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ARTE, MÚSICA, CULTURA E NATUREZA MARCAM O BOOM FESTIVAL2023-07-23![]() A 14.ª edição do Boom Festival, em Idanha-a-Nova, arrancou ontem e, durante uma semana, a arte, a música, a cultura e a natureza marcam a vida de cada um dos 39 mil 'boomers' presentes. A 'Boomland' já fervilha de vida, numa mistura de cores, pessoas, línguas, numa espécie de mundo novo onde "ninguém julga" ninguém e é possível sentir "uma paz enorme", como alguns 'boomers' disseram à agência Lusa. Dois jovens, Edgar Antunes e Salvador Esteves, com 22 e 18 anos, respetivamente, junto a um dos bares do recinto, falam com a Lusa sobre as razões de estarem no Boom Festival. A resposta não tarda. Em uníssono afirmam: "Estamos cá para trabalhar e para nos divertirmos". Ambos trabalham na área da limpeza até às 19:00. A partir daí, aproveitam a noite para se divertir. Durante uma semana trabalham e vivem na 'Boomland', numa tenda de campismo, por opção. Edgar já conhecia a Boom Festival. Esta é a sua segunda presença em Idanha-a-Nova. "É uma boa experiência. Aqui consigo ganhar algum dinheiro, faço amizades e posso curtir o Boom", assegura. Junto à margem da barragem Marechal Carmona, um casal britânico, sentado, observava a água. James e Edith são estreantes no Boom Festival. "Estamos cá pela primeira vez. Éramos para ter vindo em 2020. A covid-19 não o permitiu. No ano passado não tivemos oportunidade, mas este ano cá estamos", explicou a jovem londrina. "Uns amigos que já cá vieram, disseram-nos que à noite o Boom se transforma num outro mundo de sons, espetáculo, luz e cor. Estamos ansiosos", diz James. Na 'Boomland', as 39 mil pessoas esperadas para esta edição, vindas de 178 países, procuram sobretudo um mundo sem horas nem pressas, onde o ritmo diário, durante uma semana, é marcado pelo nascer e pôr do sol. Artur Mendes, da organização do festival, já explicara à agência Lusa que "o tema que inspira este encontro", este ano, "responde a uma exigência atual e urgente: o amor radical". "O que celebramos aqui é essa necessidade de travarmos a desunião, o preconceito, a separação e o julgamento sobre os outros que, erradamente, estupidamente, julgamos serem diferentes de nós. O que vamos celebrar aqui é o poder transformacional do amor e da convivência e do respeito pela natureza e pelo outro". O responsável da organização da 14.ª edição do Boom Festival salientou ainda que a agenda de música e de debates para esta edição "é extraordinária". "Temos artistas, pensadores e terapeutas de todo o mundo para nos ajudar a viver melhor e a compreender melhor. Os palcos e a arte que apresentamos refletem essa preocupação e vão servir de incentivo ao público para que se sinta confortável e inspirado", frisou. O Boom Festival oferece 21 áreas de programação e conta com a presença de 1.128 artistas de 29 nacionalidades. O destaque para este ano vai para uma escultura de Michael Benisty. Para fazer face à presença dos 39 mil 'boomers', que até ao dia 27 vão estar instalados na herdade da Granja, existem na 'Boomland' 45 restaurantes e supermercados bio e estão registados 32 fornecedores (15 do distrito de Castelo Branco, 16 nacionais e um internacional). |