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MUSEUS FRANCESES PLANEIAM AUMENTO DO PREÇO DOS BILHETES PARA VISITANTES NÃO EUROPEUS

2025-06-10




Espera ver a Mona Lisa nas suas próximas férias em Paris? Prepare-se para pagar substancialmente mais se for um visitante de fora da União Europeia. O Louvre está entre os principais destinos culturais de França que aumentaram os preços dos bilhetes, o que significa que os visitantes de fora da UE terão de pagar a impressionante quantia de 30 euros (35 dólares), em comparação com os 22 euros (25 dólares), a partir de 1 de janeiro de 2026.

O anúncio do Louvre influenciou monumentos e museus com dificuldades financeiras, incluindo o Castelo de Versalhes e possivelmente o Arco do Triunfo, a adotar a mesma "tarifa diferenciada". Espera-se que a recolha gere um rendimento vital para estas instituições após os enormes cortes de fundos públicos no setor cultural francês, anunciados no início deste ano. Segundo o “Le Monde”, que noticiou a notícia pela primeira vez, espera-se que mais locais sigam o exemplo em 2027. O jornal acredita que a política poderá gerar até 20 milhões de euros (25 milhões de dólares) por ano para o Louvre, o que ajudaria o museu em dificuldades a cobrir o custo de renovações muito necessárias, que poderão custar até 400 milhões de euros (450 milhões de dólares) nos próximos 15 anos.

Em janeiro, o “Le Parisien” divulgou uma carta confidencial do diretor do Louvre, Laurence des Cars, à ministra da Cultura francesa, Rachida Dati, lamentando como a deterioração do edifício do Louvre está a pôr em risco os tesouros históricos da arte no seu interior. Entre as queixas elencadas estão "preocupantes variações de temperatura que põem em risco a conservação das obras de arte" e partes do edifício que estão "muito degradadas" e "já não são estanques".

O escândalo levou o presidente francês, Emmanuel Macron, a anunciar um amplo restauro do Louvre. No entanto, notícias da imprensa francesa sugeriam que apenas uma fracção do custo seria coberta pelo Estado. No entanto, nem todos no museu estão satisfeitos. "Pensem no que isto simboliza", disse um curador anónimo ao Le Monde. "Consegue imaginar cobrar mais a um iraquiano do que a um belga para ver o Código de Hamurabi, que vem do Iraque? Cobrar mais aos africanos para que possam ver, no Pavillon des Sessions, objectos que os seus países possam um dia pedir para serem restituídos?"

A nova regra aplicar-se-á a todos os países não pertencentes à UE, incluindo as nações europeias vizinhas, como o Reino Unido, a Noruega e a Suíça. Não se pode aplicar aos cidadãos da UE porque a Comissão Europeia determina que estes devem ter igualdade de acesso aos museus públicos, independentemente da nacionalidade ou do país de residência.

A França não é o único país a considerar obter rendimentos extra com os visitantes internacionais. No ano passado, Sir Mark Jones, antigo diretor do Museu Britânico e do V&A, propôs que o Reino Unido adotasse um modelo semelhante. O Reino Unido há muito que se gaba de entrada gratuita nos seus museus públicos, mas Jones propôs acabar com este benefício para os quase 40 milhões de visitantes estrangeiros que recebe anualmente.


Fonte: Artnet News