Links

OPINIÃO


Pintora Gracinda Candeias na assinatura do protocolo com o então Cônsul-Geral de Angola no Porto, Dr. Domingos Custódio Vieira Lopes.


Documento de cedência de património.


Pintura de Gracinda Candeias.


Pinturas de Gracinda Candeias.


Retrato Rainha Nzinga - O retrato ilustra a pseudo-imagem da soberana, reconstruída no século XIX pelo pintor francês Achille Devéria (1800-1857)


Mapa + formas antropomórficas.

Outros artigos:

MARC LENOT

2024-03-17
WE TEACH LIFE, SIR.

LIZ VAHIA

2024-01-23
À ESPERA DE SER ALGUMA COISA

CONSTANÇA BABO

2023-12-20
ENTRE ÓTICA E MOVIMENTO, A PARTIR DA COLEÇÃO DA TATE MODERN, NO ATKINSON MUSEUM

INÊS FERREIRA-NORMAN

2023-11-13
DO FASCÍNIO DO TEMPO: A MORTE VIVA DO SOLO E DAS ÁRVORES, O CICLO DA LINGUAGEM E DO SILÊNCIO

SANDRA SILVA

2023-10-09
PENSAR O SILÊNCIO: JULIA DUPONT E WANDERSON ALVES

MARC LENOT

2023-09-07
EXISTE UM SURREALISMO FEMININO?

LIZ VAHIA

2023-08-04
DO OURO AOS DEUSES, DA MATÉRIA À ARTE

ELISA MELONI

2023-07-04
AQUELA LUZ QUE VEM DA HOLANDA

CATARINA REAL

2023-05-31
ANGUESÂNGUE, DE DANIEL LIMA

MIRIAN TAVARES

2023-04-25
TERRITÓRIOS INVISÍVEIS – EXPOSIÇÃO DE MANUEL BAPTISTA

MADALENA FOLGADO

2023-03-24
AS ALTER-NATIVAS DO BAIRRO DO GONÇALO M. TAVARES

RUI MOURÃO

2023-02-20
“TRANSFAKE”? IDENTIDADE E ALTERIDADE NA BUSCA DE VERDADES NA ARTE

DASHA BIRUKOVA

2023-01-20
A NARRATIVA VELADA DAS SENSAÇÕES: ‘A ÚLTIMA VEZ QUE VI MACAU’ DE JOÃO PEDRO RODRIGUES E JOÃO RUI GUERRA DA MATA

JOANA CONSIGLIERI

2022-12-18
RUI CHAFES, DESABRIGO

MARC LENOT

2022-11-17
MUNCH EM DIÁLOGO

CATARINA REAL

2022-10-08
APONTAMENTOS A PARTIR DE, SOB E SOBRE O DUELO DE INÊS VIEGAS OLIVEIRA

LUIZ CAMILLO OSORIO

2022-08-29
DESLOCAMENTOS DA REPRODUTIBILIDADE NA ARTE: AINDA DUCHAMP

FILIPA ALMEIDA

2022-07-29
A VIDA É DEMASIADO PRECIOSA PARA SER ESBANJADA NUM MUNDO DESENCANTADO

JOSÉ DE NORDENFLYCHT CONCHA

2022-06-30
CECILIA VICUÑA. SEIS NOTAS PARA UM BLOG

LUIZ CAMILLO OSORIO

2022-05-29
MARCEL DUCHAMP CURADOR E O MAM-SP

MARC LENOT

2022-04-29
TAKING OFF. HENRY MY NEIGHBOR (MARIKEN WESSELS)

TITOS PELEMBE

2022-03-29
(DES) COLONIZAR A ARTE DA PERFORMANCE

MADALENA FOLGADO

2022-02-25
'O QUE CALQUEI?' SOBRE A EXPOSIÇÃO UM MÊS ACORDADO DE ALEXANDRE ESTRELA

CATARINA REAL

2022-01-23
O PINTOR E O PINTAR / A PINTURA E ...

MIGUEL PINTO

2021-12-26
CORVOS E GIRASSÓIS: UM OLHAR PARA CEIJA STOJKA

POLLYANA QUINTELLA

2021-11-25
UMA ANÁLISE DA PARTICIPAÇÃO CHILENA NA 34ª BIENAL DE SÃO PAULO

JOANA CONSIGLIERI

2021-10-29
MULHERES NA ARTE – NUM ATELIÊ QUE SEJA SÓ MEU

LIZ VAHIA

2021-09-30
A FICÇÃO PARA ALÉM DA HISTÓRIA: O COMPLEXO COLOSSO

PEDRO PORTUGAL

2021-08-17
PORQUE É QUE A ARTE PORTUGUESA FICOU TÃO PEQUENINA?

MARC LENOT

2021-07-08
VIAGENS COM UM FOTÓGRAFO (ALBERS, MULAS, BASILICO)

VICTOR PINTO DA FONSECA

2021-05-29
ZEUS E O MINISTÉRIO DA CULTURA

RODRIGO FONSECA

2021-04-26
UMA REFLEXÃO SOBRE IMPROVISAÇÃO TOMANDO COMO EXEMPLO A GRAND UNION

CAIO EDUARDO GABRIEL

2021-03-06
DESTERRAMENTOS E SEUS FLUXOS NA OBRA DE FELIPE BARBOSA

JOÃO MATEUS

2021-02-04
INSUFICIÊNCIA NA PRODUÇÃO ARTÍSTICA. EM CONVERSA COM VÍTOR SILVA E DIANA GEIROTO.

FILOMENA SERRA

2020-12-31
SEED/SEMENTE DE ISABEL GARCIA

VICTOR PINTO DA FONSECA

2020-11-19
O SENTIMENTO É TUDO

PEDRO PORTUGAL

2020-10-17
OS ARTISTAS TAMBÉM MORREM

CATARINA REAL

2020-09-13
CAVAQUEAR SOBRE UM INQUÉRITO - SARA&ANDRÉ ‘INQUÉRITO A 471 ARTISTAS’ NA CONTEMPORÂNEA

LUÍS RAPOSO

2020-08-07
MUSEUS, PATRIMÓNIO CULTURAL E “VISÃO ESTRATÉGICA”

PAULA PINTO

2020-07-19
BÁRBARA FONTE: NESTE CORPO NÃO HÁ POESIA

JULIA FLAMINGO

2020-06-22
O PROJETO INTERNACIONAL 4CS E COMO A ARTE PODE, MAIS DO QUE NUNCA, CRIAR NOVOS ESPAÇOS DE CONVIVÊNCIA

LUÍS RAPOSO

2020-06-01
OS EQUÍVOCOS DA MUSEOLOGIA E DA PATRIMONIOLOGIA

DONNY CORREIA

2020-05-19
ARTE E CINEMA EM WALTER HUGO KHOURI

CONSTANÇA BABO

2020-05-01
GALERISTAS EM EMERGÊNCIA - ENTREVISTA A JOÃO AZINHEIRO

PEDRO PORTUGAL

2020-04-07
SEXO, MENTIRAS E HISTÓRIA

VERA MATIAS

2020-03-05
CARLOS BUNGA: SOMETHING NECESSARY AND USEFUL

INÊS FERREIRA-NORMAN

2020-01-30
PORTUGAL PROGRESSIVO: ME TOO OU MEET WHO?

DONNY CORREIA

2019-12-27
RAFAEL FRANÇA: PANORAMA DE UMA VIDA-ARTE

NUNO LOURENÇO

2019-11-06
O CENTRO INTERPRETATIVO DO MUNDO RURAL E AS NATUREZAS-MORTAS DE SÉRGIO BRAZ D´ALMEIDA

INÊS FERREIRA-NORMAN

2019-10-05
PROBLEMAS NA ERA DA SMARTIFICAÇÃO: O ARQUIVO E A VIDA ARTÍSTICA E CULTURAL REGIONAL

CARLA CARBONE

2019-08-20
FERNANDO LEMOS DESIGNER

DONNY CORREIA

2019-07-18
ANA AMORIM: MAPAS MENTAIS DE UMA VIDA-OBRA

CARLA CARBONE

2019-06-02
JOÃO ONOFRE - ONCE IN A LIFETIME [REPEAT]

LAURA CASTRO

2019-04-16
FORA DA CIDADE. ARTE E ARQUITECTURA E LUGAR

ISABEL COSTA

2019-03-09
CURADORIA DA MEMÓRIA: HANS ULRICH OBRIST INTERVIEW PROJECT

BEATRIZ COELHO

2018-12-22
JOSEP MAYNOU - ENTREVISTA

CONSTANÇA BABO

2018-11-17
CHRISTIAN BOLTANSKI NO FÓRUM DO FUTURO

KATY STEWART

2018-10-16
ENTRE A MEMÓRIA E O SEU APAGAMENTO: O GRANDE KILAPY DE ZÉZÉ GAMBOA E O LEGADO DO COLONIALISMO PORTUGUÊS

HELENA OSÓRIO

2018-09-13
JORGE LIMA BARRETO: CRIADOR DO CONCEITO DE MÚSICA MINIMALISTA REPETITIVA

CONSTANÇA BABO

2018-07-29
VER AS VOZES DOS ARTISTAS NO METRO DO PORTO, COM CURADORIA DE MIGUEL VON HAFE PÉREZ

JOANA CONSIGLIERI

2018-06-14
EXPANSÃO DA ARTE POR LISBOA, DUAS VISÕES DE FEIRAS DE ARTE: ARCOLISBOA E JUSTLX - FEIRAS INTERNACIONAIS DE ARTE CONTEMPORÂNEA

RUI MATOSO

2018-05-12
E AGORA, O QUE FAZEMOS COM ISTO?

HELENA OSÓRIO

2018-03-30
PARTE II - A FAMOSA RAINHA NZINGA (OU NJINGA) – TÃO AMADA, QUANTO TEMIDA E ODIADA, EM ÁFRICA E NO MUNDO

MARIA VLACHOU

2018-01-25
CAN WE LISTEN? (PODEMOS OUVIR?)

FERNANDA BELIZÁRIO E RITA ALCAIRE

2017-12-23
O QUE HÁ DE QUEER EM QUEERMUSEU?

ALEXANDRA JOÃO MARTINS

2017-11-11
O QUE PODE O CINEMA?

LUÍS RAPOSO

2017-10-08
A CASA DA HISTÓRIA EUROPEIA: AFINAL A MONTANHA NÃO PARIU UM RATO, MAS QUASE

MARC LENOT

2017-09-03
CORPOS RECOMPOSTOS

MARC LENOT

2017-07-29
QUER PASSAR A NOITE NO MUSEU?

LUÍS RAPOSO

2017-06-30
PATRIMÓNIO CULTURAL E MUSEUS: O QUE ESTÁ POR DETRÁS DOS “CASOS”

MARZIA BRUNO

2017-05-31
UM LAMPEJO DE LIBERDADE

SERGIO PARREIRA

2017-04-26
ENTREVISTA COM AMANDA COULSON, DIRETORA ARTÍSTICA DA VOLTA FEIRA DE ARTE

LUÍS RAPOSO

2017-03-30
A TRAGICOMÉDIA DA DESCENTRALIZAÇÃO, OU DE COMO SE ARRISCA ESTRAGAR UMA BOA IDEIA

SÉRGIO PARREIRA

2017-03-03
ARTE POLÍTICA E DE PROTESTO | THE TRUMP EFFECT

LUÍS RAPOSO

2017-01-31
ESTATÍSTICAS, MUSEUS E SOCIEDADE EM PORTUGAL - PARTE 2: O CURTO PRAZO

LUÍS RAPOSO

2017-01-13
ESTATÍSTICAS, MUSEUS E SOCIEDADE EM PORTUGAL – PARTE 1: O LONGO PRAZO

SERGIO PARREIRA

2016-12-13
A “ENTREGA” DA OBRA DE ARTE

ANA CRISTINA LEITE

2016-11-08
A MINHA VISITA GUIADA À EXPOSIÇÃO...OU COISAS DO CORAÇÃO

NATÁLIA VILARINHO

2016-10-03
ATLAS DE GALANTE E BORRALHO EM LOULÉ

MARIA LIND

2016-08-31
NAZGOL ANSARINIA – OS CONTRASTES E AS CONTRADIÇÕES DA VIDA NA TEERÃO CONTEMPORÂNEA

LUÍS RAPOSO

2016-06-23
“RESPONSABILIDADE SOCIAL”, INVESTIMENTO EM ARTE E MUSEUS: OS PONTOS NOS IS

TERESA DUARTE MARTINHO

2016-05-12
ARTE, AMOR E CRISE NA LONDRES VITORIANA. O LIVRO ADOECER, DE HÉLIA CORREIA

LUÍS RAPOSO

2016-04-12
AINDA OS PREÇOS DE ENTRADA EM MUSEUS E MONUMENTOS DE SINTRA E BELÉM-AJUDA: OS DADOS E UMA PROPOSTA PARA O FUTURO

DÁRIA SALGADO

2016-03-18
A PAISAGEM COMO SUPORTE DE REPRESENTAÇÃO CINEMATOGRÁFICA NA OBRA DE ANDREI TARKOVSKY

VICTOR PINTO DA FONSECA

2016-02-16
CORAÇÃO REVELADOR

MIRIAN TAVARES

2016-01-06
ABSOLUTELY

CONSTANÇA BABO

2015-11-28
A PROCURA DE FELICIDADE DE WOLFGANG TILLMANS

INÊS VALLE

2015-10-31
A VERDADEIRA MUDANÇA ACABA DE COMEÇAR | UMA ENTREVISTA COM O GALERISTA ZIMBABUEANO JIMMY SARUCHERA PELA CURADORA INDEPENDENTE INÊS VALLE

MARIBEL MENDES SOBREIRA

2015-09-17
PARA UMA CONCEPÇÃO DA ARTE SEGUNDO MARKUS GABRIEL

RENATO RODRIGUES DA SILVA

2015-07-22
O CONCRETISMO E O NEOCONCRETISMO NO BRASIL: ELEMENTOS PARA REFLEXÃO CRÍTICA

LUÍS RAPOSO

2015-07-02
PATRIMÓNIO CULTURAL E OS MUSEUS: VISÃO ESTRATÉGICA | PARTE 2: O PRESENTE/FUTURO

LUÍS RAPOSO

2015-06-17
PATRIMÓNIO CULTURAL E OS MUSEUS: VISÃO ESTRATÉGICA | PARTE 1: O PASSADO/PRESENTE

ALBERTO MORENO

2015-05-13
OS CORVOS OLHAM-NOS

Ana Cristina Alves

2015-04-12
PSICOLOGIA DA ARTE – ENTREVISTA A ANTÓNIO MANUEL DUARTE

J.J. Charlesworth

2015-03-12
COMO NÃO FAZER ARTE PÚBLICA

JOSÉ RAPOSO

2015-02-02
FILMES DE ARTISTA: O ESPECTRO DA NARRATIVA ENTRE O CINEMA E A GALERIA.

MARIA LIND

2015-01-05
UM PARQUE DE DIVERSÕES EM PARIS RELEMBRA UM CONTO DE FADAS CLÁSSICO

Martim Enes Dias

2014-12-05
O PRINCÍPIO DO FUNDAMENTO: A BIENAL DE VENEZA EM 2014

MARIA LIND

2014-11-11
O TRIUNFO DOS NERDS

Jonathan T.D. Neil

2014-10-07
A ARTE É BOA OU APENAS VALIOSA?

José Raposo

2014-09-08
RUMORES DE UMA REVOLUÇÃO: O CÓDIGO ENQUANTO MEIO.

Mike Watson

2014-08-04
Em louvor da beleza

Ana Catarino

2014-06-28
Project Herácles, quando arte e política se encontram no Parlamento Europeu

Luís Raposo

2014-05-27
Ingressos em museus e monumentos: desvario e miopia

Filipa Coimbra

2014-05-06
Tanto Mar - Arquitectura em DERIVAção | Parte 2

Filipa Coimbra

2014-04-15
Tanto Mar - Arquitectura em DERIVAção | Parte 1

Rita Xavier Monteiro

2014-02-25
O AGORA QUE É LÁ

Aimee Lin

2014-01-15
ZENG FANZHI

FILIPE PINTO

2013-12-20
PERSPECTIVA E EXTRUSÃO. Uma História da Arte (parte 4 de 4)

FILIPE PINTO

2013-11-28
PERSPECTIVA E EXTRUSÃO. Uma História da Arte (parte 3 de 4)

FILIPE PINTO

2013-10-25
PERSPECTIVA E EXTRUSÃO. Uma História da Arte (parte 2 de 4)

FILIPE PINTO

2013-09-16
PERSPECTIVA E EXTRUSÃO. Uma História da Arte (parte 1 de 4)

JULIANA MORAES

2013-08-12
O LUGAR DA ARTE: O “CASTELO”, O LABIRINTO E A SOLEIRA

JUAN CANELA

2013-07-11
PERFORMING VENICE

JOSÉ GOMES PINTO (ECATI/ULHT)

2013-05-05
ARTE E INTERACTIVIDADE

PEDRO CABRAL SANTO

2013-04-11
A IMAGEM EM MOVIMENTO NO CONTEXTO ESPECÍFICO DAS ARTES PLÁSTICAS EM PORTUGAL

MARCELO FELIX

2013-01-08
O ESPAÇO E A ORLA. 50 ANOS DE ‘OS VERDES ANOS’

NUNO MATOS DUARTE

2012-12-11
SOBRE A PERTINÊNCIA DAS PRÁTICAS CONCEPTUAIS NA FOTOGRAFIA CONTEMPORÂNEA

FILIPE PINTO

2012-11-05
ASSEMBLAGE TROCKEL

MIGUEL RODRIGUES

2012-10-07
BIRD

JOSÉ BÁRTOLO

2012-09-21
CHEGOU A HORA DOS DESIGNERS

PEDRO PORTUGAL

2012-09-07
PORQUE É QUE OS ARTISTAS DIZEM MAL UNS DOS OUTROS + L’AFFAIRE VASCONCELOS

PEDRO PORTUGAL

2012-08-06
NO PRINCÍPIO ERA A VERBA

ANA SENA

2012-07-09
AS ARTES E A CRISE ECONÓMICA

MARIA BEATRIZ MARQUILHAS

2012-06-12
O DECLÍNIO DA ARTE: MORTE E TRANSFIGURAÇÃO (II)

MARIA BEATRIZ MARQUILHAS

2012-05-21
O DECLÍNIO DA ARTE: MORTE E TRANSFIGURAÇÃO (I)

JOSÉ CARLOS DUARTE

2012-03-19
A JANELA DAS POSSIBILIDADES. EM TORNO DA SÉRIE TELEVISION PORTRAITS (1986–) DE PAUL GRAHAM.

FILIPE PINTO

2012-01-16
A AUTORIDADE DO AUTOR - A PARTIR DO TRABALHO DE DORIS SALCEDO (SOBRE VAZIO, SILÊNCIO, MUDEZ)

JOSÉ CARLOS DUARTE

2011-12-07
LOUISE LAWLER. QUALQUER COISA ACERCA DO MUNDO DA ARTE, MAS NÃO RECORDO EXACTAMENTE O QUÊ.

ANANDA CARVALHO

2011-10-12
RE-CONFIGURAÇÕES NO SISTEMA DA ARTE CONTEMPORÂNEA - RELATO DA CONFERÊNCIA DE ROSALIND KRAUSS NO III SIMPÓSIO DE ARTE CONTEMPORÂNEA DO PAÇO DAS ARTES

MARIANA PESTANA

2011-09-23
ARQUITECTURA COMISSÁRIA: TODOS A BORDO # THE AUCTION ROOM

FILIPE PINTO

2011-07-27
PARA QUE SERVE A ARTE? (sobre espaço, desadequação e acesso) (2.ª parte)

FILIPE PINTO

2011-07-08
PARA QUE SERVE A ARTE? (sobre espaço, desadequação e acesso) (1ª parte)

ROSANA SANCIN

2011-06-14
54ª BIENAL DE VENEZA: ILLUMInations

SOFIA NUNES

2011-05-17
GEDI SIBONY

SOFIA NUNES

2011-04-18
A AUTONOMIA IMPRÓPRIA DA ARTE EM JACQUES RANCIÈRE

PATRÍCIA REIS

2011-03-09
IMAGE IN SCIENCE AND ART

BÁRBARA VALENTINA

2011-02-01
WALTER BENJAMIN. O LUGAR POLÍTICO DA ARTE

UM LIVRO DE NELSON BRISSAC

2011-01-12
PAISAGENS CRÍTICAS

FILIPE PINTO

2010-11-25
TRINTA NOTAS PARA UMA APROXIMAÇÃO A JACQUES RANCIÈRE

PAULA JANUÁRIO

2010-11-08
NÃO SÓ ALGUNS SÃO CHAMADOS MAS TODA A GENTE

SHAHEEN MERALI

2010-10-13
O INFINITO PROBLEMA DO GOSTO

PEDRO PORTUGAL

2010-09-22
ARTE PÚBLICA: UM VÍCIO PRIVADO

FILIPE PINTO

2010-06-09
A PROPÓSITO DE LA CIENAGA DE LUCRECIA MARTEL (Sobre Tempo, Solidão e Cinema)

TERESA CASTRO

2010-04-30
MARK LEWIS E A MORTE DO CINEMA

FILIPE PINTO

2010-03-08
PARA UMA CRÍTICA DA INTERRUPÇÃO

SUSANA MOUZINHO

2010-02-15
DAVID CLAERBOUT. PERSISTÊNCIA DO TEMPO

SOFIA NUNES

2010-01-13
O CASO DE JOS DE GRUYTER E HARALD THYS

ISABEL NOGUEIRA

2009-10-26
ANOS 70 – ATRAVESSAR FRONTEIRAS

LUÍSA SANTOS

2009-09-21
OS PRÉMIOS E A ASSINATURA INDEX:

CAROLINA RITO

2009-08-22
A NATUREZA DO CONTEXTO

LÍGIA AFONSO

2009-08-03
DE QUEM FALAMOS QUANDO FALAMOS DE VENEZA?

LUÍSA SANTOS

2009-07-10
A PROPÓSITO DO OBJECTO FOTOGRÁFICO

LUÍSA SANTOS

2009-06-24
O LIVRO COMO MEIO

EMANUEL CAMEIRA

2009-05-31
LA SPÉCIALISATION DE LA SENSIBILITÉ À L’ ÉTAT DE MATIÈRE PREMIÈRE EN SENSIBILITÉ PICTURALE STABILISÉE

ROSANA SANCIN

2009-05-23
RE.ACT FEMINISM_Liubliana

IVO MESQUITA E ANA PAULA COHEN

2009-05-03
RELATÓRIO DA CURADORIA DA 28ª BIENAL DE SÃO PAULO

EMANUEL CAMEIRA

2009-04-15
DE QUE FALAMOS QUANDO FALAMOS DE TEHCHING HSIEH? *

MARTA MESTRE

2009-03-24
ARTE CONTEMPORÂNEA NOS CAMARÕES

MARTA TRAQUINO

2009-03-04
DA CONSTRUÇÃO DO LUGAR PELA ARTE CONTEMPORÂNEA III_A ARTE COMO UM ESTADO DE ENCONTRO

PEDRO DOS REIS

2009-02-18
O “ANO DO BOI” – PREVISÕES E REFLEXÕES NO CONTEXTO ARTÍSTICO

MARTA TRAQUINO

2009-02-02
DA CONSTRUÇÃO DO LUGAR PELA ARTE CONTEMPORÂNEA II_DO ESPAÇO AO LUGAR: FLUXUS

PEDRO PORTUGAL

2009-01-08
PORQUÊ CONSTRUIR NOVAS ESCOLAS DE ARTE?

MARTA TRAQUINO

2008-12-18
DA CONSTRUÇÃO DO LUGAR PELA ARTE CONTEMPORÂNEA I

SANDRA LOURENÇO

2008-12-02
HONG KONG A DÉJÀ DISPARU?

PEDRO DOS REIS

2008-10-31
ARTE POLÍTICA E TELEPRESENÇA

PEDRO DOS REIS

2008-10-15
A ARTE NA ERA DA TECNOLOGIA MÓVEL

SUSANA POMBA

2008-09-30
SOMOS TODOS RAVERS

COLECTIVO

2008-09-01
O NADA COMO TEMA PARA REFLEXÃO

PEDRO PORTUGAL

2008-08-04
BI DA CULTURA. Ou, que farei com esta cultura?

PAULO REIS

2008-07-16
V BIENAL DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE | PARTILHAR TERRITÓRIOS

PEDRO DOS REIS

2008-06-18
LISBOA – CULTURE FOR LIFE

PEDRO PORTUGAL

2008-05-16
SOBRE A ARTICIDADE (ou os artistas dentro da cidade)

JOSÉ MANUEL BÁRTOLO

2008-05-05
O QUE PODEM AS IDEIAS? REFLEXÕES SOBRE OS PERSONAL VIEWS

PAULA TAVARES

2008-04-22
BREVE CARTOGRAFIA DAS CORRENTES DESCONSTRUTIVISTAS FEMINISTAS

PEDRO DOS REIS

2008-04-04
IOWA: UMA SELECÇÃO IMPROVÁVEL, NUM LUGAR INVULGAR

CATARINA ROSENDO

2008-03-31
ROGÉRIO RIBEIRO (1930-2008): O PINTOR QUE ABRIU AO TEXTO

JOANA LUCAS

2008-02-18
RUY DUARTE DE CARVALHO: pela miscigenação das artes

DANIELA LABRA

2008-01-16
O MEIO DA ARTE NO BRASIL: um Lugar Nenhum em Algum Lugar

LÍGIA AFONSO

2007-12-24
SÃO PAULO JÁ ESTÁ A ARDER?

JOSÉ LUIS BREA

2007-12-05
A TAREFA DA CRÍTICA (EM SETE TESES)

SÍLVIA GUERRA

2007-11-11
ARTE IBÉRICA OU O SÍNDROME DO COLECCIONADOR LOCAL

SANDRA VIEIRA JURGENS

2007-11-01
10ª BIENAL DE ISTAMBUL

TERESA CASTRO

2007-10-16
PARA ALÉM DE PARIS

MARCELO FELIX

2007-09-20
TRANSNATURAL. Da Vida dos Impérios, da Vida das Imagens

LÍGIA AFONSO

2007-09-04
skulptur projekte münster 07

JOSÉ BÁRTOLO

2007-08-20
100 POSTERS PARA UM SÉCULO

SOFIA PONTE

2007-08-02
SOBRE UM ESTADO DE TRANSIÇÃO

INÊS MOREIRA

2007-07-02
GATHERING: REECONTRAR MODOS DE ENCONTRO

FILIPA RAMOS

2007-06-14
A Arte, a Guerra e a Subjectividade – um passeio pelos Giardini e Arsenal na 52ª BIENAL DE VENEZA

SÍLVIA GUERRA

2007-06-01
MAC/VAL: Zones de Productivités Concertées. # 3 Entreprises singulières

NUNO CRESPO

2007-05-02
SEXO, SANGUE E MORTE

HELENA BARRANHA

2007-04-17
O edifício como “BLOCKBUSTER”. O protagonismo da arquitectura nos museus de arte contemporânea

RUI PEDRO FONSECA

2007-04-03
A ARTE NO MERCADO – SEUS DISCURSOS COMO UTOPIA

ALBERTO GUERREIRO

2007-03-16
Gestão de Museus em Portugal [2]

ANTÓNIO PRETO

2007-02-28
ENTRE O SPLEEN MODERNO E A CRISE DA MODERNIDADE

ALBERTO GUERREIRO

2007-02-15
Gestão de Museus em Portugal [1]

JOSÉ BÁRTOLO

2007-01-29
CULTURA DIGITAL E CRIAÇÃO ARTÍSTICA

MARCELO FELIX

2007-01-16
O TEMPO DE UM ÍCONE CINEMATOGRÁFICO

PEDRO PORTUGAL

2007-01-03
Artória - ARS LONGA VITA BREVIS

ANTÓNIO PRETO

2006-12-15
CORRESPONDÊNCIAS: Aproximações contemporâneas a uma “iconologia do intervalo”

ROGER MEINTJES

2006-11-16
MANUTENÇÃO DE MEMÓRIA: Alguns pensamentos sobre Memória Pública – Berlim, Lajedos e Lisboa.

LUÍSA ESPECIAL

2006-11-03
PARA UMA GEOSOFIA DAS EXPOSIÇÕES GLOBAIS. Contra o safari cultural

ANTÓNIO PRETO

2006-10-18
AS IMAGENS DO QUOTIDIANO OU DE COMO O REALISMO É UMA FRAUDE

JOSÉ BÁRTOLO

2006-10-01
O ESTADO DO DESIGN. Reflexões sobre teoria do design em Portugal

JOSÉ MAÇÃS DE CARVALHO

2006-09-18
IMAGENS DA FOTOGRAFIA

INÊS MOREIRA

2006-09-04
ELLIPSE FOUNDATION - NOTAS SOBRE O ART CENTRE

MARCELO FELIX

2006-08-17
BAS JAN ADER, TRINTA ANOS SOBRE O ÚLTIMO TRAJECTO

JORGE DIAS

2006-08-01
UM PERCURSO POR SEGUIR

SÍLVIA GUERRA

2006-07-14
A MOLDURA DO CINEASTA

AIDA CASTRO

2006-06-30
BIO-MUSEU: UMA CONDIÇÃO, NO MÍNIMO, TRIPLOMÓRFICA

COLECTIVO*

2006-06-14
NEM TUDO SÃO ROSEIRAS

LÍGIA AFONSO

2006-05-17
VICTOR PALLA (1922 - 2006)

JOÃO SILVÉRIO

2006-04-12
VIENA, 22 a 26 de Março de 2006


PARTE I - A RAINHA NZINGA E O TRAJE NA PERSPECTIVA DE GRACINDA CANDEIAS: 21 OBRAS DOADAS AO CONSULADO-GERAL DA REPÚBLICA DE ANGOLA NO PORTO. POLÉMICAS DO SÉCULO XVII À ATUALIDADE



HELENA OSÓRIO

2018-02-28




Há dois anos, Gracinda Candeias (n. 1947), pintora natural de Luanda, Angola, doa 21 obras da série Rainha Nzinga (1582-1663), ao Consulado-Geral da República de Angola no Porto, na pessoa do Cônsul-Geral, Domingos Custódio Vieira Lopes. Recentemente, com a inauguração do novo edifício consular, 16 das 21 peças doadas são expostas na zona da direção, criando um percurso pela pintura sobre papéis e sedas de várias proveniências. Esta arte matérica, distingue formas antropomórficas recuperadas de grutas rupestres de Angola também encontradas nos têxteis do tempo de Nzinga (ou Njinga).

Como ressalva a pintora formada na FBAUP, os elementos da natureza natural e humana que reproduz, carregam símbolos introduzidos nos têxteis fabricados no século XVII, aquando do reinado da famosa rainha angolana Nzinga. Reconhecida como heroína em Angola entre 1960 e 1970, a sua vida dá origem a um romance (1975) e a um filme (2013).

A motivação de Gracinda Candeias desperta nos anos 50 do século XX, em Luanda, por entre conversas de amigos antropólogos do pai, José Marques Candeias, também pintor. Na sua investigação, nos anos 80, por bibliotecas e museus de vários países, apura que Nzinga chega a mandar fiar estes símbolos a fio de ouro, elevando os panos africanos a tapeçaria que passam a servir de moeda de troca por toda a África.

A série distingue-se, numa primeira fase, pelo suporte em caixa de madeira aberta sem vidro. Seguidamente, Gracinda Candeias trabalha madeiras nobres angolanas, brasileiras e portuguesas (como a folha de mogno) com pigmentos e folha de ouro. Apenas cinco das peças depositadas no Consulado-Geral, se encontram em reserva e possivelmente em alternância.

 

 

O contributo de ilustrações inéditas do século XVII

O padre capuchinho Giovanni Antonio Cavazzi de Montecuccolo (1621-1678) acompanha a rainha Nzinga no fim da vida e sobre ela escreve, recorrendo sobretudo ao antecessor Antonio da Gaeta e a outros capuchinhos, como a documentação mais antiga a que acede. Nas suas 30 ilustrações com aguarelas a cores, supostamente elaboradas durante a missão, predominam os tecidos lisos, sobretudo tingidos de vermelho e de azul, mas também de amarelo. O verde surge pontualmente.

São mais raros os tecidos com riscas dispostas na horizontal ou cruzadas. Certos guerreiros apresentam-se com peles de animal, em especial de leopardo. Alguns tecidos, possivelmente de ráfia, contam com arabescos em muito semelhantes aos da pintura de Gracinda Candeias.

Ainda por observação das ilustrações de Cavazzi, constatamos que os tecidos mais decorados são ostentados pela realeza e nobreza guerreira. Os músicos e os serviçais apresentam-se com tecidos lisos.

Mas, há muitos historiadores que põem em causa a autoria das ilustrações, defendendo que Cavazzi recorre a pintores que nunca chegam a pisar África (ou que a visitam só depois da morte da rainha e do próprio autor do texto). Como aborda Ingrid Silva de Oliveira no artigo, Cavazzi e Cadornega: Entre semelhanças e diferenças na escrita da história da África Centro-Ocidental (século XVII), apresentado no XIV Encontro Regional do ANPUH-RIO Memória e Património (2010): "Uma semelhança entre os textos de Cavazzi e Cadornega são as imagens que compõem as obras. Para aquelas da História Geral, Beatrix Heintze elaborou reflexões interessantes. Segundo ela, o militar foi incentivado a fazer aguarelas por um jovem pintor que foi para Angola já em 1680. Dessa maneira suas imagens foram criadas tardiamente e feitas de memória e, por isso, Heintze defende que seu valor como fonte etnográfica é menor do que as imagens contidas da Descrição histórica. Os temas contemplados pelo militar, além de árvores e animais, se referem a figuras africanas importantes, como os reis do Congo e de Angola, os Jagas e a rainha Jinga. Beatrix Heintze atenta ainda para a semelhança de algumas imagens contidas em ambos os textos, questionando ser apenas um acaso. (...) Já que Cavazzi pode não ter sido o criador das ilustrações de seu texto, é possível também que Cadornega não seja o criador dos seus desenhos. Como os textos foram escritos praticamente no mesmo período, existe ainda a possibilidade do autor das imagens de ambas as obras ser a mesma pessoa".

Esta conclusão encaixa na obra do militar António de Oliveira de Cadornega (1623-1690), História geral das guerras angolanas, em três volumes, concluída em 1681. O próprio é um cristão-novo fugido à Inquisição Portuguesa, desembarcando em Luanda em 1639, onde acaba os dias como vereador da Câmara (1669-1685) e sendo, antes, entre 1648 e 1669, "(...) juiz ordinário de Massangano que se correspondeu com a rainha Njinga (...)" - como atesta Alberto Oliveira Pinto em 2014, no artigo produzido no âmbito dos estudos Imagética do CH‐FLUL, Representações culturais da Rainha Njinga Mbandi (c. 1582-1663) no discurso colonial e no discurso nacionalista angolano.

Alguns autores defendem que Cavazzi desembarca em Luanda em 1654, começa a escrever sobre Nzinga em 1660 quando visita a sua corte e regressa a Itália em 1667 (ou 1668), já com o manuscrito completo. A versão original da investigação de Cavazzi é apenas encontrada em 1969, por Giuseppe Pistoni, nos arquivos da família Araldi em Modena. O manuscrito original de três avantajados volumes, intitulado Missione evangelica al regno del Kongo, revela-se ainda mais rico que o livro póstumo, Istorica Descrizione de´tre regni Congo, Matamba ed Angola, publicado em finais do século XVII (1687), comportando uma série de aguarelas que se consideram uma fonte etnográfica de grande valor atribuída a Cavazzi - o qual não estranhamos ser conhecedor das artes e porventura hábil no desenho e na pintura, por se tratar de um religioso oriundo de uma família fidalga muito antiga da Lombardia.

Alberto Oliveira Pinto contesta, no mesmo artigo: "Em 1662, por doença de António de Gaeta, Cavazzi substitui-o na corte da Matamba junto da Rainha Njinga, rezando a primeira missa da Igreja do Uamba e dando a extrema-unção à soberana em 1663. Um ano mais tarde, envenenado com o vinho da missa por Jinga Amona / António Carrasco, cunhado e sucessor de Njinga Mbandi, o capuchinho segue doente para Luanda, ausentando-se de Angola em 1668 e só regressando em 1673. Por essa época, baptiza e encarrega-se da educação de D. João Guterres, filho de Ngola Kanini / Francisco Guterres, que entretanto derrotara e assassinara António Carrasco, sucedendo-lhe no trono da Matamba. Em 1677, Cavazzi é nomeado procurador em Roma e em 1687, nove anos depois da sua morte, é editada em Bolonha a sua Descrição histórica dos três reinos do Congo, Matamba e Angola. Nesta obra, ilustrada por pintores italianos que nunca estiveram no continente africano, a rainha Njinga Mbandi evidencia-se em várias gravuras (...)".

 

 

Simbologia e costumes na hierarquia social

Voltando aos tecidos representados na série Rainha Nzinga, doada pela pintora luso-angolana, ao Consulado-Geral da República de Angola no Porto, que as ilustrações de Cavazzi confirmam ser um símbolo de poder, distinguindo as classes, constatamos que não faltam fontes fidedignas a Gracinda Candeias. Telma Gonçalves Santos refere um sem fim de autores que estudam os panos africanos de Quinhentos e Seiscentos, na sua dissertação de mestrado em História da África, Comércio de tecidos europeus e asiáticos na África Centro-Ocidental: Fraudes e contrabando no terceiro quartel do século XVIII (2014), apresentada à Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa: "Adriano Parreira, em Economia e sociedade em Angola na época da Rainha Jinga (1997), a despeito de se centrar no século XVII, (…) promoveu a descrição da tipologia de tecidos produzidos na África centro-ocidental e suas zonas de especialização. (…) atento aos aspectos culturais destas sociedades africanas, buscou situar os tecidos no âmbito das relações de poder, enquanto parte integrante dos símbolos a compor as diferenças sociais do território em questão. A utilização do ´pano-moeda´ na estrutura econômica da África centro-ocidental seiscentista permitiu o entendimento dos mecanismos de ajuste dos tecidos trazidos através do Atlântico pelas culturas materiais mbundu no século XVIII. Beatrix Heintze dedica parte do livro Angola no século XVI e XVII (2007) para situar os diferentes tecidos africanos dentro da cultura material mbundu no século XVI e XVII. (…) Conclusões semelhantes foram desenvolvidas por Isabel Castro Henriques (1997) quando da análise dos relatos do século XVI, XVII e XVIII. John Thornton em Africa and Africans in the making of the Atlantic world, 1400-1800 (1998), afirma não terem sido as mercadorias importadas para a África essenciais à economia africana. (…) Estes são percebidos pelo autor enquanto artigos de luxo voltados às elites africanas (…) Mariana Candido, no estudo An african slaving port and the Atlantic world: Benguela and its hinterland (2013), informa das mudanças desencadeadas no estilo de vida dos africanos a partir da presença dos artigos vindos da costa. Os tecidos teriam influenciado a forma de vestir de homens e mulheres no interior de Benguela, reafirmando a sua função simbólica na composição da hierarquia social. (…) As discussões desenvolvidas por Phillis M. Martin em Power, cloth and currency on the Loango coast (1986) e The external trade of the Loango coast: 1576-1870 (1972), chamam à atenção para o comércio dos estrangeiros ao norte de Luanda, introduzindo fazendas europeias já em fins do século XVII (…)".

A grande dificuldade na investigação de Gracinda Candeias passa, precisamente, por provar que os tecidos e as formas que recria na pintura são angolanos e não europeus.

 

 

As joias da coroa angolana

O livro, Nzinga Rainha de Angola. A relação de Antonio Cavazzi de Montecuccolo (1687), apresenta ainda duas ilustrações distintas dos primeiros reis do Congo e do Ndongo, na sua atividade de ferreiros. (A tradição do rei ferreiro continua a ser preservada em várias regiões da África Centro Ocidental.) Tanto num caso como no outro, a coroa encontra-se poisada naquela que pode ser uma arqueta-relicário portuguesa, em bronze dourado e prata, séculos XVI-XVII. Vigiam-nas os homens de cada rei que ostenta uma espécie de toucado dourado, contrastando com os primeiros que assistem à cena e se encontram retratados de cabeça descoberta (ou apenas com fita à volta da cabeça e / ou com par de penas "espetadas" na nuca).

As coroas divergem, sendo a do rei do Congo mais parecida com a dos duques medievais de Portugal (ou Itália), também constante no século XVII português - uma coroa aberta constituída por aro moldurado e corpo vazado -, e a do rei do Ndongo, praticamente igual à da rainha Njinga, uma coroa portuguesa fechada com aro moldurado e corpo vazado do século XVII, semelhante à dos reis holandeses da mesma época. Como Nzinga tece uma aliança estratégica com os holandeses, a origem da sua coroa pode ser uma ou outra.

Por outro lado, o missionário capuchinho não é contemporâneo dos primeiros reis de Angola e do Congo que vivem nos séculos XV-XVI, aquando da descoberta dos seus reinos por parte dos portugueses. As próprias legendas das imagens referem Mvemba a Nzinga ou Nzinga Mbemba (c. 1456-1542 ou 1543), também conhecido como Rei Afonso I (do Congo) e Angola Mussuri ou Ngola-Mussuri, o primeiro soberano dos Mbundu (ou Ambundu). Curiosamente, o "reino do Ndongo", então entre os rios Kuanza e Bengo, é o mesmo que o "reino do Ngola", daí o aportuguesamento para "reino de Angola".

Esta observação, leva-nos a concluir que as ilustrações carregam algo da imaginação do seu autor (ou falta desta), baseando-se Cavazzi tão-somente nas tipologias que encontra no terreno ou conhece de espólios europeus como clérigo e membro da nobreza fidalga (o mesmo se aplica aos pintores italianos a quem porventura encomenda a obra).

No artigo, O reino do Ndongo no contexto da Restauração: Mbundus, Portugueses e Holandeses na África Centro Ocidental, publicado na Revista de História da África e de Estudos da Diáspora Africana (2011), Flávia Maria de Carvalho defende que o período de 1640 (Restauração portuguesa) a 1671 (fim da autonomia política da região) é marcado por uma série de conflitos como as invasões holandesas nos territórios que, posteriormente, passam a ser chamados de Angola, e embates travados entre religiosos jesuítas da Companhia de Jesus e capuchinhos italianos que contestam o monopólio do missionarismo português na África Centro Ocidental. O Vaticano e a Coroa portuguesa entram em divergência. Mas, acaso, todos trazem presentes dos seus reinos e instituições que oferecem aos monarcas africanos abertos à novidade.

A rainha Nzinga é sempre retratada com aquela que consideramos uma coroa portuguesa fechada, século XVII. Já a irmã Kambo ou Mocambo, que a sucede, é transportada sem coroa no próprio enterro. Quiçá por sensura à sua brandura, em contraste com a altivez de Nzinga, e por despeito ao príncipe consorte que se apodera do trono - o que nos parecem pormenores que só Cavazzi pode deter e / ou passar o testemunho.

Em ocasiões especiais, Nzinga cobre-se de pedras preciosas e plumas de diferentes cores. Consta que guarda a baixela de prata no armário e come com os dedos, sempre honrando os costumes do seu povo. (Note-se que a sua corte é tão numerosa quanto outra corte na Europa.)

Ora, ainda hoje, em todo o mundo, há determinados pratos que se comem com os dedos, usando lavabos (ou nem por isso). Os hábitos de mesa evoluem, com a profusão de novas peças e o apuramento de elementos já existentes, como sejam os talheres no século XVIII: "(...) a colher, a faca e o garfo associam-se num talher individual que passa a ser colocado junto ao prato de cada conviva e os cabos das três peças uniformizam-se através de uma decoração geral idêntica", como explica Gonçalo Vasconcelos e Sousa no livro Artes da mesa em Portugal (2005).

Até aos séculos XVII-XVIII, os europeus servem-se apenas de um cutelo e garfo para comer - primeiro com dois e três dentes, tendo a mera a função de espetar. (Passam a quatro dentes para o talher não ser associado ao "garfo do diabo"). Os mais nobres, fidalgos, transportam para as cerimónias uma bolsa individual, presa ao cinto, com faca, garfo e colher em prata.

Quanto à baixela de prata de Nzinga, é uma novidade no século XVII, se bem que existam já antes referências às coleções de Catarina de Áustria (1507-1578), rainha consorte de João III de Portugal (1502-1557): "(...) pensamos que a mesa da rainha D. Catarina, pela sofisticação ao nível dos objectos, provenientes das suas magníficas colecções, se enquadra nesta concepção do banquete maneirista. (…) A maioria dos historiadores sublinha o facto de reis medievais e modernos comerem sozinhos à vista de sua corte - a refeição espectáculo -, partilhando-a apenas com os seus iguais em ocasiões de festa", informa Isabel dos Guimarães Sá no artigo, O rei à mesa entre o fim da Idade Média e o Maneirismo (2011), publicado no livro A mesa dos reis portugueses (2011).

Não podemos esquecer que, sensivelmente na mesma época, Caterina di Medici (1519-1589) - rainha consorte de França, entre 1547 e 1559, que morre cerca de seis anos após o nascimento de Nzinga -, introduz as artes da mesa na corte francesa e até os grandes cozinheiros, queixando-se de os franceses se encontrarem parados num tempo medievo, alimentando-se quase exclusivamente de caça e conservando "hábitos selvagens", como aquele de comerem com os dedos (apenas com a ajuda de um cutelo), desconhecendo os talheres, a porcelana e o vidro.

O historiador Mark Strage, um dos seus biógrafos, descreve-a como "a mulher mais poderosa da Europa no século XVI". Nascida em berço de ouro, e de cultura, é conhecedora de todos os requintes e iguarias do mundo, por pertencer à Casa dos Medici, a famosa família da Toscana, originalmente de mercadores e banqueiros, que acaba por financiar as monarquias da Europa.

Mais acrescentamos que, a Baixela Germain, com mais de 1.000 peças, é a primeira da coroa portuguesa encomendada pelo rei José I (1714-1777), no século XVIII, logo após o terramoto (1756). É obra da oficina de François-Thomas Germain (1726-1794), em Paris, o mais célebre ourives de prata da época. Como reforça Maria do Rosário Jardim no artigo, A Baixela Germain ao serviço da Corte no reinado de D. Maria I (2012), publicado na revista Artigos em Linha do Palácio Nacional da Ajuda: "(...) faltando-lhe um dos mais expressivos elementos de uma grande baixela para servir ´à francesa´ - o Surtout da Quarta Coberta - era, não obstante, um monumento de glorificação da Coroa: a sua Primeira baixela. (…) A responsabilidade pela sua utilização cabia à Repartição de João Rodrigues Vilar, no Paço de Belém. Também aí era guardada a ´Segunda Baixella´ - a prata de mesa confiscada à Casa de Aveiro em 1759".

Nzinga está, então, na linha da frente.

 

 

Helena Osório
Nascida em Benguela, Angola, é jornalista cultural, editora e escritora doutorada em Estudos sobre a História da Arte e da Música pela Universidade de Santiago de Compostela, com reconhecimento da Universidade do Porto. Mestre e pós-graduada em Artes Decorativas pela Universidade Católica Portuguesa. Investigadora do Instituto de Investigação em Arte, Design e Sociedade da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto (i2ADS / FBAUP).

 

 

>>>

 

Este artigo divide-se em duas partes, tendo a segunda, intitulada "PARTE II: A FAMOSA RAINHA NZINGA (OU NJINGA) - TÃO AMADA, QUANTO TEMIDA E ODIADA, EM ÁFRICA E NO MUNDO", sido publicada em Fevereiro de 2018.
Sob o mesmo tema, a autora apresentou virtualmente, na conferência da US Air Force Academy, "War, Literature & the Arts" (20-21 de Setembro 2018, no Colorado Springs / EUA), a comunicação "Polymics from the XVII Century to this Day about the Angolan Queen Nzinga and African Cultures". Em Abril, no ICOCEP - International Congress on Contemporary European Painting, apresenta a comunicação "Polymics from the XVII Century to this Day about the Angolan Queen Nzinga and her Influence in the African Fabrics with Resource to the Angolan Rock Art, in the African Cultures and in the World" (8-11 de Abril 2019, na FBAUP-Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto / Portugal).