Links


ARTES PERFORMATIVAS


LODO

ANDRÉ FONTES

2021-04-30



 

® Inês Condeço

 

Antes do dilúvio, a Almirante Reis estava a tornar-se importante. Primeiramente, por causa do preço dos quartos: do Martim Moniz a Arroios, quartos minúsculos a trezentos euros atraiam licenciados prestes a estrearem-se nos maus empregos. Em segundo lugar, os bares. O Desterro, a Crew Assan, a Casa Independente e o Anjos 70, conjuntamente com uma série de associações recreativas, casas de kebabs e residências estudantis, impunham-se como uma resposta exótica à folia cansada do Bairro e do Cais. Espaços onde o indie, o activismo de esquerda e a electrónica experimental reuniam uma juventude suja e culta; uma juventude que transpirava pelos fins de semana em orgias de cerveja barata e quetamina. E com isso a Avenida seduziu, como seria de esperar, a medianíssima riqueza dos assalariados com mais de quarenta; famintos por atear a noite com as chamas da segunda juventude (tão necessária após o primeiro divórcio). Deste ébrio e suado encontro de circunstâncias chegou-nos o Lodo.

  


Lodo – que já foi Caronte – é um ente literário. Músico, por engenho do acaso, apresenta-nos a sua voz e texto em dois EPs no Bandcamp – Monróvia e Pedro e o Lodo –; participando, também, em diversas colaborações soltas, entre essas o EP de originais do produtor portuense ELÓI: Orgânico Urbano. O que Lodo faz e é não se presta à definição segura. Mas o nosso primeiro contacto com ele – que, como todos os primeiros contactos, deverá ser superficial – poderá invocar tácitas semelhanças com um rapper. Mas será mesmo um rapper?

A: És mesmo um rapper?

L: Eu tenho para mim que as pessoas vão sempre dizer aquilo que quiserem sobre o assunto. Mas eu próprio não me definiria como tal. Seria mais justo definir-me como escritor; e sobretudo seria mais justo ter o à-vontade para definir-me como eu quiser na altura em que desenvolvo um projecto. A nível musical, tenho a noção de que muitas das coisas que eu tenho feito entram dentro desse estilo, do rap; até porque trabalho com productores que fazem música electrónica de uma forma geral, e que em particular estão mais associados a fazer beats. Mas acho que seria um bocadinho limitador chamar-me de rapper.

 


Lodo provém de um colectivo de artistas marginais (a maioria deles músicos) que se determina pela estrita ética da originalidade: os Colónia Calúnia. Impulsionada pelo produtor VULTO. (ou Pedro, o Mau), os Colónia têm vindo a associar músicos independentes em torno de sons pouco ortodoxos; não colhendo beats do R&B, mas do rock progressivo e do krautrock. As origens dos Colónia são pouco óbvias. Trata-se, a fim de contas, de um colectivo de artistas sem biografia; mas podemos situar em 2016 o princípio da coisa. Foi com um EP chamado Café, produzido por VULTO. e cantado por L-ALI, que o colectivo se estreou. Denunciando um rompimento com o que caracteristicamente se chama hip-hop tuga, Café soa-nos a uma caminhada trôpega até à instalação de um amigo nos Anjos; o que ironicamente define bastante bem aquela que parece ser a direcção estética do colectivo: um ganzado vai-e-vem entre as ruas e as galerias de arte. Enfim, defina-os ou não, o resultado foi sem dúvida fresco, e principiou a contínua associação de VULTO. a outros nomes do subterrâneo: Jota, Secta, Tilt, Lodo…

 

 

O encontro de VULTO. com Lodo foi prosaico. Trabalhavam no mesmo bar. Ambos talentosos e cultos e precipitados na fatalística condição de funcionário à qual todo artista português deve habituar-se. Imagino que entre os vinhos que serviram tenham trocado ideias; e imagino que Lodo tenha lido textos dos quais VULTO. gostou imenso; porque em 2017, sob o nome de Caronte, Lodo estreou-se como associado de VULTO. através da faixa «Miguel».

 

 

Durante o sismo,
ainda cismo,
desfeito em cataclismo,
permite-me a pergunta
se não for autismo,
explica:
eras o anti-depressivo
do meu gene recessivo
mas falhaste em viciar.
Filme de domingo à tarde,

foste tempo para passar.
Só tempo para passar.

 

«Miguel» apresenta-nos Caronte num retumbar depressivo e arrastado. A letra convida-nos a considerar tristemente a osmose conjugal, demarcando não só a atitude narrativa de Caronte, como também o seu pessimismo. Caronte, o Barqueiro, foi a primeira pele de Lodo; inspirado na figura greco-clássica do mesmo nome. Transportando na sua barca as almas dos defuntos, sorvendo-lhes as histórias – ou os vícios, mais precisamente – sem quaisquer juízos morais, Caronte navega do ponto A ao ponto B, rotineiramente.

A: Caronte é um pessimista, não é?
L: Sim, é um pessimista. Acho que não há grande volta a dar; mesmo do ponto de vista de construção da personagem. Imagina-te no cenário em que transportas realmente as almas e no qual há um desinteresse… Há um desinteresse porque há um trabalho a fazer. E há também uma tentativa por parte pessoas de obterem explicações: «Para onde é que me levas? Para onde é que me levas?»; «Olha, passou-se isto: não tenho culpa». Portanto, a imaginação leva-me por aí… É uma tentativa de justificação do que as pessoas fizeram, apanhada pelo ouvido desinteressado de quem está só ali a fazer um trabalho, e que se calhar vai ouvindo e incorporando as suas próprias justificações nessas histórias alheias. Mas ele próprio, o Caronte, mantém-se como um narrador ausente.

E sob um característico pessimismo, Caronte assinou um EP: Monróvia. Colaboração com VULTO., este primeiro EP foi a demonstração de que o hip-hop pode ainda renovar-se em atitudes inesperadas (podemos considerar que o hip-hop americano se tem renovado nos últimos anos; mas não considero inesperada a fusão do trap com umas politiquices queixosas). O som de Monróvia é fumegado e negro, edificando paisagens para histórias de tom confessional. VULTO. adapta-se ao propósito de nos fazer imaginar Caronte remando para o Hades, envolto numa escuridão, escutando com desinteresse glacial as confissões dos desgraçados (mas identificando-se com elas, talvez).

 

 

Escrevam na minha lápide
que eu morri de crise apática.
Amarelo na tez,
emotividade hepática


A: Como escritor, sobre o que é que te interessa falar?
L: Sobre a ansiedade, sobre o amor… Tudo o que as minhas vivências permitem abordar. Gosto de temas com que toda a gente se pode identificar. De um ponto de vista geracional, a ansiedade é um deles: a procura de evolução constante, a ideia de que somos um produto incompleto… Obviamente, o ego e as considerações do ego são um tema muito bom de abordar, porque não dependemos de mais ninguém para construir uma opinião sobre nós. A nossa opinião é influenciada pelos outros, mas nunca é uma condição essencial para nos podermos avaliar. Portanto, tudo o que envolva pensar em mim próprio sem interferência alheia é sempre um bom tema.
A: Voltando ao pessimismo. Demasiadas vezes, vi pessimistas a tratar a visão negra das coisas como forma de sabedoria. Não vi isso em Caronte. Porquê?
L: O pessimismo como forma de sabedoria… Identifico-me, mas fujo disso. Tenho muito poucas certezas, e não sei muito bem para onde vou. E acho que isso é uma síndrome comum a toda a nossa geração.
A: Sim… Até porque há uma grande ansiedade por identidade.
L: Exactamente. E a ansiedade é um tema transversal no meu trabalho.

Como artista de palco, Caronte estrou-se no Damas. Conta-se que foi uma belíssima noite de estreia. Tendo sido apresentado por VULTO., após os sets dos mais antigos membros dos Colónia, Caronte cantou «Miguel» e fundiu-se com o eflúvio de suor e cerveja como se sempre tivesse feito parte dele. Nessa noite, não estive presente; mas lembro-me bastante bem do meu primeiro contacto com Caronte. Foi no Anjos 70. Nas noites de deambulação, o Anjos 70 nunca era o princípio ou o fim da linha. Demasiado cheio ou vazio: é assim que me lembro do sítio. Na noite de Caronte, não estava nem cheio nem vazio. E, surpreendentemente, não cheirava sequer a suor. O público, maioritariamente formado por hipsters cheirosos que admiram os Capitão Fausto, torneava Caronte e VULTO. com tímidos tombos de cabeça. E enquanto Caronte se arrastava pelas sombrias melopeias, VULTO. gritava: «HIP-HOP TUGA!». Um amigo que levei comigo não ficou especialmente impressionado com os gritos de VULTO., e encontrou neles um cinismo esteticamente inapropriado; um cinismo que – como quase todos os cinismos – não acrescenta nada e ainda tira alguma coisa. Concordo com esse meu amigo; os gritos de VULTO. foram anticlimáticos. Mas denunciaram uma atitude defensiva que me interessou, porque me pareceu em parte justificada: aquele não era o público de Caronte, e a acústica do Anjos 70 não fazia jus à sua voz. Do cinismo de VULTO. surdia o reconhecimento de que ele e Caronte estavam deslocados, ali dispostos no centro de uma sala de jantar vintage como entretenimento para encontros de Tinder (contra o ego de VULTO., os fãs dos Capitão Fausto pareciam de facto muito entretidos por aquele hip-hop tuga tão mais intelectual do que o de Sam the Kid; e, pondo-me no lugar deles, Caronte parecia quase um Halloween branco que trocava a Póvoa de Santo Adrião pela Almirante Reis). É verdade que o concerto não foi bom, mas foi sem dúvida interessante; tendo-me apresentado a Caronte e à atitude refrescante dos Colónia.

 

 

 

A: Tu emerges dos Colónia Calúnia, colectivo impulsionado pelo VULTO.. Eu sei que o colectivo dispensa etiquetas, mas como reúne artistas com uma nova atitude estética tão demarcada, será injusto chamar-lhe uma «nova cena musical»?
L: É uma pergunta complicada… Mas pronto, falando por mim, diria que o colectivo é o lugar onde podemos estar confortáveis para sermos o mais experimentais possível, sem grandes exigências por parte de ninguém.
A: Portanto, o experimentalismo é um valor entre os músicos associados?
L: Penso que sim. É a tentativa de todos fazerem o que lhes apetece fazer sem outro objectivo que não o de fazer algo novo e desafiante.
A: Parece que um conjunto de artistas construiu um país emancipado, e que convidam o público a visitá-lo sem irem ao encontro dele.
L: Acho que isso é acertado.

Experimentalismo, cooperativismo e uma aversão às definições que encerram músicos em estilos: os ethos criativos dos Colónia parecem-nos fixos, e paradoxalmente fixos. Mas o mesmo terá acontecido com o punk, com o grunge, e com todos as respostas do curso dialético da Arte – na recusa em serem isto ou aquilo, definiram-se. Nesse sentido, a atitude dos Colónia pode bem definir-se como antítese da procura por notoriedade. Contrariamente às centenas de bandas do indie, os Colónia não ambicionam noites no Musicbox, nem lives no Instagram; o desejo deles é trabalhar, somente trabalhar, e com isso alcançar uma qualquer beatitude criativa que poderá, ou não, ser reconhecida. Respeito-os imenso por isso; pois poucas coisas deveriam entristecer-nos tanto como a indigna autopromoção que hoje obriga os artistas a pensarem como marketeers. E, curiosamente, tivesse Caronte pensado como um marketeer, teria feito os possíveis para se promover através da colaboração com ELÓI. Orgânico Urbano, de 2020, serve-nos para destacar a versatilidade de Caronte em plataformas sónicas mais tradicionais – mais próximas do blues, do jazz, do funk –, fazendo-se soar exactamente a um rapper. Tenhamos em conta faixas como «Siddhartha» ou «Terror, e se a nossa imaginação nos trouxer Caronte ao palco do Musicbox, não nos consideremos, por isso, irrealistas (e longe de mim dizer com isto que ELÓI é pop; também ele está associado ao subterrâneo de VULTO., mas parece ter ideias próprias no que respeita às paisagens dos beats).

 

 

Foi em 2021 que Caronte virou Lodo. Se considerássemos a mudança de personagem como recusa em perseguir as sonoridades confortáveis de Orgânico Urbano, Lodo justificar-se-ia por uma fidelidade ao underground. E isso seria de facto uma atitude poética, uma atitude que poderíamos até chamar de «romântica»; mas as origens de Lodo foram, no fundo, mais orgânicas, mais instintivas – foram exigidas pela criação, não pelo criador.

L: Então, eu percebo que a dada altura estou a escrever coisas diferentes. E que estou também à procura de coisas diferentes. Ou seja, é importantíssimo para mim sentir que estou a progredir a nível lírico. Começo a ler outras coisas, a ouvir música nova, e apercebo-me que é muito espontâneo, o processo de atribuição de nome a essa personagem. É fruto de me ter apercebido que, à medida que fui fazendo coisas novas, já não correspondia à crueza dos primeiros trabalhos, àquele pessimismo tão exacerbado. Inclusivamente, se é que se pode dizer, à verdura dos primeiros trabalhos. Há coisas que eu ainda considero muito boas hoje, obviamente. Mas acho que no Lodo as coisas já representam uma fase artística diferente. Então, rebaptizei-me para ter em consideração essa evolução.

 

 

 

No EP Pedro e o Lodo, onde as sonoridades de VULTO. surgem assinadas pelo nome «Pedro, o Mau», o pessimismo assume-se como realidade de segundo plano. Lodo é mais leve do que Caronte. Na primeira faixa, «Ditas Cujas», há um narrador que considera a precariedade romântica sob a óptica da responsabilidade pessoal – «Tenho o que mereço, pois tenho/ Uma estranha» –; e o som, traduzindo o tom emocional das palavras, não se faz pesar; antes pelo contrário: é colorido, melódico, e, apesar de melancólico, reproduz uma terna aceitação do sofrimento como condição necessária à felicidade humana. Digamos que, de Caronte a Lodo, está como que uma transição de Schopenhauer a Nietzsche. Tanto no som como nas letras, a mudança de atitude e cenário sorri-nos. O que há de mau na vida deixa de nos soar a tristeza; e se Caronte nos levava às deambulações nocturnas por uma Almirante Reis ébria, Lodo convida-nos às auroras sóbrias nos miradouros desta Lisboa vazia, despida do fausto turístico e hedonista que a destacou na passada década.

A entrevista fez-me compreender perfeitamente a transição de Caronte para Lodo. Mas não poderia findá-la sem coçar uma última comichão: porquê a insistência no valor do novo? A direcção de Caronte parecia-me ascendente; mesmo que significasse uma certa repetitividade, não é óbvio, para mim, o porquê de isso ter de ser mau. É certo que a nossa sensibilidade artística dos últimos cem anos tem sobreposto a novidade a todos os outros valores; e com isso, parece-me, tem-se ganho tanto quanto se tem perdido. Se em tempos a busca pela novidade foi deliberada, hoje parece-me francamente convencional. E daí a pergunta:

A: Porquê uma insistência no valor do novo?
L: No meu trabalho ou no dos outros?
A: No teu.
L: Bem… Porque a premissa de ser um artista é ter algo a acrescentar.

A resposta satisfez-me, e eu calei-me.

 




Outros artigos:

2024-02-26


A RESISTÊNCIA TEMPORAL, A PRODUÇÃO CORPORAL E AS DINÂMICAS DE LUTA NA ARTE CONTEMPORÂNEA
 

2023-12-15


CAFE ZERO BY SOREN AAGAARD, PERFORMA - BIENAL DE ARTES PERFORMATIVAS
 

2023-11-13


SOBRE O PROTEGER E O SUPLICAR – “OS PROTEGIDOS” DE ELFRIEDE JELINEK
 

2023-10-31


O REGRESSO DE CLÁUDIA DIAS. UM CICLO DE CRIAÇÃO DE 10 ANOS A EMERGIR DA COLEÇÃO DE LIVROS DO SEU PAI
 

2023-09-12


FESTIVAL MATERIAIS DIVERSOS - ENTREVISTA A ELISABETE PAIVA
 

2023-08-10


CINEMA INSUFLÁVEL: ENTREVISTA A SÉRGIO MARQUES
 

2023-07-10


DEPOIS DE METADE DOS MINUTOS - ENTREVISTA A ÂNGELA ROCHA
 

2023-05-20


FEIOS, PORCOS E MAUS: UMA CONVERSA SOBRE A FAMÍLIA
 

2023-05-03


UMA TERRA QUE TREME E UM MAR QUE GEME
 

2023-03-23


SOBRE A PARTILHA DO PROCESSO CRIATIVO
 

2023-02-22


ALVALADE CINECLUBE: A PROGRAMAÇÃO QUE FALTAVA À CIDADE
 

2023-01-11


'CONTRA O MEDO' EM 2023 - ENTREVISTA COM TEATROMOSCA
 

2022-12-06


SAIR DE CENA – UMA REFLEXÃO SOBRE VINTE ANOS DE TRABALHO
 

2022-11-06


SAMOTRACIAS: ENTREVISTA A CAROLINA SANTOS, LETÍCIA BLANC E ULIMA ORTIZ
 

2022-10-07


ENTREVISTA A EUNICE GONÇALVES DUARTE
 

2022-09-07


PORÉM AINDA. — SOBRE QUASE UM PRAZER DE GONÇALO DUARTE
 

2022-08-01


O FUTURO EM MODO SILENCIOSO. SOBRE HUMANIDADE E TECNOLOGIA EM SILENT RUNNING (1972)
 

2022-06-29


A IMPORTÂNCIA DE SER VELVET GOLDMINE
 

2022-05-31


OS ESQUILOS PARA AS NOZES
 

2022-04-28


À VOLTA DA 'META-PERSONAGEM' DE ORGIA DE PASOLINI. ENTREVISTA A IVANA SEHIC
 

2022-03-31


PAISAGENS TRANSDISCIPLINARES: ENTREVISTA A GRAÇA P. CORRÊA
 

2022-02-27


POÉTICA E POLÍTICA (VÍDEOS DE FRANCIS ALŸS)
 

2022-01-27


ESTAR QUIETA - A PEQUENA DANÇA DE STEVE PAXTON
 

2021-12-28


KILIG: UMA NARRATIVA INSPIRADA PELO LOST IN TRANSLATION DE ANDRÉ CARVALHO
 

2021-11-25


FESTIVAL EUFÉMIA: MULHERES, TEATRO E IDENTIDADES
 

2021-10-25


ENTREVISTA A GUILHERME GOMES, CO-CRIADOR DO ESPECTÁCULO SILÊNCIO
 

2021-09-19


ALBUQUERQUE MENDES: CORPO DE PERFORMANCE
 

2021-08-08


ONLINE DISTORTION / BORDER LINE(S)
 

2021-07-06


AURORA NEGRA
 

2021-05-26


A CONFUSÃO DE SE SER NÓMADA EM NOMADLAND
 

2021-04-30


LODO
 

2021-03-24


A INSUSTENTÁVEL ORIGINALIDADE DOS GROWLERS
 

2021-02-22


O ESTRANHO CASO DE DEVLIN
 

2021-01-20


O MONSTRO DOS PUSCIFER
 

2020-12-20


LOURENÇO CRESPO
 

2020-11-18


O RETORNO DE UM DYLAN À PARTE
 

2020-10-15


EMA THOMAS
 

2020-09-14


DREAMIN’ WILD
 

2020-08-07


GABRIEL FERRANDINI
 

2020-07-15


UMA LIVRE ASSOCIAÇÃO DO HERE COME THE WARM JETS
 

2020-06-17


O CLASSICISMO DE NORMAN FUCKING ROCKWELL!
 

2019-07-31


R.I.P HAYMAN: DREAMS OF INDIA AND CHINA
 

2019-06-12


O PUNK QUER-SE FEIO - G.G. ALLIN: UMA ABJECÇÃO ANÁRQUICA
 

2019-02-19


COSEY FANNI TUTTI – “TUTTI”
 

2019-01-17


LIGHTS ON MOSCOW – Aorta Songs Part I
 

2018-11-30


LLAMA VIRGEM – “desconseguiste?”
 

2018-10-29


SRSQ – “UNREALITY”
 

2018-09-25


LIARS – “1/1”
 

2018-07-25


LEBANON HANOVER - “LET THEM BE ALIEN”
 

2018-06-24


LOMA – “LOMA”
 

2018-05-23


SUUNS – “FELT”
 

2018-04-22


LOLINA – THE SMOKE
 

2018-03-17


ANNA VON HAUSSWOLFF - DEAD MAGIC
 

2018-01-28


COUCOU CHLOÉ
 

2017-12-22


JOHN MAUS – “SCREEN MEMORIES”
 

2017-11-12


HAARVÖL | ENTREVISTA
 

2017-10-07


GHOSTPOET – “DARK DAYS + CANAPÉS”
 

2017-09-02


TATRAN – “EYES, “NO SIDES” E O RESTO
 

2017-07-20


SUGESTÕES ADICIONAIS A MEIO DE 2017
 

2017-06-20


TIMBER TIMBRE – A HIBRIDIZAÇÃO MUSICAL
 

2017-05-17


KARRIEM RIGGINS: EXPERIÊNCIAS E IDEIAS SOBRE RITMO E HARMONIAS
 

2017-04-17


PONTIAK – UM PASSO EM FRENTE
 

2017-03-13


TRISTESSE CONTEMPORAINE – SEM ILUSÕES NEM DESILUSÕES
 

2017-02-10


A PROJECTION – OBJECTOS DE HOJE, SÍMBOLOS DE ONTEM
 

2017-01-13


AGORA QUE 2016 TERMINOU
 

2016-12-13


THE PARKINSONS – QUINZE ANOS PUNK
 

2016-11-02


patten – A EXPERIÊNCIA DOS SENTIDOS, A ALTERAÇÃO DA PERCEPÇÃO
 

2016-10-03


GONJASUFI – DESCIDA À CAVE REAL E PSICOLÓGICA
 

2016-08-29


AGORA QUE 2016 VAI A MEIO
 

2016-07-27


ODONIS ODONIS – A QUESTÃO TECNOLÓGICA
 

2016-06-27


GAIKA – ENTRE POLÍTICA E MÚSICA
 

2016-05-25


PUBLIC MEMORY – A TRANSFORMAÇÃO PASSO A PASSO
 

2016-04-23


JOHN CALE – O REECONTRO COM O PASSADO EM MAIS UMA FACE DO POLIMORFISMO
 

2016-03-22


SAUL WILLIAMS – A FORÇA E A ARTE DA PALAVRA ALIADA À MÚSICA
 

2016-02-11


BIANCA CASADY & THE C.I.A – SINGULARES EXPERIMENTALISMO E IMAGINÁRIO
 

2015-12-29


AGORA QUE 2015 TERMINOU
 

2015-12-15


LANTERNS ON THE LAKE – SOBRE FORÇA E FRAGILIDADE
 

2015-11-11


BLUE DAISY – UM VÓRTEX DE OBSCURA REALIDADE E HONESTA REVOLTA
 

2015-10-06


MORLY – EM REDOR DE REVOLUÇÕES, REFORMULAÇÕES E REINVENÇÕES
 

2015-09-04


ABRA – PONTO DE EXCLAMAÇÃO, PONTO DE EXCLAMAÇÃO!! PONTO DE INTERROGAÇÃO?...
 

2015-08-05


BILAL – A BANDEIRA EMPUNHADA POR QUEM SABE QUEM É
 

2015-07-05


ANNABEL (LEE) – NA PRESENÇA SUPERIOR DA PROFUNDIDADE E DA EXCELÊNCIA
 

2015-06-03


ZIMOWA – A SURPREENDENTE ORIGEM DO FUTURO
 

2015-05-04


FRANCESCA BELMONTE – A EMERGÊNCIA DE UMA ALMA VELHA JOVEM
 

2015-04-06


CHOCOLAT – A RELEVANTE EXTRAVAGÂNCIA DO VERDADEIRO ROCK
 

2015-03-03


DELHIA DE FRANCE, PENTATONES E O LIRISMO NA ERA ELECTRÓNICA
 

2015-02-02


TĀLĀ – VOLTA AO MUNDO EM DOIS EP’S
 

2014-12-30


SILK RHODES - Viagem no Tempo
 

2014-12-02


ARCA – O SURREALISMO FUTURISTA
 

2014-10-30


MONEY – É TEMPO DE PARAR
 

2014-09-30


MOTHXR – O PRAZER DA SIMPLICIDADE
 

2014-08-21


CARLA BOZULICH E NÓS, SOZINHOS NUMA SALA SOTURNA
 

2014-07-14


SHAMIR: MULTI-CAMADA AOS 19
 

2014-06-18


COURTNEY BARNETT
 

2014-05-19


KENDRA MORRIS
 

2014-04-15


!VON CALHAU!
 

2014-03-18


VANCE JOY
 

2014-02-17


FKA Twigs
 

2014-01-15


SKY FERREIRA – MORE THAN MY IMAGE
 

2013-09-24


ENTRE O MAL E A INOCÊNCIA: RUTH WHITE E AS SUAS FLOWERS OF EVIL
 

2013-07-05


GENESIS P-ORRIDGE: ALMA PANDRÓGINA (PARTE 2)
 

2013-06-03


GENESIS P-ORRIDGE: ALMA PANDRÓGINA (PARTE 1)
 

2013-04-03


BERNARDO DEVLIN: SEGREDO EXÓTICO
 

2013-02-05


TOD DOCKSTADER: O HOMEM QUE VIA O SOM
 

2012-11-27


TROPA MACACA: O SOM DO MISTÉRIO
 

2012-10-19


RECOLLECTION GRM: DAS MÁQUINAS E DOS HOMENS
 

2012-09-10


BRANCHES: DOS AFECTOS E DAS MEMÓRIAS
 

2012-07-19


DEVON FOLKLORE TAPES (II): SEGUNDA PARTE DA ENTREVISTA COM DAVID CHATTON BARKER
 

2012-06-11


DEVON FOLKLORE TAPES - PESQUISAS DE CAMPO, FANTASMAS FOLCLÓRICOS E LANÇAMENTOS EM CASSETE
 

2012-04-11


FC JUDD: AMADOR DA ELETRÓNICA
 

2012-02-06


SPETTRO FAMILY: OCULTISMO PSICADÉLICO ITALIANO
 

2011-11-25


ONEOHTRIX POINT NEVER: DA IMPLOSÃO DOS FANTASMAS
 

2011-10-06


O SOM E O SENTIDO – PÁGINAS DA MEMÓRIA DO RADIOPHONIC WORKSHOP
 

2011-09-01


ZOMBY. PARA LÁ DO DUBSTEP
 

2011-07-08


ASTROBOY: SONHOS ANALÓGICOS MADE IN PORTUGAL
 

2011-06-02


DELIA DERBYSHIRE: O SOM E A MATEMÁTICA
 

2011-05-06


DAPHNE ORAM: PIONEIRA ELECTRÓNICA E INVENTORA DO FUTURO
 

2011-03-29


TERREIRO DAS BRUXAS: ELECTRÓNICA FANTASMAGÓRICA, WITCH HOUSE E MATER SUSPIRIA VISION
 

2010-09-04


ARTE E INOVAÇÃO: A ELECTRODIVA PAMELA Z
 

2010-06-28


YOKO PLASTIC ONO BAND – BETWEEN MY HEAD AND THE SKY: MÚLTIPLA FANTASIA EM MÚLTIPLOS ESTILOS