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EM QUIOTO A DIOR UNE ARTE E NATUREZA SOB AS FLORES DE CEREJEIRA2025-04-18![]() Numa mistura harmoniosa de tradição e inovação, a designer Maria Grazia Chiuri revelou a coleção Outono 2025 da Dior nos jardins serenos do Templo Toji, Património Mundial da UNESCO fundado no século VIII. Passado em Quioto, a antiga capital do Japão e uma cidade onde o artesanato secular e a elegância cerimonial continuam a fazer parte do quotidiano, o espetáculo teve lugar durante o pico da época das flores de cerejeira, com a sua cenografia de cortar a respiração realçada pelas pétalas que flutuam sobre pedras antigas. A apresentação homenageou a relação duradoura entre a casa de moda francesa e o Japão, uma ligação que remonta ao fundador homónimo. Como homenagem à colaboração estabelecida e desenvolvida desde 1954 entre Christian Dior e a Tatsumura Textile — as históricas oficinas de tecelagem de seda jacquard sediadas em Quioto em 1894 — a coleção apresentou silhuetas sublimadas pelos seus tecidos emblemáticos. Muitas das peças apresentavam os mesmos motivos escolhidos pela Dior há mais de 70 anos. Para Chiuri, o ponto de partida conceptual da coleção foi “Love Fashion: In Search of Myselfâ€, uma exposição que Chiuri visitou no Museu Nacional de Arte Moderna, em Quioto. Coorganizado com o Instituto de Trajes de Quioto, o programa explorou a arquitetura emocional do vestuário — como as peças moldam a identidade, captam o desejo e o eu. Chiuri desenvolveu estes temas com base em estampas de arquivo da Dior, especialmente as do conjunto Jardim Japonês criado para a coleção Primavera-Verão de 1953. Num gesto poético de continuidade, convidou o mestre tintureiro Tabata Kihachi para reinterpretar o motivo da flor de cerejeira utilizando Kyo-Yuzen, uma técnica de tingimento de Quioto com séculos de existência, conhecida pelas suas cores vivas e precisão pictórica. Adicionando outra dimensão ao diálogo, a chapeleira Sawa Vaughters, de Tóquio, reinventou o tradicional chapéu kasa de festival com uma elegante trança preta, resultando numa aba gráfica e contemporânea. As excursões de Chiuri em Quioto não se ficam por aqui. A Dior está a apoiar duas exposições no Festival Internacional de Fotografia de Kyotographie. No Anexo do Museu de Arte da Cidade de Quioto, a mexicana Graciela Iturbide está a realizar a sua primeira grande retrospetiva no Japão — um poderosa retrospectiva de quase 60 anos de imagens a preto e branco que celebram a identidade cultural e a força feminina. Entretanto, a Dior está também de volta numa exposição individual da fotógrafa congolesa Pamela Tulizo na Sfera, no âmbito do programa satélite KG+. A sua nova série destaca histórias femininas negligenciadas e presta homenagem à sua resiliência duradoura através de retratos vibrantes e estilizados. Fonte: Artnet News |