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:: NOTRE FEU TRAZ AO MAAT MEMóRIAS DA EMIGRAçãO PORTUGUESA

Julia Ugelli

2025-10-30



  Vistas de exposição “Notre Feu”, de Isabelle Ferreira, MAAT, 2025. © Guillaume Vieira / Cortesia Fundação EDP

 

De 22 de outubro de 2025 a 2 de março de 2026, a Galeria MAAT acolhe “Notre Feu”, a primeira exposição individual em Portugal da artista franco-portuguesa Isabelle Ferreira, com curadoria de Joana P. R. Neves. O projeto reúne obras que exploram a herança emocional e política da emigração portuguesa para a França, em um diálogo entre corpo, paisagem e história.

O título “Notre Feu” (“O Nosso Fogo”) convoca o calor das fogueiras partilhadas e a chama interior que move aqueles que partem. Isabelle Ferreira, filha de emigrantes portugueses, transforma lembranças familiares e memórias coletivas em matéria artística, revisitando o período das travessias clandestinas durante a ditadura salazarista. As suas obras convertem o ato de fugir em gesto de criação: caminhar, esconder-se, resistir e, sobretudo, reinventar-se.

 

Vistas de exposição “Notre Feu”, de Isabelle Ferreira, MAAT, 2025. © Julia Ugelli

 

Duas séries ganham destaque na exposição: “L’invention du courage (O salto)” e “Fatum”, núcleos que abordam coragem e destino. Em “L’invention du courage (O salto)”, a artista recorda uma prática anterior à partida: os emigrantes confiavam sua fotografia a um passador, que a dividia ao meio. Uma metade permanecia com a família, enquanto a outra ficava com o passador, retornando à família ao término da viagem como prova de que o viajante havia chegado em segurança. Por sua vez, “Fatum” apresenta papéis fragmentados, recombinados de modo a capturar a imprevisibilidade da vida daqueles que atravessaram fronteiras. É como se cada gesto artístico reencenasse, de forma sensível, o percurso de quem buscou liberdade.

Em “Notre Feu”, Isabelle Ferreira recria a recordação como paisagem viva. A chama que dá nome à mostra não é apenas lembrança do passado, mas um convite à escuta do que ainda arde: a força humana que, entre fronteiras e silêncios, continua a procurar o seu lugar no mundo.

 

Por Julia Ugelli

 

Vistas de exposição “Notre Feu”, de Isabelle Ferreira, MAAT, 2025. © Guillaume Vieira / Cortesia Fundação EDP

 

Vistas de exposição “Notre Feu”, de Isabelle Ferreira, MAAT, 2025. © Julia Ugel




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