Links

O ESTADO DA ARTE


Gerard Sekoto, Self-portrait, 1947. The Kilbourn Collection, © Estate of Gerard Sekoto/Adagp, Paris, 2025. Foto © Jacopo Salvi


Beauford Delaney, Untitled (Portrait of a Young Man), 1965. Óleo sobre tela, 99,7x80,6 cm. © Filipa Bossuet


Bob Thompson, The Struggle, 1963. Michael Rosenfeld Gallery LLC, NY. Foto cortesia Michael Rosenfeld Gallery LLC, NY.


Vista da exposição Paris Noir, Centre Pompidou, 2025. © Filipa Bossuet


Vista da exposição Paris Noir, Centre Pompidou, 2025. © Filipa Bossuet


Vista da exposição Paris Noir, Centre Pompidou, 2025. © Filipa Bossuet


Victoire Ravelonanosy, La Repiquage du riz à Madagascar, 1960. [Detalhe] Tapeçaria, lã, 128 x 211 cm. © Filipa Bossuet


Papa Ibra Tall, Couple dans la nuit, 1965. Tapeçaria de lã tecida, 221 x 162 cm. © Filipa Bossuet


Vista da exposição Paris Noir, Centre Pompidou, 2025. © Filipa Bossuet


Faith Ringgold, The Bitter Nest, Part IV: The Letter, 1988. Acrílico sobre tela com rebordo em tecido assemblado. © Filipa Bossuet


Vicente Pimentel, Triptyque, 1990. Acrílico, pigmentos e carvão sobre tela. © Filipa Bossuet


Vista da exposição Paris Noir, Centre Pompidou, 2025. © Filipa Bossuet


Harold Cousins, Roi des musiciens, 1955. © Estate of Harold Cousins. Foto cortesia Michael Rosenfeld Gallery LLC, NY.


Vista da exposição Paris Noir, Centre Pompidou, 2025. © Filipa Bossuet


Valérie John, Secret(s)... Rêves de pays... Fabrique à mémoire(s)... Palimpseste (2024). Instalação multimédia. © Filipa Bossuet

Outros artigos:

2025-06-30


O ESCURO VITAL DE PARIS NOIR
 

2025-05-24


JÚLIO POMAR. DEPOIS DO NOVO REALISMO
 

2025-04-23


VÂNIA DOUTEL VAZ: CADA DECISÃO É A PONTA DE UM ICEBERG
 

2025-03-28


PARTE 1: JOTA MOMBAÇA - “O MEU TRABALHO FOI VIRANDO PARA MIM ESSE LUGAR EM QUE EU CONSIGO EXPERIMENTAR OUTRAS FORMAS DE SENTIRâ€
 

2025-03-27


PARTE 2: JOTA MOMBAÇA - “EU FUJO RUMO A ESSE ESTADO EM QUE A FUGA É QUE ME ACOLHEâ€
 

2025-02-19


NURTURE GAIA, A 4.ª EDIÇÃO DA BIENAL DE BANGKOK
 

2025-01-13


LEONOR D’AVANTAGE
 

2024-12-01


O CALÃGRAFO OCIDENTAL. FERNANDO LEMOS E O JAPÃO
 

2024-10-30


CAM E CONTRA-CAM. REABERTURA DO CENTRO DE ARTE MODERNA
 

2024-09-20


O MITO DA CRIAÇÃO: REFLEXÕES SOBRE A OBRA DE JUDY CHICAGO
 

2024-08-20


REVOLUÇÕES COM MOTIVO
 

2024-07-13


JÚLIA VENTURA, ROSTO E MÃOS
 

2024-05-25


NAEL D’ALMEIDA: “UMA COISA SÓ É GRANDE SE FOR MAIOR DO QUE NÓSâ€
 

2024-04-23


ÃLBUM DE FAMÃLIA – UMA RECORDAÇÃO DE MARIA DA GRAÇA CARMONA E COSTA
 

2024-03-09


CAMINHOS NATURAIS DA ARTIFICIALIZAÇÃO: CUIDAR A MANIPULAÇÃO E ESMIUÇAR HÃPER OBJETOS DA BIO ARTE
 

2024-01-31


CRAGG ERECTUS
 

2023-12-27


MAC/CCB: O MUSEU DAS NOSSAS VIDAS
 

2023-11-25


'PRATICAR AS MÃOS É PRATICAR AS IDEIAS', OU O QUE É ISTO DO DESENHO? (AINDA)
 

2023-10-13


FOMOS AO MUSEU REAL DE BELAS ARTES DE ANTUÉRPIA
 

2023-09-12


VOYEURISMO MUSEOLÓGICO: UMA VISITA AO DEPOT NO MUSEU BOIJMANS VAN BEUNINGEN, EM ROTERDÃO
 

2023-08-10


TEHCHING HSIEH: HOW DO I EXPLAIN LIFE AND CHANGE IT INTO ART?
 

2023-07-10


BIENAL DE FOTOGRAFIA DO PORTO: REABILITAR A EMPATIA COMO UMA TECNOLOGIA DO OUTRO
 

2023-06-03


ARCOLISBOA, UMA FEIRA DE ARTE CONTEMPORÂNEA EM PERSPETIVA
 

2023-05-02


SOBRE A FOTOGRAFIA: POIVERT E SMITH
 

2023-03-24


ARTE CONTEMPORÂNEA E INFÂNCIA
 

2023-02-16


QUAL É O CINEMA QUE MORRE COM GODARD?
 

2023-01-20


TECNOLOGIAS MILLENIALS E PÚBLICO CONTEMPORÂNEO. REFLEXÕES SOBRE A EXPOSIÇÃO 'OCUPAÇÃO XILOGRÃFICA' NO SESC BIRIGUI EM SÃO PAULO
 

2022-12-20


VENEZA E A CELEBRAÇÃO DO AMOR
 

2022-11-17


FALAR DE DESENHO: TÃO DEPRESSA SE COMEÇA, COMO ACABA, COMO VOLTA A COMEÇAR
 

2022-10-07


ARTISTA COMO MEDIADOR. PRÃTICAS HORIZONTAIS NA ARTE E EDUCAÇÃO NO BRASIL
 

2022-08-29


19 DE AGOSTO, DIA MUNDIAL DA FOTOGRAFIA
 

2022-07-31


A CULTURA NÃO ESTà FORA DA GUERRA, É UM CAMPO DE BATALHA
 

2022-06-30


ARTE DIGITAL E CIRCUITOS ONLINE
 

2022-05-29


MULHERES, VAMPIROS E OUTRAS CRIATURAS QUE REINAM
 

2022-04-29


EGÃDIO ÃLVARO (1937-2020). ‘LEMBRAR O FUTURO: ARQUIVO DE PERFORMANCES’
 

2022-03-27


PRATICA ARTÃSTICA TRANSDISCIPLINAR: A INVESTIGAÇÃO NAS ARTES
 

2022-02-26


OS HÃBITOS CULTURAIS… DAS ORGANIZAÇÕES CULTURAIS PORTUGUESAS
 

2022-01-27


ESPERANÇA SIGNIFICA MAIS DO QUE OPTIMISMO
 

2021-12-26


ESCOLA DE PROCRASTINAÇÃO, UM ESTUDO
 

2021-11-26


ARTE = CAPITAL
 

2021-10-30


MARLENE DUMAS ENTRE IMPRESSIONISTAS, ROMÂNTICOS E SUMÉRIOS
 

2021-09-25


'A QUE SOA O SISTEMA QUANDO LHE DAMOS OUVIDOS'
 

2021-08-16


MULHERES ARTISTAS: O PARADOXO PORTUGUÊS
 

2021-06-29


VIVER NUMA REALIDADE PÓS-HUMANA: CIÊNCIA, ARTE E ‘OUTRAMENTOS’
 

2021-05-24


FRESTAS, UMA TRIENAL PROJETADA EM COLETIVIDADE. ENTREVISTA COM DIANE LINA E BEATRIZ LEMOS
 

2021-04-23


30 ANOS DO KW
 

2021-03-06


A QUESTÃO INDÃGENA NA ARTE. UM CAMINHO A PERCORRER
 

2021-01-30


DUAS EXPOSIÇÕES NO PORTO E MUITOS ARQUIVOS SOBRE A CIDADE
 

2020-12-29


TEORIA DE UM BIG BANG CULTURAL PÓS-CONTEMPORÂNEO - PARTE II
 

2020-11-29


11ª BIENAL DE BERLIM
 

2020-10-27


CRITICAL ZONES - OBSERVATORIES FOR EARTHLY POLITICS
 

2020-09-29


NICOLE BRENEZ - CINEMA REVISITED
 

2020-08-26


MENSAGENS REVOLUCIONÃRIAS DE UM TEMPO PERDIDO
 

2020-07-16


LIÇÕES DE MARINA ABRAMOVIC
 

2020-06-10


FRAGMENTOS DO PARAÃSO
 

2020-05-11


TEORIA DE UM BIG BANG CULTURAL PÓS-CONTEMPORÂNEO
 

2020-04-24


QUE MUSEUS DEPOIS DA PANDEMIA?
 

2020-03-24


FUCKIN’ GLOBO 2020 NAS ZONAS DE DESCONFORTO
 

2020-02-21


ELECTRIC: UMA EXPOSIÇÃO DE REALIDADE VIRTUAL NO MUSEU DE SERRALVES
 

2020-01-07


SEMANA DE ARTE DE MIAMI VIA ART BASEL MIAMI BEACH: UMA EXPERIÊNCIA MAIS OU MENOS ESTÉTICA
 

2019-11-12


36º PANORAMA DA ARTE BRASILEIRA
 

2019-10-06


PARAÃSO PERDIDO
 

2019-08-22


VIVER E MORRER À LUZ DAS VELAS
 

2019-07-15


NO MODELO NEGRO, O OLHAR DO ARTISTA BRANCO
 

2019-04-16


MICHAEL BIBERSTEIN: A ARTE E A ETERNIDADE!
 

2019-03-14


JOSÉ MAÇÃS DE CARVALHO – O JOGO DO INDIZÃVEL
 

2019-02-08


A IDENTIDADE ENTRE SEXO E PODER
 

2018-12-20


@MIAMIARTWEEK - O FUTURO AGENDADO NO ÉDEN DA ARTE CONTEMPORÂNEA
 

2018-11-17


EDUCAÇÃO SENTIMENTAL. A COLEÇÃO PINTO DA FONSECA
 

2018-10-09


PARTILHAMOS DA CRÃTICA À CENSURA, MAS PARTILHAMOS DA FALTA DE APOIO ÀS ARTES?
 

2018-09-06


O VIGÉSIMO ANIVERSÃRIO DA BIENAL DE BERLIM
 

2018-07-29


VISÕES DE UMA ESPANHA EXPANDIDA
 

2018-06-24


O OLHO DO FOTÓGRAFO TAMBÉM SOFRE DE CONJUNTIVITE, (UMA CONVERSA EM TORNO DO PROJECTO SPECTRUM)
 

2018-05-22


SP-ARTE/2018 E A DIFÃCIL TAREFA DE ESCOLHER O QUE VER
 

2018-04-12


NO CORAÇÂO DESTA TERRA
 

2018-03-09


ÃLVARO LAPA: NO TEMPO TODO
 

2018-02-08


SFMOMA SAN FRANCISCO MUSEUM OF MODERN ART: NARRATIVA DA CONTEMPORANEIDADE
 

2017-12-20


OS ARQUIVOS DA CARNE: TINO SEHGAL CONSTRUCTED SITUATIONS
 

2017-11-14


DA NATUREZA COLABORATIVA DA DANÇA E DO SEU ENSINO
 

2017-10-14


ARTE PARA TEMPOS INSTÃVEIS
 

2017-09-03


INSTAGRAM: CRIAÇÃO E O DISCURSO VIRTUAL – “TO BE, OR NOT TO BE†– O CASO DE CINDY SHERMAN
 

2017-07-26


CONDO: UM NOVO CONCEITO CONCORRENTE À TRADICIONAL FEIRA DE ARTE?
 

2017-06-30


"LEARNING FROM CAPITALISM"
 

2017-06-06


110.5 UM, 110.5 DOIS, 110.5 MILHÕES DE DÓLARES,… VENDIDO!
 

2017-05-18


INVISUALIDADE DA PINTURA – PARTE 2: "UMA HISTÓRIA DA VISÃO E DA CEGUEIRA"
 

2017-04-26


INVISUALIDADE DA PINTURA – PARTE 1: «O REAL É SEMPRE AQUILO QUE NÃO ESPERÃVAMOS»
 

2017-03-29


ALGUMAS REFLEXÕES SOBRE O CONCEITO CONTEMPORÂNEO DE FEIRA DE ARTE
 

2017-02-20


SOBRE AS TENDÊNCIAS DA ARTE ACTUAL EM ANGOLA: DA CRIAÇÃO AOS NOVOS CANAIS DE LEGITIMAÇÃO
 

2017-01-07


ARTLAND VERSUS DISNEYLAND
 

2016-12-15


VALORES DA ARTE CONTEMPORÂNEA: UMA CONVERSA COM JOSÉ CARLOS PEREIRA SOBRE A PUBLICAÇÃO DE O VALOR DA ARTE
 

2016-11-05


O VAZIO APOCALÃPTICO
 

2016-09-30


TELEPHONE WITHOUT A WIRE – PARTE 2
 

2016-08-25


TELEPHONE WITHOUT A WIRE – PARTE 1
 

2016-06-24


COLECCIONADORES NA ARCO LISBOA
 

2016-05-17


SONNABEND EM PORTUGAL
 

2016-04-18


COLECCIONADORES AMADORES E PROFISSIONAIS COLECCIONADORES (II)
 

2016-03-15


COLECCIONADORES AMADORES E PROFISSIONAIS COLECCIONADORES (I)
 

2016-02-11


FERNANDO AGUIAR: UM ARQUIVO POÉTICO
 

2016-01-06


JANEIRO 2016: SER COLECCIONADOR É…
 

2015-11-28


O FUTURO DOS MUSEUS VISTO DO OUTRO LADO DO ATLÂNTICO
 

2015-10-28


O FUTURO SEGUNDO CANDJA CANDJA
 

2015-09-17


PORQUE É QUE OS BLOCKBUSTERS DE MODA SÃO MAIS POPULARES QUE AS EXPOSIÇÕES DE ARTE, E O QUE É QUE PODEMOS DIZER SOBRE ISSO?
 

2015-08-18


OS DESAFIOS DO EFÉMERO: CONSERVAR A PERFORMANCE ART - PARTE 2
 

2015-07-29


OS DESAFIOS DO EFÉMERO: CONSERVAR A PERFORMANCE ART - PARTE 1
 

2015-06-06


O DESAFINADO RONDÒ ENWEZORIANO. “ALL THE WORLD´S FUTURES†- 56ª EXPOSIÇÃO INTERNACIONAL DE ARTE DE VENEZA
 

2015-05-13


A 56ª BIENAL DE VENEZA DE OKWUI ENWEZOR É SOMBRIA, TRISTE E FEIA
 

2015-04-08


A TUMULTUOSA FERTILIDADE DO HORIZONTE
 

2015-03-04


OS MUSEUS, A CRISE E COMO SAIR DELA
 

2015-02-09


GUIDO GUIDI: CARLO SCARPA. TÚMULO BRION
 

2015-01-13


IDEIAS CAPITAIS? OLHANDO EM FRENTE PARA A BIENAL DE VENEZA
 

2014-12-02


FUNDAÇÃO LOUIS VUITTON
 

2014-10-21


UM CONTEMPORÂNEO ENTRE-SERRAS
 

2014-09-22


OS NOSSOS SONHOS NÃO CABEM NAS VOSSAS URNAS: Quando a arte entra pela vida adentro - Parte II
 

2014-09-03


OS NOSSOS SONHOS NÃO CABEM NAS VOSSAS URNAS: Quando a arte entra pela vida adentro – Parte I
 

2014-07-16


ARTISTS' FILM BIENNIAL
 

2014-06-18


PARA UMA INGENUIDADE VOLUNTÃRIA: ERNESTO DE SOUSA E A ARTE POPULAR
 

2014-05-16


AI WEIWEI E A DESTRUIÇÃO DA ARTE
 

2014-04-17


QUAL É A UTILIDADE? MUSEUS ASSUMEM PRÃTICA SOCIAL
 

2014-03-13


A ECONOMIA DOS MUSEUS E DOS PARQUES TEMÃTICOS, NA AMÉRICA E NA “VELHA EUROPAâ€
 

2014-02-13


É LEGAL? ARTISTA FINALMENTE BATE FOTÓGRAFO
 

2014-01-06


CHOICES
 

2013-09-24


PAIXÃO, FICÇÃO E DINHEIRO SEGUNDO ALAIN BADIOU
 

2013-08-13


VENEZA OU A GEOPOLÃTICA DA ARTE
 

2013-07-10


O BOOM ATUAL DOS NEGÓCIOS DE ARTE NO BRASIL
 

2013-05-06


TRABALHAR EM ARTE
 

2013-03-11


A OBRA DE ARTE, O SISTEMA E OS SEUS DONOS: META-ANÃLISE EM TRÊS TEMPOS (III)
 

2013-02-12


A OBRA DE ARTE, O SISTEMA E OS SEUS DONOS: META-ANÃLISE EM TRÊS TEMPOS (II)
 

2013-01-07


A OBRA DE ARTE, O SISTEMA E OS SEUS DONOS. META-ANÃLISE EM TRÊS TEMPOS (I)
 

2012-11-12


ATENÇÃO: RISCO DE AMNÉSIA
 

2012-10-07


MANIFESTO PARA O DESIGN PORTUGUÊS
 

2012-06-12


MUSEUS, DESAFIOS E CRISE (II)


 

2012-05-16


MUSEUS, DESAFIOS E CRISE (I)
 

2012-02-06


A OBRA DE ARTE NA ERA DA SUA REPRODUTIBILIDADE DIGITAL (III - conclusão)
 

2012-01-04


A OBRA DE ARTE NA ERA DA SUA REPRODUTIBILIDADE DIGITAL (II)
 

2011-12-07


PARAR E PENSAR...NO MUNDO DA ARTE
 

2011-04-04


A OBRA DE ARTE NA ERA DA SUA REPRODUTIBILIDADE DIGITAL (I)
 

2010-10-29


O BURACO NEGRO
 

2010-04-13


MUSEUS PÚBLICOS, DOMÃNIO PRIVADO?
 

2010-03-11


MUSEUS – UMA ESTRATÉGIA, ENFIM
 

2009-11-11


UMA NOVA MINISTRA
 

2009-04-17


A SÃNDROME DOS COCHES
 

2009-02-17


O FOLHETIM DE VENEZA
 

2008-11-25


VANITAS
 

2008-09-15


GOSTO E OSTENTAÇÃO
 

2008-08-05


CRÃTICO EXCELENTÃSSIMO II – O DISCURSO NO PODER
 

2008-06-30


CRÃTICO EXCELENTÃSSIMO I
 

2008-05-21


ARTE DO ESTADO?
 

2008-04-17


A GULBENKIAN, “EM REMODELAÇÃOâ€
 

2008-03-24


O QUE FAZ CORRER SERRALVES?
 

2008-02-20


UM MINISTRO, ÓBICES E POSSIBILIDADES
 

2008-01-21


DEZ PONTOS SOBRE O MUSEU BERARDO
 

2007-12-17


O NEGÓCIO DO HERMITAGE
 

2007-11-15


ICONOLOGIA OFICIAL
 

2007-10-15


O CASO MNAA OU O SERVILISMO EXEMPLAR
 

O ESCURO VITAL DE PARIS NOIR

FILIPA BOSSUET

2025-06-30




 

 

Ocupar o espaço público entendendo-o na teoria e na prática exatamente enquanto um espaço para todes é uma experiência de vários sentidos e atravessamentos. Paris e a sua geografia de metrópole que em nada tem que ver com Portugal - talvez apenas se encontrem no continente que partilham, construído por aquele que, como refere Frantz Fanon, é sistematicamente tomado com base no princípio da ausência, no qual algo que existe é tornado ausente; ou então, na noção de civilização que tanto prezam em resguardar com o peso de corpos mortos.

Saint-Denis, Les Ulis, Château Rouge, Gare Du Nord, Belleville, Châtelet-Les Halles. Paris is burning, a metrópole impõe-se em edifícios de tons frios, sobre o que apaixona, o amor está presente nas crianças que habitam cada adulto e refrescam-se à revelia nas fontes e chafarizes mais emblemáticos da Place de la République aos Jardins de Trocadero; na água potável e nas casas de banho públicas disponíveis gratuitamente que não ameaçam sair assim que. O amor está nas árvores, plantas, flores que constituem jardins que se multiplicam pelo espaço parisiense com baloiços, escorregas, relva, bancos, para as pessoas sentarem ou até mesmo deitarem, mas não se enganem.

Tudo isto se observa da arquitetura brutalista do Pompidou. Da entrada com mala aberta e a passagem pelo detector de metais, seguindo pela República constituída pelos conterrâneos da África Subsaariana, que se destituiu em espaço com o recente encerramento da Biblioteca Pública de Informação (BPI), onde era possível acessar gratuitamente internet, livros, sentar nas cadeiras e no chão para estudar enquanto o telemóvel carrega, um lugar para se estar. Caminho feito pelos túneis que deixam transparecer a capital e que vão dar à exposição Paris Noir no topo do edifício cultural.

Constituída pela curadoria de Alicia Knock e co-curadores Éva Barois De Caevel, Aurélien Bernard, Laure Chauvelot e Marie Siguiecom, a exposição reúne 150 artistas africanos, afro-descendentes, panafricanistas com vivência em França. São mais de 300 obras de arte produzidas entre 1950 e 2000, que transcendem o tempo pela influência ancestral e criam perspectivas de um futuro possível. A memória, aqui, é a base do que ainda está por vir — uma memória reverberada em atos poderosos como o de documentar e arquivar.

Pinturas, esculturas, fotografias, filmes, performances, instalações, colagens, cartaz do primeiro Congresso de Escritores e Artistas Negros organizado pelo movimento intelectual, cultural e político Présence Africaine em 1956, em Paris. Registo fotográfico dos membros do movimento, cartazes de exposições e algumas das publicações literárias editadas pela Présence Africaine que reúne nomes como Aime Césaire, Momgo Beti, Cheikh Anta Diop, Ousmane Sembéne, Bernard Dadié.

Gestos artísticos diversos impossíveis de se interiorizar em poucas horas. A potência da subjetividade, de se existir num corpo que tem morada, mas também, é morada de si mesmo, não tendo que estar limitado sobre a construção estatal do que é ser de um ou de outro país, compreendendo por exemplo, a proposta de destruição que gerou a palavra preto e negro, mas também, como se constitui o ser negro, a negritude dentro da resistência, rememoração e continuidade.

 

Premier Congres des ecrivains et artistes noirs, Paris, setembro 1956. © Presence Africaine Editions, 1956 / Foto © Lutetia

 

Mesmo com os textos de apoio e descrições, são os trabalhos artísticos que ditam o ritmo da reflexão, reafirmando não só a potência da arte enquanto movimento precursor de reflexões urgentes, mas do cuidado da curadoria em compreender a importância do que está a ser apresentado. Essa escuta torna-se visível nas paredes que não se afundam no branco padrão das galerias, fundações e museus, nem na caricatura da cor como meio de distorção da identidade negra. Em Paris Noir paredes pintadas de vermelho, roxo, amarelo, azul índigo de Valérie John na instalação multimedia Secret(s)... Rêves de pays... Fabrique à mémoire(s)... Palimpseste (2024), Mémoire du Ciel (1990) de Vicente Pimentel; e preto. Paredes organizadas numa estrutura arquitetónica que formam linhas retas, curvilíneas, caminhos abertos que se interligam através do pensamento “Tout-Monde” de Édouard Glissant - um mundo em constante transformação que perdura através de trocas culturais inesperadas num universo interconectado.

Quarto Famba (1973), escultura de madeira queimada produzida por Agustín Cárdenas que recorda uma abstração de figuras humanas interligadas, evocando união e força coletiva. A palavra Famba tem origem na língua Shona, falada no Zimbabwe. Em Shona, “famba” significa caminhar ou andar — referindo-se ao movimento, deslocamento, à viagem, mutação, reforçando as jornadas e a recolha coletiva com consciência.

Coupe Antillais (1957), é outra escultura do artista em exibição de figuras alongadas e formas orgânicas.

 

Agustín Cárdenas, Couple antillais, 1957. Madeira, 226 x 51 x 28 cm

 

A exposição é enriquecida também com o aço do artista visual Harold Cousins [1] e de Richard Hunt [2], as esculturas têxteis de Élodie Barthélémy [3] que evocam as comunidades livres como força subversiva e ancestral através da lã, ferro, madeira e cabelo humano.

É exatamente a compreensão da potência e autonomia da expressão artística negra, que desencadeia um protecionismo nas entrelinhas dos textos de apoio, que demarca França, Paris, Europa como elemento preponderante que proporciona, valida a existência pela perseguição e controlo, pela escrita de uma história para que ela exista.

Aimé Césaire declara em Discurso Sobre o Colonialismo: “a grande sorte da Europa é ter sido uma encruzilhada e que o facto de ter sido o lugar geométrico de todas as ideias, o receptáculo de todas as filosofias, o ponto de acolhimento de todos os sentimentos, fez dela o melhor redistribuidor de energia”. Pensamento que resulta de mais uma expedição colonial institucional na afirmação exaustiva das expressões artísticas aqui apresentadas como consequência do encontro com artistas franceses do impressionismo, surrealismo, entre outros, como Claude Monet, Maurice Estève, Serge Poliakoff e os vitrais das catedrais francesas, como influências para a existência de uma prática que poderá já existir muito antes de qualquer doutrina ocidental. Que reúna as cores vibrantes, pinceladas rápidas e soltas, a pintura ao ar livre, o interesse pela luz natural e pelas variações do instante à expressão subjetiva e emocional que conjuga a visão interna e a realidade visível, num só gesto.

Já dizia bell Hooks em Tudo Sobre o Amor, que o cuidado é apenas um dos componentes do amor. Amar requer um conjunto de ingredientes, sendo dois deles: o respeito e a honestidade.

As pinturas de Beauford Delaney, com camadas gestuais a óleo, de cores que se fundem num amarelo vibrante, transmitem a luz interior do que o artista se propõe a pintar. Demarcam-se pela criação sobre as relações interpessoais que o próprio artista foi desenvolvendo, pela presença pictórica da natureza como elemento de complexidade e aprofundamento dos retratos de pessoas e outros elementos fluídos, que se prolongam ao longo da exposição [4].

 

Beauford Delaney, James Baldwin, cerca 1945-1950. Óleo sobre tela, 61 × 45,7 cm. Colecção halley k harrisburg and Michael Rosenfeld, NY. © Estate of Beauford Delaney / Foto cortesia de Michael Rosenfeld Gallery LLC, NY

 

Tabaski, la ronde à qui le tour? (1970), do pintor Iba N’Diaye, uma metáfora às formas diversas de violência política e social dos sistemas de opressão, através da caracterização vigorosa do sacrifício ritual do cordeiro no Festival Tabaski (Eid al- Adha), no Senegal. Evoca-se um constante movimento pelas linhas sobrepostas em camadas esfumadas em tons terrosos e tinta a escorrer, considerando o valor simbólico e espiritual do festival de Tabaski. À pergunta la ronde à qui le tour? o sacrifício torna-se um emblema sobre aqueles que são constantemente escolhidos para sofrer, para serem sacrificados em nome de uma estrutura maior que os exclui. Esta lógica pode ser compreendida numa análise de diversas formas de segregação e opressão, incluindo o racismo e o especismo. Ambos operam sob a mesma dinâmica fundamental: a categorização de seres como “outros”, a sua desumanização e a legitimação de seu sofrimento para benefício dos dominantes.

 

Iba N’Diaye, Tabaski, la ronde, à qui le tour?, 1970. Óleo sobre painel de madeira, 150 x 250 cm

 

O sacrifício torna-se linguagem: ecoa não apenas entre os animais, mas entre povos, indivíduos, espécies, alcançando uma crítica universal sobre a injustiça e a vulnerabilidade impostas a corpos e vidas.

A visão aproximada não se atenua, olhos esbugalhados, sangue, costelas em movimento. De perto são vários - que se debatem, no chão, em pé, com sede, a olharem para o outro com cuidado, e para o que foi feito - que formam um só cordeiro gigante e por isso, vivo. O evento retratado na pintura acontece num círculo quase que interminável, gritando a urgência de romper ciclos, desafiar a naturalização da violência.

Enredam-se em métodos tradicionais de tecelagem, tapeçaria pintada, bordada sobre tecido de algodão, lã e mantas de retalhos. Papa Ibra Tall em Couple dans la nuit; Victoire Ravelonanosy em Le Repiquage du riz à Madagascar (1960); e a artista transdisciplinar Faith Ringgold em The Bitter Nest, Part IV: The Letter (1988). Trazem à fruição, o ato de fazer e o amor enquanto força vivenciada num escuro vital. A presença corporal representada do artista e da obra em si no ritmo do gesto repetitivo, dos movimentos das mãos, o toque das fibras, o entrelaçar dos fios no tear que cria a imagem numa dança que cria vida. A exposição cria-se exatamente sobre os parâmetros que muito definem a existência negra: as conexões interpessoais, culturais, da natureza.

Do escuro vital reverbera toda a exposição com tanto ainda para se sentir.

As colagens cheias de personalidade de Ted Joans, a constelação de Kelly Williams [5], o Free Jazz, Night Creature de Alvin Ailey, Fela Kuti, Toto Bissainthe, Fodé Camara e Vicente Pimentel. Os filmes de Désiré Ecaré e Sarah Maldoror, Djibril Diop Mambéty; recordando que a minha presença aqui em Paris não é por acaso.

A título de continuidade, as criações artísticas selecionadas para a exposição Paris Noir quebram totalmente com qualquer ideia de essencialismo sobre o que pessoas negras teorizam. Revelam uma abundância de perspectivas, abordagens, gestos e temporalidades que resistem à homogeneização.

Arrisco-me a dizer que Paris Noir poderá ser um exemplo interessante do que uma exposição no contexto europeu pode vir a ser, pensando num caminho em que estar é a possibilidade de se sentir pertencente à própria subjetividade, confortável em habitar o próprio corpo, mesmo lidando com a contradição.

 

 

 


Filipa Bossuet é o culminar do interesse pelas artes, jornalismo e tudo o que me faz sentir viva. Nasci em 1998, sou uma mulher do norte com memórias do tempo em Lisboa. Guiada pela sede de informação e pesquisa autónoma licenciei-me em Ciências da Comunicação e penso também sobre as influências dos estudos de mestrado em Migrações, Inter-Etnicidades e Transnacionalismo, criando um diálogo e questionamento entre os campos do saber. Colaborei como jornalista estagiária no Gerador, uma plataforma independente de jornalismo, cultura e educação, e no Afrolink, uma rede online que junta profissionais africanos e afrodescendentes residentes em Portugal. Utilizo performance, pintura, fotografia e vídeo experimental para retratar processos identitários, negritude, memória e cura. O meu trabalho transdisciplinar tem sido apresentado em espaços como a Bienal de Cerveira, Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT), Teatro do Bairro Alto, Festival Iminente e o Festival Alkantara.

 

 

 


:::


Notas

[1] Roi des musiciens, 1955; Gothique Plaiton, 1962; Objets trouvés 1 e 2, 1952 e Plaiton suspendu, 1958.
[2] Extending Horizontal Form, 1958.
[3] Hommage aux ancêtres marrons, 1994.
[4] Sculpture africaine (1968), Ahmed Bioud (1964), Bernard Hassell (1962), Untitled (aka Yellow Light Swirling) (1942), Marian Anderson (1965), Untitled (Jazz Band) (1965), James Baldwin (1945–1950), Autoportrait (1965).
[5] Luminous Painting, 1950.