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OS EUA PARTICIPARÃO NA BIENAL DE VENEZA?2025-11-07Há rumores de que a escultora Alma Allen, nascida no Utah e radicada no México, foi escolhida como representante dos EUA na 61ª Bienal de Veneza, com curadoria de Jeffrey Uslip. Segundo o Baer Faxt, “várias fontes” confirmaram a decisão, embora nenhum anúncio oficial possa ser feito até ao final da paralisação do governo. A notícia surge depois de outro artista, Robert Lazzarini, ter sido alegadamente descartado da seleção depois de as negociações terem falhado devido à questão do financiamento. Lazzarini fez a sua proposta para representar os EUA com o apoio de Ravenal, de acordo com uma notícia do Washington Post. Conhecido pelas suas grandes esculturas de objetos comuns deformados e distorcidos, planeava explorar motivos tradicionais americanos, como a águia, as “estrelas e listras” da bandeira do país e um monumento a George Washington. A questão de como financiar o pavilhão foi o que levou ao fracasso da proposta de Lazzarini, segundo Ravenal. Precisando de uma instituição para patrocinar os seus planos, Ravenal e o artista juntaram-se ao Museu de Arte Contemporânea da Universidade do Sul da Flórida (USF), onde a obra de Lazzarini foi exibida em 2019. No final, a USF e o Departamento de Estado não chegaram a acordo até 30 de setembro. Desde então, Lazzarini publicou no seu Instagram o que parecem ser maquetes da sua obra in situ no pavilhão dos EUA em Veneza. O artista não respondeu a um pedido de comentário. A questão de quem representará os EUA em Veneza em 2026 tem sido motivo de muita especulação no mundo da arte. A reportagem do Washington Post surge precisamente quando o Baer Faxt, no seu último boletim informativo, citou “múltiplas fontes” identificando Alma Allen como a representante americana escolhida. A responsabilidade é, sem dúvida, uma das maiores honras que um artista pode receber, e o participante americano representaria o seu país no ano do 250º aniversário. No entanto, o contexto político tenso do processo de selecção significa que o papel pode ser mais uma maldição do que uma conquista. Enquanto a maioria das nações anunciou os seus artistas para Veneza há meses, a questão de quem, se alguém, representará os EUA permanece sem resposta. Apesar de em anos anteriores o artista norte-americano ter sido escolhido pelo National Endowment for the Arts (NEA), nesta edição da Bienal, o processo de seleção passou a ser controlado pelo Departamento de Estado após o corte drástico no orçamento do NEA. As suas orientações exigiam propostas que “refletissem e promovessem os valores americanos”, proibindo as candidaturas que “operassem quaisquer programas que promovessem a diversidade, a equidade e a inclusão”. “É difícil imaginar quem aceitaria [a encomenda]”, comentou recentemente Matthew Higgs, diretor da White Columns em Nova Iorque, no podcast Art Angle, da Artnet. “Os critérios de participação mudaram. Parece-me improvável que uma instituição de arte contemporânea sequer se candidate.” O potencial risco para a reputação associado a trabalhar num projecto que rejeita as iniciativas de DEI não é o único desafio que um participante americano em Veneza enfrentaria. Embora a verba federal de 375.000 dólares destinada ao pavilhão dos EUA tenha sido garantida pelo governo de Biden, o custo da exposição ascende geralmente aos milhões, exigindo que o artista faça uma parceria com uma instituição capaz de angariar fundos para cobrir esta diferença significativa. A tarefa é particularmente urgente devido ao calendário excecionalmente apertado, dado que o Departamento de Estado selecionou o candidato muito mais tarde do que o habitual e a Bienal está prevista abrir em maio. Fonte: Artnet News |














