 VAI A MEIO
 

2016-07-27


ODONIS ODONIS – A QUESTÃO TECNOLÓGICA
 

2016-06-27


GAIKA – ENTRE POLÍTICA E MÚSICA
 

2016-05-25


PUBLIC MEMORY – A TRANSFORMAÇÃO PASSO A PASSO
 

2016-04-23


JOHN CALE – O REECONTRO COM O PASSADO EM MAIS UMA FACE DO POLIMORFISMO
 

2016-03-22


SAUL WILLIAMS – A FORÇA E A ARTE DA PALAVRA ALIADA À MÚSICA
 

2016-02-11


BIANCA CASADY & THE C.I.A – SINGULARES EXPERIMENTALISMO E IMAGINÁRIO
 

2015-12-29


AGORA QUE 2015 TERMINOU
 

2015-12-15


LANTERNS ON THE LAKE – SOBRE FORÇA E FRAGILIDADE
 

2015-11-11


BLUE DAISY – UM VÓRTEX DE OBSCURA REALIDADE E HONESTA REVOLTA
 

2015-10-06


MORLY – EM REDOR DE REVOLUÇÕES, REFORMULAÇÕES E REINVENÇÕES
 

2015-09-04


ABRA – PONTO DE EXCLAMAÇÃO, PONTO DE EXCLAMAÇÃO!! PONTO DE INTERROGAÇÃO?...
 

2015-08-05


BILAL – A BANDEIRA EMPUNHADA POR QUEM SABE QUEM É
 

2015-07-05


ANNABEL (LEE) – NA PRESENÇA SUPERIOR DA PROFUNDIDADE E DA EXCELÊNCIA
 

2015-06-03


ZIMOWA – A SURPREENDENTE ORIGEM DO FUTURO
 

2015-05-04


FRANCESCA BELMONTE – A EMERGÊNCIA DE UMA ALMA VELHA JOVEM
 

2015-04-06


CHOCOLAT – A RELEVANTE EXTRAVAGÂNCIA DO VERDADEIRO ROCK
 

2015-03-03


DELHIA DE FRANCE, PENTATONES E O LIRISMO NA ERA ELECTRÓNICA
 

2015-02-02


TĀLĀ – VOLTA AO MUNDO EM DOIS EP’S
 

2014-12-30


SILK RHODES - Viagem no Tempo
 

2014-12-02


ARCA – O SURREALISMO FUTURISTA
 

2014-10-30


MONEY – É TEMPO DE PARAR
 

2014-09-30


MOTHXR – O PRAZER DA SIMPLICIDADE
 

2014-08-21


CARLA BOZULICH E NÓS, SOZINHOS NUMA SALA SOTURNA
 

2014-07-14


SHAMIR: MULTI-CAMADA AOS 19
 

2014-06-18


COURTNEY BARNETT
 

2014-05-19


KENDRA MORRIS
 

2014-04-15


!VON CALHAU!
 

2014-03-18


VANCE JOY
 

2014-02-17


FKA Twigs
 

2014-01-15


SKY FERREIRA – MORE THAN MY IMAGE
 

2013-09-24


ENTRE O MAL E A INOCÊNCIA: RUTH WHITE E AS SUAS FLOWERS OF EVIL
 

2013-07-05


GENESIS P-ORRIDGE: ALMA PANDRÓGINA (PARTE 2)
 

2013-06-03


GENESIS P-ORRIDGE: ALMA PANDRÓGINA (PARTE 1)
 

2013-04-03


BERNARDO DEVLIN: SEGREDO EXÓTICO
 

2013-02-05


TOD DOCKSTADER: O HOMEM QUE VIA O SOM
 

2012-11-27


TROPA MACACA: O SOM DO MISTÉRIO
 

2012-10-19


RECOLLECTION GRM: DAS MÁQUINAS E DOS HOMENS
 

2012-09-10


BRANCHES: DOS AFECTOS E DAS MEMÓRIAS
 

2012-07-19


DEVON FOLKLORE TAPES (II): SEGUNDA PARTE DA ENTREVISTA COM DAVID CHATTON BARKER
 

2012-06-11


DEVON FOLKLORE TAPES - PESQUISAS DE CAMPO, FANTASMAS FOLCLÓRICOS E LANÇAMENTOS EM CASSETE
 

2012-04-11


FC JUDD: AMADOR DA ELETRÓNICA
 

2012-02-06


SPETTRO FAMILY: OCULTISMO PSICADÉLICO ITALIANO
 

2011-11-25


ONEOHTRIX POINT NEVER: DA IMPLOSÃO DOS FANTASMAS
 

2011-10-06


O SOM E O SENTIDO – PÁGINAS DA MEMÓRIA DO RADIOPHONIC WORKSHOP
 

2011-09-01


ZOMBY. PARA LÁ DO DUBSTEP
 

2011-07-08


ASTROBOY: SONHOS ANALÓGICOS MADE IN PORTUGAL
 

2011-06-02


DELIA DERBYSHIRE: O SOM E A MATEMÁTICA
 

2011-05-06


DAPHNE ORAM: PIONEIRA ELECTRÓNICA E INVENTORA DO FUTURO
 

2011-03-29


TERREIRO DAS BRUXAS: ELECTRÓNICA FANTASMAGÓRICA, WITCH HOUSE E MATER SUSPIRIA VISION
 

2010-09-04


ARTE E INOVAÇÃO: A ELECTRODIVA PAMELA Z
 

2010-06-28


YOKO PLASTIC ONO BAND – BETWEEN MY HEAD AND THE SKY: MÚLTIPLA FANTASIA EM MÚLTIPLOS ESTILOS