Links


ARTES PERFORMATIVAS


BERNARDO DEVLIN: SEGREDO EXÓTICO

RUI MIGUEL ABREU

2013-04-03



 

 

O percurso de Bernardo Devlin é longo, prende-se aos anos 80 dos Osso Exótico, e estende-se até um singular presente a que tem imposto de forma discreta a sua criativa presença. Sic Transit é o mais recente capítulo dessa história, uma coleção densa de canções onde Devlin deixa claro que não está interessado em fazer concessões. Com o piano, dividido por Rita Braga e Luísa Gonçalves, a assumir um dramático protagonismo no desenho das sete canções de Sic Transit, é impossível não pensar no Mick Harvey que martelava o mesmo instrumento em “The Carny”, de Nick Cave e dos Bad Seeds. É dessa mesma densidade negra que se fazem estas canções, com Devlin a oferecer uma visão amarga da vida (ouça-se “A Nova Europa”) sobre uma tensa base instrumental, feita de musculadas linhas de baixo (com os Bauhaus também tão perto) e de melodias do tempo da cortina de ferro. Entrevista a Bernardo Devlin conduzida por Rui Miguel Abreu.

 

 

P: Falas em Sic Transit como um regresso, neste caso, e citando, a um “som mais orgânico e natural”. Os discos podem ser vistos como regressos ou partidas e até talvez como simples permanências. Ao teu quinto álbum, e olhando para a discografia a solo, como entendes sob esta perspetiva as tuas obras?

R: Em primeiro lugar, talvez deva referir que a minha relação com o trabalho passado é relativamente conflituosa. Um pouco menos agora, que tenho mais cuidado com a finalização dos projectos. No meu caso, aquilo que é subjacente à ideia de “álbum” adapta-se perfeitamente ao que se convenciona como ciclo de canções. O facto de ter uma visão cinematográfica e dramatúrgica das canções (e com isto não me refiro somente às minhas) faz com que goste de experimentar diferentes territórios.  No meu disco anterior, Ágio, optei por um cenário no qual um som eletrónico fazia mais sentido. Mas dentro da eletrónica, eu diria que é muito orgânico.



P: Como é que se constrói uma discografia, que a solo tem quase já duas décadas, nas margens de uma indústria? Por acidente? Ou por desígnio?

R: Eu diria que, num plano mais alto, a indústria pode abranger casos como o meu. Poderá levar algum tempo, e não gostaria de parecer particularmente otimista a esse respeito.



P: Em 1991 trocaste os Osso Exótico por Berlim. O que é que te levou a escolher essa cidade em particular para viver? O clima artístico? O clima político?

R: Certamente que nutria algum romantismo em relação ao clima artístico, mas esses sentimentos tendem a dissipar-se na medida em nos afastamos do romance e nos aproximamos do real.



P: Regressaste a Lisboa em 1994, já depois da edição de World, Freehold. A mudança de país trouxe igualmente uma mudança de língua. Para alguém que tem querido explorar as margens mais remotas da canção, que desafios é que essa mudança acarretou?

R: Implicou alguma mudança de tática no que se refere à escrita de canções, e essas margens tornaram-se ainda mais remotas. Mas eu queria mesmo encontrar uma forma de o fazer, e em privado já o andava a ensaiar. Isto passou por várias fases, mas passei a ser mais refletido no uso das palavras. Não me refiro a um certo tipo de polimento. É mais pelo tempo que leva ponderar as implicações que uma decisão fonética pode gerar. Não tenho uma noção exata de como possa parecer de fora, mas vivo essas canções com intensidade.



P: Por volta da viragem do século - e do milénio - fizeste algum trabalho na área das bandas sonoras. A tua discografia a solo lida de forma muito direta com a ideia de liberdade e de fuga, e assim imagino que esse trabalho tenha obrigado a certos condicionalismos. Como é que a experiência de compor para animação, para séries de televisão, impactou o teu terceiro álbum Circa 1999 e trabalhos posteriores?

R: Pode ser interessante. Acho que a experiência me abriu os olhos para a importância das decisões imediatas. As coisas têm que ser feitas numa certa margem de tempo. Isso foi algo que passei a aplicar nos meus projetos. Impor uma margem temporal. O excesso de análise pode ser extremamente redutor em certos momentos. É claro que noutros é absolutamente essencial.
E sim, a fuga é algo presente em algumas das minhas canções. Atribuo-lhe uma certa dose de romanesco. Ao mesmo tempo implica o confronto com o desconhecido, e uma viagem...



P: Entre Circa 1999 e Ágio, uma outra “fuga” para o lado, com o trabalho desenvolvido com Andrew Poppy. Para quem se tinha até aí movido nos domínios do monólogo, como foi a adaptação às exigências do diálogo?

R: Como bem mencionaste atrás, eu estive no Osso Exótico, e na altura experimentámos quase até ao limite as possibilidades de dinâmicas internas dentro de um grupo. Esse questionar era parte da nossa identidade e, naturalmente, aqui só posso falar acerca do período em que lá estive. Em último recurso, é-me mais estimulante poder controlar a coisa do princípio ao fim. Recentemente, aprendi a confiar mais. Sobretudo a nível dos aspectos mais técnicos do som.

No caso do projecto com o Andrew, foi talvez a primeira vez em que percebi que a coautoria nem sempre significa uma espécie de obstáculo. Penso que isso se deve ao facto de ter já algum trabalho feito em meu nome. Foi um processo faseado e as coisas decorreram de modo basicamente harmonioso. Quando se colabora, há sempre compromissos, não confundir com concessões, e isso pode ser interessante. Algumas das melhores coisas que fiz estão lá, e não são só da minha autoria. Por ambos termos projetos a andar, a coisa parou durante uns tempos.



P: A eletrónica foi o cenário escolhido para Ágio, o álbum que precede Sic Transit. Tendo em conta que um dos trabalhos anteriores tinha resultado de uma sessão única numa igreja de Oeiras em regime acústico, Ágio pode ser visto como outro extremo?

R: Sim. Não sei se diria “extremo”. Pelo facto de ter sido gravado numa igreja, por opções exclusivamente acústicas, esse álbum, Albedo, ganhou uma conotação bem diferente do que eu pretendia. E, de certa forma, nem o considero acabado - é o que foi possível no momento. Mas se eu tiver um template natural, esse não será muito diferente da ideia por detrás desse tipo de forma, uma coisa mais acústica. Eu sei que hei de lá voltar.

No caso do Ágio quis gerar o efeito de espaço e luz artificial, por isso adotei um tipo de som que normalmente não usaria, com sintetizadores e sequenciadores - de resto, há bastante guitarra, theremin numa música, a bateria e a percussão foram gravadas em tempo real. Mas com isso fiz um trabalho ao qual me considero intimamente ligado. Talvez mais do que a qualquer outro. E ainda sei porque assumi essa opção e esse tipo de ambiente.

Gostaria sinceramente de um dia poder rever todo o trabalho que está para trás. Não necessariamente para limpar ou subir o volume (como é pratica hoje em dia), mas para o aproximar mais da ideia inicial. A esse nível, Sic Transit está numa zona mais interessante. Para já, não me ocorre nada que queira alterar.



P: Entre Ágio e Sic Transit, trabalhaste numa ópera de Andrew Poppy. Como foi vestir a pele de Henry Fortune? Algo de muito diferente das peles que vais vestindo para as tuas próprias canções?

R: O Andrew deu-me alguma margem de manobra nessa abordagem, mas também me escolheu para o efeito. Acho que com ele existe uma cumplicidade que torna fácil esse tipo de experiência. Ele já me conhece bem, e vice-versa.



P: Referes um elemento automático na escrita das tuas letras, explicando mesmo que por vezes até optas por tentar escrever com a esquerda apesar de seres destro. Questionas-te sobre o local de onde vêm as palavras, as ideias, as melodias?

R: Não, não de todo... Mas acho que vêm um pouco de todo o lado.



P: O teu site está escrito em inglês. És um artista com um olhar mais voltado para fora do que para dentro?

R: Sim, até porque não me parece haver outra hipótese. O mundo não acaba aqui.

 

>>>>>>>>

 

Site oficial: www.bernardodevlin.com
Bandcamp: www.bernardodevlin.bandcamp.com

 

Álbum: Sic Transit

 

 

 

 

 

 




Outros artigos:

2024-10-21


AO SER NINGUÉM, DUVALL TORNOU-SE TODAS. I AM NO ONE, DE NÁDIA DUVALL, NOS GIARDINI, BIENAL DE VENEZA 2024
 

2024-09-18


JOSÈFA NTJAM : SWELL OF SPÆC(I)ES
 

2024-08-13


A PROPÓSITO DE ZÉNITE
 

2024-06-20


ONDE ESTÁ O PESSOA?
 

2024-05-17


ΛƬSUMOЯI, DE CATARINA MIRANDA
 

2024-03-24


PARADIGMAS DA CONTÍNUA METAMORFOSE NA CONSTRUÇÃO DO TEMPO EM MOVIMENTO // A CONQUISTA DE UMA PAISAGEM AUTORAL HÍBRIDA EM CONTÍNUA CAMINHADA
 

2024-02-26


A RESISTÊNCIA TEMPORAL, A PRODUÇÃO CORPORAL E AS DINÂMICAS DE LUTA NA ARTE CONTEMPORÂNEA
 

2023-12-15


CAFE ZERO BY SOREN AAGAARD, PERFORMA - BIENAL DE ARTES PERFORMATIVAS
 

2023-11-13


SOBRE O PROTEGER E O SUPLICAR – “OS PROTEGIDOS” DE ELFRIEDE JELINEK
 

2023-10-31


O REGRESSO DE CLÁUDIA DIAS. UM CICLO DE CRIAÇÃO DE 10 ANOS A EMERGIR DA COLEÇÃO DE LIVROS DO SEU PAI
 

2023-09-12


FESTIVAL MATERIAIS DIVERSOS - ENTREVISTA A ELISABETE PAIVA
 

2023-08-10


CINEMA INSUFLÁVEL: ENTREVISTA A SÉRGIO MARQUES
 

2023-07-10


DEPOIS DE METADE DOS MINUTOS - ENTREVISTA A ÂNGELA ROCHA
 

2023-05-20


FEIOS, PORCOS E MAUS: UMA CONVERSA SOBRE A FAMÍLIA
 

2023-05-03


UMA TERRA QUE TREME E UM MAR QUE GEME
 

2023-03-23


SOBRE A PARTILHA DO PROCESSO CRIATIVO
 

2023-02-22


ALVALADE CINECLUBE: A PROGRAMAÇÃO QUE FALTAVA À CIDADE
 

2023-01-11


'CONTRA O MEDO' EM 2023 - ENTREVISTA COM TEATROMOSCA
 

2022-12-06


SAIR DE CENA – UMA REFLEXÃO SOBRE VINTE ANOS DE TRABALHO
 

2022-11-06


SAMOTRACIAS: ENTREVISTA A CAROLINA SANTOS, LETÍCIA BLANC E ULIMA ORTIZ
 

2022-10-07


ENTREVISTA A EUNICE GONÇALVES DUARTE
 

2022-09-07


PORÉM AINDA. — SOBRE QUASE UM PRAZER DE GONÇALO DUARTE
 

2022-08-01


O FUTURO EM MODO SILENCIOSO. SOBRE HUMANIDADE E TECNOLOGIA EM SILENT RUNNING (1972)
 

2022-06-29


A IMPORTÂNCIA DE SER VELVET GOLDMINE
 

2022-05-31


OS ESQUILOS PARA AS NOZES
 

2022-04-28


À VOLTA DA 'META-PERSONAGEM' DE ORGIA DE PASOLINI. ENTREVISTA A IVANA SEHIC
 

2022-03-31


PAISAGENS TRANSDISCIPLINARES: ENTREVISTA A GRAÇA P. CORRÊA
 

2022-02-27


POÉTICA E POLÍTICA (VÍDEOS DE FRANCIS ALŸS)
 

2022-01-27


ESTAR QUIETA - A PEQUENA DANÇA DE STEVE PAXTON
 

2021-12-28


KILIG: UMA NARRATIVA INSPIRADA PELO LOST IN TRANSLATION DE ANDRÉ CARVALHO
 

2021-11-25


FESTIVAL EUFÉMIA: MULHERES, TEATRO E IDENTIDADES
 

2021-10-25


ENTREVISTA A GUILHERME GOMES, CO-CRIADOR DO ESPECTÁCULO SILÊNCIO
 

2021-09-19


ALBUQUERQUE MENDES: CORPO DE PERFORMANCE
 

2021-08-08


ONLINE DISTORTION / BORDER LINE(S)
 

2021-07-06


AURORA NEGRA
 

2021-05-26


A CONFUSÃO DE SE SER NÓMADA EM NOMADLAND
 

2021-04-30


LODO
 

2021-03-24


A INSUSTENTÁVEL ORIGINALIDADE DOS GROWLERS
 

2021-02-22


O ESTRANHO CASO DE DEVLIN
 

2021-01-20


O MONSTRO DOS PUSCIFER
 

2020-12-20


LOURENÇO CRESPO
 

2020-11-18


O RETORNO DE UM DYLAN À PARTE
 

2020-10-15


EMA THOMAS
 

2020-09-14


DREAMIN’ WILD
 

2020-08-07


GABRIEL FERRANDINI
 

2020-07-15


UMA LIVRE ASSOCIAÇÃO DO HERE COME THE WARM JETS
 

2020-06-17


O CLASSICISMO DE NORMAN FUCKING ROCKWELL!
 

2019-07-31


R.I.P HAYMAN: DREAMS OF INDIA AND CHINA
 

2019-06-12


O PUNK QUER-SE FEIO - G.G. ALLIN: UMA ABJECÇÃO ANÁRQUICA
 

2019-02-19


COSEY FANNI TUTTI – “TUTTI”
 

2019-01-17


LIGHTS ON MOSCOW – Aorta Songs Part I
 

2018-11-30


LLAMA VIRGEM – “desconseguiste?”
 

2018-10-29


SRSQ – “UNREALITY”
 

2018-09-25


LIARS – “1/1”
 

2018-07-25


LEBANON HANOVER - “LET THEM BE ALIEN”
 

2018-06-24


LOMA – “LOMA”
 

2018-05-23


SUUNS – “FELT”
 

2018-04-22


LOLINA – THE SMOKE
 

2018-03-17


ANNA VON HAUSSWOLFF - DEAD MAGIC
 

2018-01-28


COUCOU CHLOÉ
 

2017-12-22


JOHN MAUS – “SCREEN MEMORIES”
 

2017-11-12


HAARVÖL | ENTREVISTA
 

2017-10-07


GHOSTPOET – “DARK DAYS + CANAPÉS”
 

2017-09-02


TATRAN – “EYES, “NO SIDES” E O RESTO
 

2017-07-20


SUGESTÕES ADICIONAIS A MEIO DE 2017
 

2017-06-20


TIMBER TIMBRE – A HIBRIDIZAÇÃO MUSICAL
 

2017-05-17


KARRIEM RIGGINS: EXPERIÊNCIAS E IDEIAS SOBRE RITMO E HARMONIAS
 

2017-04-17


PONTIAK – UM PASSO EM FRENTE
 

2017-03-13


TRISTESSE CONTEMPORAINE – SEM ILUSÕES NEM DESILUSÕES
 

2017-02-10


A PROJECTION – OBJECTOS DE HOJE, SÍMBOLOS DE ONTEM
 

2017-01-13


AGORA QUE 2016 TERMINOU
 

2016-12-13


THE PARKINSONS – QUINZE ANOS PUNK
 

2016-11-02


patten – A EXPERIÊNCIA DOS SENTIDOS, A ALTERAÇÃO DA PERCEPÇÃO
 

2016-10-03


GONJASUFI – DESCIDA À CAVE REAL E PSICOLÓGICA
 

2016-08-29


AGORA QUE 2016 VAI A MEIO
 

2016-07-27


ODONIS ODONIS – A QUESTÃO TECNOLÓGICA
 

2016-06-27


GAIKA – ENTRE POLÍTICA E MÚSICA
 

2016-05-25


PUBLIC MEMORY – A TRANSFORMAÇÃO PASSO A PASSO
 

2016-04-23


JOHN CALE – O REECONTRO COM O PASSADO EM MAIS UMA FACE DO POLIMORFISMO
 

2016-03-22


SAUL WILLIAMS – A FORÇA E A ARTE DA PALAVRA ALIADA À MÚSICA
 

2016-02-11


BIANCA CASADY & THE C.I.A – SINGULARES EXPERIMENTALISMO E IMAGINÁRIO
 

2015-12-29


AGORA QUE 2015 TERMINOU
 

2015-12-15


LANTERNS ON THE LAKE – SOBRE FORÇA E FRAGILIDADE
 

2015-11-11


BLUE DAISY – UM VÓRTEX DE OBSCURA REALIDADE E HONESTA REVOLTA
 

2015-10-06


MORLY – EM REDOR DE REVOLUÇÕES, REFORMULAÇÕES E REINVENÇÕES
 

2015-09-04


ABRA – PONTO DE EXCLAMAÇÃO, PONTO DE EXCLAMAÇÃO!! PONTO DE INTERROGAÇÃO?...
 

2015-08-05


BILAL – A BANDEIRA EMPUNHADA POR QUEM SABE QUEM É
 

2015-07-05


ANNABEL (LEE) – NA PRESENÇA SUPERIOR DA PROFUNDIDADE E DA EXCELÊNCIA
 

2015-06-03


ZIMOWA – A SURPREENDENTE ORIGEM DO FUTURO
 

2015-05-04


FRANCESCA BELMONTE – A EMERGÊNCIA DE UMA ALMA VELHA JOVEM
 

2015-04-06


CHOCOLAT – A RELEVANTE EXTRAVAGÂNCIA DO VERDADEIRO ROCK
 

2015-03-03


DELHIA DE FRANCE, PENTATONES E O LIRISMO NA ERA ELECTRÓNICA
 

2015-02-02


TĀLĀ – VOLTA AO MUNDO EM DOIS EP’S
 

2014-12-30


SILK RHODES - Viagem no Tempo
 

2014-12-02


ARCA – O SURREALISMO FUTURISTA
 

2014-10-30


MONEY – É TEMPO DE PARAR
 

2014-09-30


MOTHXR – O PRAZER DA SIMPLICIDADE
 

2014-08-21


CARLA BOZULICH E NÓS, SOZINHOS NUMA SALA SOTURNA
 

2014-07-14


SHAMIR: MULTI-CAMADA AOS 19
 

2014-06-18


COURTNEY BARNETT
 

2014-05-19


KENDRA MORRIS
 

2014-04-15


!VON CALHAU!
 

2014-03-18


VANCE JOY
 

2014-02-17


FKA Twigs
 

2014-01-15


SKY FERREIRA – MORE THAN MY IMAGE
 

2013-09-24


ENTRE O MAL E A INOCÊNCIA: RUTH WHITE E AS SUAS FLOWERS OF EVIL
 

2013-07-05


GENESIS P-ORRIDGE: ALMA PANDRÓGINA (PARTE 2)
 

2013-06-03


GENESIS P-ORRIDGE: ALMA PANDRÓGINA (PARTE 1)
 

2013-04-03


BERNARDO DEVLIN: SEGREDO EXÓTICO
 

2013-02-05


TOD DOCKSTADER: O HOMEM QUE VIA O SOM
 

2012-11-27


TROPA MACACA: O SOM DO MISTÉRIO
 

2012-10-19


RECOLLECTION GRM: DAS MÁQUINAS E DOS HOMENS
 

2012-09-10


BRANCHES: DOS AFECTOS E DAS MEMÓRIAS
 

2012-07-19


DEVON FOLKLORE TAPES (II): SEGUNDA PARTE DA ENTREVISTA COM DAVID CHATTON BARKER
 

2012-06-11


DEVON FOLKLORE TAPES - PESQUISAS DE CAMPO, FANTASMAS FOLCLÓRICOS E LANÇAMENTOS EM CASSETE
 

2012-04-11


FC JUDD: AMADOR DA ELETRÓNICA
 

2012-02-06


SPETTRO FAMILY: OCULTISMO PSICADÉLICO ITALIANO
 

2011-11-25


ONEOHTRIX POINT NEVER: DA IMPLOSÃO DOS FANTASMAS
 

2011-10-06


O SOM E O SENTIDO – PÁGINAS DA MEMÓRIA DO RADIOPHONIC WORKSHOP
 

2011-09-01


ZOMBY. PARA LÁ DO DUBSTEP
 

2011-07-08


ASTROBOY: SONHOS ANALÓGICOS MADE IN PORTUGAL
 

2011-06-02


DELIA DERBYSHIRE: O SOM E A MATEMÁTICA
 

2011-05-06


DAPHNE ORAM: PIONEIRA ELECTRÓNICA E INVENTORA DO FUTURO
 

2011-03-29


TERREIRO DAS BRUXAS: ELECTRÓNICA FANTASMAGÓRICA, WITCH HOUSE E MATER SUSPIRIA VISION
 

2010-09-04


ARTE E INOVAÇÃO: A ELECTRODIVA PAMELA Z
 

2010-06-28


YOKO PLASTIC ONO BAND – BETWEEN MY HEAD AND THE SKY: MÚLTIPLA FANTASIA EM MÚLTIPLOS ESTILOS