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PINTURA DE FRIDA KAHLO PODE BATER RECORDES DE LEILÃO2025-09-26 Quatro anos depois de um auto-retrato de Frida Kahlo se ter tornado a obra mais cara de uma artista latino-americana, "O sonho (A cama)" (1940) pode estabelecer um novo recorde. Em menos de dois minutos, o auto-retrato de Frida Kahlo, "Diego e Eu" (1949), bateu recordes de leilão num leilão da Sotheby's em 2021. Arrematando um preço de 34.883.000 dólares, a pintura de Kahlo tornou-se a obra mais cara de uma artista latino-americana alguma vez vendida em leilão. Em novembro, espera-se que outra pintura da artista surrealista mexicana volte a bater recordes. Anteriormente guardada numa coleção privada não divulgada, uma pintura menos conhecida de 1940, "El sueño (La cama)" — "O sonho (A cama)" — será leiloada na Sotheby's, em Nova Iorque, a 8 de novembro, com um valor estimado entre 40 e 60 milhões de dólares. Os resultados podem também estabelecer um novo recorde para uma obra de uma artista feminina em leilão, atualmente na posse de "Jimson Weed/White Flower No. 1", de Georgia O'Keeffe, que foi arrematado por 44 milhões de dólares em 2014. Tal como muitas das obras de Kahlo, "El sueño" (La cama) é um auto-retrato. Pintada em 1940, no mesmo ano em que Kahlo voltou a casar com o também artista Diego Rivera, depois de este ter tido um caso com a sua irmã, a composição retrata a artista aconchegada numa cama de dossel, flutuando num céu nublado. Por cima da cama onde Kahlo dorme, envolta em trepadeiras verdes, um esqueleto jaz numa posição semelhante no topo do dossel, envolto em explosivos e segurando flores. A pintura é considerada uma exploração da mortalidade. Segundo a Sotheby's, Kahlo mantinha, de facto, um esqueleto de papel maché por cima da sua cama. Kahlo pintou também "Autorretrato com Cabelo Cortado", que hoje faz parte da coleção do Museu de Arte Moderna, em 1940. O autorretrato, que também capta a turbulência desse período da sua vida, retrata Kahlo a cortar o seu próprio cabelo e a usar um fato, representações visuais da sua tumultuosa relação com Rivera. Nesse mesmo ano, o líder revolucionário russo Leon Trotsky, com quem Kahlo teve um caso, foi assassinado na Cidade do México. "'El sueño' está entre as maiores obras-primas de Frida Kahlo — um exemplo raro e marcante dos seus impulsos mais surrealistas", disse Anna Di Stasi, responsável pela Arte Latino-Americana da Sotheby's, em comunicado de imprensa. “Nesta composição, Kahlo funde imagens oníricas e precisão simbólica com uma intensidade emocional incomparável, criando uma obra que é ao mesmo tempo profundamente pessoal e universalmente ressonante.” As camas aparecem frequentemente em toda a obra de Kahlo, incluindo em “O Meu Nascimento” e “Hospital Henry Ford” (ambos de 1932); este último retrata a experiência da artista com um aborto espontâneo. Após um acidente de autocarro na adolescência que a deixou com uma deficiência, Kahlo pintou em decúbito dorsal na cama, graças a um cavalete adquirido pela mãe. Antes da sua estreia na Sotheby’s em Nova Iorque, em novembro, “El sueño (La cama)” viajará para a Sotheby’s de Londres, a Bassam Freiha Art Foundation em Abu Dhabi, a Sotheby’s de Hong Kong e um local não especificado na Rue du Faubourg Saint-Honoré, em Paris. Fonte: HyperAllergic |