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EXPOSIÇÕES ATUAIS


Sara Fonseca da Graça – Petra Preta; Manchê Bom; 2024; Acrílico, cianotipia, pigmento sobre tecido e instalação sonora; Dimensões variáveis 4 elementos; Cortesia da artista. © Bruno Lopes


Sara Fonseca da Graça - Petra Preta; Manchê Bom; 2024; Acrílico, cianotipia, pigmento sobre tecido e instalação sonora; Dimensões variáveis 4 elementos; Cortesia da artista. © Bruno Lopes


Vista de exposição; Por quanto tempo mais terei de nadar? — Uma litania pela sobrevivência; Galeria da Boavista; 2024. © Bruno Lopes


Sara Fonseca da Graça - Petra Preta; Black Habits, 2020-22 Aguarela, tinta-da-china e marcador sobre papel; 29,7 x 42 cm; 5 elementos; Cortesia da artista. © Bruno Lopes


Vista de exposição; Por quanto tempo mais terei de nadar? — Uma litania pela sobrevivência; Galeria da Boavista; 2024. © Bruno Lopes


Sara Fonseca da Graça - Petra Preta; Notas para lembrar que “o prazer é uma medida de liberdade”; 2024; Cerâmica; Dimensões variáveis 5 elementos; Cortesia da artista. © Bruno Lopes


Sara Fonseca da Graça - Petra Preta; Voltar Para a Minha Terra – as deep as the eye can sea; 2024; Instalação: vinil, acrílico, madeira zazange e massa de modelar; Cortesia da artista. © Bruno Lopes


Sara Fonseca da Graça - Petra Preta; Voltar Para a Minha Terra – as deep as the eye can sea; 2024; Instalação (pormenor); Cortesia da artista. © Bruno Lopes

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ARQUIVO:


SARA FONSECA DA GRAÇA - PETRA PRETA

POR QUANTO TEMPO MAIS TEREI DE NADAR? — UMA LITANIA PELA SOBREVIVÊNCIA




GALERIAS MUNICIPAIS - GALERIA DA BOAVISTA
Rua da Boavista, 50
1200-066 Lisboa

06 JUL - 20 OUT 2024


 

 

Uma nota para dizer:

 

Deixo à porta das Galerias Municipais – Galeria da Boavista, sinopses, descrições da obra, fundamentações, folha de sala, arte identitária. Até porque é mulher negra. Foi cedido tempo e espaço para produzir, apesar da vida nem sempre permitir que esse espaço e tempo seja usufruído. Existiu e existe.

Sobre um Portugal obsoleto: que obriga a um presente de desterro, um futuro com a promessa de que deixem de existir exposições que exibem o processo como parte da obra. Questionem. Sara Fonseca da Graça presenteia-nos com a exposição "Por quanto tempo mais terei de nadar? – Uma litania pela sobrevivência".

O que faço com isso? Mergulho num mar de arqueologias despejadas que contam a história da humanidade. Para o bem e para o mal nós estamos aqui. O que fazemos com isso? Flutuo sobre essa arqueologia. Tento fugir dela porque foi assim que me foi ensinado por quem me atirou para aqui. Com o que me ensinaram, ganho feridas. Escolho aprender a mergulhar com elas. Essas feridas não poderei esquecer, assim como, não poderei esquecer quem sou nas profundezas. Azul político, Azul bandeira da união europeia, Azul de Cabo-Verde, Azul que nos rodeia de céu, mar e rio, outros tipos de azul, outros significantes, outras camadas.

 

Sara Fonseca da Graça - Petra Preta; Manchê Bom; 2024; Acrílico, cianotipia, pigmento sobre tecido e instalação sonora; Dimensões variáveis; 4 elementos; Cortesia da artista. © Bruno Lopes

 

 

Emociono-me a cada passo com alguém que se permitiu sentir - alguém que ama. Escurecidamente fiquei arrepiada, emocionada, um pouco daquela água escorria dos meus olhos e hidratava a minha pele - na Lisboa seca, gentrificada - de esperança de que no mundo existirá um lugar para se ser, estar, emocionar.

Uma nota para dizer: o amor constrói-se sobre um conjunto de elementos que embarcam dor, sofrimento, angústia, solidão, luta, paciência, cuidado e felicidade. Assim sentimos, assim é a vida.

 

Sara Fonseca da Graça - Petra Preta; Voltar Para a Minha Terra – as deep as the eye can sea; 2024; Instalação: vinil recortado, bacia de acrílico, 10 ilhas em madeira zazange e massa de modelar; Dimensões variáveis; Cortesia da artista. © Bruno Lopes

 

 

Com olhos de quem sente, aprendo a cuidar de mim. Abacate, Karite, óleo de rícino, óleo de coco, touca, sinto a água a escorregar na minha cabeça rapada. Flutuo. A minha emoção transborda. Trânsito de mãos dadas. Ninguém larga a mão de ninguém. Tu sou eu. Flutuo. A minha emoção transborda. Nós precisávamos disso Sara, um ciclo sem fim que se transforma.

 

 

Filipa Bossuet
Filipa Bossuet é o culminar do interesse pelas artes, jornalismo e tudo o que me faz sentir viva. Nasci em 1998, sou uma mulher do norte com memórias do tempo em Lisboa. Guiada pela sede de informação e pesquisa autónoma licenciei-me em Ciências da Comunicação e penso também sobre as influências dos estudos de mestrado em Migrações, Inter-Etnicidades e Transnacionalismo, criando um diálogo e questionamento entre os campos do saber. Colaborei como jornalista estagiária no Gerador, uma plataforma independente de jornalismo, cultura e educação, e no Afrolink, uma rede online que junta profissionais africanos e afrodescendentes residentes em Portugal. Utilizo performance, pintura, fotografia e vídeo experimental para retratar processos identitários, negritude, memória e cura. O meu trabalho transdisciplinar tem sido apresentado em espaços como a Bienal de Cerveira, Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT), Teatro do Bairro Alto, Festival Iminente e o Festival Alkantara.

 



FILIPA BOSSUET