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OPERAFEST ESTÁ DE VOLTA NA SUA 6ª EDIÇÃO COM “AMORES PROIBIDOS”

2025-07-12




A 6ª edição do Operafest Lisboa e Oeiras 2025 está de volta, de 7 de Agosto a 16 de Setembro, em torno dos “amores proibidos,” assombrados pela tragédia, arrancando no belíssimo cenário dos claustros do Convento da Cartuxa, em Caxias, com “La Traviata”, uma das obras primas de Verdi, e em absoluto contraste uma Rave Operática, numa festa de celebração dansante!


O antigo Convento da Cartuxa, na Quinta das Laveiras, em Caxias, fundado no século XVII, é a par com o de Évora, um dos dois únicos conventos cartuxos portugueses. Encontra-se na posse do Município de Oeiras desde 2021, fazendo parte de um vasto plano de recuperação que une o eixo dos Jardins da Quinta Real de Caxias, ao Mosteiro e Jardins da Cartuxa. Os seus claustros, extremamente amplos, tornam-se assim, o grande palco ao ar livre da 6ª edição do Operafest.

Entre Oeiras e Lisboa, o Operafest - o maior evento nacional operático, liderado pela soprano Catarina Molder e produzido pela Ópera do Castelo - arranca na cenografia imponente e religiosa, dos claustros do Convento da Cartuxa, em Caxias, que recebem ópera pela primeira vez, com uma das grandes óperas de sempre do incontornável compositor italiano, Giuseppe Verdi.

La Traviata (1853), ou a desencaminhada, a partir da novela “A Dama das Camélias” de Alexandre Dumas, fala-nos do amor proibido da cortesã Violetta por Alfreddo, acabando por expiá-lo com a própria morte.
O estigma da mulher perdida, condenada socialmente. A tragédia de um amor que as amarras sociais e a doença fazem cair, com a música mais sublime. Nunca antes Verdi entrara na esfera tão íntima das personagens. Conta um elenco internacional de luxo liderado pela soprano croata Darija Auguštan, a encenação do actor e encenador David Pereira Bastos, sob a batuta do maestro Osvaldo Ferreira, acompanhados pela Orquestra Filarmónica Portuguesa, também co-produtora desta produção.

Cortando a noite de recolhimento no Convento da Cartuxa, uma inesperada Rave Operática, fundindo o mundo da ópera com o mundo pop, numa festa de celebração dansante. Com actuações ímpares de Tó Trips & Fake Latinos, a banda de baile dos tempos modernos “Bateu Matou” e a deus urbano Dj Marfox, sempre temperadas com muita ópera.

Num segundo tempo, num novo epicentro da capital - a imponente Aula Magna da Universidade de Lisboa - ecoa o universo barroco, pela primeira vez no Operafest. “Dido e Eneias”(1688), uma das obras primas de Henry Purcell, evocando os amores trágicos da rainha de Cartago pelo herói troiano, Eneias. Os meandros do amor, do abandono e da morte com a música mais contrastante que vai de um dos lamentos mais desolados e belos da história da música, a momentos musicais de euforia, paixão, dança e humor, com os Músicos do Tejo e um grande elenco nacional, sob a direcção cénica do bailarino e coreógrafo Rui Horta.

No ciclo inéditos, num novo parceiro de programação, a Culturgest, propõe-se a aguardada estreia nacional da ópera “Julie” (2005), do compositor belga Philippe de Boesmans, que em 2022 nos deixou, e, uma obra prima do século XXI, a partir da peça “Menina Júlia”, do dramaturgo sueco August Strindberg.

Na véspera do dia de São João, na mesma noite em que o seu noivado é rompido, Julie seduz o valete do conde, seu pai. Uma luta de classes e de sexos, em que o elo social mais forte perde. Uma reflexão poderosa sobre o que move o ser humano, sobre o que o aprisiona e liberta, com um virtuosismo e colorido musicais extraordinários, protagonizada pela carismática meio-soprano francesa Julia Deit-Ferrand, com a encenação e cenografia da encenadora alemã Daniela Kerck, recentemente aclamada pela sua marcante encenação de “Turandot” de Puccini, que aqui se estreia, em Portugal. A direcção musical do maestro Bruno Borralhinho, acompanhado pelo ensemble Beyra, numa co-produção com Artway.

A Maratona Ópera XXI – concurso e plataforma para a ópera contemporânea, aposta ainda na formação com os oficinas “A libertação do som”- o corpo como principal instrumento, a partir da técnica Alexander para músicos, cantores e actores com Eleni Vosniadou. O ciclo Ópera Satélite propõe as Conferências “Ópera e Literatura”- momentos de uma longa história, uma viagem pelas grandes óperas do século XX e XXI que nasceram de livros, por Paulo Ferreira de Castro e “A Ópera e os Amores Proibidos” por Rui Vieira Nery, no âmbito cultural do El Corte Inglés.

O ciclo Cine-ópera em parceria com a Cinemateca Portuguesa, em torno dos contágios múltiplos entre cinema e ópera e claro com enfoque no tema do amor proibido, propõe versões cinematográficas imbatíveis de grandes clássicos desta edição, como “La Traviata” de Franco Zefirelli (1982), protagonizada por Teresa Stratas e Plácido Domingo, o enigmático “Castelo do Barba Azul”, do realizador Michael Powell (1963) a única ópera e obra prima do compositor húngaro Belà Bartók. ”Miss Julie” de Alf Sjöberg (1951), evocando a “Menina Júlia” de Strinberg, e celebrando os duzentos anos do nascimento de Camilo Castelo Branco, um dos mais extraordinários romancistas portugueses de todos os tempos: “O Dia do Desespero” de Manuel de Oliveira (1992).

Finalmente encerrando o Operafest 2025 em chave de ouro, numa nova parceria com o Centro Cultural Olga Cadaval, a ópera mais vista de sempre, “A Flauta Mágica” do genial W. A. Mozart (1791), para os mais novos de todas as idades. Depois do seu sucesso em 2023, encenação também “mágica” de Mónica Garnel, com um elenco português de luxo, que fez as delícias do público e da crítica, está de volta na versão portuguesa de Alexandre Delgado, e será ainda filmada para a RTP2!

O maior evento nacional operático apresenta assim um mês de programação de ópera, cruzando tradição e vanguarda, apresentará 4 produções de ópera, 1 estreia nacional, 1 rave operática, a criação da versão televisava da ópera “ A Flauta Mágica”, num total de 10 apresentações e ainda 4 filmes, oficinas e conferências.




FONTE: OPERAFEST 2025 LISBOA & OEIRAS