Links

OPINIÃO


(Uma visão do mundo) Gabriel Orozco, Extension of a Reflection, 1992.


(Uma visão do mundo) Gabriel Orozco, From roof to roof, 1993.


(Uma visão do mundo) Gabriel Orozco, Breath on Piano, 1993.


(Uma visão do mundo) Janine Antoni, Touch, 2002.


(Uma visão do mundo) Francis Alÿs, Zócalo, 1999.


(Uma visão do mundo) Francis Alÿs, Ambulantes, 1992-2006.


(Uma visão do mundo) Francis Alÿs, El ensayo, 1999-2001.


(Uma visão do mundo) Francis Alÿs, Paradox of the Praxis 1 (Sometimes Doing Something Leads to Nothing) , 1997.


(Uma ideia de arte) Martin Creed, Work n. 232, 2000.


(Uma ideia de arte) Bruce Nauman, Please Pay Attention Please, 1973.


(Uma ideia de arte) Art & Language, Untitled Painting, 1965-1995.


(Uma ideia de arte) Maurizio Cattelan, Dynamo Secession, 1997.


(Uma ideia de arte) Maurizio Cattelan, Dynamo Secession, 1997.

Outros artigos:

MARC LENOT

2024-03-17
WE TEACH LIFE, SIR.

LIZ VAHIA

2024-01-23
À ESPERA DE SER ALGUMA COISA

CONSTANÇA BABO

2023-12-20
ENTRE ÓTICA E MOVIMENTO, A PARTIR DA COLEÇÃO DA TATE MODERN, NO ATKINSON MUSEUM

INÊS FERREIRA-NORMAN

2023-11-13
DO FASCÍNIO DO TEMPO: A MORTE VIVA DO SOLO E DAS ÁRVORES, O CICLO DA LINGUAGEM E DO SILÊNCIO

SANDRA SILVA

2023-10-09
PENSAR O SILÊNCIO: JULIA DUPONT E WANDERSON ALVES

MARC LENOT

2023-09-07
EXISTE UM SURREALISMO FEMININO?

LIZ VAHIA

2023-08-04
DO OURO AOS DEUSES, DA MATÉRIA À ARTE

ELISA MELONI

2023-07-04
AQUELA LUZ QUE VEM DA HOLANDA

CATARINA REAL

2023-05-31
ANGUESÂNGUE, DE DANIEL LIMA

MIRIAN TAVARES

2023-04-25
TERRITÓRIOS INVISÍVEIS – EXPOSIÇÃO DE MANUEL BAPTISTA

MADALENA FOLGADO

2023-03-24
AS ALTER-NATIVAS DO BAIRRO DO GONÇALO M. TAVARES

RUI MOURÃO

2023-02-20
“TRANSFAKE”? IDENTIDADE E ALTERIDADE NA BUSCA DE VERDADES NA ARTE

DASHA BIRUKOVA

2023-01-20
A NARRATIVA VELADA DAS SENSAÇÕES: ‘A ÚLTIMA VEZ QUE VI MACAU’ DE JOÃO PEDRO RODRIGUES E JOÃO RUI GUERRA DA MATA

JOANA CONSIGLIERI

2022-12-18
RUI CHAFES, DESABRIGO

MARC LENOT

2022-11-17
MUNCH EM DIÁLOGO

CATARINA REAL

2022-10-08
APONTAMENTOS A PARTIR DE, SOB E SOBRE O DUELO DE INÊS VIEGAS OLIVEIRA

LUIZ CAMILLO OSORIO

2022-08-29
DESLOCAMENTOS DA REPRODUTIBILIDADE NA ARTE: AINDA DUCHAMP

FILIPA ALMEIDA

2022-07-29
A VIDA É DEMASIADO PRECIOSA PARA SER ESBANJADA NUM MUNDO DESENCANTADO

JOSÉ DE NORDENFLYCHT CONCHA

2022-06-30
CECILIA VICUÑA. SEIS NOTAS PARA UM BLOG

LUIZ CAMILLO OSORIO

2022-05-29
MARCEL DUCHAMP CURADOR E O MAM-SP

MARC LENOT

2022-04-29
TAKING OFF. HENRY MY NEIGHBOR (MARIKEN WESSELS)

TITOS PELEMBE

2022-03-29
(DES) COLONIZAR A ARTE DA PERFORMANCE

MADALENA FOLGADO

2022-02-25
'O QUE CALQUEI?' SOBRE A EXPOSIÇÃO UM MÊS ACORDADO DE ALEXANDRE ESTRELA

CATARINA REAL

2022-01-23
O PINTOR E O PINTAR / A PINTURA E ...

MIGUEL PINTO

2021-12-26
CORVOS E GIRASSÓIS: UM OLHAR PARA CEIJA STOJKA

POLLYANA QUINTELLA

2021-11-25
UMA ANÁLISE DA PARTICIPAÇÃO CHILENA NA 34ª BIENAL DE SÃO PAULO

JOANA CONSIGLIERI

2021-10-29
MULHERES NA ARTE – NUM ATELIÊ QUE SEJA SÓ MEU

LIZ VAHIA

2021-09-30
A FICÇÃO PARA ALÉM DA HISTÓRIA: O COMPLEXO COLOSSO

PEDRO PORTUGAL

2021-08-17
PORQUE É QUE A ARTE PORTUGUESA FICOU TÃO PEQUENINA?

MARC LENOT

2021-07-08
VIAGENS COM UM FOTÓGRAFO (ALBERS, MULAS, BASILICO)

VICTOR PINTO DA FONSECA

2021-05-29
ZEUS E O MINISTÉRIO DA CULTURA

RODRIGO FONSECA

2021-04-26
UMA REFLEXÃO SOBRE IMPROVISAÇÃO TOMANDO COMO EXEMPLO A GRAND UNION

CAIO EDUARDO GABRIEL

2021-03-06
DESTERRAMENTOS E SEUS FLUXOS NA OBRA DE FELIPE BARBOSA

JOÃO MATEUS

2021-02-04
INSUFICIÊNCIA NA PRODUÇÃO ARTÍSTICA. EM CONVERSA COM VÍTOR SILVA E DIANA GEIROTO.

FILOMENA SERRA

2020-12-31
SEED/SEMENTE DE ISABEL GARCIA

VICTOR PINTO DA FONSECA

2020-11-19
O SENTIMENTO É TUDO

PEDRO PORTUGAL

2020-10-17
OS ARTISTAS TAMBÉM MORREM

CATARINA REAL

2020-09-13
CAVAQUEAR SOBRE UM INQUÉRITO - SARA&ANDRÉ ‘INQUÉRITO A 471 ARTISTAS’ NA CONTEMPORÂNEA

LUÍS RAPOSO

2020-08-07
MUSEUS, PATRIMÓNIO CULTURAL E “VISÃO ESTRATÉGICA”

PAULA PINTO

2020-07-19
BÁRBARA FONTE: NESTE CORPO NÃO HÁ POESIA

JULIA FLAMINGO

2020-06-22
O PROJETO INTERNACIONAL 4CS E COMO A ARTE PODE, MAIS DO QUE NUNCA, CRIAR NOVOS ESPAÇOS DE CONVIVÊNCIA

LUÍS RAPOSO

2020-06-01
OS EQUÍVOCOS DA MUSEOLOGIA E DA PATRIMONIOLOGIA

DONNY CORREIA

2020-05-19
ARTE E CINEMA EM WALTER HUGO KHOURI

CONSTANÇA BABO

2020-05-01
GALERISTAS EM EMERGÊNCIA - ENTREVISTA A JOÃO AZINHEIRO

PEDRO PORTUGAL

2020-04-07
SEXO, MENTIRAS E HISTÓRIA

VERA MATIAS

2020-03-05
CARLOS BUNGA: SOMETHING NECESSARY AND USEFUL

INÊS FERREIRA-NORMAN

2020-01-30
PORTUGAL PROGRESSIVO: ME TOO OU MEET WHO?

DONNY CORREIA

2019-12-27
RAFAEL FRANÇA: PANORAMA DE UMA VIDA-ARTE

NUNO LOURENÇO

2019-11-06
O CENTRO INTERPRETATIVO DO MUNDO RURAL E AS NATUREZAS-MORTAS DE SÉRGIO BRAZ D´ALMEIDA

INÊS FERREIRA-NORMAN

2019-10-05
PROBLEMAS NA ERA DA SMARTIFICAÇÃO: O ARQUIVO E A VIDA ARTÍSTICA E CULTURAL REGIONAL

CARLA CARBONE

2019-08-20
FERNANDO LEMOS DESIGNER

DONNY CORREIA

2019-07-18
ANA AMORIM: MAPAS MENTAIS DE UMA VIDA-OBRA

CARLA CARBONE

2019-06-02
JOÃO ONOFRE - ONCE IN A LIFETIME [REPEAT]

LAURA CASTRO

2019-04-16
FORA DA CIDADE. ARTE E ARQUITECTURA E LUGAR

ISABEL COSTA

2019-03-09
CURADORIA DA MEMÓRIA: HANS ULRICH OBRIST INTERVIEW PROJECT

BEATRIZ COELHO

2018-12-22
JOSEP MAYNOU - ENTREVISTA

CONSTANÇA BABO

2018-11-17
CHRISTIAN BOLTANSKI NO FÓRUM DO FUTURO

KATY STEWART

2018-10-16
ENTRE A MEMÓRIA E O SEU APAGAMENTO: O GRANDE KILAPY DE ZÉZÉ GAMBOA E O LEGADO DO COLONIALISMO PORTUGUÊS

HELENA OSÓRIO

2018-09-13
JORGE LIMA BARRETO: CRIADOR DO CONCEITO DE MÚSICA MINIMALISTA REPETITIVA

CONSTANÇA BABO

2018-07-29
VER AS VOZES DOS ARTISTAS NO METRO DO PORTO, COM CURADORIA DE MIGUEL VON HAFE PÉREZ

JOANA CONSIGLIERI

2018-06-14
EXPANSÃO DA ARTE POR LISBOA, DUAS VISÕES DE FEIRAS DE ARTE: ARCOLISBOA E JUSTLX - FEIRAS INTERNACIONAIS DE ARTE CONTEMPORÂNEA

RUI MATOSO

2018-05-12
E AGORA, O QUE FAZEMOS COM ISTO?

HELENA OSÓRIO

2018-03-30
PARTE II - A FAMOSA RAINHA NZINGA (OU NJINGA) – TÃO AMADA, QUANTO TEMIDA E ODIADA, EM ÁFRICA E NO MUNDO

HELENA OSÓRIO

2018-02-28
PARTE I - A RAINHA NZINGA E O TRAJE NA PERSPECTIVA DE GRACINDA CANDEIAS: 21 OBRAS DOADAS AO CONSULADO-GERAL DA REPÚBLICA DE ANGOLA NO PORTO. POLÉMICAS DO SÉCULO XVII À ATUALIDADE

MARIA VLACHOU

2018-01-25
CAN WE LISTEN? (PODEMOS OUVIR?)

FERNANDA BELIZÁRIO E RITA ALCAIRE

2017-12-23
O QUE HÁ DE QUEER EM QUEERMUSEU?

ALEXANDRA JOÃO MARTINS

2017-11-11
O QUE PODE O CINEMA?

LUÍS RAPOSO

2017-10-08
A CASA DA HISTÓRIA EUROPEIA: AFINAL A MONTANHA NÃO PARIU UM RATO, MAS QUASE

MARC LENOT

2017-09-03
CORPOS RECOMPOSTOS

MARC LENOT

2017-07-29
QUER PASSAR A NOITE NO MUSEU?

LUÍS RAPOSO

2017-06-30
PATRIMÓNIO CULTURAL E MUSEUS: O QUE ESTÁ POR DETRÁS DOS “CASOS”

MARZIA BRUNO

2017-05-31
UM LAMPEJO DE LIBERDADE

SERGIO PARREIRA

2017-04-26
ENTREVISTA COM AMANDA COULSON, DIRETORA ARTÍSTICA DA VOLTA FEIRA DE ARTE

LUÍS RAPOSO

2017-03-30
A TRAGICOMÉDIA DA DESCENTRALIZAÇÃO, OU DE COMO SE ARRISCA ESTRAGAR UMA BOA IDEIA

SÉRGIO PARREIRA

2017-03-03
ARTE POLÍTICA E DE PROTESTO | THE TRUMP EFFECT

LUÍS RAPOSO

2017-01-31
ESTATÍSTICAS, MUSEUS E SOCIEDADE EM PORTUGAL - PARTE 2: O CURTO PRAZO

LUÍS RAPOSO

2017-01-13
ESTATÍSTICAS, MUSEUS E SOCIEDADE EM PORTUGAL – PARTE 1: O LONGO PRAZO

SERGIO PARREIRA

2016-12-13
A “ENTREGA” DA OBRA DE ARTE

ANA CRISTINA LEITE

2016-11-08
A MINHA VISITA GUIADA À EXPOSIÇÃO...OU COISAS DO CORAÇÃO

NATÁLIA VILARINHO

2016-10-03
ATLAS DE GALANTE E BORRALHO EM LOULÉ

MARIA LIND

2016-08-31
NAZGOL ANSARINIA – OS CONTRASTES E AS CONTRADIÇÕES DA VIDA NA TEERÃO CONTEMPORÂNEA

LUÍS RAPOSO

2016-06-23
“RESPONSABILIDADE SOCIAL”, INVESTIMENTO EM ARTE E MUSEUS: OS PONTOS NOS IS

TERESA DUARTE MARTINHO

2016-05-12
ARTE, AMOR E CRISE NA LONDRES VITORIANA. O LIVRO ADOECER, DE HÉLIA CORREIA

LUÍS RAPOSO

2016-04-12
AINDA OS PREÇOS DE ENTRADA EM MUSEUS E MONUMENTOS DE SINTRA E BELÉM-AJUDA: OS DADOS E UMA PROPOSTA PARA O FUTURO

DÁRIA SALGADO

2016-03-18
A PAISAGEM COMO SUPORTE DE REPRESENTAÇÃO CINEMATOGRÁFICA NA OBRA DE ANDREI TARKOVSKY

VICTOR PINTO DA FONSECA

2016-02-16
CORAÇÃO REVELADOR

MIRIAN TAVARES

2016-01-06
ABSOLUTELY

CONSTANÇA BABO

2015-11-28
A PROCURA DE FELICIDADE DE WOLFGANG TILLMANS

INÊS VALLE

2015-10-31
A VERDADEIRA MUDANÇA ACABA DE COMEÇAR | UMA ENTREVISTA COM O GALERISTA ZIMBABUEANO JIMMY SARUCHERA PELA CURADORA INDEPENDENTE INÊS VALLE

MARIBEL MENDES SOBREIRA

2015-09-17
PARA UMA CONCEPÇÃO DA ARTE SEGUNDO MARKUS GABRIEL

RENATO RODRIGUES DA SILVA

2015-07-22
O CONCRETISMO E O NEOCONCRETISMO NO BRASIL: ELEMENTOS PARA REFLEXÃO CRÍTICA

LUÍS RAPOSO

2015-07-02
PATRIMÓNIO CULTURAL E OS MUSEUS: VISÃO ESTRATÉGICA | PARTE 2: O PRESENTE/FUTURO

LUÍS RAPOSO

2015-06-17
PATRIMÓNIO CULTURAL E OS MUSEUS: VISÃO ESTRATÉGICA | PARTE 1: O PASSADO/PRESENTE

ALBERTO MORENO

2015-05-13
OS CORVOS OLHAM-NOS

Ana Cristina Alves

2015-04-12
PSICOLOGIA DA ARTE – ENTREVISTA A ANTÓNIO MANUEL DUARTE

J.J. Charlesworth

2015-03-12
COMO NÃO FAZER ARTE PÚBLICA

JOSÉ RAPOSO

2015-02-02
FILMES DE ARTISTA: O ESPECTRO DA NARRATIVA ENTRE O CINEMA E A GALERIA.

MARIA LIND

2015-01-05
UM PARQUE DE DIVERSÕES EM PARIS RELEMBRA UM CONTO DE FADAS CLÁSSICO

Martim Enes Dias

2014-12-05
O PRINCÍPIO DO FUNDAMENTO: A BIENAL DE VENEZA EM 2014

MARIA LIND

2014-11-11
O TRIUNFO DOS NERDS

Jonathan T.D. Neil

2014-10-07
A ARTE É BOA OU APENAS VALIOSA?

José Raposo

2014-09-08
RUMORES DE UMA REVOLUÇÃO: O CÓDIGO ENQUANTO MEIO.

Mike Watson

2014-08-04
Em louvor da beleza

Ana Catarino

2014-06-28
Project Herácles, quando arte e política se encontram no Parlamento Europeu

Luís Raposo

2014-05-27
Ingressos em museus e monumentos: desvario e miopia

Filipa Coimbra

2014-05-06
Tanto Mar - Arquitectura em DERIVAção | Parte 2

Filipa Coimbra

2014-04-15
Tanto Mar - Arquitectura em DERIVAção | Parte 1

Rita Xavier Monteiro

2014-02-25
O AGORA QUE É LÁ

Aimee Lin

2014-01-15
ZENG FANZHI

FILIPE PINTO

2013-12-20
PERSPECTIVA E EXTRUSÃO. Uma História da Arte (parte 4 de 4)

FILIPE PINTO

2013-11-28
PERSPECTIVA E EXTRUSÃO. Uma História da Arte (parte 3 de 4)

FILIPE PINTO

2013-10-25
PERSPECTIVA E EXTRUSÃO. Uma História da Arte (parte 2 de 4)

FILIPE PINTO

2013-09-16
PERSPECTIVA E EXTRUSÃO. Uma História da Arte (parte 1 de 4)

JULIANA MORAES

2013-08-12
O LUGAR DA ARTE: O “CASTELO”, O LABIRINTO E A SOLEIRA

JUAN CANELA

2013-07-11
PERFORMING VENICE

JOSÉ GOMES PINTO (ECATI/ULHT)

2013-05-05
ARTE E INTERACTIVIDADE

PEDRO CABRAL SANTO

2013-04-11
A IMAGEM EM MOVIMENTO NO CONTEXTO ESPECÍFICO DAS ARTES PLÁSTICAS EM PORTUGAL

MARCELO FELIX

2013-01-08
O ESPAÇO E A ORLA. 50 ANOS DE ‘OS VERDES ANOS’

NUNO MATOS DUARTE

2012-12-11
SOBRE A PERTINÊNCIA DAS PRÁTICAS CONCEPTUAIS NA FOTOGRAFIA CONTEMPORÂNEA

FILIPE PINTO

2012-11-05
ASSEMBLAGE TROCKEL

MIGUEL RODRIGUES

2012-10-07
BIRD

JOSÉ BÁRTOLO

2012-09-21
CHEGOU A HORA DOS DESIGNERS

PEDRO PORTUGAL

2012-09-07
PORQUE É QUE OS ARTISTAS DIZEM MAL UNS DOS OUTROS + L’AFFAIRE VASCONCELOS

PEDRO PORTUGAL

2012-08-06
NO PRINCÍPIO ERA A VERBA

ANA SENA

2012-07-09
AS ARTES E A CRISE ECONÓMICA

MARIA BEATRIZ MARQUILHAS

2012-06-12
O DECLÍNIO DA ARTE: MORTE E TRANSFIGURAÇÃO (II)

MARIA BEATRIZ MARQUILHAS

2012-05-21
O DECLÍNIO DA ARTE: MORTE E TRANSFIGURAÇÃO (I)

JOSÉ CARLOS DUARTE

2012-03-19
A JANELA DAS POSSIBILIDADES. EM TORNO DA SÉRIE TELEVISION PORTRAITS (1986–) DE PAUL GRAHAM.

FILIPE PINTO

2012-01-16
A AUTORIDADE DO AUTOR - A PARTIR DO TRABALHO DE DORIS SALCEDO (SOBRE VAZIO, SILÊNCIO, MUDEZ)

JOSÉ CARLOS DUARTE

2011-12-07
LOUISE LAWLER. QUALQUER COISA ACERCA DO MUNDO DA ARTE, MAS NÃO RECORDO EXACTAMENTE O QUÊ.

ANANDA CARVALHO

2011-10-12
RE-CONFIGURAÇÕES NO SISTEMA DA ARTE CONTEMPORÂNEA - RELATO DA CONFERÊNCIA DE ROSALIND KRAUSS NO III SIMPÓSIO DE ARTE CONTEMPORÂNEA DO PAÇO DAS ARTES

MARIANA PESTANA

2011-09-23
ARQUITECTURA COMISSÁRIA: TODOS A BORDO # THE AUCTION ROOM

FILIPE PINTO

2011-07-08
PARA QUE SERVE A ARTE? (sobre espaço, desadequação e acesso) (1ª parte)

ROSANA SANCIN

2011-06-14
54ª BIENAL DE VENEZA: ILLUMInations

SOFIA NUNES

2011-05-17
GEDI SIBONY

SOFIA NUNES

2011-04-18
A AUTONOMIA IMPRÓPRIA DA ARTE EM JACQUES RANCIÈRE

PATRÍCIA REIS

2011-03-09
IMAGE IN SCIENCE AND ART

BÁRBARA VALENTINA

2011-02-01
WALTER BENJAMIN. O LUGAR POLÍTICO DA ARTE

UM LIVRO DE NELSON BRISSAC

2011-01-12
PAISAGENS CRÍTICAS

FILIPE PINTO

2010-11-25
TRINTA NOTAS PARA UMA APROXIMAÇÃO A JACQUES RANCIÈRE

PAULA JANUÁRIO

2010-11-08
NÃO SÓ ALGUNS SÃO CHAMADOS MAS TODA A GENTE

SHAHEEN MERALI

2010-10-13
O INFINITO PROBLEMA DO GOSTO

PEDRO PORTUGAL

2010-09-22
ARTE PÚBLICA: UM VÍCIO PRIVADO

FILIPE PINTO

2010-06-09
A PROPÓSITO DE LA CIENAGA DE LUCRECIA MARTEL (Sobre Tempo, Solidão e Cinema)

TERESA CASTRO

2010-04-30
MARK LEWIS E A MORTE DO CINEMA

FILIPE PINTO

2010-03-08
PARA UMA CRÍTICA DA INTERRUPÇÃO

SUSANA MOUZINHO

2010-02-15
DAVID CLAERBOUT. PERSISTÊNCIA DO TEMPO

SOFIA NUNES

2010-01-13
O CASO DE JOS DE GRUYTER E HARALD THYS

ISABEL NOGUEIRA

2009-10-26
ANOS 70 – ATRAVESSAR FRONTEIRAS

LUÍSA SANTOS

2009-09-21
OS PRÉMIOS E A ASSINATURA INDEX:

CAROLINA RITO

2009-08-22
A NATUREZA DO CONTEXTO

LÍGIA AFONSO

2009-08-03
DE QUEM FALAMOS QUANDO FALAMOS DE VENEZA?

LUÍSA SANTOS

2009-07-10
A PROPÓSITO DO OBJECTO FOTOGRÁFICO

LUÍSA SANTOS

2009-06-24
O LIVRO COMO MEIO

EMANUEL CAMEIRA

2009-05-31
LA SPÉCIALISATION DE LA SENSIBILITÉ À L’ ÉTAT DE MATIÈRE PREMIÈRE EN SENSIBILITÉ PICTURALE STABILISÉE

ROSANA SANCIN

2009-05-23
RE.ACT FEMINISM_Liubliana

IVO MESQUITA E ANA PAULA COHEN

2009-05-03
RELATÓRIO DA CURADORIA DA 28ª BIENAL DE SÃO PAULO

EMANUEL CAMEIRA

2009-04-15
DE QUE FALAMOS QUANDO FALAMOS DE TEHCHING HSIEH? *

MARTA MESTRE

2009-03-24
ARTE CONTEMPORÂNEA NOS CAMARÕES

MARTA TRAQUINO

2009-03-04
DA CONSTRUÇÃO DO LUGAR PELA ARTE CONTEMPORÂNEA III_A ARTE COMO UM ESTADO DE ENCONTRO

PEDRO DOS REIS

2009-02-18
O “ANO DO BOI” – PREVISÕES E REFLEXÕES NO CONTEXTO ARTÍSTICO

MARTA TRAQUINO

2009-02-02
DA CONSTRUÇÃO DO LUGAR PELA ARTE CONTEMPORÂNEA II_DO ESPAÇO AO LUGAR: FLUXUS

PEDRO PORTUGAL

2009-01-08
PORQUÊ CONSTRUIR NOVAS ESCOLAS DE ARTE?

MARTA TRAQUINO

2008-12-18
DA CONSTRUÇÃO DO LUGAR PELA ARTE CONTEMPORÂNEA I

SANDRA LOURENÇO

2008-12-02
HONG KONG A DÉJÀ DISPARU?

PEDRO DOS REIS

2008-10-31
ARTE POLÍTICA E TELEPRESENÇA

PEDRO DOS REIS

2008-10-15
A ARTE NA ERA DA TECNOLOGIA MÓVEL

SUSANA POMBA

2008-09-30
SOMOS TODOS RAVERS

COLECTIVO

2008-09-01
O NADA COMO TEMA PARA REFLEXÃO

PEDRO PORTUGAL

2008-08-04
BI DA CULTURA. Ou, que farei com esta cultura?

PAULO REIS

2008-07-16
V BIENAL DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE | PARTILHAR TERRITÓRIOS

PEDRO DOS REIS

2008-06-18
LISBOA – CULTURE FOR LIFE

PEDRO PORTUGAL

2008-05-16
SOBRE A ARTICIDADE (ou os artistas dentro da cidade)

JOSÉ MANUEL BÁRTOLO

2008-05-05
O QUE PODEM AS IDEIAS? REFLEXÕES SOBRE OS PERSONAL VIEWS

PAULA TAVARES

2008-04-22
BREVE CARTOGRAFIA DAS CORRENTES DESCONSTRUTIVISTAS FEMINISTAS

PEDRO DOS REIS

2008-04-04
IOWA: UMA SELECÇÃO IMPROVÁVEL, NUM LUGAR INVULGAR

CATARINA ROSENDO

2008-03-31
ROGÉRIO RIBEIRO (1930-2008): O PINTOR QUE ABRIU AO TEXTO

JOANA LUCAS

2008-02-18
RUY DUARTE DE CARVALHO: pela miscigenação das artes

DANIELA LABRA

2008-01-16
O MEIO DA ARTE NO BRASIL: um Lugar Nenhum em Algum Lugar

LÍGIA AFONSO

2007-12-24
SÃO PAULO JÁ ESTÁ A ARDER?

JOSÉ LUIS BREA

2007-12-05
A TAREFA DA CRÍTICA (EM SETE TESES)

SÍLVIA GUERRA

2007-11-11
ARTE IBÉRICA OU O SÍNDROME DO COLECCIONADOR LOCAL

SANDRA VIEIRA JURGENS

2007-11-01
10ª BIENAL DE ISTAMBUL

TERESA CASTRO

2007-10-16
PARA ALÉM DE PARIS

MARCELO FELIX

2007-09-20
TRANSNATURAL. Da Vida dos Impérios, da Vida das Imagens

LÍGIA AFONSO

2007-09-04
skulptur projekte münster 07

JOSÉ BÁRTOLO

2007-08-20
100 POSTERS PARA UM SÉCULO

SOFIA PONTE

2007-08-02
SOBRE UM ESTADO DE TRANSIÇÃO

INÊS MOREIRA

2007-07-02
GATHERING: REECONTRAR MODOS DE ENCONTRO

FILIPA RAMOS

2007-06-14
A Arte, a Guerra e a Subjectividade – um passeio pelos Giardini e Arsenal na 52ª BIENAL DE VENEZA

SÍLVIA GUERRA

2007-06-01
MAC/VAL: Zones de Productivités Concertées. # 3 Entreprises singulières

NUNO CRESPO

2007-05-02
SEXO, SANGUE E MORTE

HELENA BARRANHA

2007-04-17
O edifício como “BLOCKBUSTER”. O protagonismo da arquitectura nos museus de arte contemporânea

RUI PEDRO FONSECA

2007-04-03
A ARTE NO MERCADO – SEUS DISCURSOS COMO UTOPIA

ALBERTO GUERREIRO

2007-03-16
Gestão de Museus em Portugal [2]

ANTÓNIO PRETO

2007-02-28
ENTRE O SPLEEN MODERNO E A CRISE DA MODERNIDADE

ALBERTO GUERREIRO

2007-02-15
Gestão de Museus em Portugal [1]

JOSÉ BÁRTOLO

2007-01-29
CULTURA DIGITAL E CRIAÇÃO ARTÍSTICA

MARCELO FELIX

2007-01-16
O TEMPO DE UM ÍCONE CINEMATOGRÁFICO

PEDRO PORTUGAL

2007-01-03
Artória - ARS LONGA VITA BREVIS

ANTÓNIO PRETO

2006-12-15
CORRESPONDÊNCIAS: Aproximações contemporâneas a uma “iconologia do intervalo”

ROGER MEINTJES

2006-11-16
MANUTENÇÃO DE MEMÓRIA: Alguns pensamentos sobre Memória Pública – Berlim, Lajedos e Lisboa.

LUÍSA ESPECIAL

2006-11-03
PARA UMA GEOSOFIA DAS EXPOSIÇÕES GLOBAIS. Contra o safari cultural

ANTÓNIO PRETO

2006-10-18
AS IMAGENS DO QUOTIDIANO OU DE COMO O REALISMO É UMA FRAUDE

JOSÉ BÁRTOLO

2006-10-01
O ESTADO DO DESIGN. Reflexões sobre teoria do design em Portugal

JOSÉ MAÇÃS DE CARVALHO

2006-09-18
IMAGENS DA FOTOGRAFIA

INÊS MOREIRA

2006-09-04
ELLIPSE FOUNDATION - NOTAS SOBRE O ART CENTRE

MARCELO FELIX

2006-08-17
BAS JAN ADER, TRINTA ANOS SOBRE O ÚLTIMO TRAJECTO

JORGE DIAS

2006-08-01
UM PERCURSO POR SEGUIR

SÍLVIA GUERRA

2006-07-14
A MOLDURA DO CINEASTA

AIDA CASTRO

2006-06-30
BIO-MUSEU: UMA CONDIÇÃO, NO MÍNIMO, TRIPLOMÓRFICA

COLECTIVO*

2006-06-14
NEM TUDO SÃO ROSEIRAS

LÍGIA AFONSO

2006-05-17
VICTOR PALLA (1922 - 2006)

JOÃO SILVÉRIO

2006-04-12
VIENA, 22 a 26 de Março de 2006


PARA QUE SERVE A ARTE? (SOBRE ESPAÇO, DESADEQUAÇÃO E ACESSO) (2.ª PARTE)



FILIPE PINTO

2011-07-27




Para que serve a arte? *
(sobre espaço, desadequação e acesso)
(2.ª parte)




II.

Um artista tem pelo menos duas obrigações – construir uma visão do mundo e uma ideia de arte, e estas duas determinações devem ser legíveis no seu corpo de trabalho. Ora, é a partir daquele espaço de desadequação que se torna possível a alguém, ao artista, constituir uma visão do mundo; é esta visão do mundo que vai poder oferecer pertinência ao seu trabalho. Esse espaço de desadequação, fértil, constitui-se como distância que a obra vai tentar gerir.

5.

Mas esta visão do mundo não deverá ser necessariamente explícita; esta visão do mundo não deve querer mostrar como o mundo é, nem como devia ser, nem como poderá vir a ser. Aquilo a que chamamos visão do mundo resulta do que se poderia denominar estratégia poética.

A poesia pode ser entendida de várias formas, mas para agilizar a argumentação eu destacaria três: poesia como prática da bela forma; como exactidão; como acesso.

A bela forma é talvez a maneira como a poesia é mais facilmente reconhecida; dizer o que se quer dizer e dizer beleza ao mesmo tempo; ao conteúdo o poeta acrescenta-lhe a sua ideia de beleza, e tudo isto se lê na pele dos versos;

É pelo esforço de exactidão que a poesia se aproxima da filosofia; no verso exacto, com a palavra exacta, a poesia cria conhecimento e fundamento onde se pode alicerçar tudo o resto – só o verso exacto é de utilidade pública, escreveu Mário de Andrade. E é também devido ao carácter de exactidão que tantos poetas são citados; a exactidão, quando alcançada, mostra a melhor forma de dizer alguma coisa – palavras sem rugas, diria Breton; a exactidão é a resistência da poesia à infinitude da linguagem, de que fala Jean-Luc Nancy (5);

A poesia, alguma poesia, disponibiliza-nos um acesso ao mundo, um outro acesso; não nos faz ver melhor o que nos rodeia, não nos permite aceder à suposta verdade que repousa debaixo da superfície ilusória das coisas, mas desloca-nos um pouco – Aceito a minha vida?/ Ou mexo no candeeiro,/ desvio-o alguns centímetros/ na mesa, altero/ as relações das coisas. (6)

Com esta deslocação do candeeiro, a poesia (a arte) ilumina o espaço em redor da nossa sombra de meio-dia; não nos indica, não aponta, apenas dispõe. Propõe-nos um passo para o lado, uma deslocação, um novo acesso – A noite é a nossa dádiva de sol aos que vivem do outro lado da Terra. (7)

Mas não se trata aqui de dar a ver de lado as coisas do mundo, nem de esguelha ou em escorço, nem, muito menos, de as reproduzir dessa maneira, seja em pintura, desenho ou fotografia.

6.

A outra obrigação do artista é ter uma ideia de arte, isto é, deve ser possível ler em cada peça o que o artista acha que a arte pode ou deve ser – uma ideia peculiar, pessoal e necessariamente pertinente; aqui, falamos do novo.

A pertinência mostra-se-nos como o factor essencial de tudo o que é novo. A pertinência (que é o lugar do novo, o espaço que ele vem ocupar) é o que mune de utilidade e consequência toda a novidade, pois sem aquela, o que é novo não passará de algo absurdo e inconsequente, sem nada que o faça distinguir das outras ocorrências.

O novo impertinente – palavra que significa aqui, mais do que incómodo ou arreliação, algo desnecessário, algo que não pertence –, é um novo fátuo, temporário e passageiro, que acontece e desaparece sem que a sua fugacidade tenha aberto qualquer tipo de possibilidade ou linha de fuga; impertinente, logo inconsequente.

O novo é um espaço agora ocupado mas antes vazio; um espaço pré-existente, como se percebe. É o novo que cartografa o vazio, isto é, acrescenta-o ao mundo, disponibiliza-o, e com ele, proporciona espaço e possibilidade. O novo implica então este espaço pronto a acolhê-lo, que não o prevê, não o determina a priori, mas como que o aguarda; e é esta pré-existência que lhe confere pertinência e que finalmente o justifica.

Este novo não nos concede um vislumbre do futuro, nem nos disponibiliza um ponto através do qual possamos traçar a direcção do progresso; não vai recalibrando o movimento à medida do nosso passo. O novo não recua de um tempo futuro para nos iluminar o caminho, não está à nossa frente, não é uma vértebra da desintegrada vanguarda; enfim, o novo não estende o seu braço e nos puxa na sua direcção, transportando-nos de frente para um tempo à frente, ou melhor, para a frente do tempo; o novo não orienta o nosso devir, apenas desequilibra a nossa lentidão dolente e nos abre espaços – esses são os seus maiores poderes.

O novo não muda o horizonte mas o próprio plano que se encontra aquém – o plano onde assenta o passo. O novo faz-nos negociar o mundo como se negoceia uma curva cega.

A pertinência, prévia como vimos, não impede o novo de causar espanto e admiração, mesmo que, simultaneamente, lhe reconheçamos um traço familiar e próximo. A pertinência não implica previsão; na verdade, o previsível nunca pode ser novo, senão este seria apenas o desfecho lógico do que se anteviu; o novo não funciona como a adivinha – a adivinha é a pergunta que pede a resposta que a construiu. (8)

O novo é como uma ilha inaudita e ainda sem nome, que se descobre no meio de um mar inóspito; ou uma montanha numa floresta num qualquer recanto ainda não percorrido. Só a partir do momento da sua descoberta e cartografia, esses espaços passarão a fazer parte do mundo e das possibilidades do homem. E, claro, essa descoberta original não permite repetições. O novo é sempre uma espécie de descoberta; e só se descobre o que de um certo modo já preexiste.

7.

Há contudo um novo que escapa a esta lógica, um novo sem equivalente geográfico – o radicalmente novo; aquele que não descobre mas efectivamente cria; uma nova raiz (radical). É o verdadeiro criador de mundo – exacerba os seus limites, coloniza o infinito. Ao contrário do novo, que apenas ocupa um vazio, este novo radical cria o próprio espaço que irá ocupar, engendra esse espaço inexistente até então, e o seu povo, a sua condição, enfim, a sua pertinência. Cria-se a si próprio e à sua circunstância.

Este novo, por assim dizer, nasce, e um nascimento é sempre dramático, seja no caso da rocha ainda lava ardente do vulcão, no choro ensanguentado do recém-nascido, nos gritos de dor da mãe; um nascimento é perfuração do ar, ocupação de espaço. Como exemplo deste radicalmente novo poderemos relembrar a história da Fountain de Marcel Duchamp e da fotografia fundamental de Alfred Stieglitz.

Em 1917, Duchamp apresentou ao salão da Society of Independent Artists de Nova Iorque um urinol virado ao contrário, com a assinatura R. Mutt e com o título Fountain.

Este salão, sem júri nem prémios, era organizado por aquela associação de artistas que por sua vez tinha sido criada à imagem da francesa Société des Artistes Indépendants, fundada em 1884, para fugir à ditadura de gosto da Academia.

Nestas associações, eram os próprios artistas que decidiam o que seria exposto, e, consequentemente, o que se denominaria arte – a arte aos artistas, dir-se-ia. No salão de Nova Iorque, organizado pela associação a que Duchamp obviamente pertencia, cada artista tinha apenas de pagar os seis dólares da taxa de participação para ter a sua peça exposta.

Apesar desta estrutura democrática e horizontal, o comité executivo (que verdadeiramente organizava e montava a exposição) excluiu a obra deste Duchamp ocultado atrás do nome R. Mutt. Tenha sido devido à peça se mostrar indecente e grosseira ou apenas por ser um objecto do quotidiano, o certo é que a Fountain não foi exibida.

Mas o que nos interessa aqui é o facto de que a peça de Duchamp, depois de negada a sua participação no salão, ter desaparecido – partida, perdida, roubada, destruída, não se sabe. No entanto, já depois da recusa do salão, mas ainda antes do seu desaparecimento, Stieglitz, num acto de solidariedade com Duchamp e de protesto contra a decisão da sociedade de artistas – organização supostamente libertadora de ditaduras de gosto, como vimos –, prudentemente, fotografou o infame urinol em cima de um muito aceitável plinto. É essa a mais famosa, e na verdade, uma das duas únicas fotografias que se conhecem da Fountain original (a outra é uma fotografia do atelier de Duchamp onde o urinol aparece pendurado sob uma porta). Passados uns anos, e devido à importância decisiva dada à Fountain e aos readymades em geral, Duchamp recriou-a.

Mas ainda não é a questão da autenticidade que nos interessa. O que se pretende demonstrar com esta história é que, quando Duchamp criou a Fountain, esta não tinha ainda o espaço necessário para existir – mesmo fisicamente, se pensarmos no salão nova-iorquino –, mas logo nesse instante começou a engendrá-lo, a criar o seu povo e a sua circunstância, enfim, a sua pertinência e a sua falta. E esse vazio agora existente seria já tão ensurdecedor que o artista foi levado a recriar a peça para o reocupar.

Esta peça não era esperada; não tinha lugar no mundo, e portanto, criou-o. E talvez aquele tipo de vazio criado nunca tenha sido tão visível e sentido como nessas primeiras décadas do século passado. E esse novo vazio foi fotografado (caso insólito), daí a sua perseverança ao longo dos tempos – esse vazio fotografado aparece forçosamente em todos os manuais de História da Arte que cubram as revoluções decisivas.
A obra de Duchamp, e nomeadamente esta peça, bifurcou definitivamente o rumo da arte, ou melhor, criou um novo sentido divergente, mesmo que a Fountain não tenha sido o primeiro readymade (como é sabido, o primeiro foi Roue de Bicyclette, de 1913). De um lado teremos a herança romântica, que evoluirá pelo expressionismo alemão, americano, os Color Field painters, Picasso, etc., do outro, aparecerá toda a linhagem da arte conceptual, que, claro, se mostrou determinante nas práticas contemporâneas.

Ser novo é ser recente e diferente. Ora, é-se diferente porque se difere – difere-se de algo já existente. No diferente, e igualmente, no novo, existe uma relação entre o existente e o recente; há, por assim dizer, uma linha traçável, uma ligação possível; dir-se-ia até, uma lógica, daqui para ali. O radicalmente novo não permite esta linha. Terá antecedentes, presume-se, mas não serão lógicos, de causa e efeito; no radicalmente novo, como no caso que escolhemos para o tentar ilustrar, a Fountain, parece existir um certo grau de acaso frutuoso, de encontro feliz.

8.

A visão do mundo cria acessos – estratégia poética; a ideia de arte – o novo – cria espaço ou disponibiliza-o; na verdade, o novo constitui também ele sempre um acesso, uma abertura ou possibilidade, uma linha de fuga, uma ligação, que ao desaparecer ou degradar-se, faz-nos voltar ao isolamento congénito e à prostração. E é na dor do vazio, quando esse novo acesso subitamente nos é negado, que melhor se percebe o seu poder e alcance.

É neste movimento de extensão do mundo que a arte se torna verdadeiramente política; é neste deslocamento que provoca ou disponibiliza ao espectador que a arte se pode tornar determinante. Qualquer obra na qual não seja legível um vislumbre sequer destas duas possibilidades é necessariamente uma obra pobre.

Falamos de acesso e de disponibilização de espaço; lembro-me de algo que li num texto de Paul Chan, num dossier da revista Artforum sobre Jacques Rancière:

1968, Checoslováquia. Activistas do Partido Comunista assumem o poder e começam a promulgar uma série de reformas económicas e culturais para tentar reanimar este satélite soviético estagnado. A liberdade de expressão e de imprensa são concedidas. São feitos planos para eleições livres. O movimento torna-se conhecido como a Primavera de Praga. O Inverno chega. Moscovo não pode tolerar estes movimentos de reforma por mais tempo e decide invadir o país. No início de Setembro, meio milhão de soldados da União Soviética e de quatro países do Pacto de Varsóvia marcharam sobre Praga. Ainda que sem armas nem dinheiro, os checos conseguem montar uma campanha de resistência civil contra o exército invasor durante oito meses. Eles não têm nada. E talvez por isso, lutam contra o exército de uma forma que ninguém poderia imaginar. Existem, é claro, os cocktails Molotov e barricadas humanas. Mas o que dizer sobre a pornografia (atirada para os jovens e assustados soldados que patrulhavam as ruas, para tentar distraí-los e assim os impedir de disparar sobre os cidadãos) e os graffitis (como aquele onde se lia: “Porquê preocuparem-se em ocupar o nosso banco estatal? Sabem que não há lá nada?” ) E o meu favorito: Nas primeiras horas da invasão, todos os sinais e placas de indicação de direcções nas ruas de Praga são pintadas por cima. Os tanques invasores vagueiam sem rumo pelas ruas durante horas, depois dias, e depois durante o resto da ocupação, pois todos os mapas da cidade foram também destruídos. (...) A vitória foi de curta duração. As pessoas continuaram a ser abatidas, e a cidade acabou por ser ocupada. (9)

Esta é uma bela e possível ilustração de como a questão do acesso é eminentemente política.

9.

A arte serve para criar acessos, tanto a si própria como ao mundo que a rodeia; isto é, propõe-nos descobertas não só do que ainda não conhecemos, mas também, e talvez mais determinante, do que já está próximo de nós – ver o novo no mesmo; não mudar o mundo – essa não parece ser a sua função –, mas esticá-lo.

Leio em René Char que o olhar é um voto (10); um voto é tanto decisão como desejo; um voto é igualmente opinião, e o verbo da opinião é o mesmo que o da descoberta – eu acho, eu acho que; eu encontro-me; um acesso; um ensaio.


Filipe Pinto



NOTAS

* Este texto é uma continuação do ensaio disponível em: www.artecapital.net/opinioes.php?ref=106

(5) Jean-Luc Nancy, Resistência da Poesia, Lisboa, Edições Vendaval, 2005.

(6) Carlos de Oliveira, “O Inquilino”, in O Aprendiz de Feiticeiro, Lisboa, Assírio & Alvim, 2004, p. 32.

(7) Carlos de Oliveira, “Provérbio”, in Trabalho Poético, Lisboa, Livraria Sá da Costa, 1998, p. 116.

(8) Pascal Quignard, Sombras Errantes, Lisboa, Gótica, 2003, p. 167.

(9)
Paul Chan, “Fearless symmetry”, in Artforum, March, 2007.

(10) “(…) Procura o seu igual no voto dos olhares”, in René Char, “Consolação”, in Este Fanático das Nuvens, Lisboa, Livros Cotovia, 1995, p. 93.