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HÉLIO MENEZES É DESPEDIDO DO MUSEU AFRO BRASIL DE SÃO PAULO

2025-07-08




Numa longa publicação nas redes sociais, Menezes rebateu o que alegou serem "estruturas de decisão moldadas pela informalidade, pelo personalismo e pela falta de transparência — estruturas ainda predominantemente compostas por indivíduos desligados da diversidade e da liderança negra que o museu representa (ou deveria representar) e sem envolvimento com o mundo das artes visuais".

O museu afirma que a saída de Menezes resultou da "falta de consenso quanto aos termos da atuação do diretor. Apesar dos esforços mútuos, não foi possível chegar a um acordo que equilibrasse as expectativas do ex-diretor com os limites orçamentais". O museu denunciou ainda "ataques pessoais dirigidos ao presidente da junta".

Menezes afirma que a sua saída ocorreu durante um período de doença, sem "os mínimos padrões de respeito e cuidado". Em resposta à sua demissão, os membros da direção, os artistas Rosana Paulino e Wellinton Souza, renunciaram aos seus cargos de apoio ao projeto.

Menezes assumiu a direção do fundador Emanoel Araujo, falecido em 2022 (e posteriormente homenageado com o nome da instituição). Localizado num dos vários pavilhões modernistas do Parque do Ibirapuera, o museu alberga um extenso acervo de seis mil obras de arte negra, que datam do século XV até aos dias de hoje, concentrando-se anteriormente em objetos feitos por artistas autodidatas e dentro de tradições populares ou religiosas.

Menezes, curador e antropólogo, foi encarregado de incutir um enfoque mais contemporâneo na programação.

Foi um dos quatro cocuradores da Bienal de São Paulo de 2023, ao lado de Grada Kalomba, Manuel Borja-Villel e Diane Lima.


Fonte: Artreview