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JOANA VASCONCELOS EXPÕE NO PALÁCIO DE LIRIA EM MADRID

2025-02-17




Joana Vasconcelos adaptou pela primeira vez a sua obra a um palácio habitado, em Madrid, numa intervenção que o Rei de Espanha inaugurou e que assinala os 50 anos da fundação espanhola Casa de Alba.

“Esta exposição representa um momento transcendental para a história recente do Palácio de Liria. Tal como os meus antepassados, que conviveram e apoiaram os artistas mais notáveis de cada época, como duque de Alba é um dever abrir a minha casa à arte contemporânea com uma artista de referências a nível mundial", disse o atual duque de Alba, Carlos Fitz-James Stuart.

O Palácio de Liria, residência em Madrid dos duques de Alba desde o século XVIII, alberga uma coleção de arte clássica pertencente à família, com vários séculos e de que fazem parte obras de mestres como Goya, Velázquez ou Ticiano.

Nas palavras de Joana Vasconcelos, trata-se de "um lugar com um profundo significado histórico e cultural, que alberga uma das coleções de arte mais distinguidas do mundo".

É entre essas obras de arte, e "em diálogo" com quadros de Goya ou Velázquez, que estão instaladas cerca de 50 peças de arte contemporânea de Joana Vasconcelos, na exposição "Flamboyant. Joana Vasconcelos no Palácio de Liria", que pode ser visitada pelo público entre 14 de fevereiro e 31 de julho.

"Esta exposição vem numa série de exposições que já fiz, nomeadamente no Palácio da Ajuda [em Lisboa] ou Versalhes [França], em que há uma transformação das tradições para a contemporaneidade", disse Joana Vasconcelos durante uma visita guiada à exposição para jornalistas.

Questionada sobre a especificidade da exposição em Madrid, comparada com as que fez noutros palácios, sublinhou que, neste caso, "é uma casa habitada e todas outras já não eram"."E, portanto, há um lado de intimidade, pessoal, que é muito mais interessante aqui porque é cuidado de forma privada. Isso é muito interessante porque as coisas têm um amor e estão dispostas de uma forma muito mais pessoal", acrescentou.

Joana Vasconcelos revelou ter demorado um ano a preparar a exposição, que integra peças icónicas da artista, como "Matilha", "Coração Independente Preto", "Marilyn" ou "Perruque". Há também peças mais recentes e duas produzidas propositadamente para esta mostra: "Lobo (Goya/Velázquez)", com cerâmica Bordalo Pinheiro e croché, e "La Théière", um bule em ferro forjado e planta de jasmim, numa nova versão de uma obra anterior da artista com a qual homenageia Catarina de Bragança.

A Fundação Casa de Alba foi criada em 1975 pelos duques de Alba, família aristocrática espanhola, para realizar a conservação e divulgação do legado histórico e artístico da família, que possui uma coleção de arte iniciada no século XVI.