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© Ju Bock
Ju Bock
Arista
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Qual a última boa exposição que viu?
A última foi Le fil voyageur, no Musée du Quai Brandly, em Paris. A mostra reúne obras de Sheila Hicks e Monique Lévi-Strauss.
Explora a riqueza das artes têxteis através de um encontro único entre o mundo andino e a as criações contemporâneas.
Me fez pensar muito sobre tempo, técnica e o quanto a arte têxtil carrega histórias.

© Musée du Quai Brandly
Que livro está a ler?
Confesso que os últimos meses estão corridos. Produção intensa e mãos sempre a trabalhar.
O último livro que li foi Despertar Criativo, de Fernanda e Amanda Longoni. Ele fala em criar com verdade, com coragem, e isso acabou se encontrando no meu processo. Quero reler com calma quando o ritmo desacelerar pois certas páginas merecem ser revisitadas.
Que música está no topo da sua playlist actual?
Difícil escolher uma só. Eu passo horas no estúdio que a playlist vira companhia e ela muda com o dia, com a obra. Tem dias de MPB, outros de pop para aquecer e as vezes eletrónica para me manter no ritmo.
Sou eclética.
Um filme que gostaria de rever…
Comer, Rezar e Amar, além de gostar muito da atriz Julia Roberts, este filme mostra que podemos sair da nossa zona de conforto, nos reencontrar e viver novas experiências.
O que deve mudar?
O mundo precisa de mais empatia. Porque estamos reagindo rápido demais e escutando pouco. Empatia não resolve tudo, mas muda o modo como nos relacionamos – e isso muda tudo.
O que deve ficar na mesma?
Na arte e na vida, a matéria pode mudar, a linguagem pode mudar, mas a intenção precisa permanecer. Para mim, o essencial é não perder a humanidade no processo.
Qual foi a primeira obra de arte que teve importância real para si?
Foi uma escultura da série Guerreiro, de Xico Stockinger, em 1989, no Museu de Arte do Rio Grande do Sul em Porto Alegre, Brasil. Ela fazia parte da comemoração dos 70 anos do artista. Anos mais tarde consegui adquiri-la.

Guerreiros de Xico Stockinger (1919-2009), vista da exposição no MARGS - Museu de Arte do Rio Grande do Sul, 2019.
Qual a próxima viagem a fazer?
Irei ao Brasil, para a Bahia. Reunir a família em um dos lugares que mais gosto de estar. É la que recarrego energias, que descanso e me reconecto.
O que imagina que poderia fazer se não fizesse o que faz?
Sou jornalista, gosto de conhecer gente, de visitar lugares, de contar histórias. Teria um canal, uma janela, para dividir experiências, mostrar culturas diferentes e lugares interessantes.
Se receber um amigo de fora por um dia, que programa faria com ele?
Apresento Cascais, vila em que escolhi viver e que me acolheu tão bem. Caminhar pelas ruas estreitas e cheias de charme do centro histórico, ver as fachadas das casas em azulejos e a arquitetura.
Uma parada para um café na Paul para apreciar o vai e vem das pessoas no Paços do Concelho, na sequência dar uma passada na Galeria FEMA, que fica ali do lado. Sempre há uma exposição interessante para visitar.
Caminhar até à Marina de Cascais, e apreciar a vista da Baía, que para mim é a mais linda daqui.
Para almoçar, sem pressa, o Sult é o meu restaurante preferido, ali me sinto em casa. O cuidado com a qualidade se estende do atendimento personalizado à excelência na cozinha, sem deixar de lado os ótimos vinhos.
Como sou uma apaixonada por pôr do sol, o Guincho não poderia ficar de fora no final do dia. Ali é lindo! Mas não esqueça de um casaco, o vento no Guincho é uma constante.
Imaginando que organiza um jantar para 4 convidados, quem estaria na sua lista para convidar? Pode considerar contemporâneos ou já desaparecidos.
Estariam pessoas de gerações, profissões e nacionalidades diferentes, porém, com a mesma vontade de trocar ideias, de dividir experiências e apreciadoras de uma ótima gastronomia.
Quais os seus projetos para o futuro?
Consolidar o que construí em 2025 e abrir espaço para o novo 2026.
Quero produzir mais séries, exercitar ainda mais a minha criatividade, colaborar com pessoas que admiro e levar meu trabalho para outros lugares do mundo. 2026 chega com toda energia e uma linda exposição já em fevereiro na Fema Gallery.
© Ju Bock